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Posted by : CanasOminous
Jun 6, 2014
Terror em Sinnoh Hill
— ACABE
COM ELE! MATE-O!
Bastou
uma pequena sequência de golpes sucessivos, e ele estava morto. Não havia como
escapar daquela combinação tão aterrorizante e atroz, estava acabado, sua
energia se esgotara. O sangue jorrava, e uma última palavra pôde ser ouvida:
— FINISH HIM! — anunciou Vista com sua voz mecânica.
Mozilla jogou seu controle para
longe, revoltado por ter sido derrotado por uma mulher, e ainda mais quando
esta mulher era Wiki, sua outra cara metade. Além de ser obrigado a passar a
vez, precisava aguentar todas as provocações vinda de seus amigos que tiravam a
maior onda com sua cara.
—
Hah, hah! Será que existe algum guerreiro forte o suficiente neste aposento
para me enfrentar no mesmo nível?! — Wiki falava alto enquanto todos os demais
nem se pronunciavam, cansados de tanta derrota. Vendo que não teria mais
desafiantes, logo se frustrou. — Qual é? Onde estão aqueles machões que viviam
dizendo que mulher não sabia jogar video game? Onde está o Arceus de vocês
agora?! Hah, hah, hah...
Era
um domingo de tarde, e quando a guilda não estava lutando, guerreando, ou
enfrentando outros Pokémons em um duelo mortal, eles sempre aproveitavam para
tirar o dia para descansar e não fazer absolutamente nada. Uma maravilha!
Watt
dera a sugestão de organizarem um churrasco, Aerus e Mikau saíram para comprar
a carne enquanto General ficou para limpar o Salão Central e preparar o
cenário. Muitas almofadas, colchões, e um pouco da tecnologia dos humanos para
se divertir nos tempos de folga era o que eles precisavam para desfrutar do
melhor que um bom fim de semana com a galera tem a oferecer.
—
E então? Ninguém aguenta mais uma partidinha de luta? Vamos lá, ninguém
conseguiu me tirar o controle até agora, quem vai ser o competidor? — provocou
Wiki.
—
Não tem como ganhar de você — respondeu Mozilla, de cara virada e ainda
revoltado. — Parece que você usa códigos, mulher. Nunca vi ninguém apertar
esses botões tão rápido.
—
Ah, é que eu treino com outras coisas, não é, Marquinho? — respondeu Wiki,
olhando em direção do pequeno Mothim que estava sentado perto dela já morrendo
de sono, sem concordar e nem negar.
Visto
que mais nenhum outro membro da Fire Tales demonstrava interesse em dar mais
uma vitória para a carreira imbatível de Wiki nos vídeo games, a mulher decidiu
parar com a maratona e procurar alguma outra coisa para fazer.
Todos
já estavam muito cansados, passava das dez horas da noite e na segunda-feira os
treinos voltariam para sua próxima disputa na Liga Pokémon. Glaciallis parecia
cochilar no ombro de General, Sophie e Al Capone haviam levado as crianças para
casa, enquanto outras mais teimosas como Eva e Tom Sawyer preferiam continuar
acordados até de tarde, perambulando pelo pátio em busca de mais aventuras.
Aerus e Mikau ainda bebiam lá fora junto de Watt, Beliel e Seth que só os acompanhavam
com sucos e refrigerantes. Milena também estava por perto, mas de tão cansada
não encontrava mais forças para seguir o ritmo dos rapazes.
—
Credo, vocês estão parecendo todos uns defuntos — argumentou Wiki, abraçando
seu pequeno Marco com mais força. — Vamos lá, pessoal. Mais ânimo! Ainda é cedo
para pensarmos em dormir.
—
Você pode recarregar suas baterias... Somos meros humanos mortais — comentou
Marco com um sorriso sonolento.
Wiki
era quem sempre adorava tomar iniciativas, mas não tinha nenhuma ideia
mirabolante para aquele instante. Decidiu acessar seu banco de dados em um
notebook ali perto, e surfando na internet por alguns minutos viu que aquela
noite tão escura era perfeita para reunir os amigos e fazer algo que renderia
boas risadas.
—
Ei, o que acham de um filminho de terror?
Marco
encolheu-se para mais perto dela.
—
Eu odeio filmes de terror. Morro de medo.
—
Uma ideia incrível —
ponderou Vista.
—
Sério mesmo? Por que não pegamos um filminho de romance, uma boa aventura ou um
pouquinho de ação? Tem que ser terror mesmo? — questionou Mozilla.
—
Sinto que alguém aqui não está habituado a isso — General comentou ali
perto, sem esconder uma risada.
Não
esperando que os demais dessem uma resposta de "sim" ou
"não", Vista já se decidira por todos.
—
Só preciso de alguns segundos para chamar os demais membros da guilda para
assistirem. I guess it’s time to scare some little children. Muh-hah, hah, hah...
Ao
invés de sair para o lado de fora do salão onde Aerus e os demais conversavam,
Vista explodiu a parede e surgiu com toda sua magnificência sinistra já
entrando no clima de assustar. O dragão quase caiu para o lado de tamanho susto
que levara.
—
Que merda, Vista! Quando é que você vai aprender a usar a porta? — gritou o
Garchomp.
— SILENCE. A senhorita Wiki
ordenou que todos vocês compareçam ao salão central para realizarmos uma
invocação do mal, vamos trazer Giratina de volta das sombras! — disse o
Metagross, recebendo olhares desconfiados de todos ali presentes. — Hah, hah. Just kidding. Vamos assistir um filme de terror.
—
Ahh, não... Eu odeio filme de terror... — murmurou Milena, tendo arrepios só de
pensar. — Só vou se o Mikau ficar do meu lado.
—
Acho que não tenho outra escolha mesmo — brincou o atirador.
Aerus
só terminou de tomar seu copo de bebida em uma única virada, e já estava pronto
para começar sua maratona de filmes medonhos. O rapaz estalou os dedos e saiu
dali torcendo as pernas.
— Simbora, galera! Agora sim essa
festa vai começar a ficar aterrorizante! Noite nublada, domingão frio e sem
estrelas, é hoje que o chupa cabra vai puxar o pé de todo mundo! — disse
Aerus. — Beliel, vai assistir com a gente também?
—
O senhor está mesmo me convidando para assistir um filme? — indagou o Houndoom
com certa ironia, não esquecendo o fato de que ele não enxergava.
—
Ihh, foi mal, parceiro... Saiu sem querer. Pelo menos você pode ficar por perto
e se divertir com os sustos que a galera vai tomar, essa é a melhor parte.
Seth, o que acha de ficar para assistir com a gente também?
—
Eu agradeço o convite, mas...
—
Nada de "mas"! Sei que você não está fazendo porra nenhuma de
importante, senta com a gente e aproveita.
O
Dragonite concordou com a cabeça.
—
Será uma experiência muito interessante — completou com um sorriso.
Feito
os preparativos, Aerus e Mikau trouxeram alguns colchões e empurram sofás para
perto de uma televisão onde todos poderiam ficar bem pertinhos um do outro e
aproveitar um filme daqueles. Marco já tremia de medo, abraçado à um sofá
e com os olhos esbugalhados feito uma criancinha amedrontada. General estava
muito interessado em conferir o que era um filme de "terror" ao
conceito dos humanos, e convencera Glaciallis de ficar também. Até mesmo Tom e
Eva passavam por ali de minuto em minuto, perguntando: O que é isso? O que vão
fazer? Que filme é esse?
Wiki
escolheu o melhor de sua coletânea, a tão famosa cidade perdida de...
— Sinnoh Hill — disse a
mulher imitando uma voz macabra que perdeu-se no silêncio do salão.
—
Ah, era esse? Eu já assisti — respondeu Vista.
—
Caramba, Mecha-boy! Assim não dá! — contestou Wiki. — Quer
que eu escolha outro, então?
—
Que nada, vai ser esse mesmo, parece interessante! Já vi meu treinador jogando
isso aí certa vez, deve ser muito bom também — continuou Aerus. — Ele tomava
cada susto, pena que eu não entendia nada do que estava acontecendo, eu morria
de rir com os pulos que esses humanos davam! Aposto que a vocês vão curtir.
— Só
eu que acho que todo mundo morre? — perguntou Mikau.
—
Ora, se vocês não pararem de falar vai perder a graça — argumentou Milena.
—
Claro que não, a parte mais engraçada é ficar só esperando os outros fazerem o
espetáculo. ALTOS GRITOS! — Aerus já começava a rir só de imaginar a cena. — Dá play logo nessa parada, estou ficando
curioso.
Somente
a voz do Metagross pôde ser ouvida quando a luz foi desligada, ecoando por
todos os cantos vazios do salão.
— And
may the show begins. Muh-huh, hah, hah, hah...
Assim
que Wiki colocou o filme, Vista apagou a luz e todos já se sentiam observados.
Não era uma sexta-feira 13, não estava chovendo e muito menos relampeando. Era
uma noite completamente tranquila e sossegada, mas por que diabos ela
transmitia aquela sensação tão... assustadora?
Glaciallis
já se aninhava nos braços de General antes mesmo do filme começar.
—
Querido, tem certeza que nós vamos assistir isso? Eu tenho medo... — disse a
Froslass.
—
Fique tranquila, só estou curioso para saber como eles retratarão os fantasmas
e os mortos vivos. Só para ter certeza de que estão fazendo certo —
respondeu o Dusknoir.
—
Fantasmas? Monstros? — repetiu Marco.
—
Qual é, a gente convive no meio de um monte de Pokémon Fantasma, sem contar que
já passamos por coisa ainda pior! — gritou Aerus. — Estão com
medo de quê? Do escuro?
—
Eu não tenho medo do escuro — General anunciou com a voz firme, olhando ao
redor com certa relutância. — Mas vocês deviam ter medo do que existe nele.
A
frase do militar foi o suficiente para que todos engolissem seco e esperassem
que o filme prosseguisse. No mesmo
instante, o pequeno Pachirisu olhou em direção do Garchomp e falou:
—
Bom, eu acho que tenho que resolver algumas coisas para a batalha de amanhã,
então... Não vão dormir tarde, hein? — disse Watt.
—
Mas já vai, bola de pelos? Ah, beleza, depois te conto como termina —
respondeu Aerus.
Watt
fora o primeiro a abandonar o salão. Sabia que fora uma sábia decisão, melhor
do que depois ficar até tarde pensando naquilo e sem conseguir dormir. Todavia,
parecia que o clima de "terror" se tornava uma verdadeira comédia,
uma vez que a cada minuto que se passava, Aerus e Mikau faziam alguma piada que
não ajudava em nada.
—
Ei, essa aí não é a mulher que morre? — perguntou o Kingdra com certa maldade.
—
A que é cortada ao meio? — Aerus caiu na risada, entrando no clima.
—
Sem spoilers, caros companheiros. Por favor — respondeu Seth, que pouco a pouco
começava a interessar-se, e muito, pelo filme de terror.
Bastou
mais alguns segundos para que as piadinhas continuassem.
—
Nossa, é o ator que sempre faz personagens que morrem! — Mikau comentou mais
uma vez. — Ihh... Vai morrer de novo.
—
Vocês querem fazer o favor de parar de narrar tudo que acontece?! — Milena
levantou a voz, irritada. — Se já assistiu, pare de ficar fazendo comentário
besta! Ou será que o senhor Mikau só está fazendo isso pra não ficar com medo?
Mikau
estava com a resposta na ponta da língua antes que todos se virassem para ele e
o mandassem calar a boca no mesmo instante.
—
SHHHHHHHHHHHHHHHHH!!
O
atirador continuou balbuciando, indignado.
—
Eu, com medo de um filminho desses? — Mikau balançou a cabeça negativamente. —
Dai-me paciência, senhor... Se der força, eu mato.
Os
minutos iam se passando apreensivos e cheios de dor, mas nada de muito especial
acontecia no filme. Marco estava entre Wiki e Mozilla, mas era difícil
descobrir quem ali no meio estava mais ansioso com as cenas que começariam.
—
Ei, Marquinho, você está com medo? — indagou Mozilla.
—
Por enquanto, não. Eu quero ver os monstros, eles parecem ser maneiros —
respondeu o jovem.
—
Ah, isso é bom. Legal. Porque eu já estou me cagando aqui — Mozilla respondeu,
lançando um olhar fuzilante em direção de Wiki. — Olha só o que você fez,
mulher! Se eu não conseguir dormir essa noite, teremos que ficar nós três
juntinhos na cama.
Wiki
nem conseguia responder de tão vidrada que estava.
—
O primeiro que vier chorar no meu ombro de noite, vou mandar dormir no sofá
junto com os espíritos e as luzes que se acendem sozinhas — disse
Wiki. — Agora, façam-me o favor de ficarem quietos!
—
Vish, ela parece uma maníaca... — Marco imaginou se depois do filme Wiki não se
tornaria mais agressiva e acabaria por tentar matar alguém enquanto
dormiam. Só aquele pensamento já o fazia estremecer mais ainda.
Tom
Sawyer passou correndo por ali de repente, e logo sentiu-se atraído pelas
imagens da televisão. Eva o acompanhava, mas logo parou também para ver do que
se tratava.
—
Que quê é isso? Por que a mulher do filme tá chorando? — perguntou o
Lucario com toda a sua inocência.
—
Ah, é que a filha dela desapareceu... Então, a mamãe dela está muito
preocupada — explicou Milena.
Eva entristeceu-se ao ouvir aquilo.
—
Pobrezinha! — disse a Espeon. — Espero que a mãe reencontre a filha.
Mikau
não conseguiu se segurar.
—
É, mas acho que vai todo mundo morrer.
Um
som estridente foi ouvido no filme, e somente então o pobre Tom percebeu que
tratava-se do gênero terror. Não quis ficar ali nem mais um minuto, mas sua
curiosidade o intimava. Ele agarrou uma almofada e a abraçou com força,
sentando-se no chão apoiado ao sofá.
—
Oxi, que medão! Vou querer ver.
—
Eva, Tommy, já chega de filme por hoje para vocês dois — anunciou Chaud de pé
ali do lado e não muito contente.
Eva
chateou-se com a notícia.
—
Ahh, mas por que? As cenas de susto ainda nem começaram...
—
E se começar, vocês dois não dormem, e consequentemente eu não durmo. Se nem a
Lyndis e o Karl estão aqui, e levemos em conta o fato dela ser mais velha
do que vocês dois, é melhor voltarmos. Já temos terror o bastante na vida real,
não precisamos da ficção.
Aerus
tentou convencer o Bastiodon do contrário, mas não obteve muito êxito.
—
Bom, então tá. Perdemos dois soldados, mas vamos ver quem aqui vai aguentar
ficar até o final!
O
filme continuou, e agora sim começaria a falar mais sobre a tão famosa cidade
abandonada de Sinnoh Hill. A mulher que perdera sua filha entrava na cidade
amaldiçoada perdida em algum canto remoto da região. Ela percebeu que do céu
caíam cinzas, devido a um grande incêndio que um dia tomara conta de tudo,
alastrando destruição e punindo tanto maus quanto os inocentes. Enquanto a moça
do filme andava, ela deparou-se com uma escada escura que levava para as
profundezas...
—
Porra, por que toda protagonista tem que ser burra? — gritou Aerus. — Olha só
pra esse lugar, bicho! Vai dar merda. Saí logo daí, caramba!
—
Ai, meu Arceus! Ai, meu Arceus! Ai, meu Arceus! Mikau, ela vai morrer mesmo? —
indagava Milena o tempo todo, apertando o braço do rapaz com ainda mais força.
—
Ihh, já era... É agora que ela morre — respondia o atirador, o que deixava
todos os outros inconformados, mandando-o calar a boca no mesmo instante.
Para
melhorar ainda mais a situação, uma sirene começou a tocar. Glaciallis fechou
os olhos e Aerus quase pulou do sofá. Todos pensaram tratar-se da sirene de
guerra que tocava na guilda quando algum exército inimigo ameaçava invadir seus
territórios, mas sorte era um alarme falso. Nem por isso a cena do filme
deixava de ser menos aterrorizante.
—
Ah, não, velhooo!! Agora sim vai dar merda! — gritou o dragão. — Eu lembro que
no jogo quando essa sirene começa a tocar é porque vai dar merda, os monstros
começam a se revelar, e não tem ninguém que segura! Cacetada, por um instante
pensei que os monstros estavam é invadindo a nossa base! Essa sirene é coisa do
Darkrai. Vai dar merda, vai dar merda...
A
mulher adentrou os calabouços e sangue podia ser visto no chão. Todas as
paredes tinham uma cor enferrujada, como se ali alguém tivesse sido queimado
vivo e esquecido há muito tempo. Ao seguir seu caminho iluminada apenas por um
isqueiro, ela começou a enxergar corpos e, para piorar, eles ainda estavam
vivos. Monstros sem olhos começaram a surgir e até mesmo a respiração dos
Pokémons na sala ficou mais pesada, até que Beliel soltou um comentário:
—
O que está acontecendo? O que são esses grunhidos estranhos?
—
São demônios, meu caro amigo. Eles não possuem visão, são criaturas
horrendas que andam contorcidas, remoendo-se e amaldiçoadas pelo passado —
respondeu Seth, explicando para o amigo cego o que ele via.
Um
silêncio prevaleceu.
—
Engraçado, essa descrição se parece comigo — comentou o
Houndoom.
—
Ahh, que maldade com nosso cãozinho favorito! — disse Wiki, comovida. — Não se
preocupe, querido Beliel, você não chega nem perto da retratação hollywoodiana
dos monstros. Você é um monstro bonitão, ok? E ardente, maduro, galanteador com
esse peitoral de fora...
—
Sem comentários — respondeu Mozilla.
A
atenção voltou-se para o filme, e após alguns surtos de Aerus e sustos por
parte das meninas, a protagonista saiu com vida do depósito amaldiçoado, para a
tristeza de Mikau. Quando a personagem preparava-se para sair de Sinnoh Hill,
viu que estava presa e não conseguiria deixar a cidade. E ainda precisava
encontrar sua filha que desaparecera, isso se ela já não tivesse sido morta
pelos monstros.
—
Cara, isso é medonho — comentou Aerus. — Por que os humanos gostam tanto de
criar histórias assim? Será que eles gostam de sofrer, ou ver os outros
sofrerem?
—
Pode ser as duas alternativas — ponderou General, ainda concentrado no filme.
—
Keh, heh, heh... Se vocês quiserem, podemos brincar de imitar o filme depois que
ele acabar. Ganha quem sobreviver — Yoshiki ergueu uma faca, mas logo foi
completamente ignorado pelas demais.
Uma
hora já havia se passado. A moça do filme reuniu-se com uma policial para
continuar tentando se salvar dos monstros em Sinnoh Hill. A sirene tocou mais
uma vez, mas agora, uma nova aberração apareceu.
—
CARA, OLHA SÓ ISSO! Aquele lá é o Cubone
Pyramid Mothafuckin’ Head! —
gritou Aerus.
—
Que monstruosidade é essa? — indagou Seth.
—
Ele é uma criatura invencível, um Cubone com uma pirâmide de aço na cabeça
dele, e ele carrega um facão ensanguentado no lugar do ossinho. É o monstro
mais famoso da série Sinnoh Hill, e cara, que aparição FODA!
Mikau
apenas balançou a cabeça.
— Agora
sim vai todo mundo morrer.
No
ápice do filme, Yoshiki levantou-se e preparou-se para ir embora. Jade observou
seu companheiro sair e, já que também não via muita graça no filme, preferiu ir
embora.
—
Muito chato. Não tem sangue — Completou Yoshiki,
indiferente. — Keh, heh, heh... Vamos lá, Jade. Em nosso consultório
podemos ver cenas bem mais fortes.
Milena
ainda cobria os olhos, Wiki e Marco não tiravam os olhos da tela e Vista
continuava quieto, apenas observando a tela eletrônica com certa tensã. Mozilla
cutucou o pequeno Mothim ao seu lado e falou:
—
Quanto você quer apostar que o Vista desligou seu sistema de visão interno só
pra não assistir o filme e ficar com medo depois? Provavelmente ele deve estar
vendo My Little Pony
Friendship is Magic no
Youtube a essa hora.
— Well... Não sou eu que vou dormir sozinho
depois e com todas as luzes apagadas. Se Darkrai decidir fazer uma visitinha,
vou falar para ele levá-lo primeiro — respondeu o Metagross, deixando
bem claro que ouvira o comentário. Mozilla preferiu nem dar continuidade à
conversa.
Depois
que o Cubone Pyramid Head partiu deixando as protagonistas do
filme sem machucá-las, o clima tenso desapareceu e deu um pouco mais de espaço
para o enredo. Wiki levantou-se e todos olharam para ela.
—
O que foi? Só vou pegar um refrigerante, não vou abandonar vocês, eu juro —
comentou a mulher.
—
Sei... — Marco foi o único a responder bem baixinho. — Traz um pra mim também.
Wiki
se dirigiu até a cozinha onde esperava encontrar Chaud, Eva e Tom Sawyer,
porém, somente então descobriu que eles já tinham ido embora há tempos. Eles
preferiram não ter de ficar ali escutando os gritos e sons aterrorizantes. Toda
vez que ouvisse uma sirene na base, acabaria associando à tragédias. Wiki
estava tão tensa que se assustaria com qualquer bobeira...
...E
ao entrar na cozinha, descobriu que Eva esquecera um bichinho de pelúcia ali.
Era
um pequeno plush de Eevee adorável, mas em uma noite escura e com filme de
terror, Wiki teve a impressão de que o brinquedo a observava. Tinha olhinhos
brilhantes e a pele fofa. Mas o bichinho certamente a encarava. Voltou
imediatamente para a sala com passos rápidos, somente Marco percebeu que ela
suava.
—
Vocês não vão acreditar, tinha um bichinho de pelúcia muito medonho me olhando
lá na cozinha — comentou a mulher.
Todos
os outros pareciam abduzidos pelo filme e por conta disso nem responderam, mas
Marco lembrou-se de perguntar:
—
E você trouxe meu refrigerante?
—
Droga, esqueci! — Wiki respondeu, inconformada. — Mas espera
só um pouquinho porque já vou lá buscar.
Mas
ao retornar para a cozinha, o bichinho de pelúcia não estava mais ali.
—
Ué, não vai mais pegar o meu refri? — indagou Marco, surpreso por ver Wiki retornar
pouco depois.
—
EU É QUE NÃO FICO MAIS AQUI! Marco, Mozilla, vamos embora! Chega de filme de
terror por hoje.
—
Obrigado, Arceus! — agradeceu Mozilla, pegando Marco no colo e saindo correndo
dali em direção da porta. — Chama logo o Mecha-boy e diz para ele parar de
assistir My Little Pony. É
hoje que nenhum de vocês dormem, então boa noite pra quem fica!
Antes
de deixar a sala, Vista olhou para trás e só piorou a situação:
— Vocês
estão ferrados. Muh-huh, hah, hah... Good
night.
Um
a um, os integrantes da guilda foram deixando o local. Após mais alguns
minutos de matanças, tripas e sangue, o clima começou a esquentar. Se antes
Mikau fazia piadas e contava cenas que poderiam acontecer, agora ele estava em
silêncio, pois Milena segurava sua mão com tanta força que seu braço começava a
doer.
—
Milena, se você lutasse com a mesma força que está me apertando agora, você
sozinha ganhava da Elite inteira.
—
Querido, vamos embora, não quero mais ver isso...
—
Se você me soltasse...
—
Para de reclamar, Mikau! E eu que estou aqui no meio de um monte de macho? Não
tenho nem o Watt por perto para me socorrer. Tu tem é que agradecer pelo
fato de uma mulher linda dessas estar te segurando — comentou
Aerus. — Só acho que você preferia que fossem duas, não é? Hah, hah,
hah...
Milena
não gostou nada do comentário e logo levantou-se para ir embora sem nem olhar
para trás. O atirador dirigiu um olhar enfurecido para o dragão que somente
então percebera o comentário infeliz que fizera
—
Ihh... É hoje que alguém dorme no sofá.
—
Muito obrigado, seu idiota — falou Mikau, extremamente
irritado. — Só não vou embora agora para que não pense que fui frouxo
o bastante para sair antes do final do filme, mas não se engane... Após os
créditos rolarem, eu acabo com a sua raça.
Não
demorou muito para que não houvesse praticamente mais ninguém na sala. Logo
restavam apenas Aerus, Mikau, Seth e Beliel, uma vez que General não estava
muito longe de levar Glaciallis embora depois de mais algumas horas de
frustração. O Dusknoir retirou a poeira de suas calças, levantou-se e por fim
falou:
—
Cavalheiros, por hoje é o bastante.
—
Poxa, General... E eu que pensava que você era macho o bastante para terminar
de ver um filminho desses, mas pelo visto nem tu aguentou — caçoou Aerus.
O
militar balançou a cabeça negativamente.
—
Desculpem-me, caros companheiros. Já vi muito da realidade do outro mundo para
saber que uma dimensão paralela como essa pode sim existir. Sinnoh Hill pode
não passar de apenas uma histórinha de terror para os humanos, uma mera
lenda... Mas algum de vocês já esteve do outro lado para provar?
Aerus
e Mikau se entreolharam pensativos. Apenas Beliel sorriu, meneando a fronte.
—
Não é nada legal — assentiu o Houndoom.
General
e Glaciallis logo deixaram os quatro rapazes presenciarem os minutos finais, e
ao sair a dama de gelo não pôde deixar de comentar:
—
Estou entediada agora... As pessoas se assustam com coisas tão bobinhas...
—
Querida, qualquer dia desses podemos fazer nosso próprio filme de terror com
monstros e fantasmas de verdade, e aí sim vou querer ver se alguém da guilda
vai ter peito para assistir — General deu uma risada enquanto os dois seguiam
seu caminho até os dormitórios. — Deixemos que aqueles dois aprendam uma lição,
pois darei um susto tão grande neles que eles nunca mais vão esquecer.
—
E como pretende fazer isso? — questionou Glaciallis.
General
apenas riu maliciosamente.
Se
antes a sala cheia dava a ideia de que estariam todos protegidos, vê-la vazia
não ajudava em nada. Beliel não era uma das melhores companhias, e Seth estava
tão quieto que se tornava ameaçador. Os quatro homens apenas eram iluminadas
pela luz fraca da televisão, e ocasionalmente ouviam os gritos da protagonista: Não! Não! Nãoooooo!
Em
pouco tempo, Aerus e Mikau se viram completamente sozinhos.
—
E esse filme que nunca acaba? — questionouo dragão.
—
Nem me diga. — A voz de Mikau saiu tremida mesmo sem ele querer. Já estava
morrendo de sono, mas o atirador considerava aquele momento uma verdadeira
batalha contra seu rival, pois aquele que desistisse primeiro e cedesse ao sono
seria derrotado. — Vai querer ir até o final, ou está com medinho?
—
Depois dessa vou ficar aqui até para a continuação — bufou o
dragão.
Eles
chegavam aos minutos finais da última cena mais chocante quando subitamente a
televisão foi desligada. Parecia que a energia tinha acabado, e por um instante
pairou no ar aquela estranha sensação de quando algo grande está por vir.
—
PORRA, quem foi o desgraçado que desligou? — gritou Aerus.
—
Pensei que tivesse sido você, seu dragão desdentado — respondeu Mikau,
tentando se localizar na escuridão.
—
Cadê o Beliel? Cadê o Seth? Só pode ter sido aqueles dois...
Quando
as luzes voltaram, Aerus e Mikau estavam sozinhos, não havia sinal de seus
amigos que deveriam ter saído há pouco tempo sem motivos e nem explicações.
Os
dois se entreolharam até que Aerus quebrou o silêncio.
—
Tenso.
—
Tenso mesmo — concordou Mikau.
—
Tenso demais...
Silêncio.
—
Mas cara, aquele Cubone
Pyramid Mothafuckin’ Head é
muito maneiro, não é?
—
Verdade, uma criatura impressionante. Devo admitir que... no fundo bateu certo
receio de enfrentar algo daquele porte, mas eu o encararia de frente sem
hesitar — comentou Mikau. — Se pudesse enfrentá-lo em um
combate, eu certamente sairia vitorioso.
—
...E aquela hora então que ele pega e vai matar a mulher?
—
Os protagonistas dessas histórias costumam ser tão imbecis...
Foi
então que a sirene da Fire Tales soou como um choro estridente. Era o sinal de
que alguém invadia a guilda, e por obra do acaso, somente agora Aerus percebera
que era exatamente a mesma do filme.
—
Fudeu, a gente MORREU! Os Pokémons Fantasmas vão começar a sair da parede pra
roubar a nossa alma!! — gritou o dragão.
—
Estou vendo uma luz — Mikau comentou. — Será que estamos no
inferno? Não me surpreendo de estar aqui, mas você é novidade. Até nisso você
me copia, Aerus?
— Cara, cadê todo mundo?
Os monstros já levaram eles?!! A gente tá ferrado. Mano, a gente vai
morrer justamente num domingão de churrasco e sem saber qual vai ser o
resultado da copa do mundo? Nunca vou descansar se não contar para a Tih tudo
que eu devia!!
Foi
então que das sombras surgiram um par de olhos vermelhos com uma pequena chama
flutuando no ar. Os olhos vazios e sem expressão, na escuridão total, intimidou
até mesmo dois dos maiores guerreiros da Fire Tales, até que Aerus se viu
tropeçando em algo que fora deixado para trás: O bichinho de pelúcia de Eva.
Beliel
aumentou a intensidade de suas chamas, mas só encontrou dois corpos caídos no
chão.
—
Ainda estão aqui? O General disse que soou o alarme da guilda para fazer um
teste, então decidi vir aqui para saber se vocês estavam bem... Pessoal?
—
C-C-Cara, eu pensei que você tinha vindo aqui nos matar...! — Aerus sussurrou
de maneira obscura e com o coração na mão.
—
Olha, vou dizer que tenho medo de poucas coisas nesse mundo, mas você acaba de
entrar para a minha lista — continuou Mikau.
Beliel
revelou apenas um sorriso de lado.
—
Não digam bobagens. Parece que a luz da guilda sofreu alguns curtos,
tomem cuidado na saída... — comentou Beliel, levando a mão até a
maçaneta da porta, dando-se conta de que ela estava trancada. — Opa.
Acho que ficamos presos em Sinnoh Hill.
O bichinho de pelúcia do Eevee ainda os observava misteriosamente.
O bichinho de pelúcia do Eevee ainda os observava misteriosamente.
Confissão número 1 : Eu sou uma fã secreta de Silent Hill, porém, nunca joguei ou assisti os filmes.
ReplyDeleteConfissão número 2 : Eu tenho medo de filmes de terror. Quando o filme chega a ser muito assustador, eu choro.
Confissão número 3: Eu ri nessa FT, e muito !
Aerus : Quer assistir, Beliel?
Beliel : Você me chamou pra assistir? Sou cego :v
Essa parte, me fez rir por cinco minutos, e bem alto, minha mãe olhou e me estranhou. Aí eu expliquei a situação, e ela riu também.
Mas... Cabeça de Pirâmide, seu estuprador de bonecas, você ainda me dá menos medo que o Nemesis, uma vez que o Nemesis é feio que dói !
E, caramba, que história é essa de por cenas do filme pra entrar no clima? Isso foi assustadoramente legal !
Sirene maldita ! Odeio sirenes ! A partir de hoje, vou evitá-las. E pelúcias do Eevee...Eu...tenho...uma...pelúcia...do...Leafeon... ( não é um Eevee, mas é evolução)
Mas essa historinha da pelúcia me lembou um Creepypasta que existe envolvendo o Eevee, vou pesquisa mais sobre e te contarei.
Mas brincadeiras a parte, esse Fire Tales foi um dos melhores que já li, uma vez que rir do medo dos outros é a melhor coisa do mundo.
E então, Canas? Encararia a Sinnoh Hill?
PS: Protagonistas de filmes de terror são idiotas!
Diga ae, Vanessa! Pude assistir o Silent Hill pela primeira vez num fim de semanas desses com uma galera depois de um belo churras, acho que a inspiração veio daí kkk Eu detesto filmes de terror, mas no fim das contas a experiência foi tão engraçada que não pude me impedir de fazer uma adaptação e relembrar algumas das cenas mais épicas! :3
DeleteFico muito feliz em ouvir que você curtiu, tive receio de deixar tudo muito forçado em alguns pontos, mas no fim das contas foi bom para relembrar aqueles episódios dos FT que só rola bobeira e não tem nada sério, como nos velhos tempos! Eu não suportaria a ideia de acabar no 40, preciso de mais um tempinho pra me divertir com eles kkk
Cubone Mothafuckin' Pyramid Head é o matador! kk Realmente, Nemesis mete bastante medo, só que em qualquer uma das hipóteses eu já tinha morrido de qualquer jeito kkk Eu seria um dos personagens vacilões nos filmes que morre nas primeiras cenas. Fica de olho no seu Leafeon aí durante a noite hein, vai que ele aparece com uma faca kkkkkkkkkkk Minha maior função é fazer as pessoas sorrirem com minhas histórias, então fico muito feliz por ter atingido o resultado esperado. Thanks, and see ya! :D
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ReplyDeleteMDS XD eu meio que sai rindo aqui :V
No fim quase deu um medim ç.ç X'D Aerus hu3 hu3 <3
Esse seria o ultimo dos FT? D=
WV
É muito bom saber que você curtiu, WhiteVir! :D Não se preocupe, eu jamais poderia terminar os episódios dos FT com algo assim, isso aqui foi mais filler do que qualquer coisa kkk Deixei um aviso no face, dizendo que eu havia cometido um engano e logo decidi prolongar a duração dos episódios. O título final será: A Última Aventura do Dragão Guerreiro, mas antes disso poderemos ter vários capítulos extras só pra manter o clima agradável, até porque as batalhas contra a Elite ainda vão demorar e poderemos aproveitar bastante. Obrigado por comentar querida, beijos! \õ
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