Posted by : CanasOminous Jun 6, 2013

Support Conversation (Yoshiki x Jade)
Gênero e Disclaimers: Romance, Amizade, Ecchi, Drama.
Tema: O passado de Jade e Yoshiki. Como eles se conheceram? Está na hora de saber um pouco mais sobre esse casal...;
Sugestão do leitor: Alan Hipolito.

Um dos Supports mais bem votados
no The Omascar da Saga Platina!

Os aldeões da vila haviam encontrado o corpo de uma criatura que julgaram ser Knifejaw pelo sorriso que parecia ser costurado com um alfinete que ele trazia no rosto, mas naquela situação ele não sorria mais. Estava ensaguentado, sua garganta estava cortada por uma faca de arremesso e seu corpo ficara perdido no pântano por vários dias até que um morador o encontrasse. Agora, rolavam boatos de que havia um novo assassino no vilarejo. Um título do qual Yoshiki já se orgulhava muito.
            — Ei, Yoshi-kun! Pode dar uma ajuda aqui?
Yoshiki fora convidado a morar na casa de Jade e Tashiki por tempo indeterminado. Na última noite ele e sua companheira Yanma acabaram envolvendo-se em algumas enrascadas que quase custaram a vida da garota, mas os conflitos terminaram por serem resolvidos e tudo voltava a correr normalmente em seu ciclo vital.
Ele era um assassino, tinha uma incrível habilidade com facas e sempre que via Jade na cozinha preparando uma refeição sentia uma enorme vontade de cortar-lhe de uma ponta a outra. E por que não? Retirou uma peixeira de seu kimono e foi caminhando sigilosamente atrás da garota, mantendo os olhos prensados em sua trança bagunçada. Yoshiki foi chegando perto, e mais perto, e quando ficou perto o suficiente ergueu a faca e mergulhou-a contra o balcão onde ele acabara por decepar a cabeça de um peixe. Jade virou-se para trás e sorriu.
— Obrigada. Pode terminar de cortar para mim?
— Será um prazer.
Agora Yoshiki manuseava seus facões para preparar o almoço, mas não desviava os olhos daquela garota de tranças vermelhas. Jade exalava um certo ar de serenidade, e sempre que o visitante a encarava por muito tempo ela trombava nos próprios joelhos e caía no chão de maneira desengonçada. Yoshiki costumava sorrir para tudo, e não era possível dizer se ele ria da situação ou estava preocupado em ajudá-la.
— Você está bem?
— Sim, sim... Eu só tomei um tombo — respondeu ela com um sorriso, juntando as frutas no chão e limpado o vestido. — Qual é, Yoshiki! Você fica me secando tanto que eu até caí, dá pra prestar atenção em alguma outra coisa por um minuto?
— Desculpa, é que você tem pernas tão finas e adoráveis... Chega a dar vontade de... cortá-las ao meio.
— Tá bom, tá bom. Agora termina de preparar essa comida antes que a Tashiki volte do trabalho e acabe com a gente por não ter finalizado. E olha que você sabe como ela fica frustrada quando isso acontece, não quero nem imaginar a punição...
Não demorou muito para que a porta transversal do casebre fosse aberta. Tashiki estava de volta vestida um pouco mais apresentável, mas mantendo a feição mal humorada e os olhos profundos de quem dormia muito pouco. A mulher lançou um rápido por sua casa e viu que tudo estava estranhamente arrumado. Ela sequer sabia onde havia deixado suas coisas, e não gostava nem um pouco daquilo.
— O q-que vocês fizeram com a minha casa? — perguntou ela pacientemente, parecendo lutar para não explodir de raiva.
Jade imediatamente apontou para o lado.
— Foi ideia dele.
Yoshiki apenas riu da situação. Tashiki soltou um suspiro, retirou seus sapatos e jogou-os para longe dando o reinício ao ciclo eterno de bagunça em sua casa. Esparramou-se em uma almofada e acendeu um cigarro enquanto abria uma pequena janela ao seu lado.
— Quero ver se vocês vão aguentar arrumar tudo até o final. Eu já tentei, mas chega uma hora que vira uma tarefa impossível se ser completa. Então decidi deixar assim.
— Eu aceito seu desafio, senhorita. Em minha terra os guerreiros tinham o costume da organização, e posso dizer que levo jeito com isso — respondeu Yoshiki.
— E o que poderei te dar em troca desse favor? — perguntou a moça, cruzando as pernas e jogando os cabelos para trás num ar sedutor e convidativo. O assassino riu do outro lado.
— Eu quero... O seu corpo... Em pedacinhos... — respondeu ele, erguendo a peixeira ensaguentada de azeite enquanto Tashiki o encarava de longe com uma feição não muito amigável.
— Feito.
— Como assim?! — gritou Jade. — Você está prestando atenção no que diz?
— Ele desafiou a minha bagunça, e irei dar tudo de mim para tornar essa casa um caos nos próximos dias. Quero ver se esse garoto aguenta o tranco ou se não suporta conviver com duas mulheres, como nós.
Os dias seguintes foram o verdadeiro inferno na casa de Tashiki. Enquanto a mulher destruía tudo ao seu redor durante a noite, Yoshiki tinha a árdua missão de manter tudo limpo, e de fato conseguia. Ao menos o índice de homicídios no vilarejo desapareceu, uma vez que os demais bandidos temiam encontrar-se com o assassino de um assassino, ou sequer trombarem com a “Garota Veneno” que diziam acompanhá-lo. Enquanto os velhos anciões fofocavam a respeito de novas histórias Yoshiki, continuava sua missão como faxineiro.
Os três viajantes encontravam-se cada vez mais próximos. De fato, cada um deles desempenhava uma função e agraciava a vida do companheiro com algo a mais além de simplesmente existir. Jade afirmava que vira Tashiki sorrir mais, enquanto ela tinha a vantagem de poder sair de casa com o acompanhamento de uma escolta particular, um assassino profissional. Em suas horas vagas, Yoshiki comprava mais facões ou afiava suas novas armas, e no restante do dia era incumbido de limpar a casa para não perder a aposta.
Ele nem se lembrava mais o que tinha apostado, mas sabia que não poderia perder.
Não passava das cinco da manhã quando o jovem assassino de aluguel iniciou sua rotina mais cedo, passou pelos corredores limpando os maços de cigarros espalhados por toda a parte na noite passada e recolhendo as roupas sujas que se acumulavam feito folhas no outono. Dava gosto vê-lo trabalhar, estava sempre sorrindo e por conta disso parecia sempre feliz. Foi caminhando de maneira sigilosa pelo tatami quando passou na frente do quarto de Tashiki. Estava seguindo o rastro de cigarros como de costume, mas surpreendeu-se ao ver a mulher sentada sobre os cobertores de seu colchão, vestindo apenas suas roupas de baixo e com o rosto virado para a janela e com os seios cobertos apenas por seu roupão. Jade dormia angelicalmente junto dela, aninhada como uma criança ao lado da mãe.
Tashiki virou-se e viu que deixara sua porta com uma pequena fresta entreaberta. Yoshiki a observava de longe, mas por ironia o sorriso não desaparecia de seu rosto por mais envergonhado que ele estivesse. Tashiki cruzou os braços de maneira mansa e tragou a fumaça de mais um cigarro.
— Bisbilhotando, hm? — disse a mulher com um sorriso.
— Correção: Limpando. Quero dizer, desculpe. Eu não deveria ter entrado aqui de qualquer maneira.
— Deixe para lá, acho que essa história de bagunça e limpeza já está passando dos limites. Eu assumo a derrota — respondeu Tashiki, cruzando as pernas e virando-se para o rapaz numa posição tentadora. — Então, você vai vir buscar o seu prêmio?
Yoshiki apalpou seu kimono como se o instinto almejasse que ele buscasse sua faca preferida. Era sua realidade assassina que predominava, mostrando que estava na hora de buscar o prêmio que tanto merecera por meses de trabalho escravo naquela casa. Porém, o jovem descansou as mãos e não buscou a faca. Acenou de maneira negativa com a cabeça e voltou a sorrir.
— Nem lembro mais o que tínhamos apostado.
Tashiki sorriu, uma vez que nem ela lembrava-se muito bem. Ou lembrava e não queria contar. Talvez ela também tivesse alguns fetiches pelo perigo como sua companheira de quarta. Os olhos dos dois se desviaram indo ao encontro de Jade. A garota dormia tranquilamente em um canto do colchão, e seus cabelos estavam todos soltos e bem penteados, o que era raro. Provavelmente Tashiki os escovara para ela.
— Você descobriu o nosso segredo — disse Tashiki, ajeitando o cabelo atrás da orelha. — Não pense que somos algo além de amigas.
— Não, não. — Yoshiki assentiu de imediato, ainda não escondendo uma risada que fez a mulher rir da mesma maneira.
— A Jade é uma garota solitária, nunca teve alguém que realmente se importasse com ela. Quando a encontrei abandonada no parque da cidade senti a obrigação de tomar conta dessa menina para que a vida não a destruísse. Acho que ela me deu forças para continuar seguindo quando precisei.
Yoshiki voltou a olhar para Jade, tendo uma sensação de paz e tranquilidade sempre que olhava para aquele rosto meigo. Com tantos problemas e desejos soturnos em sua mente o único momento que o assassino tinha tranquilidade era quando olhava para ela.
Tashiki jogou seu maço de cigarro para fora da janela e deitou-se na cama, cobrindo o busto com um cobertor e cruzando os braços atrás da cabeça conforme olhava para o lampião apagado no teto.
— Eu estou indo embora.
— Está falando sério? — repetiu Yoshiki.
— Sim, eu já contei para a Jade, por isso ela pediu para dormir comigo essa noite. Ela se sente mais confortável quando tem alguém por perto, ela teme que a noite nos leve como fez com todos aqueles que eram importantes para ela. A Jade é uma garota especial... Não faz isso por medo.
Yoshiki permaneceu em silêncio, e a mulher continuou:
— Ei, só te peço uma coisa —Yoshiki a encarou. — Cuide da minha menina.
Era impossível dizer qual caminho o destino traçaria a partir daquele ponto. Tashiki arrumou sua pequena bagagem e estava disposta a partir naquele mesmo dia para o desconhecido. Dizia que fora contratada por uma guilda da região, e só precisava de sua confirmação para entrar no ramo. Ela era uma ávida guerreira quando mais nova, e esperava que suas habilidades em luta ainda não tivessem sido extintas.
Jade e Yoshiki foram até a porta para despedir-se de sua grande amiga, mas Jade não demonstrava a mesma animação de antes. Yoshiki estava até incomodado por saber que a dona da casa partiria, deixando sua velha moradia para aqueles que adotara. Tudo ficaria mais vazio sem ela.
— Comportem-se. — Foi a única coisa que Tashiki lembrou de falar antes de partir.
Jade abaixou o rosto, e contendo o choro esperava poder dar um abraço na mais velha e desejar despertar mais um dia ao seu lado como sempre fazia. Yoshiki encontrava-se em uma rara situação que não sorria. De fato, não sentia excitação alguma, queria que aquela moça mandona e chata jamais os deixassem. Tashiki coçou a cabeça e olhou para a pequena Jade em sua frente. Tragou a fumaça do cigarro antes de jogá-lo fora e abrir os braços num gesto de carinho.
— Vem cá. Se você me fizer chorar eu acabo com você, sua garotinha desastrada.
Jade manteve-se forte, e da mesma maneira odiaria que sua melhor amiga a visse chorar. Foi em direção dela e abraçou-a de forma terna e calorosa, ainda contendo o choro. Seus olhos ficavam vermelhos e era claro notar que ela se esforçava muito para aquilo, mas não chorou. Yoshiki ficou impressionado com sua força de vontade e não deixou de apreciar o quanto aquela doce menina era mais poderosa do que muitos outros.
Ela partiu sem olhar para trás, profundamente amargurada com aquela decisão, mas sabia que quando uma guilda lhe dá o chamado não é possível negá-lo. Jade e Yoshiki se entreolharam, mas logo a garotinha sorriu e demonstrou seu afeto cotidiano.
— Bem, agora vamos voltar à rotina! As coisas continuarão sendo como sempre foi, preparamos a comida, você limpa a casa e ao anoitecer podemos dar uma volta. Vamos lá, Yoshi-kun, vamos continuar nossa boa e velha vida!
Mas estranhamente, a rotina nunca mais voltou ao normal. A casa ficava limpa a semana inteira, e as caminhadas noturnas dos jovens tornaram-se mais escassas. Os homicídios ao redor voltaram a crescer agora que Yoshiki não saía mais para divertir-se, e logo iniciou-se uma nova lenda sobre algum outro outro assassino em série do Great Marsh, transmitindo seu posto para uma nova pessoa.
Agora que Yoshiki não tinha como limpar a casa ele ficava várias horas perambulando sem um destino certo. Tudo costumava ser dominado por um silêncio triste e incontido. A noite chegava, e sua vida trazia a sensação de que aquele fora mais um dia "desperdiçado". Yoshiki caminhava silenciosamente pelo tatami em busca de consolo quando passou em direção do quarto de Jade e viu que a porta estava apenas encostada. Deu um toque, mas não houve resposta, o que o deixou incomodado.
— Jade? Você está bem?
Assim que o rapaz abriu a porta pôde ver a menina vestida com sua camisola branca encharcada de sangue, e uma faca na outra mão da garota. Ela chorava, chorava como nunca. Era a primeira vez que a via chorar. O assassino ficou profundamente assustado com a cena, nunca imaginou que aquela garota alegre e esperançosa pudesse ser encontrada naquela situação. Ela havia tentado se matar cortando os próprios pulsos. Os olhos da menina imploravam por um resgate que ele não poderia realizar, e de seus olhos lágrimas rolavam numa intensidade incontida. Yoshiki correu em sua direção e retirou a faca de sua mão.
— O que pensa que está fazendo?! — gritou ele, enfurecido pela primeira vez que se lembrava. — Não toque nisso, não toque nunca mais. Eu não quero vê-la mutilar-se propositalmente, você está louca?
— M-Mas eu gosto... Alivia minhas dores... — disse ela entristecida.
— Não, não alivia! — respondeu Yoshiki, ajoelhando-se ao seu lado e segurando em seus ombros com firmeza. Jade tentava evitar aquele olhar.
          — De que adianta continuar vivendo, se um dia você também vai embora? A Tashiki já foi, logo você também irá...
        — Você faz isso para tentar esquecer, faz isso porque tem medo de ficar sozinha nesse mundo. Você não suportou o fato da Tashiki ir embora, e quis ir com ela. Qual o seu problema? Jamais faça isso por conta própria, ou você pode perder o controle da situação!
— Me deixe em paz!! — gritou Jade, afastando o rapaz para longe e levantando-se para correr. Porém, logo as feridas começaram a doer e ela veio ao chão.
Viu apenas que Yoshiki se aproximava conforme sua visão ficava turva, mas lutou para manter a consciência. O rapaz tinha os olhos arregalados e parecia assustado como nunca, ele esperou Jade acalmar-se para tomar qualquer decisão.O coração da menina ainda palpitava e foi aos poucos se acostumando. Yoshiki demonstrou uma feição um pouco cabisbaixa, vendo que sua pequena Jade encontrava-se em um momento avassalador.
— Olha, eu... Não sou a Tashiki. Mas vou ficar aqui com você enquanto me aceitar.
Jade permaneceu séria, limpando as lágrimas dos olhos conforme acenava com a cabeça. Yoshiki fez os devidos curativos na menina, e com a base que tinha sobre primeiros socorros sentiu que podia impedi-la de sangrar até a morte. Jade era forte, já aguentara uma ou duas facadas, e mais alguns cortes não seriam nada demais. Ao terminar os curativos Yoshiki foi para sua cama esgotado e ficou ali, olhando para o teto. Pensou em como vira Jade chorar, em como a garota mais forte que conhecia estava chorando diante de seus olhos e ele não podia fazer nada para ajudar.
— Tashiki teria feito algo a respeito... — sussurrou para si mesmo. — Mas Tashiki não está mais aqui, na verdade foi culpa da Tashiki isso acontecer... Maldita Tashiki...
Yoshiki cruzou os braços e continuou ali deitado, encarando o teto. Sorrateiramente ouviu um barulho da porta e virou-se para ver quem era. Jade não estava muito recuperada, mas tinha forças para andar e caminhar. A menina ainda tinha os olhos inchados e uma feição entristecida como nunca. Ela abaixou a cabeça e perguntou de maneira acanhada:
— Eu posso ficar aqui?
Yoshiki sentou-se em sua cama, e por ser um quarto pequeno mal tinha espaço para uma segunda pessoa. Jade balançou a cabeça e tentou forçar um sorriso cansado.
 — Não tem problema, eu fico em qualquer lugar.
A menina foi em sua direção dele e deitou-se no chão duro. Yoshiki continuou encarando o teto ainda pensativo, e agora sentia-se pior por ver sua amiga encolhida no chão frio da casa, abraçando os próprios braços e juntando as pernas como se implorasse por atenção. Yoshiki respirava alto e sentia o coração palpitar de angústia e nervosismo, pois não sabia o que dizer até ouvir Jade dizer solenemente:
— Você... Você vai embora também?
Quando Yoshiki virou o rosto pôde ouvir a garota soluçar, voltando a chorar novamente. Era como se ela tivesse segurado todas as lágrimas de sua vida e despojado-as em uma única noite. Yoshiki ficou sem reação, mas sentou-se inconformado sem saber como ajudá-la. Não precisou de muito, uma vez que a menina atirou-se em seus braços encostando a cabeça no peito do colega.
Justamente naquela noite Yoshiki havia guardado todas as suas facas. Justamente naquela noite ele esquecera seus instintos de assassino e estava completamente desarmado, na noite em que recebera seu primeiro e único abraço caloroso. Jade chorava como nunca, e as lágrimas desciam por sua camisola esfarrapada ainda manchada de sangue.
A garota ergueu os olhos inchados e encarou os de seu amigo. Sentiu uma vontade terna de aproximar-se, e talvez ir um pouco mais além. Deu primeiro um beijo suave em seus lábios, e foi aos poucos ajeitando-se até ficar sentada em seu colo. Os dois tinham as bochechas coradas, as lágrimas da menina escorriam de seu rosto e salgavam a boca do casal solitário. A lua brilhava intensamente no céu na medida que os dois se aproximavam como já desejavam a muito tempo.
Yoshiki deitou a garota no chão conforme subia sua camisola e encarava aqueles olhos entristecidos o encararem. Ele tentava confortá-la da melhor maneira, esperava dar-lhe uma noite para que ela jamais esquecesse que sempre teria alguém por perto para guiá-la. Ao retirar completamente sua camisola a menina corava como nunca, estava tão envergonhada que não sabia como esconder o rosto. O assassino abriu lentamente seu kimono revelando todas as cicatrizes e marcas de batalha expostas em seu corpo. Jade tinha algumas da mesma maneira, por isso não sentiu medo. Abraçou-o com mais força e puxou o rapaz para mais perto de si conforme segurava seus cabelos e inclinava seu corpo para sentir a pele do companheiro.
Jade tinha seios singelos de menina, e não sabia muito bem ao certo o que fazer com todos aqueles desejos que rodavam por sua mente. Ela soltou seus longos cabelos vermelhos que encontravam-se bagunçados e espalhados. Yoshiki apoiou o braço sobre sua cabeça e beijou-a na testa, conforme ia descendo podia ouvir a garota gemer em silêncio e de pouco a pouco suas lágrimas cessarem. Eles não se separaram nem por um minuto.
Nenhuma palavra saiu naquela noite, mas um demonstrava para o outro seu amor por gestos e atitudes de carinho. Eles esperaram e sabiam que nunca mais iam se separar.

• • •

A vida continuou seguindo da melhor maneira possível. A casa ainda trazia uma estranha sensação de solidão, e por isso aqueles dois a evitavam. Sempre saíam para os arredores do vilarejo à procura de oportunidades, na esperança de um dia ver Tashiki retornar e bagunçar seu quarto que ficara intacto desde então.
Certa manhã, quando Jade fazia sua trilha pelo pântano, ela pôde ver um garoto humano na companhia de uma menina à procura de guerreiros que pudessem recrutar para sua guilda, uma tal de Fire Tales. Ela voltou-se para trás e encarou seu amigo, chamando Yoshiki na sequência.
— Veja só, é um treinador — disse Jade.
— Sim, treinadores costumam recrutar Pokémons para sua guilda, e provavelmente foi um desses que levou a Tashiki para um novo caminho.
— Tive notícias de que ela está brilhando em sua guilda de Pokémons venenosos, e para melhorar é reconhecida como uma das melhores sendo reconhecida cada vez mais. Ouvi falar até que ela virou sub-administradora dessa guilda! Fico muito feliz por ela... Muito feliz, de verdade.
— A vida é feita de escolhas... — ponderou Yoshiki. — Creio que chega um tempo onde todos nós devemos deixar o conforto de nossas casas para aprender a correr riscos e tentar algo novo. Ela se esforçou e conseguiu o que desejava.
— Acha que a Tashiki ficaria chateada de deixássemos a casa dela vazia e abandonada? Pode ser que algum dia alguém a encontre, mas... Eu não quero mais morar lá.
            Yoshiki a olhou, e fez uma careta engraçada.
        — Eu já não aguentava mais aquela casa velha e fedida. Chega dessa vida. Quero experimentar algo novo. 
            — ...Eu também.
Os dois se entreolharam, e por um momento Yoshiki riu de sua maneira sarcástica enquanto Jade sorria daquela maneira tentadora que ele tanto amava. Eles estavam de acordo. O assassino ajeitou os facões em seu kimono enquanto a menina preparava-se para saltar daquela colina, esfolar-se no chão e socar aquele treinador humano até que ele decidisse levá-la consigo.
— Acha que encontraremos uma guilda que aceite a gente como somos? — sorriu a menina.
— Keh, heh, heh... Com toda certeza  assentiu o assassino.
— Nesse tempo aprendi que tudo que importa é estar junto com pessoas que se importam com a gente... Cada um tem sua maneira de demonstrar afeto, não é?
— Enquanto um estiver ao lado do outro não haverá problemas. — disse Yoshiki, colocando o braço em volta do ombro da menina e olhando uma última vez para o grande pântano atrás de si. — Vamos lá, Jade. Você amarra as pernas do garoto e eu o ameaço para que ele nos contrate para essa guilda, certo?
 Perfeito, bem à nossa maneira!!


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{ 6 comments... read them below or Comment }

  1. OMG!

    Já é o fim do especial do Yoshiki e da Jade? D:
    Poxa, mas tava tão bom! Armaria, Canas!

    Quem diria que teríamos esse desfecho? Cara, foi incrível e triste ao mesmo tempo! O Yoshiki com esse jeitão mal e "serial killer" conseguiu sobreviver com duas mulheres bagunceiras! É isso ai, garoto! Achei tão divertida a convivência entre eles, Canas! Sério, as personalidades se batiam tão bem que tornou tudo tão aconchegante! KKKKKKKK'
    É isso que mais me impressiona quando você escreve assim! Na boa, dá aquela vontade de ir até essa casinha e viver com os três!

    A coisa que mais me entristeceu foi a partida da Tashiki-san! Pô, ela era o alicerce da casa, tipo a mãezona de todos... Deixou um grande vazio! E cara, quando ela disse que ia para uma certa guilda eu já descobri vários pontos principais da fic, no quesito elite. Não vou dizer meu palpite de onde ela tá, porque as vezes alguém não sacou e estragaria a surpresa! Então, vamos deixar em... mistério -v-

    AH JESUS! O QUE FOI ISSO?! UMA CENA CALIENTE E KAWAII DE YOSHIDE? OBRIGADO ARCEUS, EU VIVI PARA PRESENCIAR ISSO! JÁ POSSO PARTIR EM PAZ! Não, pera... Ainda preciso ver a maior participação desses dois! Sério, eu adorei cara! Foi o meu support preferido, tá de parabéns japa! E se posso dizer, invista mais nessas cenas "ecchi-kawaii" entre eles, tá? KKKKKKK'

    É, agora é só esperar! Quero ver ainda a Tashiki, e essa dupla dinâmica em ação! Yoshiki atirando facões e Jade imobilizando geral, rás! Vou-me indo e quero mais eim? KKKKK'
    See ya Canitas \õ

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  2. Diga ae, Thiagão! Rapaz, eu sabia que tu ia curtir. A Jade é a sua menina né, ela tem que ter um jeitinho todo especial só dela. O ambiente criado nas descrições lembra uma área mais rural do Japão, muito pobre também. Eu costumo não ficar perdendo meu tempo com descrições de cenários mas há casos específicos onde precisamos mostrar cada coisinha para os leitores começarem a imaginar a cena. Olha aí, não precisamos de batalhas de ginásio e nem Pokémons lendários para fazer algo bacana. Eu cansei de tudo isso, e por isso agora volto para trabalhar apenas com aquilo que realmente gosto.

    Logo trarei o Gijinka da Tashiki, tu vai se amarrar nela, é uma Jade misturada com Wiki e Sophie um pouco mais malvada kkk Adoro cenas de romance man, e fazia um tempão que eu não trazia nada voltado para esse lado ecchi sem extravasar em algo obsceno. Percebi que gosto de projetos assim, nada muito pesado, mas que deixe a imaginação dos leitores viajar. Provavelmente irei continuar trabalhando nesse quesito e torná-lo mais frequente com outros personagens, então estou sempre de olho na hora certa. Pode deixar que darei o meu melhor! (:

    Ohh, acho que agora muitas coisas foram explicadas, não é mesmo? Como eu havia dito, esses dois Supports estavam escritos há muito tempo, mas eu queria aproveitar o embalo dos Remarkable Five e já mandar algumas coisas a irem sendo interligadas pelos leitores. Meu medo antes que esse episódio passasse despercebido, até porque muitos leitores acompanham apenas a história principal e mais nada, nesse caso eles acabam perdendo a melhor parte da fanfiction que são todos esses pequenos extras que vão enriquecendo o enredo cada vez mais! Thiagão, vou indo nessa cara. Fico feliz que tenha curtido o resultado, pois essa semana foi especialmente voltada para a galera que sempre esteve no aguardo de algo a mais entre a Jade e o Yoshiki. Agora deixando o passado de lado, vamos voltar para a realidade e ver os guerreiros poderosos que esses dois se tornaram! Nos vemos na postagem do capítulo! :D

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  3. A Tashiki é a sub-administradora da guilda do Atômico!!! Acertei? XD

    Amei o cap! Super fofo [Embora se a minha mãe me pegar lendo vai dar ruim...]

    A Jade fica mais fofa a cada cap! >.< Quero apertar e fazer-la ser minha melhor amiga -q.

    Obrigada pelo cap Canas!

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  4. Diga ae, Bruna! Ué, mas como é que a Tashiki pode ser sub-administradora da guilda se é o próprio Atomico é o sub-administrador? kkkk Fica a dúvida cruel martelando na cabeça de vocês, será que ela conseguiu chegar ao ponto de ser a guildmaster ou estamos falando de guildas completamente diferentes? huaeuhaehuea Zuera, estou só confundindo a cabeça de vocês. Mas nunca se sabe, né? kk Fico feliz que tenha curtido o capítulo Bruna, a Jade consegue ser fofinha do jeito dela e espero que depois de saber um pouco mais sobre a história desses dois o pessoal passe a olhá-los com outros olhos.

    Eu também estou aceitando uma Jade como amiga! Poxa, adoro a Wiki, mas não consigo resistir a esse jeitinho dela também kk Achei engraçado que você agradeça pelo episódio em cada comentário... Sei lá, acho que postando por tanto tempo cada semana e sem falta isso começou a virar meio que uma rotina para mim e para os leitores, aí nunca mais vi alguém agradecer dessa maneira. Mas na real, quem deve agradecer sou eu por poder contar com o apoio e a admiração de vocês. Vou ver se consigo trazer um capítulo hoje, logo mais nos vemos! Abraços ae, galera.

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  5. BLBLBLBLBLBLBLBLBLBLBLBLBLBBZBZBZBZBZBZBZRFFFFFFFFFF... GNAH >.<

    Caramba de agulha, Ominous! Para com isso! Para! PARA DE ME DEIXAR INDECISA SOBRE QUAL É O MEU CASAL PREDILETO! Kanas, puqe vuxe faiz içu, ? Armaria mainha da mizerycordya ;-; Agora eu vou rezar pra eles se casa... Namorarem. Porém, certa vez você disse para um Aventureiro em Sinnoh, que, na liga, uma derrota = a uma morte.

    Me lembro de sua frase até hoje: "Então, preparem-se para muitas despedidas." EU ACHO que foi isso. E aí, você mata ou a Jade ou Yoshiki! Seu... Maldito :( #boladassa

    Eu não comentei no primeiro, porque a minha maravilhosa mamai inventou um esquemazinha: Eu ajudo nas tarefas de casa, e a cada coisa que eu fizer, eu ganho meia hora. E quantas "meias-horas" eu acumular, ou seja, quantas HORAS eu acumular, eu mexo esse tempo no final de semana. Mas eu tenho que acumular as horas nos dias de semanas. Porém, a mamai saiu pra comprar minha revista, e sei lá mais o que, e minha avó me deixou mexer, porque eu ia limpar o quintal e ganhar TRÊS HORAS, mas o veio idiota da casa vizinha, tava colocando uma antena, e a vovózinha teve medo que ela caísse na minha cabeça e eu ficasse louca, a pancada tivesse afetado meu xerebru e eu sair matando pessoas por aí :D

    Tá, parei. Você deve ter odiado a minha expricraxaum. Enfim, vamos para o COMENT!

    EU ADOREI! Não foi muito com a cara da Tashiki. Eu também nunca gostei do Yoshiki e da Jade... Porém, parece que quando nos aprofundamos na história de alguém, nos admiramos com elas, e, assim, começamos a nos acostumar com elas.

    A culpa é xua, você disse que curtia quando a gente filosofa nos paranaue (PARANAUA, PARAPARANE PARAPARANUEE! Tá, agora parei!)! Agora, eu quero ver um desenho deles dois, e um gijinka da Tashiki e... Já notou que, quanto mais você escreve, mais a gente pede as coisas pra tu? Não fica reclamando naum, meu fio! De novo: A CULPA É XUA! Já ouvisse o ditado: Kem xai na xuva e pa xe moia?

    Nossa, hoje eu tô escrevendo tudo sertim. 'kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    SAYONARA, SEU ESCRIVINHADÔ DE COISAS LEVEMENTE ECCHIS E PERVERTIDAS!



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  6. Diga ae, senhorita Enderman. Bem, eu disse sim essa coisa de que na Liga quem perder está fora. Na verdade foi meio figurado, porque temos que pensar que quando chegarmos às últimas batlahas da fanfiction serão também os ÚLTIMOS CAPÍTULOS!! Ai obviamente quem perder não aparecer mais. É uma morte simbólica. E sim, quebraria casais, farei descrições tristes e todo mundo vai chorar! MUAEUHAEHUEA E eu também, porque aposto que serão os capítulos mais tristes de toda a minha vida, já estou tentando me preparar psicologicamente... kkkkkkk Ahhhh, mas sério, isso está tãoooooooo longe!! Vamos deixar isso de lado e nos prepararmos para quando a hora chegar, por que nesse meio tempo ainda teremos muito dos Fire Tales e da boa e velha diversão que eles nos trazem!!

    Ahh, sei como são essas coisas de ficar na net... Lembro ainda da época que eu só podia acessar nas terças, porque tínhamos que revezar entre os irmãos! Agora é que fica de boa, mas ainda assim só entro aqui quando termino meus afazeres. Hoje limpei o apartamento inteiro, comprei um galão, levei o lixo par afora, fui para a academia, e finalmente pude sentar para pensar no capítulo. Precisamos nos programar, sim, faz parte de nossa vida e rotina! Faz parte, faz parte...

    E não é que essa coisa faz sentido? Quanto mais eu posto, MAIS vocês querem!!! Eu comecei isso aqui com um capítulo por semana, hoje trago dois desenhos, supports, um especial, um capítulo, gijinkas, personagens, um sorvete de casquinha e um suquinho com guarda chuva!! Ohhh god, estou virando um escravo!! Mas eu gosto. ♥ kkkkkkkkkkkkkk Enfim, obrigado por comentar querida. Logo trago o desenho da Tashiki, e para sua surpresa eu também tenho uma imagem do Yoshiki e da Jade feita pela Nyx. Ficou muito foda, muito! Logo mais irei postar, mas antes, vamos ao capítulo. See ya!

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