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As Férias dos Fire Tales em Alola

A visão era de um verdadeiro paraíso. Quatro ilhas se projetavam em meio a um infindo manto azul, sem sinal de que haveria terra há algumas milhas de distância nos arredores. As praias mais lindas do mundo Pokémon, a fauna mais exótica, as comidas tropicais mais desejadas e apetitosas — Alola seria uma experiência inteiramente única para os membros da Fire Tales.
Dava para enxergar a região inteira lá de cima, Aerus havia trocado de lugar com Watt só para que pudesse ficar do lado da janela no avião. Para o Garchomp, enxergar o mundo dos céus ia além do que qualquer dragão do tipo terrestre poderia sonhar.
— Sinto como se eu tivesse frequentado esse lugar a vida inteira — disse Mikau no banco de trás, surpreso com a visão panorâmica oferecida pelo avião. — Eu estava mesmo começando a enjoar de toda a neve e o clima frio de Sinnoh, esse lugar é o mais próximo que tenho de minha terra natal.
— Quem precisa de Hoenn quando se tem Alola, cara? — Aerus falou só para causar. A revolta logo se espalhou na primeira classe do Skyla Airline 1705, afinal, grande parte da equipe nascera nas distantes terras da terceira geração, especialmente a família de Milady que, por sinal, financiara toda a viagem.
Milady levantou-se e esperou que seus colegas fizessem silêncio, mas se a Fire Tales fora capaz de tagarelar e rir mais alto que as turbinas pelas últimas vinte e quatro horas que se seguiram dentro do avião, não era uma simples Glaceon que conseguiria fazê-los parar.
— Senhor Atros, eu gostaria de não precisar elevar o tom de minha voz— ela disse com nariz empinado. Não precisaria repetir duas vezes. O enorme Aggron retirou o cinto de segurança e ficou de pé, praticamente batendo a cabeça no teto. Ele não precisou olhar para ninguém para que notassem sua feição zangada.
— Vossa alteza pede um minuto de sua atenção — ele enfim sentou-se e devolveu a palavra para Milady que agradeceu com um aceno gentil.
— Primeiramente, eu os parabenizo pelo incrível trabalho que viemos fazendo com a guilda nos últimos anos. Apesar de vocês não terem feito mais do que sua obrigação — disse a matriarca, o que causou grande comoção entre os demais membros. — Mas a questão é que agora vamos dar um tempo dos afazeres da Liga Pokémon e, simplesmente, aproveitar. Se olharem pela janela, poderão ter um vislumbre do Hano Grand Resort, o hotel cinco-estrelas mais requisitado e luxuoso de Alola.
— Você alugou um hotel inteiro para a gente? — perguntou Marco, encantado.
— Claro que não, aluguei para minha família. Vocês ficarão hospedados no albergue vizinho — respondeu Milady com uma risada maléfica. — Ah, acho que devo estar ficando velha e com o coração mole. Sim, o hotel inteiro é nosso.
Ouve muita gritaria na primeira classe. A Fire Tales mal podia esperar para aterrissar e aproveitar o melhor que Alola tinha a oferecer. General Castelo Branco era um dos que mais demonstrava ansiedade por chegar em terra firme.
— Querido, há tempos eu não o vejo assim — disse Glaciallis, retirando um lencinho branco para limpar uma gota de suor que escorria pela testa de seu amado. — Está tudo bem?
— É que eu não me dou muito bem com alturas[1] — respondeu o Dusknoir. — Eu enfrentaria a Elite dos 4 inteira novamente para não ter que passar por isso de novo. (Por vias de curiosidade, Humberto de Alencar Castelo Branco, o vigésimo sexto presidente do Brasil que emprestou o nome para o General de nossa história morreu em um acidente de avião. Explicado porque o General tem tanto medo de altura?)
[1] Humberto de Alencar Castelo Branco, o vigésimo sexto presidente do Brasil que emprestou o nome para o General de nossa história morreu em um acidente de avião. Isso explicaria porque o General tem tanto medo de altura, não?

A porta dos passageiros mal havia sido aberta quando o mormaço e o calor litorâneo os atingiu em cheio. Mikau já estava de chinelo e sem camisa, Milena desfilava como se tivesse nascido para o mar, e mesmo os Pokémons que não se davam tão bem com água decidiram que tentariam curtir. Não demorou para que o paparazzi os recebessem na entrada, os campeões de Sinnoh eram a verdadeira atração naquele fim de semana.
Marco apareceu somente de relance para depois esconder-se no interior do avião.
— Eu não vou sair assim — disse o pequeno Mothim.
— Qual o problema? — perguntou Mozilla. — Eu fiz questão de escolher o modelo que mais combinava com você, a sua sunga laranja vai ficar divina perto da minha vermelha. Juntos, nós brilhamos mais que um pôr-do-sol romântico!
— Desculpe, crianças, mas hoje ninguém brilha mais do que eu. Estou louca pra ficar morena e com marquinhas de biquíni — comentou Wiki, ajeitando o fio dental por baixo de sua tanga para ter certeza de que estaria impecável na hora certa. — Gente, precisamos logo buscar o Vista, o coitadinho já deve estar de saco cheio de ficar junto com as bagagens.
Ouviu-se uma explosão vinda da região traseira do avião, um enorme Metagross disparava mais rápido do que um foguete, assustando os fotógrafos e pousando exatamente em frente aos seus companheiros.
What is happening? Where are our enemies? — indagou Vista. — Vocês me disseram que estávamos indo enfrentar a Liga Pokémon e o Campeão de Alola, por que estão todos trajados de maneira tão informal? Se for mesmo uma nova armadura de batalha, não deve proteger muita coisa.
— Acho que Alola ainda nem tem uma Liga oficial — respondeu Marco, dando graças à Arceus de não precisar passar por toda aquela tensão novamente. Uma vez já fora o suficiente.
— Nós estamos saindo de férias, mecha-boy — disse Wiki. — Mas como você é exageradamente workaholic e não iria topar, inventamos uma história para que você participasse com a gente.
Vista desativou seus canhões muito contra sua vontade.
I knew it.
Quatro lindas Oricorios chegaram ao aeroporto com direito à dança e música. Elas rodearam os membros da Fire Tales e distribuíram colares de flores, desejando-lhes as boas vindas. Um velho Drampa — que aparentemente era o ancião da ilha — foi cumprimenta-los de braços abertos.
Aloha!
Karl o acertou no meio do nariz.
Aloha é a tua mãe!
— Filho, aloha é um cumprimento na língua deles — desculpou-se Sophie, ajudando desesperadoramente o ancião. Lyndis não conseguia parar de rir. — Está tudo bem?
— Perfeitamente bem, agora posso ver a força que os levou à vitória — disse o Drampa, recompondo-se no mesmo instante. — Sejam bem vindos à nossa região! Vocês fizeram uma viagem muito longa, peço que me acompanhem para que eu lhes mostre seus aposentos no Hotel Hano, na cidade Heahea, localizada na ilha Akala.
— Saúde — falou Jade.
— E depois dizem que o meu nome é esquisito — comentou Yoshiki, afiando um canivete. — Posso... matar todos?
— Pessoal, vamos nos comportar feito gente e pelo menos chegarmos ao hotel? Vocês parecem um bando de caipiras que nunca visitaram uma praia na vida — comentou Duke, que para a surpresa de todos, ainda existia. Muitos desconheciam (ou simplesmente esqueceram) sua história, mas Duke tivera uma vida simples em Sandgem Town muito antes de ser adotado pela família de Milady. Seu lado caiçara era muito predominante.
— Caraca, olha só o pinguim dando lição de moral em todo mundo! — falou Aerus. — Essas férias entrarão para a história.

i

Milady não poupara nos esforços para conseguir os melhores quartos para seus ilustres convidados. Após o trabalho duro que a Fire Tales vinha fazendo nos últimos anos, o mínimo que ela poderia contribuir era financiando seus projetos e viagens. Sinnoh passava por dias vindouros sob a supervisão de Ereon e Renée Whitecloud, os pais adotivos de Watt e Aerus que assumiram o posto do comando e demonstravam verdadeira experiência em administrar uma região inteira. Apesar de ter se livrado das obrigações, Aerus ainda era uma presença requisitada em muitas reuniões e negócios. Ele só apareceria para dar “oi” e logo desaparecia.
— Graças à Arceus não vou precisar assinar nenhuma papelada por alguns dias. Sorte que o Ereon é bom em resolver essas coisas, porque essa parte da liderança é um saco — falou Aerus, esparramando-se na cama. — Pra mim, liderar de verdade é descer a porrada nos outros, não ficar trocando ideia numa sala fechada enquanto bebo café amargo.
— Interessante. Gostaria de assinar esse papel então, senhor? — perguntou Mikau num tom de risada.
— Vá se ferrar.
— Estou brincando. Esse papel é um convite exclusivo de participação da Battle Tree que recebi antes de embarcarmos para cá, você deve ter recebido também. Funciona como a Battle Tower de Sinnoh e Hoenn, então já estamos bem acostumados com sua mecânica. Nossas viagens pelo mundo estão rendendo uma boa experiência — afirmou Mikau enquanto ajeitava seu cabelo no banheiro. — Ouvi falar que alguns velhos conhecidos nossos também vieram participar... sentiu saudades dos Remarkable Five?
— Eles são gente boa quando não precisamos nos matar. O Seth saiu às pressas assim que pisamos em Alola, ele ouviu que dois dos maiores guerreiros de Kanto estão participando dessa tal de Árvore e acredita ser uma boa oportunidade para saber mais de seu passado. Afinal, ele foi criado baseado num dos dragões mais poderosos daquela região.
— Recebi um desafio da Bonna Party. Ela insiste em recuperar o posto de melhor atirador do mundo, o que será bem difícil — Mikau gabava-se de seus méritos, apesar de Aerus nem ouvi-lo mais. — Mas a questão é que eu já tenho um programa com a Milena. Sabe como é, chega uma hora que precisamos criar responsabilidade e nos estabilizar, nós não somos mais crianças, tanto que a Milena tem me aparecido com a ideia louca de ter filhos, e... você está me ouvindo?
Aerus estava inerte, havia parado de desarrumar sua mala para perder-se no infinito azul que dava para a janela do quarto. Uma brisa leve entrou, seus pensamentos estavam todos direcionados para uma pessoa.
— Não consegue parar de pensar na sua mulher, não é? — Mikau perguntou com um longo suspiro enquanto ajeitava seu brinco direito. — Eu ia convidá-lo para participar da Árvore de Batalha e ser minha dupla no domingo, mas pelo visto você arranjou um compromisso. Vou chamar o Vista, ele nunca perde a oportunidade de bater nos outros.
— Foi mal furar com nosso programa de fim de semana cara, sei que sempre tiro um tempo para uma boa batalha, mas é que... é a Titânia!
— Se ficar de saco cheio de namorar, me dá um toque para nos divertirmos de forma decente — disse Mikau com uma risada, dando um soco de leve no ombro de seu amigo antes de deixar o quarto. — Corre logo para não deixar sua garota esperando.
A Fire Tales alugou o décimo sétimo andar inteiro do resort, era como se revivessem os tempos no maravilhoso Hotel Deluxe Heart, em Hearthome, uma de suas estadias mais marcantes na vida. O quarto 25, que servia como o maior de todos, trazia seis suítes com direito a café da manhã, almoço e janta na cama, frigobar com treze tipos de bebidas diferentes e uma sala com televisão de sessenta polegadas.
Se a ideia era fazer com que cada membro ficasse em quartos separados, então eles falharam miseravelmente.
— Gente, eu vou reunir todos os colchões e travesseiros desse quarto, jogá-los num monte e pular em cima deles — falou Eva. — Não quero nem ouvir essa história de que homem e mulher devem dormir em quartos separados, essas são as nossas férias e todo mundo tem que ficar junto!
— Yeeeeha! Ô, trem bão! Parece que essa cama é feita de água, sô! — berrou Tom Sawyer, pulando só de meias no colchão flácido.
— Mal posso esperar para quando anoitecer e podermos dormir todos juntinhos — disse Wiki, cheia de segundas intenções.
Não demorou para que Aerus entrasse no quarto à procura de Watt.
— Bom dia, chefe. Vai pegar um bronzeado? — perguntou Mozilla, vestindo a camisa.
— Mais tarde encontro vocês, mas agora tenho compromisso! Alguém viu o Bola de Pêlos?
— Oh, eu o convidei para ir a um restaurante e comer malasada — falou General, em uma rara ocasião que era possível vê-lo sem sua farda, vestindo uma camisa branca com estampa florida. — Ideia da Glaciallis. Eu não sei o que é malasada, mas parece bom.
— Ah, então ele vai estar com vocês?
— Sim, o jovem Watt me contou sobre seu encontro com a senhorita Titânia e preferiu não atrapalhar. Sei que vocês estão sempre juntos, ele é seu braço direito, mas fez questão de que hoje vocês tenham uma tarde especial, contanto que os outros dias da semana sejam dele.
— Todo dia é dia de Watt — disse Aerus com uma risada, acenando antes de ir embora. — Depois guarda uma malasada para mim, hein?
Aerus desceu as escadas às pressas. Ver todos seus amigos caminhando por aí livremente lhe trazia uma sensação boa. Duke estava com a mochila pronta para ir pescar, por um milagre divino, convencera Milady a acompanha-lo, contanto que os peixes nojentos não encostassem em sua pele. Lyndis já garantira ingressos para todos no luau que seria feito na praia oeste às oito da noite, Karl alugara pranchas de surfe, havia tanto a se fazer que sua agenda estava lotada. Aerus precisaria separar-se em cinco para dar conta de tudo.
Enquanto descia a escadaria do salão principal, pôde vê-la de longe na recepção. Vestido branco e corpo escultural, cabelos negros amarrados em uma longa trança, o semblante sempre atento e observador, como se estivesse no meio do campo de batalha. Ela era inconfundível.
Aerus aproximou-se bem devagar e cobriu seus olhos por trás, sussurrando de forma galanteadora:
— Adivinha quem é?
A mulher segurou as duas mãos do rapaz, puxou-o para frente com impulso e o arremessou do outro lado do balcão, imobilizando seu braço antes que tivesse reação.
— Eu sabia que era você
— Caramba, Tih! Por que você sempre faz isso?!
— Ninguém mandou ficar com essas brincadeiras bobas. Sabe que não gosto que tampem meus olhos — disse Titânia, dando-lhe um beijo suave no rosto logo em seguida. — Porque quando você faz isso, não consigo enxergar todo o seu brilho.
Aerus percebeu que estava mais corado do que gostaria. O dia na praia seria incrível ao lado dela.

ii

Pela primeira vez na vida, Aerus percebeu que realmente precisava de seus óculos escuros. O sol brilhava com louvor, muitas pessoas que passavam ao seu lado na calçada o reconheciam da televisão. A Fire Tales deixara de ser apenas uma guilda predominante de Sinnoh para tornar-se uma verdadeira celebridade no mundo inteiro.
Titânia tomava um sorvete de baunilha com leite condensado. Seu parceiro caminhava a passos lentos, não queria apressá-la, mas também não poderia ficar olhando para ela descaradamente. O vestido branco era quase transparente, dava para enxergar os contornos de seu maiô, e nada tirava a imagem de seu belo corpo de sua mente. O som das ondas na costa eram como uma melodia suave para sua caminhada matinal.
— No que está pensando? — perguntou Titânia, lambendo a ponta do polegar após terminar o sorvete.
— Em você. Em nós dois — respondeu Aerus meio sem graça. Ele nem deveria estar falando isso em voz alta, parecia um meninão apaixonado.
— Que papo de casalzinho apaixonado — ela soltou uma risada gostosa, cheia de segundas intenções. — Acho que já passamos dessa fase. Nosso tempo juntos tem sido muito bom, não?
— Se eu disser que não, você acabaria comigo — Aerus caiu na risada. — E como poderia ser ruim? Estou junto com a mulher da minha vida!
Ele a amava demais.
A serpente subitamente parou e encarou o oceano.
— Eu preciso te contar uma coisa, Aerus...
— Meu Arceus, eu fiz algo de errado? Dei alguma resposta idiota agora? Eu não deveria ter ficado falando merda, me desculpa, me perdoa!
— C-calma, é só... é uma surpresa boa! Mas só vou te contar no fim do dia, se você se comportar.
— O quê? Agora eu preciso me comportar pra merecer recompensa? Você está ficando muito mal acostumada, Tih.
— Claro. É um trabalho mútuo — Titânia riu. — Você tem que fazer por merecer.
— Vou mesmo ficar curioso até o fim do dia?
— Eu vou leva-lo para fazer tantas coisas que você nem terá tempo para pensar — disse a Steelix, abrindo o mapa que pegará na recepção do hotel. — Eu estava pensando em almoçar num restaurante à beira mar, eles servem algumas porções de camarão picantes que devem ser uma delícia.

Numa lanchonete perto dali, General, Glaciallis e Watt compravam malasadas para provar uma das iguarias mais famosas de Alola. O esquilo adorava doces, mesmo o Dusknoir que preferia comidas exóticas e bem temperadas, aquele estranho pão coberto de açúcar e creme era um deleite para seu paladar. Na mesa ao lado, Chaud trouxera Eva e Tom Sawyer para experimentarem também.
— É tão gostoso — falou Glaciallis. — Será que vou parecer muito esfomeada se eu pedir mais um?
— Oxi, esse aqui é o meu quinto — disse Tommy. — Quem é que tá pagando mesmo?
— A mamis, então pode comer quantos quiserem — respondeu Eva.
Enquanto comiam, Aerus e Titânia passaram pela janela de passagem, aparentemente estavam indo almoçar no restaurante ao lado. Watt acenou para eles quando General decidiu perguntar:
— Por que não se junta a eles, jovem Fuarrint?
— A Tih precisa ter uma conversa com meu irmão... só que é coisa séria — falou Watt. — Ela pediu alguns conselhos para mim, fiz o possível para deixa-los um tempo a sós hoje, só que ela pediu para manter segredo.
General meneou a cabeça, compreensivo. Ele era discreto e não se intrometeria na vida do casal, mas esperava que tudo terminasse bem.
— M-mas não se preocupem, eles não vão terminar o namoro nem nada! Depois de tudo que passamos, seria muita sacanagem o casal favorito da Fire Tales acabar! Eu tenho certeza que os dois vão dar um jeito.
— Os dois são adultos hoje, não se comparam em nada com o pequeno Gible e a Onix orgulhosa que conhecemos há tanto tempo. Eles vão dar um jeito — respondeu Chaud.
Enquanto falava, Eva balançava uma malasada na frente de seu rosto.
— Ei, ei, ei! Tem certeza que não quer? Eu adoro quando você tira a máscara, Chaud, você consegue ser sexy até quando está de boca cheia.
— Devo concordar que o sabor é espetacular, meu amigo — frisou General.
Chaud respirou fundo, não poderia lutar contra sua vontade de provar aquela iguaria. Ele retirou sua máscara de forma discreta e abocanhou um pedaço.
— Bom — foram suas palavras.
— Bom?! Isso aqui tá uma delícia, sô! Nunca vi nada parecido lá na terrinha! Vou ter que pedir pra dona Sophie aprender a preparar uns pratos do tipo — disse Tom. — Nossos amigos devem estar surfando a uma hora dessas, depois que fizer a digestão, vamos nos juntar a eles?

Lyndis e Karl já aproveitavam o dia de sol. Al Capone encomendara uma barraca de cinco metros quadrados para proporcionar-lhes sombra, contratara dois empregados para servir-lhes água fresca e petisco enquanto degustava um bom vinho acompanhado de lula à dorê e camarões.
— Salute — disse o corvo ao brindar com Sophie.
— Querido, você pode passar um pouco de protetor nos meus ombros? Vou tirar a parte de cima porque não quero ficar com marquinhas.
Mamma mia — Al Capone deu um sorriso travesso. — Que bom que as crianças estão brincando lá longe.
Seus filhotes aproveitavam as ondas mais iradas no mar. Pokémons aquáticos do mundo inteiro iam para Alola para treinarem suas habilidades e participar dos campeonatos em Dewford, mas ocasionalmente criaturas de tipos inusitados também tentavam se divertir. Lyndis podia ser um Infernape, mas não perderia aquela oportunidade por nada. Ela levava muito mais jeito do que Karl para ficar em cima de uma prancha.
— Você é mesmo um mané em qualquer esporte radical, hein! — disse-lhe Lyndis.
— Na verdade você que é boa em tudo, eu sou só um cara normal — respondeu Karl.
Enquanto esperavam pela próxima onda, Lyndis percebeu que Beliel estava sozinho, sentado próxima à areia na área mais afastada do mar. Não sabia exatamente qual dos dois tivera aquela ideia, mas eles se aproximaram sorrateiros do Houndoom com o intuito de jogar-lhe um balde cheio d’água. Beliel pressentiu o plano antes mesmo que eles saíssem do mar.
— Eu espero que não estejam planejando nada agravante — disse o cão cego.
— Qual é, não se pode vir para a praia sem tomar um bom banho! — disse Lyndis.
— Posso tomar um banho de sol aqui, sentado.
— Pena que você não pode ver a Lyndis. Ela fica bonitona quando está morena — respondeu Karl, levando um tapa na cabeça. — Ai, poxa! Doeu.
— Sem piadas de mau gosto para cima do Belielzinho.
— Mas eu não... tá, foi mal.
Lyndis sentou-se na frente de pernas abertas e começou a mexer na areia.
— O que você está fazendo? — perguntou Beliel.
— Um castelinho. Já que você não vai se divertir com a gente, nós viemos nos divertir com você.
Lyndis segurou nas mãos de Beliel e começou a moldar a areia. Ele ficou quieto a princípio, mas dava para sentir o sorriso quente da garota. Karl também se sentou e começou a ajuda-los na construção da fortaleza, a ideia era recriar a Fire Tales inteira em versão costeira, com direito a uma lagoa de água e enfeites de concha.
— Ei, Jade, pode buscar mais algumas conchas pra gente? — perguntou Lyndis.
— Deixa comigo! — respondeu a garota, correndo descalça até a beira da praia onde seu companheiro Toxicroak estava.
Yoshiki retirara seu kimono para não molhá-lo. Ele caminhava descalço, dava para enxergar as cicatrizes que Jade tanto adorava em seu corpo. Quando ela o alcançou, seu pé acabou ficando preso em um buraco e ela quase caiu no chão, se não fosse por alguém segurá-la.
— Vai se machucar desse jeito — disse Yoshiki.
— D-desculpa, acho que cortei o pé em um pedaço de concha quebrada... — comentou Jade, sentando-se na areia molhada. Ela sentia uma pintada de dor agora que a água salgada limpava sua ferida, mas não passava de um corte superficial na sola do pé. — Poxa, essa concha ia ficar tão bonita no castelinho de areia dos nossos amigos...
— Venha — Yoshiki aproximou-se dela e a segurou no colo. — Chega de brincadeiras por hoje.
— O que vai fazer comigo?
— Vou arrancar seu pé antes que comece a apodrecer e necrose.
Ela o abraçou e sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
— Eu adoro quando você me assusta.
O castelinho de areia ficou sem conchas para decorá-lo, mas o trabalho foi interrompido assim que Lyndis teve a brilhante ideia de enterrar Karl na areia até que só sobrasse sua cabeça.
— O que acha de fazermos um corpo de sereia nele? — perguntou Beliel.
— Essa é a fusão mais bizarra que eu já vi — respondeu Lyndis com uma risada.
— Caramba, saca só a Wiki! — disse a cabeça de Karl, que agora estava enterrado na areia e incapaz de se mexer. — Olha só aquele biquíni, é do jeito que eu gosto.
Karl levou outro tapa de Lyndis, mas dessa vez não entendeu o motivo.
— Não fale de “olhar outras garotas” perto do Beliel!
— Eu não preciso olhar para outras garotas — respondeu o Houndoom, desviando os olhos cobertos pelo manto. — Se eu tivesse olhos, seria só para uma.

Wiki retirara sua tanga como se se despisse em uma noite de núpcias. Homens e mulheres caíram aos seus pés, se eles não fechassem a boca logo o oceano aumentaria de nível de tanta saliva.
— Olhar não tira pedaço, rapazes, mas eu já tenho dono, que por sinal são três — disse Wiki. — Não é fácil me satisfazer.
— Garota, você está divina, uma deusa — falou Mozilla, movendo as mãos como se tirasse uma foto imaginária de sua companheira. — Marco, venha logo aqui, por que está com vergonha de andar com a gente?
— É que vocês chamam tanta atenção que chega a ser exagero! — disse o garoto enciumado. — Custava vocês serem um pouco mais discretos?
— Oh, ele está com ciuminho! — falou Wiki. — Acho que ele nos quer só para ele.
— Talvez seja melhor tirarmos tudo — respondeu Mozilla, levando a mão até sua sunga. — Pode ser... agora?
— Claro que não! Vocês estão tentando transformar essa praia em uma versão para nudismo?!
Wiki e Mozilla adoraram a ideia, mas não tiveram a oportunidade de coloca-la em prática.

E por sinal, alguém que chamava mais atenção do que devia era Milena. Ela era uma beldade e estava em seu habitat natural, uma Milotic naturalmente nasce para dominar as águas e ser o Pokémon mais belo de todos. Mikau não estava gostando nada da atenção descarada que alguns sujeitos davam para sua parceira.
— Por que não vai surfar com seus amigos? — perguntou Milena.
— Não quero deixa-la sozinha.
— Mikau... Acha que eu vou sair correndo? Você sabe que sou apenas sua.
— É impossível esconder seu brilho. Juntos, somos mais vistos do que estrelas.
— Convencido — disse a mulher com uma risadinha. — Para onde pretende me levar essa noite?
— Eu estava pensando em ficarmos no quarto, só nós dois. Podemos pedir um bom vinho, ligar a banheira e enchê-la de espuma enquanto ouvimos uma canção tropical direto de nossa sacada.
— Eu acho um plano esplêndido.
Quando Mikau e Milena estavam para selar um beijo discreto, eles puderam ouvir um assovio de longe vindo de um Crabrawler troncudo e seus amigos Krabbys. Ele só não sabia a enrascada que estava se metendo. Mikau apontou a mão para ele como se fosse uma arma e disparou, mas nenhum poder saiu. Só para provocar.
— Você está conseguindo se controlar mais, estou orgulhosa — disse Milena. — De noite, vou recompensá-lo com a melhor das surpresas de todas, está bem?
— Vou aguardar... ansiosamente.
Mikau contou as horas para o dia terminar. De volta ao hotel, ele desceu rumo à recepção para garantir duas taças e o melhor vinho que tivessem. Nunca fora um apreciador de bebidas do tipo, mas aprendera a degustar com Al Capone e Milena se encantava com o sabor adocicado. Quando subia as escadas, viu que Aerus e Titânia também voltavam de sua tarde.
— Opa, a noite vai ser boa — disse o Garchomp para o Kingdra.
— É que eu fui um bom garoto — respondeu Mikau com uma risada.
— Viu, Aerus? Já que você se comportou direitinho também vai ganhar uma recompensa! — continuou Titânia.
— Mas e a Árvore de Batalha?
— Eu já alcancei o Nível 100 em batalhas, caro amigo — respondeu Mikau —, agora existem outras áreas que requerem minha atenção.
Assim que Mikau entrou no quarto, não havia sinal de Milena. Ele procurou por ela na varanda e só parou quando sentiu seus pés molhados, o carpete estava ensopado. Podia ouvir o som de cascata vindo do banheiro, a porta levemente entreaberta. Um sorriso malicioso formou-se em seu rosto, ele encheu as duas taças de vinho e, assim que empurrou a porta com um dos pés, foi surpreendido por um pinguim que corria pelado pelo corredor.
— Duke, volta aqui, eu prometo que não brinco mais com isso! — gritou Eva, mergulhada na banheira cheia de espuma.
— Ô, lasquera. Tu pegou pesado, Evinha... — disse Tom Sawyer ao seu lado.
— Eu não faço ideia porque estou aqui — disse Chaud de braços cruzados ao seu lado, vestindo apenas uma toalha.
Mikau quase derrubou as taças quando foi recebido por General e Glaciallis, trajados em suas vestes de banho e aparentemente prontos para entrarem na banheira também. Glaciallis usava um roupão branco e estava com o cabelo solto, ela cortara na altura dos ombros só para aproveitar as férias de verão.
— Oh, veio participar de nossa festa, Mikau? — perguntou Castelo.
— Que. Porra. É. Essa. — O atirador não estava nada contente. — Cadê a Milena?
A Milotic estava também vestia um roupão, mas estava do lado de fora do banheiro na companhia de Wiki, Mozilla e Marco que agora se uniriam à festa. Praticamente a guilda inteira estava lá.
— Oi, Mimi — disse Milena.
— Mimi? Você me fez me sentir um Horsea de novo — disse Mikau com um sorriso.
— Não fique bravo, meu fofo. Quando eu estava enchendo a banheira de espuma, as crianças me olharam com um olhar tão maravilhado que e eu fiquei sem reação! Tive que deixa-las entrar — Milena começou a massageá-lo pelas costas. — Não esquenta, nos divertimos outra hora. A surpresa foi boa, não acha?
— Vocês transformaram o banheiro do hotel em uma piscina pública. O Aerus sabe disso?
— Não se preocupe, ninguém está estragando nada. Nós não somos um bando de desorganizados sem educação que saem quebrando paredes, e...
Nesse momento, uma das paredes explodiu e Vista apareceu no banheiro trajado em sua armadura de combate, lançando destroços e poeira para todo lado enquanto Eva, Tommy e Duke corriam desesperados.
— Mikau! Where are you, you little bastard?! Eu fiquei esperando a tarde toda naquela Árvore de merda, minhas juntas devem ter enferrujado!
Vista olhou atentamente a cena e calou-se por completo.
I can’t believe that. Não fui convidado para a festa? Eu... eu... eu pensei que vocês me amavam. Temo em dizer que agora serei obrigado a... DESTROY EVERYTHING.
Vista ativou dois de seus canhões. Wiki e Mozilla preparavam-se para contê-lo, mas seria difícil visto que não vestiam roupa alguma. General e Glaciallis riam de seus amigos, Sophie comprara vinte pistolas d’água na lojinha do hotel e agora eles iniciavam a ideia de um combate em grupos onde deveriam eliminar seus inimigos atirando água neles. Valendo o prédio inteiro.
Mikau recuou lentamente, fechou a porta do banheiro e saiu de fininho. Torcia para que Duke ainda quisesse pescar.

iii

Aerus tomara uma ducha rápida para tirar o sal do corpo após o passeio. Quando voltou para o quarto, encontrou-se com Titânia sentada na varanda do quarto, encarando o horizonte distante. Ele sentou-se ao seu lado e Tih automaticamente esticou as pernas sobre o colo dele.
— Eu adoro quando você faz isso — disse a serpente, soltando um gemido de prazer. Por mais rígida que fosse, ela jamais resistia a uma massagem nos pés.
— O que vamos fazer hoje à noite? — perguntou Aerus.
— Depende. O que você quer fazer? — ela repetiu a pergunta, cheia de segundas intenções.
— Tô doido pra brincar de pistola d'água com os outros membros da guilda!
— Heh, heh. Te conheço bem até demais, Aerus Draconeon.
Aerus esperava que ela também se juntasse à batalha, mas sentiu-a segurar sua mão.
— Fique só mais um pouco. Eu... preciso te contar uma coisa. Aquela coisa.
— Ah — Aerus voltou, agachou-se em sua frente e apoiou a cabeça num dos joelhos dela. — Pode falar.
Era a primeira vez que ele via Titânia evitar olhá-lo de frente. O que estava acontecendo? Era sempre ela quem segurava seu rosto, arrancava seus óculos e o encarava como uma serpente hipnotizante prestes a engoli-lo. A mulher mordia os lábios com claros sinais de nervosismo, com uma das mãos ela segurava a barra do vestido por estar suando e a outra ela usava para ajeitar o cabelo que lhe caía pelo rosto.
— Eu... eu... é complicado.
— Pode falar.
— É super complicado. Tipo, muito mesmo.
Aerus segurou a mão dela com o intuito de passar-lhe segurança.
— Vamos lá, existe algo nesse mundo que a poderosa Titânia não possa enfrentar?
Ela soltou um longo e carregado suspiro.
— Eu estou grávida.
Aerus parou de falar. Nessas horas ela odiava seus óculos escuros, porque não conseguia compreender o que passava pela sua cabeça. O dragão levantou-se e andou três vezes em volta da varanda, de lá para cá.
— Você está zangado? — perguntou Titânia, claramente aflita. — Eu sei que é muito súbito e não foi nada planejado, mas...
— Essa era a surpresa? Era isso que você ia me contar hoje de manhã?
A mulher encolheu os ombros e fez que sim com a cabeça. Aerus não parava de andar de um lado para o outro. Ele apontou para sua companheira, mas não disse nada, deixando-a no quarto sozinha.
Titânia não sabia se aquele fora um sinal de fúria ou desespero, seu coração batia depressa e quase saltou para fora no instante em que pôde ouvir a voz de seu amado:
— EU VOU SER PAPAI, CARALHOOOOOOOOOOOO!
Em questão de instantes, todas as mulheres da guilda entraram no quarto para desejar-lhes as devidas felicitações. Seus amigos vestiam apenas roupas de banho e estavam encharcados de água, mas tiveram que parar tudo que estavam fazendo para comemorar a notícia. Aerus estava na entrada recebendo apertos de mão e tapinhas no ombro de seus amigos, Al Capone e General o recebiam de braços abertos para o lado dos “casados, mas solteiros”.
Aos pés de Titânia, Wiki se debruçava em lágrimas:
— Eu não acreditooooo!! A primeira mamãe decente dessa guilda, nós ainda temos salvação!
— Quando vai ser o chá de bebê? Já comprou fraldas? — Sophie a enchia de perguntas precoces.
— Devo admitir que você está se saindo muito bem, parece que nem ganhou peso! — continuou Milena. — E eu achando que eu seria a primeira mamãe da guilda, vou ter que pedir para o Mikau se apressar logo!
— É menino ou menina, tia? — Eva repetia a pergunta incessantemente.
Titânia não sabia como corresponder a tanta atenção, mas sabia como responder ao menos uma daquelas perguntas:
— Eu tenho a impressão de que vai ser uma garota...
— Por que eu tenho a impressão de que eu já sabia dessa notícia? — perguntou Vista.
— AAAAAAAAAAH, MEU DEEEEUS, QUE COISA FOFA! Eu vivi para esse momento — berrou Lyndis.
— Acho ela já vai nascer com uma armadura — continuou Yoshiki.
— Só espero que puxe a mãe, porque ninguém merece outro mini Aerus correndo pela guilda — disse Mikau.
— E-eu posso ser madrinha? — perguntou Glaciallis.
Pelo visto, aquele seria o assunto até o fim das férias dos Fire Tales.
— E eu, galera? — perguntou o Garchomp. — Cadê os parabéns pro paizão aqui?
Todos olharam com cara feia para Aerus.
— O que importa é a mãe, o pai não faz nada — respondeu Wiki.
— Hah, hah. Podem me zoar a vontade, hoje nada vai me tirar do sério.
— Estou tão aliviada... eu não sabia o que você iria sentir — falou Titânia. — Foi tão inesperado, você tem tantas obrigações com a guilda e a última coisa que eu gostaria era atrapalhá-lo, você está no seu auge! Eu já estava me preparando para cuidar dessa criança sozinha, sei que na maior parte do tempo estou carregando uma espada e destruindo os inimigos, mas estou pronta para assumir a missão de ser mãe pela primeira vez.
Aerus aproximou-se de sua mulher e ajoelhou-se em sua frente.
— E você achou mesmo que eu deixaria a mulher da minha vida aceitar essa missão sem mim? Posso parecer o mesmo garotão do dia que nos conhecemos, mas aprendi com a maior guerreira do mundo que devo ser forte para enfrentar os desafios que a vida colocar. E não há nenhuma batalha que a Fire Tales não possa enfrentar.
— Eu vou ser tio... Mal posso esperar para ensinar tudo para ela — sussurrou Watt, que sabia da noticia desde o começo e confiava que seu irmão a receberia da melhor maneira possível. — Estou orgulhoso de você, irmãozão.
Titânia estava corada como uma garotinha que se encontra com seu par perfeito nos tempos da escola. Aerus aproximou-se da barriga da mulher e encostou sua bochecha nela, como se fosse capaz de ouvir e sentir o pequeno ser que já habitava ali.
— Vou ser papai... — ele sussurrou bem baixinho. — Nunca fui de planejar os próximos passos de minha vida, mas, com certeza, esse foi o melhor deles. Quero compartilhar cada momento ao lado de você. Quando julgar que estiver pronta para vir a esse mundo, estaremos esperando por você, Platina.

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Aos leitores que acompanharam minha jornada como autor do Aventuras em Sinnoh, venho trazer a notícia de que finalmente tenho uma obra publicada com meu nome! Trata-se de uma antologia (ainda não é um livro só meu - rs), mas é um importante passo para minha jornada como autor.

O livro foi lançado no dia 8 de agosto na Livraria da Vila, em São Paulo, e mais tarde durante a Bienal do Rio de Janeiro de 2017. São 33 contos de diferentes autores nacionais, incluindo convidados como Marcelo Siqueira, Renata Ventura, Renan Carvalho e Daniel Jahchan. Há um total de 352 páginas e todos as histórias interligam-se entre si de maneira que a leitura se torne uma verdadeira viagem por esse universo fantástico dominado por animais antropomórficos.

Adquirindo o livro comigo ele sai pelo mesmo valor que a editora, 35 reais. O frete é fixo em 10 reais para todo Brasil Mas é melhor correr, porque terei apenas 20 exemplares em mãos! Se tiver interesse, basta entrar em contato comigo por e-mail ou pelo facebook.

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