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Capítulo 5

Enquanto Luke e Lukas haviam iniciado suas jornadas com um início bem conturbado, digamos que de passagem; Dawn continuava no laboratório do Professor Rowan em Sandgem. Seu dever era fazer algumas anotações sobre o Lake Verity, mas a garota já largara o lápis, e há alguns minutos apenas se concentrava em observar a forte neve que caía, batendo fracamente na janela a sua frente. Algumas vezes o vento passava por entre pequenas aberturas, rangendo sons como sussurros na escuridão da noite que já chegara. Até mesmo a grandiosa lua decidiu não aparecer naquela noite, escondida por trás das misteriosas nuvens que hoje cobriam o céu daquela região. Dawn encostou sua cansada cabeça na janela e suspirou um tanto quanto preocupada.
— Algum problema, Dawn? — perguntou o professor observando a expressão da menina, enquanto já preparava as últimas coisas para fechar o local. A garota virou-se para o professor e percebeu o semblante preocupado que também estampava seu rosto, hesitando em pronunciar-se:
— Não, Professor, eu estou bem. E o senhor? Me parece preocupado...
— Na verdade, estou mesmo.
O professor aproximou-se de Dawn e sentou-se na cadeira em sua frente. O laboratório estava vazio, afinal, já era noite. Somente a menina, que era considerada a melhor assistente do professor, permanecia por várias e várias horas, não o suficiente para atrapalhar seus estudos e não por obrigação, mas sim por sempre interessar-se em aprender cada vez mais.
— O que o preocupa, Professor? — perguntou a menina de cabelos negros.
— Estava me perguntando o porquê daquela dupla ter roubado as pokéagendas, e o porquê de minutos depois terem deixado-as para trás.
— O Team Galactic? — perguntou a moça, vendo o velho senhor acenar com a cabeça positivamente — E então, o que descobriu?
— Lembra-se da pesquisa que concluí há um mês?
— Sim, a pesquisa sobre os três pokémons lendários dos lagos de Sinnoh. Recordo-me perfeitamente.
— Todos os dados que recolhi sobre esses pokémons em meus estudos, eu os adicionei na nova versão da pokéagenda...
Dawn levantou-se bruscamente da mesa, com uma face de preocupação extrema.
— Cheguei à conclusão que esse foi o motivo do furto, e mais, eles não precisariam de todas as pokéagendas para conseguirem os dados, uma só já seria o suficiente.
— E o senhor contou o número de pokéagendas da caixa?
— Sim, e eles levaram apenas uma pokéagenda como previsto. — respondeu o professor.
— Droga! — suspirou Dawn, batendo a mão sobre a mesa.
— Não se preocupe, a Polícia Internacional já está investigando o caso, e tomará as devidas precauções...
— Mesmo assim, o que esses caras estão planejando fazer?! — perguntou Dawn ainda preocupada.
— Isso é um mistério até mesmo para o “Observador”... — respondeu Rowan.
— “Observador”? Quem seria? Uma pessoa?
— Sim, sim, mas não tenho muitos detalhes sobre ele. A única coisa que sei é que ele trabalha para P.I. (Polícia Internacional) e que está investigando o caso. — explicou o professor.
— Se tem alguém tão qualificado no caso, fico mais tranquila. — respondeu Dawn aliviada, sentado-se novamente.
O professor voltou aos seus afazeres, mas Dawn permanecia a observar a tempestade de neve que teimava em não cessar.
Será que eles estão bem? — pensava ela aflita, enquanto sua respiração embaçava a janela.
Por algum motivo, Dawn havia criado um laço com aquela família, mesmo que por um curto período juntos, ela se preocupava com Lukas e Luke como se já fossem melhores amigos. O professor percebeu a aflição da garota e voltou a aproximar-se, dessa vez ele a olhava com seus olhos penetrantes e cansados, olhos de alguém que já vira muito e sabia muito mais do que se imagina. Ele estampou um breve sorriso que fizera Dawn ficar confusa.
— Algum problema, Professor?
— Ás vezes acho que você deveria expandir seus conhecimentos mocinha...
— Huh? O que o senhor está querendo dizer? — perguntou confusa.
— Vejo em seus olhos que você deseja sair em meio a essa tempestade e fazer sua própria história, e vejo que aqueles garotos aumentaram ainda mais essa vontade...
Dawn baixou a cabeça por um minuto, o professor colocou a mão sobre o ombro da garota e voltou a sorrir.
— Vá Dawn... Aprenda muito mais sobre Pokémons, torne-se a melhor.
— Mas, professor... Eu não quero deixá-lo sozinho. Já estou acompanhando o Senhor há tanto tempo, sei que esse era o maior desejo de meu pai... — disse a garota com uma voz pensativa.
— Eu não vou ficar só, há muitos ajudantes aqui, posso sentir falta de minha melhor assistente, mas tudo bem. Como dizia o Professor Birch, o laboratório é só o começo, se você não expandir suas áreas de estudo, não conseguirá expandir seus conhecimentos.
— Professor Rowan... — disse a garota, escondendo o choro.
— Espere até amanhã, com sua bicicleta conseguirá alcançar Luke e Lukas, mas é melhor não sair nessa tempestade de neve, pode ser perigoso.
— Não posso esperar! — respondeu a garota pulando da cadeira.
Dawn rodeou seu cachecol e colocou seu gorro branco sobre os cabelos. A garota parecia apressada, ela pegou sua mochila e colocou algumas coisas, que iam desde poções até pokébolas.
— Dawn, o pretende fazer? — perguntou o professor preocupado.
— Alguma coisa me diz que Luke e Lukas precisam de minha ajuda agora! Não posso esperar que amanheça, tenho que correr e alcançá-los!
— Dawn é perigoso! Com essa tempestade você pode perder-se em meio a floresta!
— E se eles estiverem perdidos? Eu tenho que ajudá-los! Eu sei que ainda sou uma criança, mas eles são ainda mais novos que eu, e podem estar em perigo!
O professor procurava argumentos para não deixar que a garota partisse em meio a nevasca que castigava Sinnoh naquela noite, mas era inútil, a garota já estava pronta para partir e nada a impediria.
— Não se preocupe professor, assim que eu encontrá-los mandarei uma mensagem pelo Pokégear.
— Já que não posso te impedir, apenas poderei desejá-la boa sorte.
— Obrigada por tudo professor, por ter cuidado de mim durante todos esses anos. Espere, pois estudarei bastante e serei uma renomada pesquisadora, assim como o Senhor!
A garota selou o momento com um caloroso abraço. Dawn e o professor se separaram e trocaram olhares esperançosos, com  ambição de um futuro glorioso. Ela despediu-se e partiu. Ao abrir a porta pôde sentir a brisa congelante que parecia cortar a pele frágil da garota, mesmo assim ela não teve medo e partiu, pegou sua bicicleta e acenou ao professor. Era difícil pedalar, a neve fazia com que os pneus atolassem, não havia uma alma sequer em meio a tempestade, Dawn estava só. A única coisa que a garota via em frente era uma imensidão branca, neve e mais neve.
— Que Arceus os ajudem... — sussurrou o professor antes de voltar-se ao laboratório e finalizar aquele dia cansativo.
Dawn pedalava forte em busca de seus amigos, enquanto isso, Luke procurava sem trégua pelo irmão “mais novo” que buscava ajuda para o Burmy encontrado. O movimento de Luke estava rígido, seus lábios tremiam em sincronia com suas pernas, seu grito ecoava pelos cones de árvores, um grito sem força que buscava o irmão.
E Lukas não estava em melhor situação, ele sentia-se gélido e tentava aquecer o pobre Burmy cobrindo-o com seus finos braços, ele não desistiria de tentar salvar aquele Pokémon. O pequeno verme rodeado de folhas observava o ato do garoto, o Pokémon sentia ali algo nunca sentido antes... Alguém havia importado-se em ajudá-lo.
— Burmy, agüente firme, chegaremos em Sandgem e Dawn irá nos ajudar...
 Brrrr-my... – gemia o trêmulo pokémon em resposta.
Lukas tinha fé que estava indo no caminho certo, mas era impossível seguir  a estrada com o clima daquela noite, se ele não procurasse um abrigo ia congelar ao lado do pequeno Pokémon.
Dawn continuava a pedalar, mas chegou a um ponto em que os pneus da frágil bicicleta estavam totalmente cobertos pela neve, suas forças não eram suficientes para continuar a pedalar ali.
— Droga de bicicleta! — resmungou, batendo no próprio veículo.
Dawn saltou da bicicleta e chegou a conclusão de que continuar daquele jeito era ainda mais devagar do que ir a pé. De dentro da mochila pegou uma lanterna e uma pokébola, ela arremessou a bola liberando o fiel companheiro Piplup, que por sinal até que estava feliz pelo frio por ser totalmente acostumado a baixas temperaturas. Com o caminho iluminado pela fraca luz da lanterna, ela seguia ao lado do pingüinzinho que a guiava em meio à tempestade.
— O professor vai me matar por abandonar essa bicicleta, mas não posso me atrasar ainda mais, um dia eu pago ela.  — disse a menina tentando tampar seu rosto, para não ser tão atingida pela tempestade de neve.
Lukas continuava a caminhar por um caminho que ele acreditava ser o certo, mas o garoto estava num rumo desconhecido entre os galhos congelados das árvores. O garoto enxergava pouco a fraca luz da lua, mas de repente ele pôde avistar uma fenda numa montanha à frente.
— Uma caverna... Sinto muito Burmy, mas é melhor descansarmos aqui um pouco, essa tempestade pode piorar e vai acabar ficando ainda mais perigoso.
 Brrr... — concordava o Pokémon.
Lukas então adentrou a caverna que era ainda mais escura do que o véu negro de neve que cobria aquela noite. Devido ao frio podia-se notar pequenas goteiras caindo suavemente dentro do local como se em sintonia. Alguns estalagmites enfeitavam o local, tão antigos quanto as vilas daquele lugar, histórias provavelmente a muito esquecidas pelo povo de Sinnoh. As rochas escondiam mistérios que para sempre ficarão indecifráveis, fósseis de pokémons antigos ou até mesmo pedras preciosas. Maravilhas que muitas vezes passam por baixo de nossos olhos e nem somos capazes de perceber.
Lukas procurava um canto para sentar-se e acabou encontrando algumas pedras que serviriam perfeitamente, com o Burmy no colo ele às vezes friccionava as mãos para aquecê-las enquanto aconchegava o pequeno pokémon inseto. Depois de algum tempo, ele decidiu  liberar seu Pachirisu, que com sua longa cauda embrulhou Lukas, esquentando-o um pouco.
— Obrigado P-Pachirisu... — agradeceu Lukas gaguejando de frio.
 Pachi-pachi! — grunhiu o esquilo parecendo não incomodar-se com o frio.

• • •

Luke continuava a procurar pelo irmão, ele gritava pelo seu nome, mas não escutava nada como resposta a não ser seu próprio eco, mas a situação mudou ao ver uma fraca luz aproximando-se.
— C-Carai, meu Arceus!!! Quê porra é essa?! — gritou Luke em pânico.
Luke tremeu ainda mais, dessa vez ele estava com medo, ele não sabia o que poderia ser, um pokémon talvez, na mente de uma criança quem sabe um alienígena? Ou um fantasma surgindo para levá-lo embora? Obviamente que não. O garoto tranquilizou-se ao ver a imagem de Dawn formar-se a sua frente.
— Ah, é a garota das batatas...
— Ufa. Que bom que encontrei vocês! — suspirou ela em sinal de alívio, provavelmente não ouvindo o comentário de Luke. Ao falar “vocês”, Dawn então percebeu a ausência de Lukas, o que despertou ainda mais sua preocupação.
— Onde está o Lukas?
— Eu tô procurando ele, mas não faço ideia de onde ele esteja! Precisamos achar o pivete rápido, certeza que ele já deve ter se metido em encrenca.

• • •

Lukas continuava na caverna, o frio havia dado trégua dentro do local, mas isso também graças a cauda de Pachirisu que o aquecia bastante.
— Obrigado, amigão... — disse Lukas afagando o esquilinho.
 Pachi-pachi! — dizia Pachirisu, que ficou contente com o carinho.
 Brrrrrmy... — continuou a gemer o pokémon no colo de Lukas.
— Vejo que você já está melhor, não é amiguinho?
Lukas percebeu que o pokémon já não estava mais tão gelado e sua cor havia retornado ao normal, porém as folhas que cobriam seu corpo estavam secas e quebradiças e não conteriam o frio lá fora.
— Agora temos que ir, ou não chegaremos nunca em Sandgem... O Luke deve estar preocupado comigo. Melhor irmos logo...
 SNOOOOOOOOOWR!!! — grunhiu uma estranha criatura que vinha da escuridão da caverna.
Um ensurdecedor estrondo pôde ser ouvido  ecoando por toda a caverna, Lukas levantou-se bruscamente no susto que levara. Fortes patadas estremeciam o local, o garoto estava nervoso e com medo, olhos raivosos brilhavam no escuro, era um pokémon imenso. Lukas pegou sua pokéagenda e apontou para o vulto que se aproximava. Era um furioso Snorlax, que provavelmente não gostava muito que o despertassem de seu sono profundo.
Não que aquela criatura dormisse nas redondezas de cavernas dos treinadores novatos, mas como os últimos dias costumavam ser misteriosamente mais frios, alguns pokémons acabaram tendo que mudar seus hábitos. Talvez Lukas acabara de acordá-lo de sua profunda hibernação, e não seria de se surpreender que estivesse tão furioso. Esses pokémons possuíam o costume de comer por longos períodos e depois dormir onde fossem, e de fato, não havia sido uma boa ideia escolher uma caverna escura durante a noite. Os olhos da criatura exalavam ira, aquele lugar realmente não era um bom para descansar, e apesar de ser um Pokémon pacífico não seria conveniente adentrar em seus territórios de sono.
— Essa não, um S-Snorlax!! — gritou Lukas.


Luke explicou tudo para Dawn, que por sua vez, também explicou o porquê dela estar ali. Os dois nunca se davam bem, a garota urrava de como seu companheiro havia sido burro em deixar uma simples criança sair correndo na tempestade, apesar dos dois terem a mesma idade. Aqueles três minutos sempre faziam de Luke o responsável por qualquer desgraça.
— Como você é burro! Por quê não o impediu de sair nessa tempestade? — disse Dawn furiosa.
— Argh!! Não me chama de burro, mina!! Eu  não pude fazer nada, assim como você, ele é um grande cabeça dura! — retrucou Luke, ainda mais furioso.
Aaaaaaaaaaaaaah! — gritava a voz de Lukas ao longe.
— É o Lukas! — afirmou o irmão, escutando o eco do grito. Ambos preocuparam-se e concluíram que realmente tratava-se de Lukas.
— Ele deve estar em apuros! Temos que ajudá-lo! — disse Dawn correndo e procurando o local de onde o som viera.
Dawn e Luke corriam para o local de onde o eco vinha, e enquanto isso, Lukas estava frente a frente com aquele enorme e furioso Pokémon.
— D-Desculpe-nos senhor Snorlax, não tínhamos a intenção de acordá-lo de seu sono! — disse Lukas, tentando afastar-se.
O Pokémon gritou intensamente e partiu para o ataque, ele levantou seus imensos braços e suas garras estavam prestes a cortar quem estivesse a sua frente. Lukas abraçou Burmy e Pachirisu com força, e esperou pelo golpe. Ele sentiu Burmy desprender-se de seu abraço e dar uma investida sobre o garoto lançando-o para trás. Burmy então recebeu o golpe, fazendo com que todas as suas folhas caíssem e o Pokémon caísse sem nenhuma proteção.
— Não!! Burmy! — gritou Lukas ao ver o o pequeno pokémon caído.
Burmy havia salvado Lukas, mas agora o garoto estava novamente sem proteção, Pachirisu se colocou em posição de ataque e fez com que faíscas azuis rodeassem seu corpo, mesmo a determinação do esquilinho não seria suficiente para conter aquele enorme Pokémon.
— Pachirisu, não! Não podemos vencer!
O gigantesco Snorlax mal-humorado então atacou novamente, se Pachirisu fosse atingido por aquele arranhão ele seria nocauteado de primeira. a criatura então desferiu um segundo golpe, e subitamente Burmy surgiu, salvando Pachirisu novamente. O verme já não estava mais coberto de folhas, mas sim coberto de pequenas rochas que resistiram ao arranhão.
— Burmy! Como isso é possível? — Lukas se impressionou ao ver a determinação daquele Pokémon em salvar ele e seu Pachirisu. Ele estava orgulhoso em ver o poder do pequeno Burmy.
— Lukas! —  gritaram Dawn e Luke ao encontrar o garoto.
O Snorlax parecia mais furioso, e atacaria a todos com um poderoso Hyper Beam, um golpe desse calão destruiria a todos ali dentro, mas normalmente essas criaturas não aprendem tal movimento, e isso levava à idéia que ele já pertencera a algum treinador no passado.
— Luke, Dawn! Que bom que estão aqui! — disse Lukas contente.
— Um Snorlax! — disse Luke admirado ao ver um Pokémon daquele tamanho.
— Não é hora de se impressionar, temos que fazer algo ou viraremos pó! — retrucou Dawn.
— Tudo bem pivete, mas não seja tão burro da próxima vez. Gible, vai! — Luke então arremessou a Dusk Ball, que por um momento pareceu deixar a caverna mais escura do que antes, liberando o dragãozinho.
— Piplup, Bubblebeam!! — ordenou Dawm.
— Pachirisu, Spark!!!
— Gible, Dragon Rage!!
A combinação de todos aqueles ataques transformou-se num poderoso raio que atingiu o Snorlax causando um dano imenso na criatura, o Pokémon não chegou ao ponto de ser nocauteado, mas fora enfraquecido até recuar e diminuindo sua ira, e consequentemente, sua guarda. Com a força do impacto a estrutura rochosa da caverna se abalou deixando-a prestes a desabar.
— Cara, eu quero capturar esse Pokémon! — falou Luke, sacando uma pokébola.
— Não seja idiota! Temos que sair daqui rápido! — falou Dawn.
— M-Mas ele ainda tá ali caído!! Droga, deixa quieto então. — praguejou Luke guardando a pokébola.

Lukas pegou Burmy e Pachirisu no colo, e num rápido movimento todos saíram da caverna deixando que ela desabasse. Agora todos estavam salvos. A neve caía devagar, o sol já aparecia ao fundo, e a suavidade da manhã se aproximava, a melodia alegre de Kricketots e Kricketurnes já podia ser ouvida, saindo de suas tocas por conta da temerosa noite. Todos se sentaram no chão, um tanto aliviados.
— Essa foi por pouco... — suspirou Dawn rindo.
— Que batalha,cara!! Mas eu ainda queria ter pego aquele Snorlax, sempre gostei deles. O primeiro pokémon que eu capturar vai ser muito poderoso, fica vendo! — riu Luke.
— Desculpem-me. Eu só queria ajudar o Burmy... — lamentou Lukas.
— Esquece cara, agora tá tudo bem.
A angustia havia ido embora junto com a tempestade, tudo estava resolvido agora. Graças a precaução de Dawn e suas Potions que trouxera de casa, Burmy pudera melhorar, mas depois de ver a coragem do pequeno pokémon, Lukas queria capturá-lo.
— Cara, tem certeza que vai capturar esse Pokémon? Segundo a pokéagenda ele não parece ser bom em nada, talvez um pouco em defesa, mas mesmo assim são baixos níveis. — comentou Luke.
— Não julgue um Pokémon pelo seu status base Luke, qualquer um pode tornar-se muito forte! Basta o treinador decidir no que gostaria de investir. — retrucou Dawn.
— Mesmo assim, os únicos ataques que ele pode aprender é o Tackle e o Hidden Power, e eu nem sei pra que serve essa porcaria de ataque ainda. — falou Luke decepcionado.
— Você é muito inexperiente mesmo... Para a sua informação, os Burmys passaram a adquirir o golpe Bug Bite, e a sua cabeça é muito vazia para entender a complexidade dos Hidden Powers... — respondeu o irmão em um tom provocativo.
        — Enfim, o Lukas viu algo especial nesse pokémon e vai tentar capturá-lo a qualquer custo. — disse Dawn.
Lukas, ao lado de Pachirisu lutou algum tempo contra Burmy, ambos os pokémons estavam cansados, e devido a forte defesa de pedras do Burmy os ataques elétricos não surtiam muito efeito. Mas a armadura estava gasta, e o Pokémon inseto já não tinha mais forças, bastaria mais um ataque para que Pachirisu saísse vencedor.
— Pachirisu vamos ao ataque final! — gritou Lukas.
O inseto vinha na direção de Pachirisu com um forte Tackle , Pachirisu tinha que ser rápido e contra atacar velozmente.
— Pachirisu, use o Spark!
Antes que Burmy impactasse seu golpe contra o esquilo, Pachirisu fez com que seu corpo se eletrizasse e repelisse o ataque de Burmy destruindo seu manto de pedra e o eletrificando. O inseto então foi nocauteado.
— Consegui! — comemorou Lukas ao ver o inseto nocauteado.
O garoto então pegou a mochila e de dentro retirou uma pokébola diferente. Azul com alguns detalhes negros entrelaçados na parte superior em forma de teia, era uma Net Ball, pokébola com eficácia superior em Pokémon insetos e aquáticos. Era uma pokébola cara e não era muito visto naquelas regiões.
— Onde você conseguiu essa pokébola?! — perguntou Luke com um pouco de inveja.
— Ganhei de aniversário da Tia Martha quando completei nove anos! — explicou Lukas com uma voz contente.
O garoto arremessou a Net Ball que ao abrir-se materializou um raio no formato de uma rede que capturou o pequeno Burmy, logo o Pokémon se transformou num raio branco e adentrou a pokébola. A luz do centro piscou enquanto a cápsula balançava, mas logo cessou, indicando o sucesso da captura. Lukas correu e pegou o objeto e ao lado de Pachirisu ergueu-a como um troféu.
— Ahá, mais um para o time! O Burmy é meu! — comemorou o garoto.
Agora com mais dois novos companheiros para o time, Dawn e Burmy, os irmãos seguem esperançosos em busca de seus objetivos. Dawn pretende seguir seu sonho de tornar-se uma grande pesquisadora, e será uma ajuda fundamental no grupo. Agora a próxima parada é Jublilife, a grande capital, onde Lukas lutará por sua primeira fita, mas será que ele irá conseguir?

   

Nota: Atualização do dia 06 de Março de 2012. O capítulo foi atualizado e o Ursaring substituído no enredo, dando espaço para um Snorlax que se faz presente na região de Sinnoh. Os Ursarings não são presentes na região, e por isso foi tomada a decisão de mudar o enredo e adaptá-lo para o melhor desenvolvimento do roteiro. Agradeço a compreensão.

Notas do Autor (Capítulo 4)

    Yo people, acabo de postar o quarto capítulo, e então aproveito para falar que os próximos capítulos vão demorar um pouquinho mais para serem postados. De certo modo eu queria postar rápido os outros só pro pessoal começar a se familiarizar com a fic, pois a verdadeira aventura começa a tomar seu curso a partir daqui. Quero pensar em algumas coisas novas, além de trazer novidades para a parte dos "Especiais". 
    Eu gostaria de agradecer a todos que acompanham o site, que deixam comentários, que votam na enquete, e até mesmo àqueles que lêem a fic e não postam nada, gostando dela do mesmo jeito. Vocês puderam perceber que o início foi bem fora dos padrões normais, e podem apostar que os próximos capítulos serão repletos de aventuras loucas e totalmente inéditas!
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Hey people, aqui estão os resultados de mais uma enquete. Eu escolhi essa pergunta pelo simples fato de que os pokémons iniciais dos irmãos foram capturados por pokébolas um tanto quanto incomuns. Acho que isso deveria ser algo com mais destaque nas histórias, pois mesmo que pareça algo irrelevante, muitas vezes são esses detalhes que fazem a diferença.

Bom, eu já imaginava que a Ultra Ball seria a grande campeã. Quando não temos escolha para o uso de pokébolas ela sempre é a escolhida. Na segunda colocação ficou a Dusk Ball, usada para locais escuros e de noite, sendo essa uma das que eu mais uso, além de ser uma de minhas preferidas. Em terceiro ficaram a Great Ball e a Nest Ball empatadas. Na minha opinião a Nest Ball é muito boa para iniciantes, mas muitos não sabem como usá-la adequadamente. As Nest Balls são boas para caputrar pokémons de níveis baixos, então quanto maior a diferença entre os níveis dos pokémons, maior será as chances de captura. Admito que eu já imaginava que a Heal Ball seria a última, ela não é muito eficiente, e acho que sua única qualidade seria a beleza. Bom, acho que é isso. Estejam de olho para novas atualizações e enquetes!

Capítulo 4

Lukas e Luke pedalavam velozes pela rota 201. O objetivo era chegar em Sandgem para receberem suas pokéagendas do renomado professor Rowan. Pokémons pulavam entre a grama alta, mas não ousavam atravessar a frente das furiosas bicicletas dos irmãos. Apesar da brisa ainda correr fria pelas correntes de vento, os dois jovens pareciam nem sentir, a adrenalina era grande e estavam muito ansiosos para receber suas pokéagendas e iniciar suas jornadas.
— Podemos visitar a Dawn. Ela iria ficar feliz. — comentou Lukas enquanto pedalava.
— Não! Aquela menina não!! — retrucou o irmão — Vamos pegar nossas pokéagendas e depois ir direto pra Oreburgh!
— Deixe de ser ignorante Luke. Ela é nossa amiga, vamos visitá-la! — rosnou Lukas em sinal de desprezo — Quem você pensa que é para ditar as regras?
— Seu irmão mais velho! — disse Luke com um sorriso de superioridade.
— Eu vou visitar a Dawn, faça o que você quiser.
— A mãe e o pai disseram para não nos separarmos!
— Humph! Então venha comigo!
Lukas pedalou mais rápido, passando do irmão, deixando-o ainda mais irado, agora eles estavam perto de Sandgem, e já não pedalariam muito para chegar à cidade.

Enquanto isso, Dawn almoçava em sua pequena casa. A garota parecia lanchar alguns salgadinhos entre outras comidas congeladas, uma vez que aparentemente seus pais não estavam no momento. O pinguinzinho azul estava sentado em cima da mesa, olhando cauteloso a cada movimento de Dawn.
Era uma casa simples revestida de madeira o que deixava-a mais aquecida, tinha teto baixo e móveis singelos com um toque agradável; a pokéagenda quebrada estava na mesa também, agora Dawn olhava triste para o objeto trincado. Peças, engrenagens e parafusos estavam espalhados pela mesa, ela juntara todas as peças no lago para tentar consertá-la na casa de Luke e Lukas, mas com toda a conversa, acabou esquecendo-se.
— Espero que o professor possa dar um jeito nela...
 Pluuup... — piou o pokémon tentando confortá-la.
— Ok, Piplup. — A garota levantou-se da mesa num pulo — Vou vestir-me e então iremos ao laboratório.
 Pi-plup! — concordou o pokémon.
A garota subiu as escadas com agilidade, o pobre Piplup fazia um tremendo esforço para subir de degrau em degrau. Era um caminho um pouco apertado, havia o corrimão apenas de um lado, o outro ficava na parede que dava espaço para milhares de quadros de Dawn e sua família, nos degraus, alguns vasos de flores e outros pequenos objetos. A garota parou por um momento e aproximou-se dos quadros em que estava com sua família, ela tocou-os levemente e por um momento sua face tomou uma feição triste como alguém que desejava tentar esquecer um triste passado. Ela continuou subindo as escadas e então entrou em seu quarto.
No aposento, ela trocou o pijama branco por um vestido rosa. Cobriu as pernas com uma longa bota também rosada. Rodeou um cachecol no pescoço e prendeu o cabelo no penteado comum de sempre, por ultimo cobriu a cabeça com um gorro branco, afinal continuava frio, e do jeito que o tempo estava, ela não sabia quando poderia esfriar ainda mais.
— Pronto! Vamos Piplup!
 Plup!
Dawn pegou a pokébola de Piplup e retornou-o, guardando-a em sua bolsa e correndo escada abaixo. Ela fechou a porta e saiu rumo ao laboratório, não era muito longe, mas mesmo assim a garota preferiu ir em sua bicicleta. Ela cantarolava e pedalava serenamente enquanto passava pelos quarteirões que dividiam Sandgem,. A brisa fria trazida pela praia de Sadgem fazia com que os braços de Dawn tremessem. Era uma vista linda, logo atrás de algumas rochas podia-se ver de relance uma bela praia de areias brancas, o que dava nome a cidade, mas devido ao frio recente, ela começou a tornar-se mais vazia, permanecendo quase deserta.
Dawn avistou o laboratório, que já não estava do mesmo jeito de sempre. Havia uma van na porta, com um enorme "G" estampado na lateral. Ela hesitou por um momento e em sua face podia-se perceber preocupação.
— O que será que está acontecendo? — pensou.
Dawn pedalou mais rápido, e derrapou ao frear em frente às portas de vidro do laboratório. Ao descer da bicicleta ela avistou o Prof. Rowan e dois jovens, um garoto e uma garota, ambos de cabelos azuis claro vestidos em um uniforme peculiar, também com um "G".
Os jovens pareciam querer tomar algo do professor, ele lutava para não entregar, quando Dawn se preocupou e entrou aflita.
— O que estão fazendo?!
— Dawn! — exclamou o professor aliviado.
Os jovens permaneceram calados, mas olhavam cautelosos para a garota.
— Professor o que está acontecendo?!
— Eles querem roubar as pokéagendas! — explicou o professor ofegante.
Dawn percebeu que um dos garotos, estava com uma caixa entre os braços, que com certeza eram as pokéagendas.
— Não vou permitir que passem! — disse Dawn com os braços estendidos na tentativa de impedir a passagem.
— Patético. — respondeu o rapaz sacando uma pokébola e a arremessando-a — Zubat, utilize o Supersonic!

O homem libertou o pokémon morcego, não tinha olhos, e mesmo assim movimentava-se melhor do que muitas criaturas que os possuíam, sua pequena boca tinha dentes que pareciam liberar ondas ultra-sônicas para detectar qualquer objeto a sua frente. Suas asas batiam rápidas, fazendo com que a criatura parecesse estar flutuando se observada distraidamente. Tinha uma coloração escura, talvez por ficar muito tempo dentro de cavernas escuras e longe da luz do sol, acabou tornando-se uma criatura mais noturna, mas que mesmo assim, não perdia nem um pouco sua força em batalhas diurnas. O morcego rapidamente abriu sua pequena boca e emanou um som extremamente agudo. Dawn se ajoelhou tapando os ouvidos, Professor Rowan imitou o movimento. Os jovens riram, e então foram embora entrando na van e partindo velozmente rumo a rota 201.
— Oh não! — lamentou o professor Rowan — Eles levaram as pokéagendas! Vou ligar para a oficial Jenny! — falou o professor levantando-se e dirigindo-se rapidamente ao telefone.
— Eles vão pagar por isso! — disse Dawn correndo para a porta.
— Para onde vai Dawn? — perguntou o professor.
— Vou recuperar as pokéagendas! — respondeu a garota antes de partir.
Dawn subiu em sua bicicleta e pedalou com muita força, o veículo foi tomando velocidade e em instantes Dawn corria como um carro. A van não podia ser mais vista, mas Dawn tinha que alcançá-la.

• • •

— Não vou passar para visitar ninguém! — gritava Luke continuando sua briga com o irmão.
— Está com medo de eu dizer que foi você que quebrou a pokéagenda?! — correspondia Lukas.
Os garotos continuavam a brigar enquanto pedalavam lado a lado. Eles nem se davam conta que a frente na estrada, vinha uma van em alta velocidade.
— Para de ser idiota, pra quê parar? Para visitar aquela garota?!
— Ela é nossa amiga!
— É uma estranha! Você conheceu ela ontem e já acha que é amiga??
— Ela fez o nosso almoço!!!
— Chama AQUILO de almoço cara?!
A van buzinava, mas os garotos não encostavam, continuavam discutindo no meio da estrada enquanto a van se aproximava cada vez mais, eles pareciam não ligar, ou simplesmente não perceber.
— Ela deu seu melhor! E estava bom, você que é um idiota!!
— Fala sério, aquilo estava horrível!
— Não estava tão ruim assim!
— Para de tentar ser o "educadinho", assume que estava péssimo!!!
— Não estou tentando ser o "educadinho" só não sou um mal educado prepotente e ignorante como você!
— M-Mal educado?! Vou acabar com você pivete!

FOOOOOOOOOOOOOOOOM!!!

Os garotos viraram suas cabeças bruscamente para a frente, mas a van já estava muito próxima. Eles pularam rapidamente nas moitas com agilidade, deixando com que a van batesse nas bicicletas e perdesse o controle, chocando-se contra uma árvore. Os jovens olharam atônitos para o automóvel, que exalava uma fumaça negra, mas a batida não fora o suficiente para  ocorrer qualquer coisa grave. De dentro da van, saíram um homem e uma mulher, que não pareciam nem um pouco contentes com o ocorrido.
Eles vestiam estranhos uniformes, suas cores variavam entre preto e branco, com belos detalhes em azul claro. Um misterioso símbolo marcava as vestes, ele lembrava um G, adornado em uma cor dourada, que brilhava com o sol fraco que batia. Eram roupas muito elegantes, devido ao frio, a mulher vestia uma blusa de gola alta, feito de um ótimo tecido, com um belo par de botas. Seu cabelo era azul, cortado na altura do ombro, que balançava com o vento que corria por entre as árvores. Já o homem vestia uma jaqueta de couro com os mesmos símbolos que a mulher utilizava, seus cabelos também eram azuis, fazendo com que os dois parecessem um casal.
— Olhe só o que vocês fizeram, idiotas! Por quê não olham por onde andam? — reclamou o homem.
— Espere aí! Vocês que vieram com tudo pra cima de nossas bicicletas! — respondeu Luke furioso.
— Mas Luke, a culpa foi nossa, a gente que não percebeu a van vindo em nossa direção...  — disse Lukas tentando convencer Luke de que realmente estavam errado.
— Vocês deram sorte que não quebraram nossas biciclet... AAH! Minha bicicleta!! — gritou Luke, ao ver as duas bicicletas completamente destruídas. — Vocês vão pagar por isso!
— Olhe só Star, parece que os pirralhos querem lutar! — debochou o homem.
— Mas que bobinhos, isso se tiverem algum pokémon. — disse a mulher.
— Luke, eles podem ser perigosos! — disse Lukas.
— Vocês vão pagar por terem nos atrapalhado, Glameow, eu escolho você! — disse a mulher, jogando sua única pokébola.
— Stunky, vai! — acompanhou o homem.
Uma forte luz surgiu liberando os dois pokémons, era uma doce gatinha e um misterioso gambá, um grupo tanto quanto excêntrico. A pequena gata balançava sua cauda em movimentos suaves como se tentasse provocar seu inimigo. Ela não parecia um pokémon muito bom para batalhas, sendo mais utilizada mais normalmente para contests, mas mesmo assim possuía garras afiadas prontas para atacar se necessário.
Já o pokémon Stunky tinha uma coloração roxa, fazendo-o destacar-se em meio aquela grande floresta. Essas criaturas não possuem uma fama muito boa, por jogar um forte cheiro em seus adversários, e por serem do tipo venenoso muitos pokémons e seres humanos mantinham distância.
— Olhe só, um Glameow! Ah, eu queria ter um! — disse Lukas, encantado com a graça do pokémon.
— Glameow? Se liga então naquele Stunky! Imagina os ataques venenosos que ele poderia usar contra os adversários! — disse Luke, maravilhado com os pokémons de seus adversários — Mesmo assim, aposto que não tem chance contra meu Gible, vai!
— Um Gible? Um Pokémon bem raro para um treinador iniciante... — disse a mulher pensativa.
— Precisaríamos de algo bom para compensar a van que vocês destruíram, então vamos levar o dragãozinho! Stunky utilize o Poison Gas no Gible! — ordenou o homem.
— Espere, dois contra um é covardia! Pachirisu vai! — disse Lukas, jogando a pokébola de seu pequeno pokémon esquilo.
Gible era ágil, e por isso conseguiu esquivar-se facilmente do gás venenoso que se o acertasse realmente traria grandes problemas.
— Fica de olho Luke! Os ataques venenosos podem ser perigosos! Ainda mais porque não temos nenhum antídoto. — aconselhou Lukas.
— Tá bom Lukas, se concentra no seu pokémon que eu me concentro no meu! Ainda tô irado com esses caras por terem destruído minha bicicleta!
— Só estou tentando ajudá-lo! Será que você não pode parar de ser cabeça dura e me escutar às vezes?! — disse Lukas irritado.
Subitamente, a mulher ordenou que seu Glameow acertasse o Pachirisu com suas garras afiadas aproveitando-se da discussão dos irmãos. Acompanhando o movimento de sua parceira assim fez Cosmo, ordenando que seu Stunky  arranhasse o pequeno Gible, que apesar de possuir escamas fortes, ainda não tinha experiência suficiente em combates.
— Você me distraiu cara!! Eu sei o que fazer mesmo sem sua ajuda. Gible utilize o Earthquake! — ordenou Luke. Mas o pequeno dragão virou-se com um olhar confuso, pois seu nível ainda era muito fraco para utilizar um ataque de tamanha potência.
 Earthquake?! Você está louco? Não aprendeu nada na escola, não? O Gible ainda está num nível muito baixo para usar tal movimento! — gritou Lukas — Pachirisu utilize o Quick Attack!
O esquilo elétrico movia-se rapidamente por entre os dois pokémons inimigos, e sem que percebessem atacou o Stunky, causando um pouco de dano.
— Muito fraco! Esse Pachirisu inútil não vai prestar pra nada, mas acho que vamos roubá-lo junto com o dragãozinho. — comentou Cosmo
— Eles não têm chance contra nós! — ria a mulher.
Enquanto a dupla misteriosa ria de Luke e Lukas, Dawn chegou como um foguete em sua pequena bicicleta que com uma freada brusca, parou ao lado dos dois meninos. O pequeno pinguinzinho azul estava dentro da cestinha na parte frontal da bicicleta, quando pulou bruscamente e se pôs em posição de combate.
— Olha só Luke! É a Dawn!
— Nossa! É a garota das batatas!
— Vejo que estão tendo problemas com seus pokémons iniciais! Vou ajudá-los a derrotar esse dois, eles são fortes! — disse Dawn — Piplup, vamos recuperar as Pokéagendas! Utilize o Bubblebeam!
O poderoso jato de bolhas acertou Stunky em cheio, e uma vez que ele já estava enfraquecido, nocauteou-o de imediato.
— Argh, aquela menina de novo não! — reclamou o homem — Zubat, acabe com aquele pingüim! — disse Cosmo, lançando novamente o pequeno morcego.
— Piplup, Aerial Ace!
— Nossa! Parece-me que o Piplup da Dawn é muito bem treinado, olhe só! São ataques apenas utilizados através de TMs! — disse Lukas — Ela é o máximo!
— Caramba, até que a cozinheira de batatas sabe fazer alguma coisa útil. — riu Luke — Vou mostrar que eu também sei batalhar bem! ...Gible, utilize qualquer ataque!
Enquanto o pequeno Piplup lutava contra a Glameow de Star, Gible preparou um poderoso ataque, que como uma explosão, acertou o Zubat perfeitamente deixando-o fora de combate.
 Dragon Rage? — exclamou Lukas — Parece que o papai pegou um pokémon ótimo pra você Luke! Esse ataque é perfeito para níveis baixos, bom trabalho!
Agora que Cosmo e Star já não tinham pokémons para continuar a batalha, eles se encontraram obrigados a assumir a derrota e fugir dali.
— Vocês deram sorte que tiveram a ajuda dessa garota, da próxima vez não vão ter tanta sorte! Podem ter ganhado a batalha, mas não a guerra. E se preparem, pois ainda vão ouvir muito o nome: "Team Galactic."
Cosmo e Star recolheram seus pokémons e pularam para dentro da van quebrada, torcendo para que ela funcionasse. Por sorte ainda funcionava, mas com certeza não iriam muito longe. Os dois deixaram a caixa repleta de pokéagendas para trás, que por algum motivo estranho, já não lhes era mais tão importantes.
— Vocês estão bem? — perguntou Dawn — Eu gostaria de agradecê-los por terem impedido estes impostores! Sorte que tudo terminou bem, não é?
— Fala isso para as nossas bicicletas... — respondeu Luke constrangido.
— Que droga Luke, por que você é tão ignorante! Peça desculpas! — rosnou o irmão.
— Sem problemas Lukas, eu já sei como o Luke é, esse é o jeito dele de dizer "obrigado"! — riu Dawn vendo Luke corar e virar a cara envergonhado — Venham comigo, o professor Rowan vai ficar feliz em saber que conseguimos recuperar as pokéagendas!
— Eles tinham roubado as pokéagendas? Parece que tivemos sorte então, imagine se quando chegássemos ao laboratório não houvesse nenhuma? — comentou Lukas.

Os três seguiram de volta para Sandgem Town quando no meio do caminho encontraram-se com a van quebrada, mas dentro dela não havia mais nada, levando-os à conclusão de que Star e Cosmo deviam ter fugido com o que conseguiram. Alguns Bidoofs e Starlys aproximavam-se curiosamente dos escombros do automóvel, caso o carro continuasse lá por muito tempo ele logo viria a tornar-se um abrigo para esses pequenos pokémons.
O caminho continuava gélido apesar de estarem aproximando-se de uma cidade litorânea, os últimos dias tinham sido muito frios fazendo com que a cidade não fosse tão freqüentada como em temporadas mais quentes.
Apesar de pequena, o que mais chamava atenção na cidade era a linda praia na costa. Muitas pessoas visitavam-na por conta do laboratório do renomado professor Rowan situar-se nela. A cidade possuía aquele cheiro salgado, aquele clima de praia, e não muito longe dali era possível encontrar a fofa areia branca que se estendia até chegar ao infinito mar azul. O vento continuava forte apagando as pegadas deixadas na areia pelos jovens. Era a cidade da areia, Sandgem Town.

 

Luke, Lukas e Dawn partiram direto ao laboratório do professor. Os garotos se impressionaram ao ver o lugar que tinha paredes e piso brancos, o que dava um maior realce a tudo que lá havia. Várias estantes de livros ocupavam a sala principal, e outra com centenas de pokébolas atraiam a atenção dos jovens. Havia um pequeno quadro na parede com a foto de Dawn e do professor Rowan, os dois pareciam ser amigos a um bom tempo.
 Rowan estava sentado em uma cadeira debruçado sobre as mãos com uma feição de preocupação, mas sua face mudou ao ver Dawn com a caixa das pokéagendas.
— Dawn! Você conseguiu! — disse o professor se aproximando.
— É, mas estes dois garotos me ajudaram a impedir que os criminosos fugissem. — disse a garota, dando evidencia a Luke e Lukas.
Os garotos olhavam atentos a expressão rústica do professor, eles se envergonharam um pouco, mas relaxaram ao perceber o leve sorriso que ele revelara.
— Eles são os filhos de Walter e Melyssa Wallers, os grandes campeões de Sinnoh. — apresentou Dawn.
— Oh, então são vocês! Realmente, são a cara dos pais. Lembro-me como se fosse hoje o dia em que dei o primeiro pokémon de seu pai. Peço-lhes desculpas por não conseguir pokémons iniciais para vocês, mas já estamos providenciando-os. — falou o professor hesitante.
— Não se preocupe professor, papai e mamãe conseguiram ótimos pokémons para nós! — respondeu Lukas.
— Não podia esperar menos de seus pais. Melyssa sempre esteve tão ansiosa pelo dia em que veria seus filhos começando suas jornadas.
— Professor, o Lukas e o Luke estão partindo na suas jornadas, por isso querem as pokéagendas. Graças a eles pudemos recuperá-las dos ladrões. — disse Dawn.
— Isso me preocupa, aqueles impostores deixaram as pokéagendas para trás, mas por que será que fizeram isso? — indagou Rowan — Depois procurarei os motivos, agora peguem, isso é de vocês.
O professor então entregou os aparelhos para os jovens, era compactos e muito bonitos, tinham uma coloração vermelho metálico que brilhava em conjunto dos olhos contentes de Luke e Lukas.
— Obrigado! — disseram os irmãos ao receber o objeto.
— Agora podemos ir em frente e seguir com nossa aventura! — comemorou Lukas.
— É, mas sem nossas bicicletas... — entristeceu-se Luke.
— Maldito Team Galactic! — praguejou Luke furioso.
— Mas vejam pelo lado positivo. — disse Rowan — Agora vocês terão mais tempo e calma para andar por todo o continente de Sinnoh e apreciar a beleza criada por Arceus. Mesmo que de  bicicleta seja mais rápido que a pé, lembrem-se que "a pressa é inimiga da perfeição".
— Tem razão! — animou-se Lukas — Pense bem, agora poderemos observar cada detalhe das florestas, descansar sob a sombra de uma árvore, ler um livro. Acho que sem as bicicletas teremos mais tempo de ver vários pokémons e conhecer pessoas diferentes!
— Ah... Eu não entendi o que isso tem haver com estarmos sem nossas bicicletas, mas se vai ficar por isso... É melhor irmos andando. — falou Luke.
— Certo! Professor Rowan, Dawn, obrigado por tudo! — agradeceu Lukas.
— Tomem cuidado, e boa sorte! — disse Rowan.
— Foi um prazer conhecer vocês! — respondeu Dawn.
Depois da despedida, Dawn ficou para trás apenas observando os garotos continuando seu caminho e seguindo rumo à floresta da rota 202. Agora Lukas e Luke caminhavam lentamente rumo ao próximo desafio. Eles teriam que ir a Jubilife, a grande capital de Sinnoh. Rowan e Dawn acenavam contentes enquanto os irmãos desapareciam no horizonte, finalmente a maior aventura de suas vidas iria começar...
Ambos caminhavam entre a estrada margeada de pinheiros cobertos por uma fina camada de neve. O sol ainda estava exposto mas sua luz não aquecia. O vento corria devagar, numa brisa congelante que arrepiava quem quer que andasse por ali. O sol escondia-se timidamente por trás das espessas nuvens que rondavam Sinnoh nos últimos tempos, e logo a noite chegaria. Tudo estava quieto, o inverno castigava até mesmo os pokémons que preferiam se abrigar a aquecer uns aos outros, mas algo que se movia chamou atenção de Lukas.
Uma pequena criatura debatia-se próxima aos pinheiros daquela região gélida, com certeza  ele teria caído de um dos galhos da estrondosa árvore ao lado, mas devido a altura, ele poderia estar machucado. O pequeno pokémon cobria-se com fortes camadas de folhas e pequenos galhos. Esses pokémon são chamados de Burmy, que costumam utilizar materiais que estiverem ao alcance para construir sua camada de proteção, muitas vezes de folhas, mas em raras ocasiões acabam utilizando-se de areia ou pedaços de metais.
Havia uma densa camada de folhagem em cima do pequeno inseto, se a criatura não tremesse tanto nem seria possível perceber que ela estava lá, mas Lukas, com sua ótima visão e audição, conseguiu perceber o pequeno pokémon que precisava de sua ajuda.
— É um Burmy! — comentou Lukas.
— Hã? É um Pokémon? Deixa eu ver...— Luke então abriu a pokéagenda e apontou ao pokémon camuflado entre as folhas.

Lukas aproximou-se e viu que o pokémon já não estava bem, seu corpo estava frio e as folhas que o cobriam estavam secas, o pobre Burmy estava doente.
— Temos que fazer alguma coisa! — disse o garoto aflito ao pegar o pokémon no colo.
— Brrrrrmy... — gemeu o pokémon trêmulo.
A noite se aproximava, e junto dela caía uma forte tempestade de neve, a visão estava ruim, a única coisa que podia se ver a frente era uma imensidão sem cor, totalmente branca. Era perigoso até mesmo para um treinador experiente. Em tempestades daquele tipo o mais aconselhável era procurar algum alojamento próximo e não sair de casa, mas caso estivessem no meio da mata o certo seria esconder-se em algum local que a tempestade não alcançasse. Sair andando em meio à neve era muito perigoso.
— Vou voltar para Sandgem! — gritou Lukas.
— Tá doido?! Não vai chegar a lugar nenhum com toda essa neve, a floresta é enorme, pode acabar se perdendo!
— Não posso deixar o Burmy congelando aqui! Se você não vai, eu vou sozinho!
— Tá louco cara? Eu não vou deixar você sair por aí e morrer congelado com um pokémon que nunca viu!! Ei, Lukas, volta aqui!!

Lukas então se virou e deixou o irmão para trás, Luke tentou alcançá-lo,  mas a densa cortina de neve fez com que ele perdesse o irmão de vista. Agora ambos estavam separados... O que pode acontecer?

      

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