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Notas do Autor (Capítulo 78)

Dando continuidade à nossa longa estadia de Hearthome, hoje volto a comentar também sobre um assunto bem importante que foi iniciado logo no começo da Saga Platina: Os Conquistadores, e sua revolta contra a Liga Pokémon. Eu achei isso bem interessante, porque ainda naquela época eu acabei bolando esse enredo, e alguns meses mais tarde tivemos os manifestos e protestos explodindo por todo o Brasil. Houveram leitores que assimilaram as duas coisas, e por um instante percebi como essa era uma incrível coincidência. Não, eu não planejei isso antecipadatamente e nem vi o futuro, mas acredito que será bem legal nós mesclarmos os dois contextos para tratar de algo em comum.

Nosso bom Brasil passa por uma fase de mudanças, e aqui em Sinnoh eu também vinha abordado um enredo parecido. A diferença nisso tudo é que os Conquistadores são pessoas completamente diferentes, e que ao contrário de lutar por seus direitos e uma região melhor, eles na verdade procuram causar toda essa baderna para benefício próprio. O capítulo de hoje tratou basicamente disso, de uma visão sobre tudo aquilo que vêm acontecendo a nossa volta, tentando passá-la para o Mundo Pokémon. No geral eu acabei retratando minha opinião para algumas coisas, mas não vão confundir tudo pensando em juntar o que têm acontecido no Brasil esses dias! A história que envolve Sinnoh e os Conquistadores é completamente diferente, e com um foco diferente. Na semana que vem trarei o desfecho disso tudo com uma batalha intensa dos membros da Elite contra os Conquistadores, então esperem ver o Ike e toda sua equipe atuando em batalhas como nunca antes foram vistas. É hora de mostrar a força dos Remarkable Five, e a propósito, quem está com saudades da Titânia?

Algumas aparições Especiais

Como já cheguei a mencionar, Hearthome é um dos últimos momentos de paz que tenho antes da Liga. Por conta disso, estou aproveitando essa oportunidade para fazê-los conhecerem mais outros personagens, principalmente os rivais, e quem sabe aproveitar o tempinho que lhes resta antes que a batalha definitiva comece. E por sinal, eu trouxe também a participação de uma velha senhora que nem estava cotada para aparecer no enredo, fiz isso apenas por que me pediram algo algo parecido há muito, muito tempo. Talvez esses leitores nem acompanhem mais a história, digo que eu posso demorar, mas costumo atender os pedidos. Mas ficaremos apenas com ela, agora não temos mais tempo para os demais membros da Elite dos 4 nos games, então mãos à obra! Começaremos a contagem final para Sunyshore. Aí quando fizermos nosso caminho até essa cidade não há mais volta... Daí para frente haverá apenas a Liga.

Espero que tenham tido uma boa e agradável leitura, com uma leve pitada de conversas descontraídas misturada com um pouco de batalhas que nem eram o foco, mas só para distrair mesmo. Mal posso esperar para terminar essa fase e alcançar o Capítulo 80, e então creio que poderemos rever uma ruivinha e começar os preparativos para a verdadeira festa. A oitava dezena será avassaladora, adoro o Número 8. Número 8...

Capítulo 78

Café, Direitos e Revolução
        Dawn havia acabado de despertar com a pouca claridade que passava por entre as persianas delicadas do quarto. Estava em uma cama de casal muito aconchegante, coberta por um fino tecido de seda e aninhada em travesseiros com pena de raros Swannas vindos de Unova. Há meses a garota havia se esquecido de como era ter uma noite tão boa, a última vez que se lembrava de uma ela estivera naquele mesmo hotel em  Hearthome, e voltar a apreciar o conforto do Deluxe Heart era o melhor dos presentes.
Ela gentilmente passou a mão em seu rosto e bocejou, olhando em volta do quarto para lembrar-se o que fizera na noite passada. Quando Dawn virou-se encontrou um par de pantufas à sua espera. Era como se ela fosse uma rainha e recebesse o tratamento digno das casas reais em tempos medievais. A moça soltou um suspiro de gratificação e levantou-se, até que ouviu uma voz bem conhecida:
— Aonde você pensa que vai, mocinha?
Ao virar-se, Dawn deu pulo ao notar que Cynthia estava ao seu lado com os cabelos todo bagunçados e vestindo uma fina camisola, colorida em tons de ciano e transmitindo uma sensação de leveza capaz de fazê-la flutuar.
— E-Eu não sabia que nós tínhamos dormido na mesma cama — disse Dawn.
— Então você é sonâmbula, sabia? Por que de madrugada você veio até o meu quarto e deitou aqui, primeiro começou a falar algumas línguas alienígenas, ameaçou jogar água sanitária em mim, e depois acho que não demorou nem dois segundos para que adormecesse depois disso. Não se lembra de nada mesmo?
— Não...
— Estou brincando, fui eu que te coloquei aqui. Você despencou no sofá quando chegou no quarto ontem à noite, estava exausta — a campeã revelou aquele sorriso divertido que sua amiga tanto adorava. — Posso pedir que tragam o café da manhã para nós duas?
Cynthia tinha um olhar angelical e muita disposição logo cedo. A moça ligou para a recepção e pediu para que trouxessem um banquete em seu quarto enquanto as duas se preparavam para logo deixar o hotel e buscar por mais aventuras. O Deluxe Heart era mantido por Glenn Combs, e o empresário fazia questão de receber perfeitamente bem a querida ex-campeã, por quem tinha um apreço tão grande desde os tempos da velha Liga.
Demorou cerca de trinta minutos para que o café chegasse, e as duas nem sequer tinham se dado ao dever de tirar os pijamas. Cynthia pediu para que o entregador deixasse o carrinho em frente ao quarto para que ela logo pudesse trazê-lo para dentro. Estava repleto de pães, frutas, queijo, geleia, e até mesmo especiarias típicas de Hearthome com um toque dos Poffins feitos por mestres gastrônomos da cidade.
— Uau, isso tudo é para nós duas? — perguntou Dawn.
— Sirva-se, querida. Mas não coma muito, ou vai ficar sem fome até a hora do almoço. Na pior das hipóteses vamos direto para o jantar e aproveitamos esse friozinho da noite para comer fondue ou ir tomar chocolate quente na cafeteria mais próxima, o que acha?
— Seria magnífico.
Dawn preparou seu prato e foi sentar-se na beirada da cama, quando por fim ela deu falta de seus amigos.
— Onde estão o Luke e o Lukas? Eu não os vejo desde ontem à tarde quando saímos da sorveteria.
— Eles se hospedaram aqui no hotel também. Eu conversei com o Glenn, e ele reservou um quarto bem ao lado do nosso, se quiser ir vê-los mais tarde — explicou Cynthia. — Mas creio que os dois já tenham saído, o jovem Lukas foi treinar para competir por sua quinta e última fita, enquanto o Luke parece não ter tido uma noite muito agradável. Acho que é isso, ainda não decorei quem é quem.
— Acertou dessa vez — respondeu Dawn com um sorriso, tomando um pouco de seu suco. — Acho que fomos nós duas que acordamos meio tarde, não?
— Fique tranquila, estamos de férias permanentes. Quem precisa de horários?

• • •

— Nossa, você está acabado mesmo. Eu sei que estamos meio que de férias, mas dormir sempre é bom, sabia?
Lukas e seu irmão encontravam-se em uma cafeteria da cidade, e ainda sendo bem cedo era normal que o movimento estivesse baixo e apenas alguns velhinhos fizessem sua presença cotidiana no local. Luke tinha a cabeça deitada no balcão, e até então não dava sinais de vida, parecia ter caído em um sono profundo. Lukas remexia um pouco de cappuccino enquanto tentava manter o irmão acordado.
— Sua noite não foi muito boa mesmo — sorriu Lukas de maneira graciosa.
O treinador tinha a cara jogada em cima da mesa enquanto o mundo girava ao seu redor e ele não fazia muita questão de acompanhá-lo. Luke realmente tivera uma péssima noite após o ocorrido com Fantina e a confusão de sentimentos causada pelos Luvdiscs. Ele nem conseguira dormir de tão assustado que estava. Agora só lhe restava beber café, muito café, e quem sabe dessa maneira o sono se afastaria por um pouco de tempo.
Seu irmão voltou a chamá-lo.
— Ei, Luke, Luke! Mano, você está me ouvindo? É falta de educação dormir no balcão assim... Peça mais um pouco de café, quem sabe o sono passa...
— Não é sono cara, é a mente. Sabe quando você vê uma coisa na internet que não devia ter visto? Então, estou bem assim. Nunca mais vou querer chegar perto de velhinhas no próximos mil anos.
— Aquilo foi um acidente, eu já te expliquei o que aconteceu. Os Luvdiscs iludiram muitas pessoas da cidade, até mesmo a Marley me beijou! A Paula ficou uma fera, e o tio Glenn convidou as duas para ficarem no hotel com a gente, aí o bicho pegou de vez... Nem sei mais onde a Marley foi parar, ela me pareceu bem assustada... Hoje eu vou atrás dela para desculpar-me por esse ocorrido.
O garoto refletia enquanto tomava seu cappuccino, até que perguntou:
— Como será que a Dawn irá reagir quando souber o que você fez com a Fantina?
— Nem me pergunte. Estou cansado demais para pensar... E não me fale dela, a Dawn que ficar só com a "amiguxa" dela, não precisa mais de mim... Pede um café aí cara, preciso manter minha mente ocupada...
Lukas acenou para o garçom que era um velho senhor bem trajado e com cabelos brancos, tais como sua camisa bem passada acompanhada de uma gravata borboleta elegante. Ao contrário de outros velhos daquela idade, ele tinha um porte fino, o rosto era muito marcado por expressões e estava sempre sorrindo, o que era estranho. O velho garçom trouxe a xícara de café para os dois e sorriu novamente, mas não disse nada, nem o preço. Apenas entregou e voltou a observar o movimento de longe.

Após dar alguns goles, Luke já sentiu suas energias voltarem. O jovem espreguiçou-se, e quando levantou o rosto seu irmão soltou uma risadinha. Ele tinha olheiras e parecia realmente exausta, parecia uma maquiagem mal feita. Os dois se encararam e apenas riram, mas não disseram muito mais.
Luke sorriu e colocou o braço em volta do ombro de Lukas enquanto se acomodava mais ao seu lado.
— Obrigado, parceiro... Eu estava mesmo precisando esvaziar a mente. Não preciso que você fale nada, só de tê-lo aqui do meu lado já é uma grande companhoa — agradeceu Luke, bebendo um pouco de seu café.
— Pensei que você odiasse café.
— BLERGH! Ainda odeio... Eu devia ter pedido um desses cappuccinos seus... Vou precisar de açúcar nessa coisa.
Luke virou-se para pegar um frasco quando uma mulher ao seu lado voltou-se para ele e sorriu, entregando o vidrinho em sua mão de maneira gentil.
 — Bom dia, meu jovem. Quer o açúcar?
— Ah, pode ser, e... WOAH!
Luke caiu de sua cadeira quando viu que ao seu lado era uma velhinha sorridente que fazia a oferta. Lukas não escondeu a risada, pois a velha tinha uma feição alegre e cabelos grisalhos, nada que a fizesse parecer algo ameaçador, mas Luke pareceu ter mais medo dela do que qualquer fantasma.
— Desculpe-me, madame. Meu irmão não teve uma boa noite de sono — desculpou-se Lukas.
— Ora, não é nada. Jovens são sempre tão cheios de energia, cair da cadeira não faz mal algum nessa idade! — respondeu a senhora, entregando o açúcar e voltando-se calada para seu canto.


Aquela cafeteria não era um lugar muito frequentado por jovens, e em sua maioria apenas alguns idosos estavam acordados àquela hora da manhã. Quando Luke deu-se conta disso, percebeu que estava em um campo minado.
— Tente controlar esse seu medo estranho de senhoras de idade, você acaba de nos fazer passar por um mico tremendo — dizia seu irmão. — Pobrezinha! Ela só tinha oferecido o açúcar!
— Do jeito que estou sou capaz de tomar susto com qualquer coisa... É que normalmente uma coisa ruim atrai outra, então uma maré de coisas ruins vem todas ao mesmo tempo, tá ligado?! Estou só de olho quando a outra virá... Eu sinto que hoje é o dia que o universo irá conspirar contra minha pessoa.
Um sininho delicado foi ouvido diretamente da porta. Luke nem virou-se, ficou apenas aquecendo as mãos em volta de sua xícara, mas sentiu que as pessoas que haviam entrado apontavam para ele e iam em sua direção. Lukas notou o movimento, e automaticamente levou a mão até uma de suas pokébolas como se preparasse para ativar seu gatilho nos tempos de velho oeste.
Luke continuava virado até que uma moça e um rapaz foram em sua direção. A mulher sentou-se ao seu lado no balcão e cruzou as pernas de maneira sedutora, mas o rapaz continuou de pé mantendo os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas numa expressão pouco agradável. Ambos tinham toda a atenção do mundo voltada para os Irmãos Wallers..
 — Eu disse que nós iríamos até você. Você nem precisou sair do seu lugar.
— Eu sinto o cheiro do seu perfume francês vencido, Clarisse — disse Luke, mantendo os olhos frios em sua xícara de café açucarado. — E o ar até fica mais pesado quando esse seu amigo se aproxima. Vocês têm a incrível habilidade de tornar tudo mais tenso. É bom te ver também, Lúcio.
— Nós já estávamos de saída — afirmou Lukas, pouco a vontade com a presença de seus dois maiores rivais.
— Não viemos para arranjar encrenca. Só queremos conversar um pouco com seu irmão, ou melhor, com vocês dois. Há certas coisas que requerem nossa total atenção nestes dias conturbados — alertou Clarisse.
— E o que seria? Vamos falar mal de quem hoje? Quem será o sorteado a ser condenado por essas suas maldições loucas ou pelo mal humor diário do seu amigo? — questionava Luke em um tom irônico.
— Depois o mal-humorado sou eu. — Lúcio ainda parecia revoltado, ele logo segurou no braço de Clarisse e pediu para que fossem embora. — Vamos nessa, eu disse que ele não ia nos ajudar. É só um pivete crianção que pensa em insígnias e mulheres o dia inteiro.
— Eu pensei que o moleque briguento e sedento por vitórias fosse você, Lúcio. Já passei dessa fase — ameaçou Luke, levantando-se para ficar na altura de seu rival.
— Olha lá como fala comigo, garoto.
Clarisse tentava afastá-los antes que eles iniciassem uma briga.
— Rapazes, não vamos brigar agora. Hoje não. Estamos na mesma equipe, por enquanto — explicou Clarisse, acalmando os dois e tentando amenizar o clima ali presente.
A moça pediu para que aquele velho garçom lhes fornecesse uma mesa para quatro pessoas onde eles pudessem ter um pouco mais de privacidade. Os velhinhos presentes na cafeteria apenas assistiam a televisão ou liam o jornal, um bando de crianças não seria algo suspeito, mas o que eles estavam para tratar pedia sigilo.
Assim que se acomodaram, Clarisse pegou sua bolsa e retirou um cartaz com um símbolo já muito conhecido dos irmãos Wallers nos últimos dias.
— Sabem o que é isso? — perguntou Clarisse.
— É o emblema dos Conquistadores — afirmou Lukas de prontidão.
— É a imagem que aquele bando de protestantes esquisitos carregam — respondeu seu irmão.
— Então vocês realmente os conhecem... — ponderou Lúcio, apoiando-se no encosto da cadeira e cruzando os braços. — Eu pensei que vocês fossem só dois garotos que vivem falando sobre assuntos nerds e agindo feito crianças, mas pelo visto têm coisas que já chegaram aos ouvidos de todo mundo.
Lukas voltou a incomodar-se com a presença dos dois rivais que já não tinha muita intimidade.
— E então? O que querem? Se for somente para avisar-nos de uma notícia que já tínhamos conhecimento, então sua missão terminou.
— Ei, ei. Vai com calma, jovem. Vamos tentar esquecer as intrigas e rolos do passado por um único segundo e tentar agir como gente grande, entendido? — disse Lúcio, tentando controlar sua já limitada paciência. — Eu só queria perguntar se vocês fazem parte deles. Dos Conquistadores.
Luke e Lukas se entreolharam confusos por um instante, mas depois confirmaram.
— Não. Não fazemos.
Lúcio balançou a cabeça compreensivamente enquanto Clarisse mantinha os olhos fixos no garoto.
— Tudo bem, era só isso mesmo — afirmou.
— Por que querem saber? — perguntou Lukas, um pouco curioso.
— O que esses Conquistadores têm demais? — acompanhou Luke. — Pra falar a verdade, nós derrotamos dois irmãos gêmeos ainda na Rota 209, e eles sugeriram que eu entrasse para a equipe, mas acabei tendo que negar. Ainda não fui com a cara e nem entendi os reais propósitos desses caras, então...
— O que você disse? — questionou Lúcio, levantando-se de sua cadeira e puxando Luke pela gola da blusa.
Clarisse deu um salto e Lukas impressionou-se com a súbita mudança de temperamento do garoto. Luke enfureceu-se com o ato, mas permitiu que Lúcio se explicasse.
— Está querendo dizer que eles te convidaram para fazer parte da equipe?!
— Eles até sugeriram que eu teria sido um grande chefe para eles — respondeu Luke. — Por que? O que isso tem demais? Não vai me dizer que você está com... inveja?
— Eu adorei esses caras — Lúcio foi honesto e sincero ao dizer aquilo. — São poderosos, não temem o poder da elite e nem de ninguém. Eles vão além do que seus direitos permitem e lutam por uma região melhor, então... Então por que diabos eles não permitiram que eu fizesse parte dessa equipe?!!
Luke calou-se, notando então porque seu rival parecia tão frustrado naquele dia.
— Mas os Conquistadores são uma corporação aberta, qualquer um que desejar pode seguir seus ideais... Por que eles haveriam de proibir a sua entrada? — comentou Lukas, fazendo um longo silêncio antes que seu irmão caísse na risada.
— Tá dizendo que eles acharam que eu sou melhor do que você?? HAH, HAH, HAH!! Cara, essa foi demais!
— Segura esse seu ego, Wallers, ou podemos resolver isso numa batalha agora mesmo. Tenho oito insígnias em mãos, e há três semanas iniciei um treino massivo para tornar-me o mais forte de todos. Não pense que eu serei derrotado por você e seu bando de Pokémons que só ataca em conjunto.
          — Ai, começou aquela conversa de "eu tenho mais insígnias que você" de novo... — sussurrava Lukas para si mesmo, já afastando-se da mentalidade infantil que o assunto logo tomaria.
Luke apoiou os braços na mesa e confrontou seu rival.
— Cai dentro então, maluco. A gente explodiu uma ilha e voltou vivo do inferno! Acha que pode me enfrentar? Não sei se tu vai aguentar. Eu te desafio para um duelo de Rap, acha que vai se contentar?
Lúcio franziu os cenhos surpreendido e perguntou.
— Como é?
Luke soltou uma risada, mostrando que ele claramente estava brincando. A verdade é que ambos haviam crescido e aprendido muito nos últimos meses. Eles já não brigavam e se confrontavam como crianças. Até mesmo Lúcio acabou rindo.
— Duelo de rap? Eu não sabia que você curtia isso. Suas rimas são tão toscas que me fizeram rir, e olha que há tempos eu não dava risada de algo...
— Rapazes, aquietem-se agora mesmo, vocês já estão chamando atenção demais... Se eu ouvir outra rima do Luke sinto que terei uma diarreia — disse Clarisse, sendo completamente ignorado pelos dois que pareciam mesmo criar um duelo de rap. A moça apoiou a cabeça em seus braços e soltou um suspiro em direção de Lukas. — Ai, como esses homens são problemáticos...
— Nem me fale — concordou o menino coçando a cabeça já sem saber o que fazer.
E a briga continuava, mas de outras maneiras. Lúcio e Luke voltaram a sentar-se, continuando sua discussão à respeito do que eram os Conquistadores.
— Eu adorei os ideais deles, são treinadores de nossa idade que conseguem colocar medo até mesmo na Elite e no Governo! — dizia Lúcio impressionado. — Só não entendo por que não me aceitaram. O que eu fiz para eles? Só quero entrar nessa droga e detonar tudo, qual o problema desses caras??
— Nhé-nhé, eles me chamaram, falaram até que eu poderia liderá-los! Morra de inveja, senhor “oito insígnias” — Luke se vangloriava, e chegava a ser cômico quando ele imitava a voz de Lúcio —  "Ui, ui, ui! Eu tenho oito insígnias e sou o fodão!" Se acha que isso será o suficiente para o fim do ano, lembre que todo mundo precisa conquistar no mínimo oito para entrar da Liga!

Foi então que aquele velho garçom que servira o café aproximou-se da mesa em silêncio. Lukas e Clarisse não movimentaram nem um músculo, enquanto Luke e Lúcio ainda brigavam e discutiam sem dar conta de sua presença. O velhinho não falou nada, mas pouco a pouco a cafeteria pareceu ficar mais vazia. Quando Lúcio voltou-se para ele não pôde conter seu jeito ignorante:
— O que quer, velhote?
— Notei que estão falando dos Conquistadores — disse o senhor de idade.
— Estamos sim, aqueles desgraçados, primeiro querem salvar a região e depois começam a filtrar quem entra em quem sai! Daqui a pouco eles vão querer começar a criar uma ditadura onde eles estão no comando. E eu tinha pensado que essa seria a minha oportunidade de detonar geral, eu nunca iria perder essa chance de sair na mídia e provar para todos que nós sempre temos a razão.
— Este nunca foi o ideal dos Conquistadores, sabia? — perguntou o velhinho com a voz mansa. — Eles são uma corporação antiga, muito antiga. Foram criados quando eu tinha a sua idade, e o intuito era lutar por uma Sinnoh melhor. Recentemente essa corporação voltou à ativa, mas seus ideais não são mais os mesmos... As pessoas lutam por uma Sinnoh melhor, mas o que essas pessoas realmente querem é chamar atenção. São elas quem querem ter o poder.
— E quem é você para dizer o que pensa, velhote?! — indagou Lúcio, ainda mais frustrado.
O velho permaneceu com a expressão inalterada, mas exatamente por não demonstrar reação alguma ele tornou-se assustador. Pegou um pequeno chapéu no peito enquanto o silêncio predominava na cafeteria.
— Eu já fui um dos participantes dos Conquistadores. Tenha respeito por uma pessoa que lutou para que vocês tivessem a liberdade.


Lúcio recuou incrédulo, sentando-se em sua cadeira completamente acuado. O velho garçom olhou para os lados, e depois para a televisão, que ainda transmitia notícias de alguns atos de vandalismo que os recentes Conquistadores vinham fazendo.
— Nós lutamos por um mundo melhor, lutamos por nossos direitos, esta sempre foi a verdade. Porém, os tempos hoje são outros. Parece que alguém assumiu este velho nome para fazer uso de algo em seu próprio benefício — explicou o garçom.
— E o senhor saberia dizer quem é essa pessoa? — perguntou Lukas.
— Provavelmente é o atual líder dos Conquistadores. Mas a verdade é que uma corporação como essa não possui líderes, não deve possuir. É a massa que a movimenta, e todos lutam pelos ideais de ter uma região melhor. Derrubar um homem justo como o Ike não é a vontade de todas as pessoas, é a vontade dele. — explicava o idoso.
Agora muitas informações sobre os Conquistadores faziam sentido,  até mesmo o motivo pelo qual eles não haviam permitido que Lúcio ingressasse na equipe. Uma determinada metade desejava apenas seguir as vontades do Líder, derrubar o campeão, enquanto a outra continuava dispersa, lutando por causas nobres e justas que realmente deveriam ser levadas em conta.
— O senhor poderia nos falar um pouco mais sobre como eram os Conquistadores na sua época? — perguntou Clarisse.
— Oh, minha memória têm andado tão falha... Mas conheço alguém que poderia falar muito mais. Bertha? Bertha? Pode vir até aqui um minuto?
Uma velha senhora apareceu, e Luke quase engasgou com seu café quando notou que era a mesma do açúcar. Ela parecia ter ouvido a conversa até então, e ao aproximar-se do garçom demonstrou um sorriso gentil e gracioso que apenas as vovós sabem fazer.
— Estes jovens desejam saber mais dos atuais Conquistadores — disse o garçom.
— Os de hoje? Eles são uma farsa... Eu também participei dessas manifestações, mas eram tempos muito diferentes. Que tipo de mensagem eles querem transmitir, se guardam segredos e selecionam seus componentes? Retirar o jovem Ike do comando não vai mudar em nada, só vai piorar a situação! O que eles devem fazer é avisar, alertar. Mostrem o que desejam, eles atenderão.
Os jovens estavam impressionados com a forma como até os mais velhos tinham muitas opiniões a compartilhar sobre as coisas da realidade  Até então, Lúcio pensava que eles eram apenas velhos que ficavam sem fazer nada a manhã toda, o que era uma terrível mentira.
— Então que dizer que os Conquistadores sempre tiveram um intuito positivo, mas seja lá quem esteja fazendo seu uso, está fazendo errado! — comentou Lukas.
Seu irmão também parecia bem pensativo agora. Se os Conquistadores conseguissem de fato derrubar a Elite, não haveria Liga, não haveria mais campeão, não haveria ninguém para ficar no comando, e Sinnoh mergulharia no caos.
— É verdade, ninguém sabe quem os comanda, nem mesmo aqueles dois irmãos, o Kairel e o Dairel... Eles disseram que recebem uma mensagem, e a compartilham sem entendê-la. É como se cada pessoa dentro dessa corporação lutasse por uma ideia diferente.
— Agora percebo como são desorganizados... — concluiu Lukas.
— Mas em nosso tempo éramos de uma postura completamente diferente — a velha Bertha o interrompeu. — Não é a população que deve temer seu governo, o governo deve temer seu povo! Veja este bom homem, o Ike... Ele é jovem, e pegou o cargo de Campeão em uma crise intensa. As pessoas jogam a culpa em suas costas pelo erro dos outros, esta é a verdade...
Os Irmãos Wallers ficavam ainda mais triste com tudo aquilo, principalmente porque Ike Smithsonian era um grande amigo deles.
— E se a pessoa que os comanda já tinha um sentimento antigo de vingança contra o campeão? — Clarisse sugeriu, mas sem receber muita atenção.
          Então, Bertha comentou:
          — Eu não duvidaria de nada... Sinnoh mudou tantas vezes de campeão nos últimos cinco anos... O rapaz que carregou o título em minha época chamava-se Forde Ferraris, ele era sedento por poder e autoridade, um verdadeiro tirano! Espero sinceramente que Sinnoh jamais passe por dias como aquele...
Lúcio voltou a cruzar os braços quando perguntou para Bertha:
— Ei, velha, mas e a parte legal de detonar tudo, como fica? O bacana mesmo é ir para as ruas e destruir tudo, fazer uma verdadeira bagunça! É por isso que eu queria entrar — disse Lúcio animado.
A velha Bertha deu-lhe um leve tapa com uma luvinha de pano.
— Cuidado, menininho. Os Conquistadores fizeram bem em não aceitá-lo. Não precisamos de mais baderneiros por aí, precisamos de gente que lute por direitos e ideais de toda uma região.
Lúcio ficou extremamente aquietado após levar o tapa com a luva de pelica da senhora. Nunca antes ele tinha levado o tapa de uma mulher, ainda menos de uma velha. Por mais que Bertha parecesse apenas uma senhora, ela claramente transmitia a sensação de sabedoria e conhecimento.
Bertha poderia ter ficado falando sobre suas aventuras passadas durante várias horas, mas jovens sempre são cheios de pressa e energia, então foi diretamente ao ponto:
— Eis aqui uma verdade: Lutem por seus direitos, mas lutem por uma região melhor, não sigam a ideia de algo ou alguém que vocês nem sabem o que é. Aqui em Sinnoh estes protestos não estão sendo conduzidos de forma correta, mas há muitos locais que tiveram sua história mudada pela população que decidiu agir. Vocês têm todo o direito de lutarem. Vocês são jovens, então façam essa diferença.
Lukas sentiu vontade de bater palmas para o discurso daquela senhora, e de fato todos estavam surpreendidos com a sabedoria que os mais velhos tinham a compartilhar.
Luke levantou-se num pulo, apontando para Bertha e para o garçom.
— Se vocês participaram de protestos no passado, então vocês eram poderosos. Enfrentem-me! Se a Liga não for capaz de dar um jeito nos Conquistadores, então eu darei.
— Essa nova geração... Eles nunca confiam no potencial dos mais velhos, acham que podem resolver tudo! — disse Bertha com uma risada, referindo-se à força oculta que os membros da Elite ainda não haviam revelado.
— Essa não é uma luta nossa — acompanhou Lukas. — Vamos confiar no tio Ike e nos demais. Eles conseguirão aguentar o tranco.
Lúcio revelou um sorriso ligeiro ao falar:
— Mas isso não muda a minha empolgação por uma batalha. Acho que seria bem legal enfrentar dois velhos membros dos Conquistadores. Podemos ver se estamos no nível deles.
— Qual é, eu havia dito que era para eu e meu irmão enfrentá-los, e não você. Não quero você como parceiro! — disse Luke.
Uma vez que nem Lukas e nem Clarisse pareciam muito dispostos a enfrentar aquela batalha, parecia que Lúcio teria a chance de batalhar ao lado de seu rival mais odiado. Os dois velhinhos sorriram e foram buscar algumas pokébolas velhas e empoeiradas que ainda levavam consigo.
— Nem sei há quanto tempo não batalho. Acho que estou enferrujada, Albert — disse Bertha.
— Você nunca envelhece, minha querida. O corpo até pode, mas sua alma, jamais — assentiu o garçom.
Os dois sacaram suas pokébolas e tomaram posições ali na própria cafeteria. Logo uma pequena platéia de senhores de idade formou-se, e Luke imaginou-se em território inimigo. Albert e Bertha podiam ter passado da data de validade, mas ainda tinham conhecimento e experiência. Muito provavelmente teriam algo a ensinar.
 — Gliscor, venha! — ordenou Bertha, seguida de seu parceiro.
— Ambipom, está na hora de voltar à atuação!
No campo de batalhas assumiram dois Pokémons experientes e muito bem treinados. Há tempos Luke não via um Gliscor, e lembrou-se como sempre admirara aquele Pokémon. O Ambipom do garçom inclusive era muito interessante por carregar uma coroa em sua cabeça, como se por algum motivo ele homenageasse alguém. Seria uma batalha difícil de se lidar, principalmente porque os dois parceiros de luta  do outro lado não se entendiam muito bem.
 — Vamos nessa, Mikau. Está na hora de você voltar ao trabalho depois dessas longas férias em recesso.
— Empoleon, vamos acabar com essas duas relíquias de museu — continuou Lúcio.
Os dois rivais se encararam não muito satisfeitos.
— Ô, animal de tetas. Eu escolhi o Pokémon aquático primeiro, por que não pega um outro tipo para derrotar o Ambipom? — grunhiu Luke.
— Porque este é o meu melhor Pokémon, e foi você quem quis me copiar com esse Seadra fracote. O Conde é meu melhor lutador, espera que ele vá ficar na sombra de algum outro aquático qualquer?
Mikau voltou-se para seu treinador e apenas sorriu com o olhar.
 Posso matá-lo agora ou mais tarde?
Luke tentava segurar o riso.
— Cara, você pode caçoar de qualquer Pokémon, mas é sério, não vá arrumar encrenca com o Mikau... E olha que estou sugerindo isso para o seu bem, eu poderia ter ficado sem falar nada. Só não vou muito com a cara desse seu Empoleon, sempre que ele entra ele perde!
— Que seja — Lúcio voltou a concentrar-se na batalha. — Empoleon, avance com o Aqua Jet!
— Mikau, Dragon Dance!
 O pinguim imperador foi o primeiro a atacar enquanto o Seadra continuava na retaguarda, apenas preparando seus projéteis de gelo. O Gliscor era rápido em golpear a linha de frente, enquanto o Ambipom atacava múltiplas vezes com golpes como Doublet Hit.
— Gliscor, avance com o Thunder Fang! — ordenou Bertha.
A velha senhora era uma hábil treinadore, e por um instante Lukas imaginou como teria sido incrível vê-la batalhando em seu auge, lutando uma Sinnoh melhor. Lúcio e seu Empoleon continuava na ofensiva, e quando Mikau finalmente terminou sua preparação o atirador voltou-se para seu alvo sem nunca falhar.
 Te peguei — disse o atirador ao fixar sua mira na asa do Gliscor e derrubá-lo com um Ice Beam.
O Ambipom logo pulou em direção dele e o atacou, obrigando que sua atenção em combate fosse direcionada para outro lado. Lúcio avançou mais uma vez com o Drill Peck de seu Pokémon, e por um instante começou a gostar da ideia de lutar ao lado de Luke.
— E não é que o garotinho aprendeu algumas manobras? — disse de sua forma irônica, o que poderia ser levado como um elogio. — Onde está aquela sua serpente matadora e o dragão maníaco?
— No clube do atirador invejoso, da máquina de matar, da ciborgue sensual, da montanha gigantesca, e de um monte de outros Pokémons bacanas que você vai adorar conhecer quando chegarmos na Liga e eu puder chutar essa bunda para fora! Você vai amar, senhor "oito insígnias"! — caçoou Luke, não dando nem tempo para que seu parceiro ficasse irritado.
Bertha ordenou que seu Gliscor desse um golpe muito poderoso, o que colocou um fim no Empoleon de Lúcio sem que ele sequer notasse.
 Guillotine!
A criatura avançou contra o pinguim imperador e fez um corte profundo em suas roupas da nobreza,  o que o retirou da batalha. Mikau aproveitou que seu oponente atacava seu companheiro e utilizou aquilo para seu benefício, atirando projéteis de gelo com o Ice Beam para dar um fim no Pokémon de Bertha.
O Ambipom pulava de um lado para o outro, e quando veio para atacá-lo por trás o atirador só teve tempo de jogar-se no chão e esticar um dos braços na frente do outro antes de puxar sua alavanca.
 Hydro Pump.
Uma imensa quantidade de água foi espalhada em toda a cafeteria, fazendo com que os velhinhos começassem a afastar-se lentamente da batalha agora que a diversão terminara. No fim das contas seu Seadra havia causado uma pequena inundação, o que de fato lhe agradava. Luke olhou para Lúcio e riu, como se lembrasse o fato de seu rival perder sempre que o encontrava.
Albert, o garçom, coçou os poucos fios de cabelo branco que lhe restavam e sorriu:
— Oh, puxa, agora vou ter um trabalhão para limpar tudo.
— Não se preocupe, esses garotos vão ajudar — respondeu Bertha. — Não é mesmo, meninos?
— Claro que não, velha coroca! Eu lá tenho cara de quem vai pegar um esfregão e ficar trabalhando feito escravo nesse museu abandonado?!
Luke escondeu-se, já pegando o esfregão e começando a limpar. Ele sabia muito bem que não se mexia com velhinhas com cara de bondosas. Luke já tinha motivos de sobra para ter medo delas.
Bertha arregaçou as mangas e jogou os cabelos para trás.
— Então acho que vou ter que te mostrar um pouco mais da força de uma senhora que já participou da Elite.

• • •

Algumas horas se passaram desde que Luke e Lúcio limpavam a cafeteria do estrago causado pela inundação de Mikau. Eles haviam levado a vitória em seu treino, mas agora Lúcio estava quieto e tremia. Parecia que os dois passaram a ter medo de velhinhas.
— Aprendeu alguma coisa? — perguntou Luke, vestido com um avental rosa enquanto observava Bertha e Albert sentados no balcão, fumando um cachimbo e tomando um pouco de água fresca enquanto eles trabalhavam.
Lúcio não tirava os olhos do chão úmido.
— Além de que velhas são assustadoras, não. Maldição, para que prestam essas oito insígnias se eu perco para todo mundo? Vou ter que treinar o dobro a partir de agora.
— Cara, vai por mim, tu é forte. Mas é que infelizmente você dá o azar de encontrar pessoas tipo eu, meu irmão, ex-membros da elite e outras estrelas por aí. Aí você fica ofuscado.
— Aguarde minha revanche na Liga Pokémon, Wallers. Eu vou te enfrentar, e você vai perder tão feio que nunca mais vai segurar uma pokébola novamente. Será uma batalha épica, digna das finais.
— Tranquilo, eu te elimino no primeiro turno. Agora volta a esfregar o chão antes que essa velha volte. Ela me assusta mais do que você...
Enquanto seus amigos se viravam para limpar tudo, Lukas e Clarisse continuavam sentados em uma mesa assistindo a televisão e tomando um pouco de chocolate quente. A moça cruzou as pernas enquanto folheava uma revista de moda, até que algo chamou sua atenção no programa. Lukas apontou para o aparelho antigo e pediu:
— Ei, alguém aumenta o volume? Estão falando das manifestações na Liga!

A mensagem na televisão falava basicamente de protestantes em frente a Liga, pessoas que estavam destruindo o portão de entrada e que pretendiam ir enfrentar Ike e os Elites sem nem mesmo ter participado da Liga ou conquistado suas insígnias. Todos eles eram guiados por uma pessoa desconhecida, cujo principal objetivo realmente era tirar Ike do poder.
Bertha virou-se para os jovens e comentou à respeito da notícia.
— Veem isso? Não há motivo para violência. Eles estão errados, eles procuram algo que não é a liberdade. Não se iludam, busquem sua liberdade e seus direitos, mas há outras maneiras para se manifestar.
— Agora a batalha verdadeira acontece contra os integrantes da Elite... Imagino se eles serão capazes de detê-los... — sussurrava Lukas para si mesmo.
Mesmo que Luke continuasse esfregando o chão, ele desejava mentalmente que tudo aquilo terminasse. Queria que os membros da Elite e os manifestantes chegassem a uma decisão, o que parecia estar longe de acontecer. Só lhes restava acompanhar as notícias e ver até onde aquela batalha iria chegar.

      

Tio Gigas


Regigigas é o guardião do Templo de Snowpoint, e também um dos Pokémons lendários mais poderosos em termos físicos e históricos de Sinnoh. Sendo um velho guerreiro de proporções colossais, sua presença havia sido esquecida por todos humanos fazendo com que ele fosse voltasse a ser considerado uma lenda como nos tempos antigos.

Quando os Irmãos Wallers, Dawn Manson, Candice, Roark, Riley e o campeão Ike Smithsonian acabaram ficando presos no templo, eles se envolveram com o mistério do aparente sumiço do guardião. Adentrando as mais profundezas masmorras e zonas desconhecidas do templo, a equipe pôde encontrar uma estátua e diversos resquícios deste guerreiro que adormecia em um sono profundo e sem vida no andar mais profundo, que diziam tratar-se do centro da terra.

Regigigas necessita da presença de Registeel, Regice e Regirock para que suas forças sejam restauradas. Seu poder é imenso. Com proporções muito maiores do que qualquer Pokémon, ele é capaz de utilizar sua força para mover montanhas e quebrar continentes. Paula o chama de Tio Gigas, mas a verdade é que mais ninguém se lembra de seu nome. O Regigigas não é uma criação de Arceus, mas pelo contrário, ele foi criado pelos antepassados dos humanos, e isto explica porque ele envelhece.

HISTÓRIA

Gigas era vivo quando Paula conheceu Lukaian, um dos mais antigos decentes de Lukas Wallers. Naquela época, Gigas ainda era um guerreiro novo e de força ainda imensurável que lutava pela vontade de Arceus e os Pokémons Lendários, a guilda conhecida como Ômega First. Gigas sempre foi precipitado quanto a seus atos e atitudes, e muitas vezes até rancoroso com os humanos, mas quando a idade lhe alcançou ele teve tempo de sobra para pensar e refletir sobre todos os erros que cometeu. Suas falas são sempre lentas e acompanhadas de ruídos sem significado, como alguém que há muitos anos simplesmente tem a obrigação de existir na face da terra. Registeel, Regice e Regirock representam suas maiores armas; uma espada, uma lança e um machado, cada qual feita do material de seu guardião sagrado.

Regigigas já lutou muitas guerras contra e a favor dos humanos. Quando sua energia acaba ele dorme em um sono de chega a durar centenas de anos. Com a idade avançando cada vez mais, sua mente tornou-se mais lenta, e por conta disso o velho Gigas costuma levar vários minutos para completar suas frases e até chega a dormir no meio delas. Há muito tempo ele não se envolve em uma luta, mas em seus dias de glória seu poder podia ser comparado até mesmo ao de Arceus, um velho amigo seu.

TRIVIA
  • Pelo fato de Palkia ter sido criada por Arceus, isso torna Paula milhões de anos mais velha do que Regigias, e ainda assim, ela se refere ao velho como um tio querido seu;
  • A ideia do nome de Regigigas era ser Tio Gil, como no Sótão Encantando;
  • Dizem que os Regigigas são os Pokémons lendários mais fracos de todos nos jogos, isso por conta de sua terrível habilidade Slow Start e movepool escassa;
  • O gijinka de Tio Gigas não estava na lista para ser desenhado, ele foi incluído a pedido dos leitores;
  • Está previsto para que Regigigas tenha uma aparição no especial da Saga Platina que conta a história de Lukaian, um dos antepassados de Lukas. Neste especial, Gigas será apresentado muito mais jovem;
  • O nome Regigigas deriva do latim, onde Regis significa rei, real, nobre, majestoso; e Gigas vem do grego, significando Gigante. Logo, ele seria conhecido como o Tio Gigante.


O Despertar das Lendas Perdidas (Arco Especial)

Os Golens Lendários, também conhecidos como o Trio Regi, são compostos por Registeel, Regice e Regirock, tendo como seu criador o supremo Regigigas. No Arco de Snowpoint do Aventuras em Sinnoh (Capítulo 70, 71, 72 e 73) foi possível conhecer um pouco mais sobre estas criaturas ancestrais, mas nunca foi muito bem explicado como os golens lendários vieram a cair nas mãos dos líderes de ginásio em Sinnoh.

Convidamos você a conhecer esta interligação entre Hoenn e Sinnoh que conta um pouco mais sobre a história destas lendas perdidas, desde o envolvimento da Elite dos 4 e do campeão Steven em uma batalha contra influentes pesquisadores da Corporação Devon, até o que poderia resultar na destruição deste continente. Recorrendo até mesmo à ajuda de grandes treinadores de Sinnoh, seriam eles capazes de decifrar os mistérios por trás do Trio Regi antes de seus ambiciosos oponentes?

Segue abaixo em anexo os capítulos do Arco "O Despertar das Lendas Perdidas" para que os leitores saibam um pouco mais sobre as interligações que englobam a Aliança Aventuras.

Capítulo 45 - O selo sagrado.

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