- Back to Home »
- Episodios Fire Tales »
- Fire Tales 20
Posted by : CanasOminous
Jul 25, 2012
Se pensa que este é apenas um daqueles contos infantis em que a princesa encontra seu príncipe e passa viver feliz para sempre ao lado dele, então acertou. Nada mais do que uma jovem menina apaixonada em busca de aventuras, buscando apenas viver intensamente.
— Pode escolher qualquer um. Esse lugar era frequentado pela Senhorita Glaciallis, mas com o tempo ela o deixou para trás, e hoje sou quem cuida de sua manutenção.
Essa é a história de Eva, uma Eevee, uma menina que sempre temeu ser engaiolada; de viver atrás de grades vendo todos aqueles que ama partir enquanto ela ficava para trás apenas esperando que a idade a levasse embora. Aquela não era a vida propícia para ela. Se os livros tinham um final feliz por que ela não haveria de ter também? Basta viver, basta procurar, e principalmente, correr atrás daquilo que ama.
Correr muito.
— Senhorita Eva, aonde pensa que vai? — indagou a voz furiosa de uma mãe que percebe de imediato quando sua filha faz algo errado.
Uma jovem de pernas ágeis parou, aos poucos teve de ir retornando. Glaceon arqueou uma das sobrancelhas em sinal de descontentamento.
— Então, o que faz vestida assim correndo para o seu quarto?
— Eu estava apenas indo trocar de roupas, mamãe. Para me sentir mais bela... — respondeu uma jovem Eevee.
Glaceon caminhou até a pequena, tocou em suas vestes e arrumou todos os detalhes que estavam errados. Em seguida abaixou seu olhar e observou sua pequena filha em sua frente esboçando uma triste feição.
— Isso é ótimo, querida. Tire esses maltrapilhos, jogue-os no lixo se possível! Não entendo porque você cisma de usá-los, mas se diz que está indo vestir algo mais belo, então vá! Estarei a aguardá-la na sala. Precisa de ajuda?
— Não. Não, já estou muito boa nisso, quero começar a me vestir sozinha para o dia em que eu sair em minha aventura. — assentiu Eevee.
— O que disse?
— Quero dizer, para o dia em que eu encontrar meu marido... E precisar virar-me sozinha com os afazeres... E ser uma boa esposa.
Glaceon sorriu como se admirasse a inteligência de sua filha, sabendo que no futuro ela daria uma grande rainha. Leafeon logo passou ao lado de sua esposa, que chamou-a para contemplar a pequena:
— Veja só, sua filha já não é uma moça?
— Claro, Milady. Vocês duas são lindas. — sorriu o Leafeon — Diga-me, querida, onde estava indo vestida assim?
— Ela vai trocar-se, e colocar lindas roupas que comprei para ela dos melhores tecidos de toda a Sinnoh! Vá, vá! Não fique vestida dessa maneira menina, parece até o seu pai quando ele ainda morava nas ruas. Vamos, torne-se a princesa que nasceu para ser!
Eevee fez um aceno de despedida e correu para seu quarto. Glaceon voltou a sentar-se em sua poltrona real, mas o pai, sábio e atento do jeito que era, caminhou sutilmente até o quarto da filha, e deparou-se com uma sala vazia. Apoiou-se sobre a bancada da janela e olhou o horizonte.
— Vai visitar a guilda? — perguntou Isaac.
Eevee engoliu seco. Ela estava escondida logo embaixo da janela, onde não dava visão, mas seu pai já era perito na arte de esconder-se, e não seria fácil despistá-lo.
— E-Eu só estou olhando as flores... — disfarçou ela.
— Eva, você não gosta de flores. Creio que esteja indo para a guilda dos Fire Tales, certo?
— Por favor, não conta para a mãe! — implorou ela.
Leafeon virou-se e deu uma longa risada, não alta o suficiente para que sua esposa ouvisse, mas pelo menos a risada havia sido tão aconchegante a ponto de Eva saber que poderia confiar em seu pai.
— Amo sua mãe de todo o coração, mas da mesma forma amo você, e quero vê-la aproveitando sua infância. Vá, essa guilda é onde encontrei meus melhores amigos, e onde certamente você encontrará os seus. Aposto que todos eles devam estar muito ansiosos para conhecê-la.
— Obrigada, pai!! — respondeu Eevee, dando um pulo para longe da janela e começando a correr, porém, logo retornou — Mas pai, o tio Atros está lá de guarda... É dito que nem um Bidoof pode passar de sua vigilância sem ser notado.
— O velho Atros é bom na visão e no olfato, mas não é apenas uma muralha sem cérebro. Passe por ele normalmente, deseje-lhe um bom dia, não há motivo para que ele a impeça de ser feliz.
Eevee concordou e voltou a correr, no caminho deparou-se com a figura de uma montanha, alto e imponente, braços cruzados e uma feição tão séria e carrancuda que faria qualquer um desistir de uma missão. Eva passou a mão nos cabelos, abaixou as orelhas com alguém que tenta evitar o contato visual com algo indesejável, e sem mexer sequer um músculo, exceto os da face, pôde-se ouvir uma voz grossa:
— Tenha um bom dia, senhorita. — disse o Lairon.
— O Senhor realmente não irá impedir-me? — perguntou ela.
— Não, não é minha função no momento.
— Pensei que sua função fosse impedir que eu fugisse...
O velho Lairon virou-se para a pequena e esboçou um sorriso.
— Fugir? Eu não vi nada.
Eevee sorriu e agradeceu a grande ajuda do homem, mas antes de correr para longe voltou-se para ele com o intuito de descobrir mais sobre o local que gostaria de conhecer. Ela sabia que Atros era um velho guerreiro da guilda, e certamente saberia dizer o que encontrar.
— Senhor Atros... Pode me dizer uma coisa?
O homem apenas fez um aceno positivo com a cabeça.
— O que esses guerreiros têm de tão grandioso? Ouço histórias deles, lendas e canções de seus feitos, e você faz parte deles. O que há nessa equipe de tão especial?
— Por mais que isso caia no clichê, senhorita, devo dizer que essa amizade é contagiante. Não é uma amizade próxima, é um sentimento que... — Lairon parou e olhou atentamente para as palmas de suas mãos — É um sentimento familiar, que embora não seja ligado por nenhum laço compartilha o mesmo sonho.
Eevee ouviu tudo atentamente, o que fez o velho homem sentir-se um pouco sem graça.
— Perdoe-me, senhorita. Eu não deveria falar muito.
— Não diga isso, eu gostei do que ouvi! Quero descobrir esse sentimento também.
— Eles são guerreiros. Veja por si própria, pequena.
Eevee agradeceu a ajuda, mas antes de voltar a correr foi chamada por Lairon novamente:
— Só um minuto, senhorita. Tenho uma tarefa para você. Designada por seu pai.
— Tarefa? E o que seria?
— Leve seu irmão junto, é tudo que ele pediu.
Eevee levou a mão até sua face, não acreditando que precisaria levar Piplup consigo. Não que os dois se odiassem, muito pelo contrário, davam-se muito bem, mas com seu irmão por perto ela não poderia conhecer os rapazes da guilda, nem ter seus momentos especiais procurando por aventuras. Duke logo chegou com seu caminhar torto e um sorriso no rosto, o engraçado era ver sua irmã ser muito maior do que ele, que apesar da idade mais avançada ainda era muito baixinho. Piplup fez um aceno para Eva e depois sorriu:
— O pai pediu para cuidar de você, só pra mãe não arrancar a cabeça dele quando souber que você fugiu de novo. Pelo menos vai poder dizer que a culpa foi minha também.
— Ah, e então você se ferra junto... — presumiu Eevee, cruzando os braços e encostando em uma árvore.
— Entenda que eu sou seu irmão mais velho, e tudo que você fizer de errado é culpa minha. Independente do que seja. — brincou Piplup
— Vamos lá então, só não fique me atrasando e nem me faça passar vergonha...
Aos poucos a figura do Senhor Atros ficou para trás a vigiar a mansão de Milady. Eevee correu para a guilda sentindo o vento sobre seu rosto, a sensação de liberdade e sua gaiola interna deixada para trás há longas milhas. Quando avistou uma área mais afastada pôde notar um grande movimento, Pokémons entravam e saíam da área mantendo suas funções, rindo e se divertindo em conjunto.
Eva não sabia se seria reconhecida, mas certamente tinha grande anseio por conhecer melhor aquele povo que vivia tão próximo, e segundo as histórias que seus pais contavam, eram também os responsáveis por terem a salvado- de um terrível ladrão.
— Seja bem vinda à Fire Tales! Esta é a guilda do meu pessoal, e vou te contar, eles são os guerreiros mais fortes do mundo! — gabava-se Piplup.
— Que fantástico! Tenho a impressão de que já vi muitos deles em meu passado, lembro-me de seus rostos em minhas lembranças, e agora é como um sonho andar por essas bandas! — disse Eevee muito animada, em seguida segurando no braço do irmão — Venha, vamos dar uma volta!
— Espera, espera, você pode ter problemas se encontrar com algumas pessoas em especial, tem tanta gente carrancuda e mel encarada na guilda, não é melhor só observar de longe?
— E como poderei divertir-me dessa maneira?
— A mãe pode ficar brava...
— A mãe não vai saber de nada se você também não contar.
Eevee virou-se e rodopiou num movimento alegre para demonstrar toda sua felicidade, subiu em cima de algumas caixas e observou o outro lado da guilda onde havia o pátio central e a grandiosa fogueira central encontrava-se. Enquanto observava escorregou em um dos caixotes que veio a cair, chamando a atenção de outros Pokémons que estavam nas redondezas.
— Shhh!! Eu falei para você não fazer bagunça! — pediu Piplup.
— Ai... Acho que ralei meu braço... O que é isto?
Eevee virou seu braço e notou uma parte avermelhada que estava machucada, aquela era a primeira vez que lhe acontecia algo assim, uma vez que sempre estava rodeada de figuras protetoras que não lhe deixavam fazer mais nada.
— Vish! Machucou?
— Um pouquinho só... Mas isso é tão... legal!! É vermelinho. Ai! E dói pra caramba...
— Tem alguém aí?
Eva assustou-se ao ouvir uma voz desconhecida, e num rápido movimento tentou esconder-se, porém, foi descoberta por duas figuras que levantavam alguns caixotes e agora a fitavam com certa curiosidade. Um deles era um rapaz alto, tinha óculos escuros e vestia roupas que lembravam a escama de um dragão, o pequeno ao seu lado era um jovem esquilinho de sorriso infantil e aparência meiga.
— É uma garota, Aerus. — disse Pachirisu.
— Amém! Finalmente Arceus decidiu começar a mandar fêmeas a caírem do céu para nossa base. Seja bem vinda, princesa, pode me chamar de Aerus, sou um Gabite, líder da equipe. — disse o mais alto.
Eevee sorriu, e esticou a mão para que o jovem esquilo a ajudasse a levantar-se. Ela ergueu-se num pulo e agradeceu a hospedagem. Logo Gabite virou-se para Piplup e soltou um grito:
— O quê?! O pinguim alado arrumou uma namorada e eu ainda estou empacado??
— Qual é, seu dragão desdentado, essa aqui é a minha irmã! Fiquem longe dela, ela é muito sensível e emotiva...
— Duke, não faça essa má impressão de mim! — respondeu ela — É um prazer conhecê-los, e realmente, sou irmã do Piplup.
— Oh, você deve ser a filha da Glaceon! Puxa, há quanto tempo ela não aparece por essas bandas? Não é de se surpreender que você ainda não nos conhecesse. — disse o Pachirisu — Pode me chamar de Fua, sou o sub-administrador da equipe. É a sua primeira vez aqui?
— Na verdade, devo dizer que é o mais perto que cheguei de alguém, mas outras vezes fui capaz de chegar até a fronteira. — respondeu Eevee.
— Ih, que malz. A Milady devia deixar você sair mais, conhecer a cambada, e poxa! Do jeito que o pessoal daqui é desesperado aposto que adorariam conhecer uma fêmea nova no pedaço. Aí, vai por mim, deixa o pinguim com a gente e vai se divertir.
— O que? Vai me descartar feito papel higiênico?! — indagou Duke.
— Bom, vocês não... Vocês não vão jantá-lo nem nada, não é?
Fua encarou Aerus que seguiu com uma longa risada debochada, mas ainda amigável e contemplativa.
— Que tipo de lavagem a Glaceon fez em você? Aqui somos todos parceiros, e seu brother já faz parte das antigas. Somos, tipo, apesar das brigas, bem próximos, sacou?
— Hah, hah... Vocês são engraçadas mesmo. "Curti pra caramba"
— Uow, e a mina já pegou o esquema dos nossos códigos! Mano, pensei que tu era tipo sua mãe, saca? Que não saia da toca pra não se contaminar com ar, mas eu estava enganado. Tu é muito gente boa!
— Somos amigos, é isso que move nossa equipe. — sorriu Pachirisu.
Os olhos da jovem brilharam, era aquilo que ela buscava, queria encontrar seus próprios amigos a partir de agora. Agradeceu a sugestão dos dois e logo saiu correndo deixando Duke para trás, ela queria encontrar alguém realmente especial naquela manhã, e sentia que o podia fazer, bastasse desejar aquilo de todo o seu coração.
Caminhou discretamente pelas áreas até deparar-se com uma bela moça de cabelos esverdeados e um vestido tão belo quanto qualquer outra rosa. Ainda de forma singela sentiu-se interessada por conhecê-la, e foi aproximando-se aos poucos.
— Olá, fofa. É nova por aqui? — perguntou Roserade.
— Sou sim, meu nome é Eva. — respondeu ela amigavelmente.
— Oh, a filha de Milady. É um prazer conhecê-la, e pelo visto, finalmente teve a oportunidade de descer daquela fortaleza e conhecer o mundo a fora! O que está achando?
— Muitas descoberta, imenso, grandioso! Estou descobrindo coisas que nunca imaginei.
— Hm, que lindo, mas de tudo que tem descoberto aposto que ainda não viu a melhor delas. — explicou a Roserade.
— E o que seria?
— Já apaixonou-se por alguém? Ora, meninas em sua idade querem conhecer e descobrir coisas novas, certo?
Eevee corou um pouco, mas por um momento sentiu que poderia ter intimidade em conversar sobre aquele assunto com Akebia, que parecia ser uma grande veterana. Não tinha toda essa intimidade com sua mãe, Glaceon sempre gabava-se de suas riquezas e conquistas, mas acaba por esquecer-se dos outros quando começava a falar sobre si mesma. Eva sentia falta disso.
— Nunca conversei sobre essas coisas com minha mãe, ela sempre fala de outros assuntos quando comento sobre isso... Você entende de amor, Senhorita Akebia?
— Se eu entendo? Ora, já tive sua idade, e veja como estou hoje! Tenho alguém que é muito mais do que um amigo ao meu lado, é o meu verdadeiro amor! — disse ela com animação, apontando para a figura de um velho homem gordo no depósito ao lado a conversar com Machoke e Mothim — Está vendo aquele sujeito?
— Qual deles? O aviador?
— Não, não estou falando do Marco, e nem do marombado ali. É o outro, o fofinho. — disse Akebia, enfatizando a última palavra com tanto gosto que era possível notar sua paixão. Apontou para Gastrodon que deu um aceno, em seguida Akebia ignorou-o como costumava fazer — Ele não é lindo?
— Sou suspeita para falar... Você até pareceu ignorá-lo...
— Oh, então creio que ele não faça seu tipo! — sorriu Akebia — Olhe, olhe, veja só... Oh, mas ele é tão lindo, tão fofo. Dá vontade de apertar!! E aquele... bigode... me encanta!! Só não vá contar isso para ele, é um segredinho nosso. Ele é, simplesmente, o homem de minha vida!
O homem de sua vida, era aquilo que Eva precisava procurar.
— Meu pai contava histórias sobre príncipes e heróis antigos. Sabe onde encontrá-los?
— Por essas bandas todos eles são heróis, príncipes, e até reis — Akebia agachou-se para ficar na altura da pequena — Basta você saber enxergar isso.
O sorriso de Eevee estava de orelha a orelha.
— Obrigado pela sugestão, Akebia! Espero vê-la em breve.
Eva logo apertou o passo e caminhou por toda a guilda, conheceu Pokémons diferentes, formou amizades, e conheceu cada integrante. Milena estava mais feliz do que nunca por conhecer um pequena tão bela e que tivesse tendência à participar de competições. As duas logo formaram uma bela amizade que passaria a ser cultivada, ela certamente seria como uma professora de apresentações para ela. Mikau agia à sua maneira, ainda mantinha-se afastado dando a sensação de alguém problemático, e ultimamente, digamos que sua relação com o restante da equipe não fosse das melhores. Ainda que sua melodia ecoasse nos ouvidos da Eevee como se a chamasse para conhecer mais sobre aquela misteriosa figura.
O General Castelo Branco foi apresentado como um dos salvadores da pequena, ainda que ele afirmasse incansavelmente de que havia alguém que merecia o maior mérito pela busca. Eva estava fascinada pela beleza da grande Titânia, e a princípio chegou a achar que fosse a mulher mais feminina e delicada da equipe! Conhecer os membros somente aumentou aquela intimidade, Eva não tinha idade para entrar no bar de Sophie, mas ultimamente a garçonete nem mais se preocupava com isso, uma vez que Karl sempre invadia o local sem que ela percebesse. (Ainda que fosse somente para ganhar atenção dela).
Wiki certamente teria confundido a cabeça da pequena com suas súbitas mudanças de personalidade, e por um tempo creio que seja melhor manter o Yoshiki e a Jade afastados dela por um tempo. Lyndis, a Monferno! Se devo separar alguém com quem Eva criou uma linda amizade, então foi com ela. O Senhor Al Capone praticamente tornou-se um ídolo para ela, uma vez que o Corvo era praticamente a figura de uma sombra que sempre estava ali presente para proteger alguém, e era alguém assim que ela procurava.
Aos poucos a tarde caía, e em breve sua mãe daria falta e faria questão de vir buscá-la, e logo no fim da tarde começou a preparar-se para fazer o caminho de volta.
Eevee foi caminhando pela guilda, equilibrando-se em rochas e pulando pequenas fendas. Andou até uma área mais afastada até ouvir barulhos de martelos indo ao encontro do ferro, e sentiu-se inteiramente cativada pela força do estrondo. Andou sorrateiramente sem saber se era um inimigo ou invasor, mas logo avistou um rapaz muito definido forjando um escudo.
Eva aproximou-se e viu Bastiodon do outro lado. Havia ouvido falar de Chaud de outros membros da guilda, e parecia ser um dos únicos integrantes que ela não conhecera até o momento. Sentiu-se inteiramente atraída pelos olhos dispersos e sérios do sujeito, ao ver a máscara em seu rosto almejou tocá-la para ouvir sua voz, mas a resposta veio mais depressa que seu pensamento:
— Precisa de alguma coisa? — perguntou Chaud, notando a visitante em sua área.
— Eu... Eu sou... Meu nome é Eva.
— Prazer. — respondeu Chaud um pouco indiferente, voltando a martelar seu escudo.
Eevee ficou ali parada a apreciá-lo sem ter uma reação certa, e de minuto em minuto, Bastiodon erguia seu olhar para ver se aquela estranha garota ainda o observava. Eva aos poucos foi virando sua cabeça para tentar enxergar os olhos do rapaz, até que Chaud teve de parar o que fazia para resolver aquela situação.
— Quer alguma arma? De repente encontrar um caminho de volta para casa. Você não me parece do tipo de guerreira que usa armaduras. — disse Chaud.
— Não, não sou mesmo, mas admito que eu adoraria, embora ainda não tenham inventado esse tipo de arsenal para minha raça. Armaduras são uma características dos guerreiros metálicos, pedra e terrestres. — disse Eva, fazendo Chaud notar a possível inteligência da pequena em relação à técnicas antigas — Eu sou filha de Milady e Isaac, creio que eles sejam da sua guilda também, Senhor Chaud.
— Ah, então é você? — indagou ele, retirando suas duas luvas negras e limpando o rosto — Desculpe, eu não sabia que você tinha se tornado uma integrante da equipe definitiva... Faz tanto tempo.
— Não, não tem problema, eu também deveria ter avisado.
Os dois se encararam por um momento, e então Eevee revelou um largo sorriso. Chaud abaixou o rosto e desligou o fogo, e logo a escuridão tomou conta da área. Ele ajeitou seu escudo e despediu-se da jovem.
— Foi bom conhecê-la. Volte para casa antes que escureça.
— E-Espere! Eu não quero voltar ainda, nós não podemos nos conhecer melhor?
— Sua mãe pode ficar preocupada.
— Eu não quero ficar presa naquele lugar! Quero sair e descobrir lugares, conhece coisas novas!
Chaud virou-se novamente, e mesmo debaixo de sua máscara foi possível notar um sorriso.
— Então acho que temos algo em comum. — sorriu ele, fazendo uma pausa — Bom, já que quer conhecer coisas novas, não quer entrar? Tenho algo que a deixará fascinada.
Eevee concordou imediatamente e logo seguiu o guerreiro. Chaud acendeu um lampião e demonstrou a biblioteca da guilda, algo que Eva nunca vira antes. Isaac era o único que lhe contava histórias, mas nunca antes tivera a oportunidade de ver a fonte de todas elas.
— Livros!! — disse ela entusiasmada — Isso é fantástico!
— Glaciallis? Eu a conheci ainda hoje. — acompanhou Eva.
— Ela é uma grande mulher. — emendou Chaud.
— E disse sentir muito a sua falta
Bastiodon ficou quieto, apenas vendo Eva olhar todas as prateleiras de livros que eram guardadas pelo Pokémon fóssil naquelas redondezas. Logo a menina continuou:
— Ela disse algo para mim algo sobre completar uma peça que faltava, eu não entendi direito, só sei que ela me pareceu interessante. Vocês dois devem ser amigos, certo?
— Sim. — assentiu ele de forma pensativa.
— Akebia me disse que devemos ser amigo de alguém antes de amá-lo... Então, quer ser meu amigo?
O Bastiodon primeiramente encarou-a de forma tão séria que a Eevee pensaria duas vezes antes de repetir a pergunta, mas logo ela pôde ouvir uma risada tão atraente que provavelmente nenhum outro membro da equipe teria ouvido. Não sei como descrevê-la, digo apenas que seria uma risada com um sentimento diferente de qualquer outro, principalmente vindo dele.
— Ah. Não sei o que dizer. Devemos ser amigos...?
— Leia para mim, então!! — respondeu Eevee, esticando um grande livro em direção dele.
Chaud pegou o objeto em sua mão e abaixou para olhar a menininha ao seu lado.
— Gosta de contos de fada?
— E não sei, não sei ler. Este é o assunto do livro?
— Sim. Bem, não sou muito chegado nesse tipo de enredo, mas se você pede.
Bastiodo afastou-se colocando seu escudo de lado e segurando o livro com as duas mãos. Eva debruçou-se sobre alguns travesseiros no chão, e apoiou seus cotovelos para conseguir encarar o rosto de Chaud que permanecia sempre oculto.
Ele contou uma história, e talvez não somente uma, mas várias. Poupa-me os detalhes de dizer cada um dos enredos, acredito que o mais importante não se passava nem mesmo no conteúdo, e sim na troca de olhares daqueles dois. A noite passou, e não havia Milady para mandá-la dormir cedo e dar-lhe tarefas que não lhe julgavam a personalidade. A cada nova história Eva aproximava-se mais de Chaud até que o rapaz terminou o último livro escolhido e recitou:
— “E assim, eles viveram feliz para sempre.”
Eva sorriu, esboçando uma feição de sono e cansaço. Ele fechou o livro e a acolheu em seu colo fazendo com que a menina apoiasse em seu ombro quase dormindo. Chaud preparou-se para apagar o lampião, mas sentiu uma mão quente tocar a sua.
— Eu ouvi a história, tudo bem? Não dormi na metade, não. — repetia Eva sonolenta.
— Não tem problema. Agora descanse, vou levá-la para sua casa. — disse Chaud.
— Ei... Me diga... Você acha que essa coisa de contos de fada realmente exista? Que eu realmente seja capaz de encontrar um príncipe encantado e viva para sempre ao lado dele?
— Eu não sei. Você precisaria procurar muito. — respondeu Chaud de forma séria, o que fez Eva calar-se por um instante, mas o rapaz logo emendou — E acreditar. Se você acredita, você pode fazer.
A Eevee revelou um singelo sorriu, em seguida bocejando com o sono que sentia. Bastiodon segurou-a no colo e a levou de volta para sua mansão no alto da colina. Glaceon faria a farra quando soubesse do desaparecimento da filha, mas isto não é assunto para este conto. Eevee apenas continuou adormecida como se guiada para o céu nos braços de seu amado que a levava para fora das masmorras que aprisionaram por tanto tempo.
Num último instante, Eva aproximou-se do rosto de Chaud e segurou em sua máscara como se quisesse retirá-la.
— Você promete que vai deixar eu voltar para ler mais livros para mim?
— Para isso você teria de ir me visitar sempre. — respondeu ele, esboçando um sorriso.
— Que bom... Quero que leve isso como uma prova de nossa amizade.
Eva ergueu-se nos braços de Bastiodon, e por mais que a menina se remexesse o rapaz nem hesitava com seu peso. Ela apalpou seus músculos para levantar-se, e assim retirou a máscara de ferro que lhe ocultara o rosto por tanto tempo. Deu-lhe um suave beijo na bochecha, mas nesse instante não sei dizer se ela visava outro lugar, posso assegurar-lhe de que foi apenas na bochecha. Um beijo curto e apaixonado, como uma promessa de regresso.
Chaud não respondeu, mas este era seu jeito sério de agir quando realmente tinha apreço por alguém. Tinha dificuldades em expressar-se, mas o olhar daquele momento fora a única denúncia da paixão que sentia. Em seguida, Eva adormeceu.
Ela havia encontrado por acidente o mesmo homem que a salvara quando era criança, o mesmo príncipe encantado citado nos livros, ainda que ele não fosse tão encantando, e precisasse sentir uma grande intimidade por alguém até ganhar seu encanto. Na manhã seguinte a Eevee aventureira passaria por alguns bocados antes de conseguir fugir de casa só para ouvir um novo conto, mas as escapulidas continuaram por muito tempo; e quanto a Chaud, o guerreiro da máscara de ferro, a própria Eva faria questão de dar tudo de si para vê-lo sempre que possível. Poderia esperar uma vida inteira somente para olhar em direção daqueles olhos calmos e serenos; e somente para ouvir as mesmas palavras do final: E assim, os dois viveram felizes para sempre.
Canas marvado!
ReplyDeleteNem mostrou pra gente a infância da pequena Eva. Já fez ela crescer e ficar maior que o irmão(coitado!).
Espero que a Eva possa ser mais livre e também que a Mila dê mais atenção para o Duke. Ultimamente parece que a Glaceon não dá muita atenção para ele.
Att.
Pronto! Outro casalzinho! kkkkk
ReplyDeleteMuito bom o Fire Tails e muito cute-cute tbm!
Agora só falta o Aerus amar muito a Titânia (pensando em PokÉmons isso seria MTO estranho, mas Fire Tails tudo parece gente né?kkk); o Marco Polo achar otro amor além do fogo kkk; O Duke , o Stallone (que está alone! tô mto palhaço hj!) e o Atros acharem um amor... Axo que pro Atros, se ele evoluir, uma Tyranitar bem Tsundere serve! kkkk.
Vou me indo-me!
Adios,
Moacuyr
CanasOminous deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Fire Tales 20":
ReplyDeletekkkkkk O coitado do Piplup sempre foi o zero a esquerda, a presença dele na equipe chega até mesmo a passar despercebida pela própria mãe. Mas este é um errinho que felizmente vou conseguir arrumar, dentro de alguns episódios, mais especificamente pouco depois de Canalave, o pequeno Piplup irá surpreender sendo um dos brilhos em uma das maiores batalhas.
Como uma mãe excêntrica do jeito que é a Mila é daquelas que para de dar atenção para um filho para atentar-se mais ao preferido dela. Isso é terrível, é uma personalidade que chega a me dar raiva quando escrevo, mas também torço para que um dia ela mude com ajuda do Leafeon e de sua própria família. Rapaz, e esse ponto de fazer a Eevee crescer de uma vez foi o melhor que pude pensar, seria terrível ter mais uma criança na equipe, uma vez que não sei trabalhar com elas, como era no caso da Roselia, do Shellos, e da Chimchar. Agora temos só o Pachirisu, o único que é a criança mesmo, de resto aos poucos nossa equipe vai se tornando mais jovial e agitada.
Opa, Moa! Olha, seu comentário da tsundere para o Lairon me fez rir muito kkkk Acho que alguns dos machos ficarão de fora mesmo, se você percebeu eles até formaram a equipe dos Forever Alones já kkkk Piplup, Mothim e Machoke. Esse trio ainda dará o que falar, sempre aparecerão por aí fazendo graça juntos. Bom, mas ainda tem a Wiki né, tecnicamente ela não tem par, ou seria o Mozilla? Certamente, acho que eu faço alguns pares bem bizarros para os Fire Tales kkkkkk Tyranitas Tsundere foi comédia uaeuheauheauhe
OOOOW CUMPADI! Vei, eu gostei deeee mais desse novo casal *-----* E cara, FAÇA O PIPLUP EVOLUIR! Ou fazer ele aparecer mais na fic. Poxa, ele era o mais forte no começo, agora parece ser um dos mais fracos '-' kkkk, mas enfim... O CHAUD É PIKA VEI, SALVOU A MENINA E AGORA ELA SE APAIXONOU POR ELE E ELES VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE! \o/ E o que a dona/rainha Milady vai dizer sobre esse namoro? u_u Veremos sua reação. Até mais Brodi! \o/
ReplyDeleteE essa imagem no final hein? -v- irriiriririr
ReplyDeleteCaara foi um capítulo muito louco! Admito que essa personalidade da Milady dá nos nervos as vezes, como você mesmo disse, mas sei lá, acho isso tão atraente nela *---* Sei lá cara, essa foi uma das poucas que quebrou meu padrão de Melissa kkkkkkkk Não se preocupe com esse crescimento que você mencionou, tipo, se chegar alguém de fora falaria: "Mas como os Pokémons são, pessoas ou bichos? Como eles fazem a Guilda? Como um cara como o Chaud de milhões de anos é jovem e uma recém nascida já é adolescente?" Mas é algo assim: Que se dane a lógica, não tente entender, apenas curta os personagens e goste das estórias, não tente complicar. Por isso os Fire Tales são tão fascinantes, eu diria.
ReplyDeleteSó uma coisa que eu fiquei confuso. Tipo, tudo isso aconteceu ou foi só um conto inventado pela Glaciallis? O_O' Sei lá cara, tipo, eu vejo tudo isso como um acontecimento normal, mas quando vi o título "Conto-Um Conto de Fadas" deu aquela impressão de que foi tudo inventado. Ok, ok, tudo aconteceu e a Glaciallis apenas recontou e deu umas ênfases, é isso? God, agora estou mais confuso D: A Eva é linda, e essa personalidade... Cara, essa é a minha Melissa, até de aparência! Mas melhor não estragar os romances de um cara que trabalha mexendo com fogo e martelos, embora eu fique na espreita kkkkkkk Um dos melhores Fire Tales man, meus parabéns õ/
Oxi, Brodi Lino, há quanto tempo maluco!! Rapaz, ver você por aqui me lembra os bons tempos da fic no Nyah em seus tempos de ascensão, e parei par ame lembrar exatamente como o Piplup era fodão e poderia virar o mais poderoso de toda a equipe. É engraçado ver como isso mudou né, mas não vou mudar!! *risada maléfica* Zuera cara, já tenho falado para todo mundo que estou reservando uma batalha especial para ele no futuro, e uma hora ou outra ele evoluirá, nem curto Pokés que ficam sem evoluir também. Oe, e por conta dessa imagem vá falar com a Leeca hein, precisamos entender o que se passa na cabeça das mulheres para fazer algo assim kkkkk
ReplyDeleteHaos, Haos! Maluco, acho que essa sua definição para os Fire Tales foi a mais foda de todas! Já cansei de receber comments de gente que cai de paraquedas na fic e não entende nada, mas você tem que ignorar a lógica e s simplesmente apreciar a estória! É exatamente isso que tento mostrar para os leitores, eu usaria essa sua definição para explicar o que são os Fire Tales. Man, essa questão do final ser um conto da Glaciallis é por conta do leitor. Você pode entender como se tudo tivesse acontecido, como se ela inventou, ou apenas modificou detalhes para tornar tudo mais mágico e gracioso. Depende da interpretação de cada um! ;) Mano, obrigado pelo elogio, adorei escrever esse episódio e sei que certamente ainda trarei outros ainda melhores, tentando me superar cada vez mais. Abraços!
Que coisa fofa, finalmente o Chaud encontrou a sua Dama, a Glaciallis contando ficou muito fofo tbm, precisei deixar um comment nesse capitulo, Parabéns por mais um fire Tales!
ReplyDeleteOlá, companheiro(a)! Obrigado por ler e comentar, para mim sempre é bacana ver que há leitores por aí que apreciam meu trabalho, às vezes apenas deixam de comentar, embora o apreciem muito. Quando vejo algumas carinhas novas ou um estilo de escrita diferente fico feliz em saber que aos poucos o pessoal vai se soltando :) Acho que até esse ponto do enredo a maioria dos casais já se formou, o Chaud e a Eva eram um dos últimos, mas não deixarei o romance de lado, e espero conseguir trazer muitos capítulos nesse esquema! Tenho dificuldade em escrever esse gênero, mas quando recebo a ajuda certa fica fantástico. Até a próxima! :D
ReplyDeleteO Fua viria a "crescer"?Pq, ele é um pokemon pequeno fofo e delicado então eu não imagino ele grande.
ReplyDeleteNormalmente os Pokémons que só tem uma evolução estariam fadados a permanecer nessa forma para sempre, porém, em meados da última temporada tenho planos de fazer algo que fará todos os Pokémons voltarem mais fortes, e o Fua está incluído nisso. Não digo que ele voltará crescido, mas enquanto os Pokés adolescentes ficarão adultos, e alguns adultos estarão mais velhos, o Pachirisu ficará o mais adolescente da turma, consegue entender? É algo que só irá ficar mais explícito lá para o futuro quando esse acontecido chegar, mas até lá conseguirei explicar os fatos com mais cautela ;) Abraços!
ReplyDeleteE não é que eu estava certo sobre o casal 20 que acabou de ser formado!!! Achei o enredo muito bonitinho, e o fato dele ser contado por alguém foi bem diferente, especialmente se este alguém foi a Glaciallis!
ReplyDeleteUma coisa que achei engraçada foi o tipo da narrativa! Ela foi bem parecida com narrativa de machado de Assis em Dom Casmurro, quando ele começa a conversar com o leitor, ou as celebre parte onde ele fala ”irei lhe poupar a leitura”!
O Piplup continua tão insignificante como antes, que se torna até cômico, e a rápida aparição de todos os personagens foi bem divertida! Eu até pude matar saudade do MIkau (isso ficou meio gay), mas devo ressaltar que o comentário sobre ele me deixou bem pensativo!
Uma frase que adorei foi a Roserade, chamando o Gastrodon de “Fofinho” kkkkkkkkkkkk é pra se matar depois dessa kkkkkkkkkkkk Mas eles são um casal interessante, para eles aquele ditado serve “O amor é cego”
Achei o Bastiodon com cara de “príncipe”!! Ele salvou a pequena Eevee no passado, e agora que esta cresceu, sem perceber roubou o coração dele! Vai ser bem interessante ver a progressão deles.
E como sempre, adorei este Fire tales!
Flw
Alô mano Canas! Parece que a Eva já pulou da total infância para a fase de transição. Tipo, não digo que ela tenha amadurecido ainda, e apesar da inteligência ela parece ser muito inocente. Mas vi na situação uma vontade sua de fazer logo essa mudança nela.
ReplyDeleteRealmente, ela é a princesinha de um conto de fadas. Ficar presa na mansão da mãe esnobe, que não se mistura com a reles plebe. Leva uma vida sofisticada, com tudo ao seu dispor, o bom e o melhor sempre que deseja. Mas que ainda assim, anseia por viver o lado simples da vida, busca amizades, paixões e aventuras. Acho que de cara ela já foi uma personagem cativante.
Espero ver mais a respeito dela brevemente. Vou ficando por aqui nesse capítulo.
o piplup era tao foda no começo da jornada, agora e um fracassado, ele deveria voltar a ser foda, salvou os irmaos walers en tantas, nao acho justo que ele seja um fracassado agora, se ele pelo menos evoluise ai ai.
ReplyDelete