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- Capítulo 85
Posted by : CanasOminous
Aug 23, 2013
A Insígnia da Honra
Relâmpagos ricocheteavam os ares e cortavam o céu em dois pedaços naquela noite tempestuosa em Sunyshore. Parecia que o tempo tinha virado anunciando a chegada de uma ventania vinda do oeste, diretamente dos mares ocultos do litoral que traziam toda a fúria e força do oceano.
Aquele de fato não era um bom fim de semana para visitar a cidade, e muito menos para sair de sua casa ou ter de ir a um ginásio após a meia noite por conta de um imprevisto que ocorrera em seu local de trabalho.
Volkner havia recebido aquela estranha mensagem em sua caixa de e-mails quando o relógio marcava exatamente os quatro zeros em dígitos seguidos. Estava na acomodação de seu sofá na sala, pleno domingo, preparando-se para a rotina maçante que estava para voltar naquela segunda feira. Bastou que ele olhasse suas mensagens uma vez pelo celular e receber a notificação:
Compareça ao ginásio de Sunyshore.
Problemas elétricos no sistema do radiador 3.
Urgente.
Ah, o Domingo. Por algum motivo eles traziam aquela sensação horrível de que tudo voltava ao começo, sem nenhuma novidade ou sequer esperança de que cada dia pudesse ser tratado como um novo. Com o tempo parecia que as pessoas passaram a viver em favor dos números, faziam seus planos a longo prazo e quando finalmente os cumpriam, não restava mais nada. E era por este motivo que Volkner odiava tanto os domingos.
— Passou da meia noite... Na verdade já é segunda feira. E eu odeio segunda feira — ele sussurrava para si mesmo, reclamando de tudo e qualquer coisa que encontrasse ao seu redor. Reclamar já era parte de sua rotina.
Olhou mais uma vez aquela mensagem tão importante do Governo de Sinnoh, assinada pelo próprio secretário da Elite e com o claro aviso centralizado na tela. Levou uma das mãos até suas pálpebras, massageando-as lentamente na tentativa de livrar todo aquele estresse. Olhou para o relógio e soltou um suspiro exaustivo de desamparo na sequência.
Volkner tragou a fumaça de seu cigarro, pensando de maneira calculista se deveria ou não comparecer. Estava cansado e com sono, e a tentação de ignorar as ordens de seu superior pareciam muito atraentes. Mas, acima de tudo, estava entediado. Simplesmente levantou-se, agarrou uma caixinha de cigarros e vestiu uma capa protetora de borracha para a chuva que fazia lá fora. Sequer levou um guarda chuva quando saiu caminhando pelas ruas desertas da cidade.
A ventania era intensa, e a caminhada até o ginásio mostrava-se longa e pouco prazerosa. Os pensamentos de Volkner continuavam distantes. Na verdade, ele não pensava em nada. Foi apenas seguindo até o alto da construção de Sunyshore próximo ao penhasco. O ginásio representava um dos centros de produção de energia para toda a cidade e até mesmo para as metrópoles vizinhas, então era sua função manter aquilo em ordem. Adorava lidar com o fato de que uma simples falha sua, e tudo aquilo poderia explodir e vir para os ares! Aquele perigo sempre o cativara.
Assim que Volkner entrou no ginásio, estava tudo apagado. Ligou o interruptor, mas nada aconteceu. Ficou ali ligando e desligando várias vezes sem obter sucesso.
— Um ginásio elétrico... Sem eletricidade. Essa eu mereço — Volkner sussurrou para si mesmo enquanto enfiava as mãos no bolso e ia em direção da sala de manutenção.
Quis acender mais um cigarro, e percebeu que aquela vontade já começava a tornar-se incontrolável. O isqueiro estava úmido pela chuva e o clima lá fora, então tardou a gerar alguma chama. Tentou acender mais uma vez, mas suas mãos tremiam de forma que o homem viesse a derrubar o objeto que quicou duas vezes no chão e fazer um estalo agudo antes de parar ali, estático.
O líder estava para agachar e pegar o isqueiro quando ouviu uma estranha voz:
— Ei, não está vendo a placa aí do seu lado? É proibido fumar aqui dentro.
Volkner parou e levantou-se no mesmo instante. Estava sério, dificilmente era surpreendido, mas aquela cena chamara sua atenção.
As luzes começaram a se acender, uma a uma elas seguiam seu caminho até o final do corredor iluminando vagamente um magnífico estágio feito de engrenagens com enormes torres de energia, uma em cada ponta, e uma escadaria que levava para os outros sete andares da usina elétrica. Suas proporções eram históricas e monumentais, e a iluminação ali presente fora obviamente arquitetada por grandes mentes do passado.
Aquele era o ginásio de Sunyshore. O ginásio de Volkner.
Então por que diabos tinha uma criança do outro lado?
— O garoto do farol — Volkner falou com a voz estática.
— Sim, eu mesmo, mas não me apresentei oficialmente ainda. Meu nome é Luke Wallers.
O loiro coçou a cabeça, não entendendo ao certo o motivo daquela curiosa visita após a meia noite. Retirou o capuz e as vestes de chuva e pendurou-as em frente à porta antes de começar a caminhar pelo estágio em direção do rapaz de boina do outro lado.
— Engraçado, crianças costumam estar dormindo esse horário. O pensa que faz aqui?
— Não existe horário para líderes de ginásio, não é verdade? Eles sempre estão acordados, dispostos a encarar qualquer desafio, aceitar qualquer batalha.
Volkner tentou revelar um sorriso que desapareceu em meio ao seu cansaço.
— É... Batalhas. Já travei muitas, e eu adorava esse lugar.
— Adorava? Não adora mais? — perguntou Luke.
Volkner pensou, mas não deu nenhuma resposta concreta. Luke é quem deu uma risadinha antes de enfiar uma mão no bolso e ajeitar a boina com a outra, enquanto caminhava até algumas plataformas elevadas na arena de batalha.
— Sabe aquela pergunta que você me fez na sexta, no farol abandonado? Aquela coisa de encontrar um sentido para a vida mesmo depois de que todo o restante já tenha sido perdido? Eu achei a resposta.
Volkner franziu as sobrancelhas, e pela primeira vez foi como se uma brecha de esperança surgisse em seu olhar.
— Verdade?
Um relâmpago cortou o céu e Luke acenou com a cabeça.
— Ahh, mas acho que não vou te contar. Sabe, essas descobertas não se fazem do dia para a noite, precisei de muita ajuda para decifrar tudo isso, e...
E antes que Luke terminasse de falar, Volkner já havia voltado a caminhar em direção da sala de manutenções.
— Ei, eu não terminei contigo!
— Garoto, não tenho tempo para suas brincadeirinhas, e muito menos para esperar que você venha até mim dizendo que só vai me dizer se eu derrotá-lo em batalha e essa conversa tosca de sempre. Eu tenho mais o que fazer.
— Sério? Tipo o quê? — Luke o desafiou.
— Vim fazer uma checagem na estação de energia, os membros da Liga me informaram de que havia uma falha e pediram para que eu verificasse tudo.
— Ah, então você recebeu minha mensagem... Interessante.
Volkner voltou-se para ele e ergueu sua cabeça. Suas palavras se dirigiam ao jovem com um tom sério e ameaçador que ecoou no ginásio vazio.
— Como é?
Sua paciência com crianças já estava chegando ao limite, mas a questão é que Luke não era apenas uma criança. Aquele jovem era de fato misterioso, tinha olhos verdes que exalavam a certeza da vitória como um verdadeiro Campeão. A boina era uma de suas marcas antigas, estava claro aquilo, mas em sua maneira de mover-se e falar ele parecia estar sempre propondo um desafio novo, uma disputa nova. Luke foi andando ali até uma plataforma elevada, exatamente no posto onde os líderes de ginásio ficam enquanto aguardam que seus visitantes venham e os desafiem. Luke foi até lá e sentou-se sobre uma cadeira, uma espécie de trono. Apoiou os braços sobre o encosto e relaxou como se fosse um rei que abdica aquilo que lhe é de direito.
— Está na hora de você conhecer o treinador mais poderoso da história. Eu sou Luke Wallers, líder de ginásio não-oficial de Sunyshore.
Volkner estava com a boca entreaberta e uma expressão estática. Demorou alguns longos segundos para que ele tivesse uma reação, e que de uma maneira ou de outra ainda fora mais esquisita do que o esperado.
— Você está falando sério? — perguntou Volkner com sarcasmo.
Até mesmo Luke acabou caindo na risada.
— Acho que não soou tão ameaçador quanto eu queria.
— Mas você não respondeu minha pergunta, garoto. Está falando sério?
Luke retirou de seu bolso a Beacon Badge que ele recebera no farol.
— Sabe o que é isso? É uma insígnia. Você me deu, ou melhor, jogou em mim; e eu posso fazer o que eu quiser com ela. Mas a questão é que essa insígnia não é como nenhuma das outras, pelo menos não para você. Sabe o que ela significa? Honra, meu caro amigo, honra.
Volkner finalmente deu-lhe mais atenção na medida que Luke levantou-se de seu trono com os braços esticados, como se desse as boas vindas ao seu mais "novo desafiante".
— Não esperou por essa surpresa, não é mesmo? Eu nasci em Sunyshore, sempre sonhei em ser líder de ginásio, mas só não imaginei que fosse daqui.
— Eu não estou entendendo aonde você quer chegar com essa conversa.
— Então irei direto ao assunto e darei a resposta para a pergunta que você tanto procurava.
— Um sentido para a vida — Volkner balbuciou em voz alta. — Quer dizer que ela realmente tem um?
— Foda-se. Essa é a resposta. Dane-se o sentido, dane-se a nossa existência, dane-se a filosofia, religião e o planeta terra. Só aceite logo essa droga de desafio, porque o sentido de tudo isso é justamente não ter sentido.
O rapaz respirou fundo em meio ao seu discurso.
— Eu sou Luke Wallers, e estou desafiando você para que reconquiste a sua honra há muito tempo esquecida.
Esticou o braço em direção do líder de ginásio e gritou com todas as forças que lhe restavam:
— Então seja o que você nasceu para ser: um treinador!!
Um relâmpago cortou o céu, e nesse instante todas as demais luzes restantes do ginásio se acenderem.
Não havia absolutamente ninguém assistindo, mas foi como se toda a cidade parasse para ver aquilo. Atrás de Luke havia seis Pokémons: Um Garchomp, um Seadra, um Dusclops, um Porygon-Z, um Metang e um Rhydon. Todos eles encaravam o desafiante como se estivessem preparados para a maior batalha de suas vidas.
Luke mostrou-lhe a insígnia do farol uma última vez.
— Tá vendo essa droga de insígnia? Você jogou essa porcaria em mim, então ela é minha para eu dar para quem eu quiser. Tu quer algum sentido para sua vida? Vamos fazer cada momento valer a pena. Venha e reconquiste-a, se puder.
Volkner soltou uma gargalhada alta do outro lado da arena.
— Líder de ginásio não-oficial? Essa me pegou de surpresa... Então você enviou uma mensagem falsa para meu e-mail, adquiriu acesso ao meu ginásio de uma maneira que não irei descobrir tão cedo como, e agora aguarda meu desafio como se eu fosse um treinadorzinho qualquer em busca de seus sonhos?
O loiro parou de rir e sacou uma velha pokébola de seu bolso.
— Essa eu quero ver.
Luke devolveu-lhe apenas uma risadinha cínica. Seu plano dera perfeitamente certo.
Não havia nada ali, e nem ninguém. Apenas o vento e os sussurros acompanhariam aquela batalha. Assim que Volkner lançou sua primeira pokébola, um relâmpago cortou o céu e revelou assim a presença de um Raichu. Do outro lado da arena estava um Dusclops alto e suntuoso, ele mantinha uma pose de um verdadeiro líder e a postura exemplar de um general. Volkner chamou seu Raichu para perto e sussurrou-lhe no ouvido:
— Há tempos eu não peço para que faça isso, mas... tome cuidado.
O que deveria ter sido iniciado como uma luta Pokémon logo começaria a transformar-se em uma batalha de proporções titânicas. Os clarões da tempestade criavam ilusões através das janelas de vidro e ali estava o fantasma militar, marchando em direção de seu inimigo com punhos fechados e a cicatriz assustadora em seu rosto que brilhava num branco pálido de um único olho vermelho.
Será que Volkner estava realmente vendo aquilo? Ele mal teve tempo de piscar quando Luke ordenou a primeira investida:
— General, ataque com o Night Shade!
— Raichu, desvie e utilize o Charge Beam!
O Pokémon elétrico preparou-se para atacar, mas foi surpreendido quando outro relâmpago cortou o céu e o fantasma em sua frente desapareceu. As largas lâmpadas piscaram várias vezes numa dança frenética, e a criatura só teve tempo de sentir um espírito atrás de seu corpo.
— Por mais que o senhor não tenha medo do escuro, irei fazê-lo temer o que existe nele. — Volkner ouviu uma voz medonha ecoando no ar.
Ali ele pôde ver que seu Raichu estava parado, intacto, mas por um instante seus olhos estavam esbranquiçados e sua cabeça sangrava como se tivesse sido partida por um serrote. Até mesmo o experiente líder de ginásio ficou pasmo com aquilo e recuou dois passos até uma parede.
— O que você pensa que está fazendo?!! — indagou Volkner.
— Estou só usando algumas velha estratégias, — respondeu Luke com uma risada — mas imaginei que você fosse reconhecer um Curse quando visse. Cara, você está enferrujado mesmo, não?
Volkner despertou daquela ilusão e tentou voltar a assumir o controle da situação. Seu Raichu estava em um terrível estado com aquela imagem horripilante em sua mente, assustado demais para notar que os ataques pareciam ser desferidos contra o ego seu treinador. Aquela não era uma luta comum com regras e arbitragem, era Luke quem definia como jogar em seu cenário, e seu maior oponente era Volkner.
— Então te chamavam de melhor líder de ginásio da história? Não me faça rir — provocava Luke, propositalmente com o intuito de fazer o líder de ginásio gritar de raiva.
O salão continuava sem luz, e quanto mais o loiro olhava para os lados, maior era o medo que ele sentia de que aquele único olho vermelho voltasse a assustá-lo.
— General, utilize o will-o-wisp!
— Raichu, utilize o Thunderbolt nos reatores de energia!
O Pokémon obedeceu e lançou toda a tensão elétrica que tinha para criar uma explosão no ginásio e lhe desse um breve vislumbre de onde atacar.
— Que haja a luz.
As pequenas fagulhas feitas pelo Raichu combinaram com a eletricidade causando uma volta total na energia de maneira que algumas lâmpadas até estourassem. A poeira formada fazia com que o Dusclops não pudesse se esconder tão bem, e já atordoado pela barulho e pelos escombros, o Raichu deu um pulo no fantasma e segurou o rosto mirando diretamente em sua testa.
— Signal Beam! — ordenou Volkner.
O Raichu disparou um feixe brilhante que acertou o Dusclops de maneira que ele recuasse, e mesmo na queda manteve sua postura como um mandante que somente iniciava a onda de ataques de seu exército.
— Você tem algumas boas táticas, líder não-oficial — admitiu Volkner com ironia. — Mas ainda não é o suficiente.
— Nunca é o suficiente. Sempre temos de ir além. Porygon-Z, vamos nessa!
Luke lançou agora seu Porygon-Z, um Pokémon astuto que encarava seus oponentes com aquele par de olhos de vidro e uma flutuava com uma sensualidade que mais parecia um rebolado feminístico. Raichu já estava cansado, porque lutar contra aquela equipe de Pokémons versáteis tornava-se um verdadeiro desafio. Luke era imprevisível, e seu nível de conectividade com as criaturas era imensurável.
Era difícil dizer se quem realmente batalhava era o treinador ou o Pokémon.
— Porygon-Z, utilize o Thunderbolt!
— Raichu, acompanhe o movimento! Thunderbolt com força total!
Os dois se colidiram e mais trovões ribombaram no céu, mas ninguém mais queria ouvi-los. Raichu esgotou completamente sua fonte de energia, mas caiu derrotado quando o Porygon-Z rival fora mais rápido em aplicar-lhe o golpe diretamente no peito. Estavam empatados mais uma vez.
Volkner sacou sua segunda pokébola no mesmo instante, e dessa vez trouxe uma pequena figura já velha conhecida do líder não-oficial, seu Rotom.
As duas criaturas flutuavam nos ares, uma rodeando a outra e trocando olhares diretos como se estivessem em uma dança sensual. Volkner chamou a atenção de seu Rotom para que ela se libertasse daquele transe.
— Não se engane por esses olhos dourados, Rotom. São como lâmpadas ao anoitecer, eles atraem a atenção dos insetos e os eletrifica quando chegam perto demais. Não se deixa levar — disse Volkner para seu Pokémon, conhecendo bem o tipinho e a personalidade do Porygon-Z de seu adversário.
O Porygon-Z foi quem lançou o segundo ataque com um Ice Beam poderoso, de maneira que o Pokémon plasma desviasse por pouco e a atacasse com o Discharge.
Os relâmpagos mexiam o telhado e os trovões pareciam esconder dois titãs que lutavam corpo a corpo. Volkner manteve a tática do Double Team ganhando vantagem por seu Pokémon mover-se com pressa, mas não dava para esconder-se ali.
O Porygon-Z de Luke criou uma lança de gelo com o Ice Beam, combinando toda a eletricidade necessário com o Thunderbolt. Ele tinha só um disparo, mas aguardando a hora certa o jovem ordenou que o golpe fosse arremessado acertando diretamente o corpo do Rotom que foi atirado para longe, chocando-se contra um reator de energia que disparou um alarme alto.
— R-Rotom! — gritou Volkner.
— Você precisa ser mais forte para proteger seus Pokémons — disse-lhe Luke. — Não é o laço de amizade que nos fortalece? Acho que o seu anda bem, bem fraquinho...
O alarme soou antes que o reator explodisse em chamas. Por sorte a pequena Rotom era um Pokémon fantasma e conseguiria sair "viva" daquela, mas com certeza o dano a teria afetado muito. Volkner ficou extremamente frustrado, pois aquele pequeno bichinho feito de plasma era muito querido para ele, e aquilo foi o suficiente para libertar sua angústia. Retirou uma pokébola que liberou um Lanturn na arena para que apagasse as chamas de modo que elas não se alastrassem pelo ginásio e causassem um desastre ainda pior.
Volkner gritou:
— Lanturn, utilize o Hydro Pump nas chamas!
— Mikau, Hydro Pump nele.
Neste instante apenas um Hydro Pump foi desferido, e não foi do Lanturn. O ataque fora feito para acertar o pobre Pokémon que ficou muito machucado pela força daquele impacto, mal teve tempo de notar de onde viera. Volkner virou-se com pressa e olhou para Luke que tinha seu Seadra e a Porygon-Z ao lado em posição de ataque.
— O que você pensa que está fazendo?!! Ajude a apagar essas chamas!!
— Você precisa viver a vida com mais emoção, Volkner. Quando foi a última vez que fez uns reparos aqui? Nossa, o ginásio está precisando de uma séria reforma... Ele é bonito, mas podia ser Melhor. Então, pensei em ajudá-lo.
Volkner cerrou os punhos grunhindo de raiva.
— S-Seu garotinho insolente...
Luke voltou-se para seu Metang e ordenou que a criatura metálica disparasse dois torpedos para o telhado. O primeiro acertou e gerou uma grande explosão que abalou todo o ginásio. Na segunda, o teto cedeu e a água da chuva começou a entrar.
A arena debaixo estava completamente destruída com pedras e reatores de energia quebrados por todo o ginásio. Aquilo provavelmente tinha acabado com a energia de pelo menos quatro cidades nos arredores, e Volkner precisava ser rápido.
— Vamos elevar nossa batalha para outro nível.
Luke subiu no ombro de seu Garchomp que foi escalando as paredes de ferro, enfrentando a chuva e subindo cada vez mais alto. O Seadra que estava lá embaixo gerou um Surf de maneira que tudo começasse a ser inundado, obrigando todos a começarem a escalar as paredes em busca de refúgio. Os demais Pokémons de Luke o acompanhavam na mesma velocidade, mas Volkner ficava para trás.
— O que está esperando, oh, grandioso líder e mestre dos Pokémons elétricos? Não vai me acompanhar? Creio que você não gostará nada de ficar para trás nessas circunstâncias, certo?
— Não acha que está indo longe demais? — indagou Volkner.
— Já enfrentei batalhas piores, parceiro. Muito piores
A água subia, e Volkner precisava ser rápido. Seu Lanturn recuperou-se do golpe, mas precisava de alguém que fosse rápido e ágil o bastante para escalar aquelas paredes. O homem lançou então um grandioso Electivire, com quem compartilhava o cargo de ser seu Pokémon mais poderoso e influente em combate.
— Ei, faz muito tempo que não nos vemos, campeão... — dizia Volkner. — Só que mais uma vez precisarei contar com sua força e auxílio para decidir uma batalha. Vamos nessa.
Volkner subiu nas costas de seu Pokémon que com um disparo agarrou-se nas paredes com mãos ágeis e foi escalando tijolo por tijolo até as alturas. A chuva cortava seu rosto e Volkner já não lembrava-se da última vez que olhara pra baixo vendo o perigo iminente logo abaixo. De repente seu Electivire foi acertado por diversas pedras que ainda ruíam lá de cima, mas a criatura foi capaz de usar seus poderes para não permitir que seu dono caísse e se machucasse, chegando a uma zona mais alta do segundo andar onde pudessem estar protegidos.
— A forma como você construiu esse ginásio é realmente impressionante — disse Luke lá longe.
— Na verdade ela é uma usina elétrica, ou melhor, era. Terei que fazer alguns sérios reparos depois dessa batalha... — ele arfava de cansaço.
— Ué, mas você não estava pensando em se demitir? Não tinha cansado das batalhas?
Somente então Volkner havia percebido o que acabara de dizer. Aquilo saiu quase que automático, e o homem mal teve tempo de concertar. Luke deu uma risadinha e depois voltou a escalar os andares com seu Garchomp, mas antes apontou para baixo e falou:
— Vamos começar a segunda fase, beleza? O chefão está no topo, como sempre. Você tem 6 vidas até chegar lá em cima. 2 já foram. E aí? Acha que dá conta?
Luke saiu de vista quando o Porygon-Z e o Seadra voltaram a cobrir o caminho rumo ao topo. Volkner estava com seu Lanturn e o Electivire em mãos, e juntos eles batalharam como nunca antes haviam imaginado em uma pista pequena e improvisada. A chuva caía lá fora fortalecendo ainda mais a velocidade e o poder dos Pokémons aquáticos. O Seadra mirou mais uma vez na cabeça do Lanturn, e dessa vez disparou um Hydro Pump tão forte que o Pokémon veio a ser arremessado lá para baixo de volta ao primeiro andar. O Electivire revidou e com o Thunder Punch, mas antes de acertar o Seadra de maneira mortal o Porygon-Z pulou em sua frente e tomou todo o impacto.
— Os Pokémons desse garoto não precisam de ordens ou movimentos para saber quando atacar e lutar. É como se eles existissem para isso, estivessem treinando e vivendo juntos todos os dias. Como alguém é capaz de ter uma equipe dessas? — comentou Volkner em voz alta.
Mikau estava extremamente frustrado com aquele Electivire pelo fato dele ter derrotado sua amiga. Aquele Electivire era o membro mais poderoso de Volkner, e a batalha estava apenas no começo, ele não poderia enfraquecer-se antes de chegar e lutar contra o verdadeiro inimigo.
Foi nesse instante que uma das pokébolas de Volkner brilhou e liberou um Jolteon. Até mesmo o líder de ginásio surpreendeu-se com aquilo que não acontecia fazia anos. Um Pokémon que se prontificasse a lutar para proteger os demais.
— Você quer lutar? — indagou o homem, impressionado. — Então se esse Luke confia em seus Pokémons a ponto de deixá-los assim, sei que você é capaz de cuidar desse Seadra e não me decepcionar.
Volkner subiu nas costas de seu Electivire e partiu ao deixar que os dois Pokémons se enfrentassem. Quando chegou ao topo não havia sinal de ninguém, mas a sombra gigantesca de um Rhydon estava ali, um monstro muito maior do que qualquer outro de sua espécie. O líder recuou pasmo, e imaginou como seria capaz de derrotar mais um adversário de força imensurável, e ainda por cima que levava vantagem sobre seu tipo elementar. O Rhydon investiu com o chifre com o que parecia ser o Mega Horn, mas ele foi lento o bastante para que os demais se esquivassem. O andar em que estava ruiu e todos vieram abaixo, mas o Electivire colocou-se em posição de ataque sabendo que agora teria de lutar contra aquele inimigo pessoalmente.
— Acho que vamos precisar de ajuda — comentou Volkner, sacando uma última pokébola. — Há quanto tempo eu não era empurrado para um instante extremo onde coloquei meus seis Pokémons em jogo?
Um Luxray estava ali, mas ele claramente teria desvantagem contra um Rhydon tão imenso e assustador quanto aquele. Sua mente mal tinha tempo para raciocinar e tomar alguma atitude, elas simplesmente avançavam e tomavam seu percurso por si só.
A chuva caía, e aquilo apenas piorava sua visão. O Rhydon socava o chão e destruía paredes como se fossem feitas de isopor. A estrutura do ginásio já estava completamente acabada, e Volkner pensava como poderia explicar para o governo o motivo daquilo tudo. Foi então que um terremoto destruiu uma parte ainda maior ginásio, abrindo um buraco onde Volkner teve de segurar-se para não cair.
— Earthquake, por que odeio tanto esse golpe?!! — gritava ele em sua fúria.
O Electivire foi até a fissura no chão e esticou a mão para ajudar seu líder. Porém, neste mesmo instante a sombra do Rhydon surgiu aterrorizante em suas costas. Ou ele levantava e enfrentava seu inimigo, ou deixava seu mestre cair. O Electivire optou por salvá-lo, e antes que o Rhydon usasse mais um Mega Horn o Luxray do líder pulou sobre a cabeça da criatura e o derrubou lá de cima, caindo junto de seu inimigo.
— L-Luxray!! — gritou Volkner. — Ele caiu lá embaixo, eu preciso ajudá-lo!!
— Senhor.
Volkner ouviu aquela voz, mas não sabia ao certo de onde ela vinha. E a voz continuou, claramente, vindo de seu Electivire.
— Quem é você? Como eu posso ouvi-lo?
— Você sempre pôde, mas optou por deixar de ouvir. Agora escute-me. Precisamos deixar o Luxray enfrentar seus próprios desafios. Devemos chegar ao topo e lutar, acabar com tudo isso! Apenas uma vida nos resta, uma vida para enfrentar o chefão da fase. Ou está disposto a apertar Restart e começar tudo de novo?
Volkner dirigiu-lhe um sorriso e falou:
— Nem ferrando.
Com suas últimas forças esticou o braço e subiu, de maneira que junto de seu Electivire eles fossem capazes de alcançar o terraço, acima até mesmo do telhado em direção de onde as nuvens criavam seus próprios trovões. Ao chegarem, ali estava Luke Wallers. De braços cruzados, com a boina a ocultar seus olhos esverdeados nas sombras e a figura suntuosa de um dragão a envolvê-lo diante dos relâmpagos no céu.
— Um jogo. Uma vida. — Luke falou de maneira séria. — Quando eu imaginei que tinha chegado ao meu auge, surgiu um homem para me impressionar e provar que sempre existirá alguém melhor.
O Garchomp rugiu e toda a estrutura do ginásio tremeu.
— Estou aqui para provar que sempre haverá alguém melhor do que você.
— Essa insígnia é a minha honra, garoto. — Volkner também se dirigia a ele com seriedade. Aquilo de fato se provara como um desafio muito maior do que esperava. — Irei reconquistar uma das poucas coisas importantes que restaram para mim.
Volkner ajeitou seu blusão para proteger-se do frio, mas quando olhou para longe viu que o céu começava a clarear. Ele tinha poucos minutos até que a tempestade passasse, e aquilo de certa forma lhe dava esperanças, pois depois de toda chuva vinha um dia bem claro na sequência.
Foi então que um gigantesco Metang surgiu ao lado do Garchomp, e o líder lembrou-se de que Luke ainda tinha dois Pokémons. Volkner revirou os olhos em desamparo.
— É, talvez o dia claro ainda esteja meio longe de chegar.
O Electivire avançou como um torpedo, e no mesmo instante tanto o Metang quanto o Garchomp o atacaram. A habilidade daqueles três guerreiros era incrível, socos eram desferidos no ar e lâminas cortavam o céu tão rápidos quanto os relâmpagos. As bombas e mísseis do Metang mais pareciam ser trovões, e naquela batalha no mais alto ponto do ginásio ele enfrentava o mais difícil adversário de sua vida até onde se lembrava.
— Não me lembro da última vez que me colocaram em uma situação como essa. Foi chocante, mal o vi chegando. A forma como seus Pokémons lutam por você me fez ficar emocionado até essa etapa — disse Volkner.
O Metang acertou um soco na cara do Electivire, mas o Pokémon elétrico segurou-se com força no ciborgue metálico e um relâmpago o atingiu. A descarga foi tão grande que uma explosão foi ouvida e o Metang recuou enfraquecido, o motor dentro de seu corpo ficava mais lento e horas desacelerado, até que caiu no chão e apagou.
— Você é forte — admitiu Volkner. — Mas eu consigo triunfar diante de sua força!
— Então venha, líder de ginásio! Vamos realizar a batalha pela qual aguardou a vida inteira, aquela que destruirá sonhos e começará novos, aquela em que ninguém no mundo cantará vitória ou sequer lembrará de incluí-las nos livros, assim como a existência de cada um de nós nesse pequeno teatro da vida!
O Garchomp parou do outro lado e preparou suas lâminas. Assumiu a posição dos dragões que preparavam-se para revelar sua força com o Outrage e perder o controle numa luta, e por mais que o Electivire de Volkner já estivesse completamente esgotado, ele não desistiu. Volkner não havia desistido, então ele também não iria.
— Por nossos sonhos — disse-lhe Luke.
Volkner não entendeu muito bem o que aquilo queria dizer, mas teve tempo apenas de ver seu Electivire disparar para cima do Garchomp com o Giga Impact, que por sua vez voou para cima dele como um torpedo. Os dois se encontraram e mais uma explosão surgiu, mas dessa vez em todo o ginásio.
Quando Volkner abriu os olhos, ele estava caindo com velocidade.
Pensou se era ali onde tudo acabaria, se o fim finalmente chegara, ao menos, fazendo aquilo que mais amava fase: Batalhando.
Pensou se era ali onde tudo acabaria, se o fim finalmente chegara, ao menos, fazendo aquilo que mais amava fase: Batalhando.
Sorriu. Ah, sim. Era isso. Não se tratava de estar entediado fazendo algo como sua obrigação, distribuindo insígnias, correndo riscos e enfrentando facções criminosas. Era simplesmente pelo gosto de viver fazendo aquilo que gostava e mais amava.
Quando fechou os olhos teve tempo apenas de sentir seu Electivire agarrar-lhe e trazer-lhe mais para perto de si, protegendo-o daquela imensa queda. Volkner foi ao chão e os dois colidiram com a terra permanecendo inconscientes pelo que pareceu ser horas.
E antes que seus olhos fechassem por si sós, a chuva já tinha parado.
• • •
O silêncio pairou, a água da chuva ainda estava acumulada sobre algumas plantas rasteiras e o campo de batalha inundado pela luta travada entre os Pokémons Aquáticos. Volkner levou a mão até sua cabeça, ainda tonto e sem saber o que havia acontecido. Devia ser cedo, por volta das cinco ou seis da manhã. Seu Electivire já estava ao seu lado, sentado comportadamente como se aguardasse as ordens do mestre, com partes do corpo enfaixadas e mais alguns equipamentos de primeiros-socorros ao seu lado. Lá estavam também todos os outros, Raichu, Rotom, Luxray, Jolteon e Lanturn.
— Pessoal, vocês estão bem? — Volkner perguntou como uma criança se preocupa com seus Pokémons inicias no início de jornada.
E uma voz que ele esperava não ouvir tão cedo surgiu logo atrás para surpreendê-lo mais uma vez.
— Estão sim. Só acho que seu ginásio não pode dizer a mesma coisa.
Volkner virou-se e deparou-se com Luke, com as mãos no bolso e um corte feio no rosto. O rapaz tinha alguns curativos, e Volkner imaginou que ele tivesse sido salvo por seu Garchomp da mesma maneira que seu Electivire o salvara. Aquela explosão não estava nos planos, mas terminou por interromper a batalha e dar um fio precoce a tudo aquilo. Seus Pokémons havia lutado por eles. Luke colocou a mão sobre a cabeça de seu Garchomp que estava com os óculos escuros trincados e alguns dentes fora do lugar.
— Cara, que explosão foi aquela... Eu não sabia que era tão perigoso lutar no seu ginásio, acho que você devia começar a separar coisas melhor: Trabalho é Trabalho, Batalha é Batalha. Não dá para transmitir energia para toda a Sinnoh no mesmo lugar que batalhamos, porque eu gosto de acabar com tudo em volta! Curto muito explosões. É tipo minha marca, estou doido para detonar tudo na Liga Pokémon também.
Volkner deu uma risada de leve.
— De qualquer maneira, eu teria que reformar do mesmo jeito... E isso vai demorar um tempão. Mas vou levar a sugestão.
Volkner tentou levantar-se, mas foi direto ao chão novamente, caindo de joelhos. Luke correu para ajudá-lo, mas o líder pediu que se afastasse. Levou as mãos na cabeça e não conseguia mais parar de rir.
— ...hehehe. Hahahah! E-Esta foi a batalha mais incrível que eu tive em... não sei nem dizer quanto tempo!! Garoto, como foi que fez isso?!
Luke caminhou em sua direção e estendeu-lhe a mão.
— Com dignidade e força de vontade. Eu apenas fiz o que mais adoro fazer, e você também recebeu isso por honra e mérito seu. Honra.
Quando Volkner abriu sua mão, viu a Beacon Badge ali, mais brilhante do que nunca. Parecia que ela havia limpado todo o céu e indicado o caminho certo a se seguir, justamente como um farol deve fazer. Ela trazia a esperança de um novo começo.
— Essa insígnia é sua. Você a conquistou de volta, conquistou a sua honra. Você me venceu! — disse Luke com um sorriso inspirador.
Volkner olhou atentamente para a insígnia. Ficou passando o indicador sobre ela, limpando a poeira e lustrando aquele brilho tão magnífico amarelado, parecia um pedaço de ouro recém-descoberto.
— Você seria um grande líder de ginásio, Luke Wallers...
— Ahh, não precisa de elogios, cara. Eu sei que eu sou foda.
— ...Do tipo que só traz prejuízos para a Liga, só seria mal falado e teria uma péssima imagem diante dos demais treinadores.
— Ahh?
Volkner distanciou-se dali ao apoiar-se em alguns escombros.
— O pior é que a galera gosta desse tipo de líder... Então, o que posso fazer?
— Vai entender esse povo, né? Eles sempre gostam dos personagens mais complexos...
Volkner aceitou a Beacon Badge como se fosse uma criança que recebia sua primeira insígnia. O homem ainda a fitava, acariciando o objeto lentamente como se nunca antes a tivesse segurado. Podia ter um milhão daquelas em seu armário, perdera a conta de quantas vezes a entregara para outros treinadores no passado, mas agora, pela primeira vez, sentiu que aquela era especial, pois era sua.
Luke caminhou em direção de seu Garchomp e tocou na cabeça cansada de seu dragão.
— Obrigado pelo bom trabalho, amigão. Teremos de treinar muito mais se quisermos entrar na Liga e derrotar treinadores tão poderosos quanto o Volkner.
Seus Pokémon se reuniram ao seu redor. Todos estavam esgotados da luta, mas ainda não demonstravam fraqueza diante do inimigo. Sabiam que deveriam treinar mais, muito mais, até que atingissem as estrelas e todo o universo falasse a seu respeito. Luke olhou de volta para o mar distante ao falar:
— Vamos nessa, galera. Recomeçar nossos treinos e tentar mais uma vez.
Mas antes de partir, Volkner o chamou mais uma vez.
— Ei, garoto.
O verdadeiro líder de ginásio jogou uma outra insígnia em direção de Luke que a agarrou como se realmente não esperasse. O objeto caiu na grama e o jovem logo apressou-se em pegá-la. Era mais uma Beacon Badge, mas não a mesma que ele dera para Volkner. Aquela era uma outra que deveria pertencer a ele, e somente ele.
Embora Luke não pudesse aceitar.
— Cara, se eu aceitar essa insígnia... Irei contra tudo aquilo que eu preguei para você, irei contra minha filosofia de vida! — ele soltou uma risada espontânea. — Sou eu quem terei que lutar por minha honra e reconquistá-la de você! Não quero ganhar a minha por dó sua, por ter te dado uma batalha legal, ou...
— Esta é uma insígnia única, na verdade. — Volkner levantou-se. — E eu a criei agora, para obtê-la não importa se você ganhe ou perca, contanto que sempre surpreenda a si mesmo. Parece como todas as outras, não? Mas essa aqui é a Honra de Luke, e somente você poderá tê-la, assim como a que você me deu. Então aceite-a.
— Volkner, eu não posso...
— Droga, garoto! Só aceite logo — ele respondeu sério a princípio, mas depois caiu na risada, chegando a assustar-se com a própria maneira que falava. — Meu jovem, não preciso que você me vença para provar que merece algo, você já é merecedor dela por trazer um brilho tão intenso aos meus olhos, por planejar tudo isso... E principalmente por dar um tapa na minha cara e tentar mais uma vez até quando o mundo inteiro tentou tirar os seus sonhos de você.
— Isso tava no seu script? Ou o velho Volkner realmente sabe o que dizer de vez em quando?
— Só pegue a droga de insígnia e saia do meu ginásio.
Luke pegou-a e saiu correndo o mais rápido que podia antes que Volkner enviasse para ele todas as contas da destruição de sua usina. E ainda de longe era possível ouvir o líder de ginásio gritar:
— Agora comece a treinar, porque voltaremos a batalhar na Liga Pokémon!! E eu só vou participar porque esperarei por sua revanche, vou entrar nessa Liga para ter a chance de lutar mais uma vez contra você. Fechado?
Luke já estava bem longe, então ele nem soube se o jovem havia ouvido aquilo.
Volkner parou ali, sentou no chão de seu estágio de entulhos que agora estava completamente destruído. Sacou a caixinha de cigarro e acendeu o isqueiro, mas olhando para aquelas chamas tão vivas pensou em tudo que tinha passado, e a apagou.
Seu Electivire sentou-se ao seu lado no chão, admirado com a decisão e completamente acabado também.
Seu Electivire sentou-se ao seu lado no chão, admirado com a decisão e completamente acabado também.
Volkner jogou o maço inteiro de cigarros para bem longe, de maneira que a caixinha caísse no mar e fosse levada para muito distante pelas ondas do mar.
— Jogar lixo no meio ambiente não é ecológico — seu Electivire o corrigiu.
— Fica na sua — o homem deu uma risada, deitando-se na grama e esticando os braços com uma calma que há anos não sentia.
Volkner falou:
— É meio estranho dizer isso, mas estou com vontade de começar tudo de novo. Resetar o game, passar pelas mesmas fases, enfrentar as mesmas histórias previsíveis, perder e ganhar...
Foi então que uma garotinha apareceu em frente ao ginásio, sendo que ela tinha apenas um Lumineon ao seu lado. Ela devia ter seus dez anos de idade, havia acabado de começar a aventura, provavelmente. Era morena e carregava um lacinho na cabeça, e vendo o estado do ginásio perguntou:
— Oi, hm... Vocês estão aceitando batalhas?
Volkner olhou para tudo destruído e acenou a cabeça.
— É, acho que sim. Mas tem que ser aqui fora, no mato mesmo. Tem problema?
— Não, não. Meu nome é Nami... Acha que pode me dizer quando o líder de ginásio vai voltar? Eu queria... Batalhar por minha terceira insígnia.
Volkner apenas olhou para seu Electivire de relance e sorriu. Apoiou-se sobre seu Pokémon, e ambos ficaram de pé com um novo intuito para lutar.
— Você está olhando para ele. Meu nome é Volkner, líder de ginásio da cidade de Sunyshore. Acha que pode me dar uma batalha eletrizante?
Porra porra porra porra!
ReplyDeletePorra!
Sério, Luke seria um bom antagonista. Um perfeito rival na verdade, caso o protagonista fosse o Volkner, pois um é xerox do outro. Os dois são fodásticos, poderosíssimos e fodásticos novamente, e são muito parecidos. Sério, os dois virariam rivais e seria foda! kkk!
Tá, voltando ao mundo real (ou não). Que capítulo foi esse? Foi impressão minha ou o ritmo de leitura foi aumentando conforme a ação ia se desenrolando? kkk! Mas, sério. Pareceu que, como a vida do Volkner era paradona, o início foi mais lento, melancólico e dramático. Aí, conforme a ação ia acontecendo, o líder elétrico se animando, o trem começou a fluir belissimamente bem. Não sei se era a intenção de Nicolete, mas achei foda e perfeito e fodástico e perfeito! kkkk!!
Nó, e esses pokémons do Volkner? Sério, todos muito fodas. Queria ver mais deles. Seria muito foda um SC mostrando a vida de Volkner voltando aos trilhos. Reconstruindo os ginásio ou a toa com sua equipe mesmo. Sei lá! kkk!
E a Nami voltou!!! Tô vendo que ela ainda vai ´ta na Liga e será foda e com um Lumineon destruidor! kkk! Sério, que feliz que ela voltou. Provavelmente vai levar uma surra do menino do cabelo amarelo (por que não dizer loiro? kkk), mas vai ser divertido! kkk! Mas que ela esteja na Liga com muitos Pokémons que ela goste e que sejam fodas! kkk!
Tá, tô muito nostálgico! kkkkkk!
É, tenho de ir, faculdade me chama (queria ficar aqui e reler o capítulo mais umas 40 vezes! kkk). Mas vou me ir-me, até semana que vem Canas. Sério, você se superou hoje. Superou de longe. Pura nostalgia agora. Congratulations!!! kkk!
Agora vou ir memso,
Adieu, people,
Moacyr
PS: Percebi aqui que leitores chatos não pedem mais especiais, agora a moda é pedir Supports. kkkk! Tá, inútil essa informação, mas percebi isso enquanto eu mesmo não pedi especial, e sim SC. kkk! (tá, pode deixar que vou de verdade agora! kkk)
Coisa de louco, não? O Luke também que seria um rival maneiro, e no fim das contas ele só arranjou gente Top para considerar como Rival! Lúcio, Riley, Volkner... Só o Stanley que é um zé mané kkkk Mentira, mentira, o Stanley ainda terá seu brilho na Liga, isso vocês podem certeza, e quando o Luke for enfrentar o Volkner na próxima vocês verão como o cara voltará com uns Power Up na força! Agora que ele perdeu vai ficar ainda mais disposto a treinar, então... Acho que está na hora de começar a evoluir os Pokémons que faltavam, correto?
ReplyDeleteVocê captou exatamente o ritmo do episódio cara, o que começa como um domingo entediante logo se transforma numa batalha de ginásio sem medições! A primeira luta foi no padrão normal de batalha, mas depois que o ginásio começa a ruir as coisas seguem um ritmo completamente novo, e é exatamente isso que deu o brilho à batalha. Coisas previsíveis não impressionam mais, é preciso sempre estar criando um enredo dentro da própria batalha que não seja baseado em somente estratégias. O povo gosta do inesperado! Eu mesmo só decidi que o Luke deveria perder nos minutos finais kk Rapaz, eu adoraria fazer a Guilda do Volkner, então quem sabe mais tarde eu tento trazer o Electivire e o Rotom para vocês se sobrar tempo e disposição? Eles provavelmente seriam os últimos personagens "novos", só para a gente fechar esse ciclo de Guildas. A partir daí só melhorarei as antigas, não criarei mais novas!
Mano, e eu juro que estava no meu esquema fazer um especial desses para o Volkner. Seria o Capítulo 85.5, um especial sobre a rotina dele pós-batalha, pensando em reconstruir o farol, tomando um novo rumo e um sentido para sua vida. Esse capítulo seria uma conexão minha e de Johto, e ganhei a aprovação da Marina para escrevê-lo com a Jasmine. Mas poxa, cadê a Marina?? Ela sumiu de novo, e eu queria tanto a ajuda dela para poder trabalhar com esse especial... Seria uma espécie de "A Gym Leader's Life" inédito, e qualquer coisa sobre o Volkner é sempre bem vinda, não? kkkkkk
Rapaz, eu juro que a aparição da Nami era para ser algo bem "cameo", sacas? Uma parada extra que eu imaginei que ninguém iria notar ou lembrar, mas que legal que você guardou ela em sua memória! A Liga promete muita coisa, e eu também... Farei os preparativos necessários e sentar bala, porque tem muita coisa boa a caminho. E eu não sabia que suas aulas na facul já tinham começado cara! Tu me disse que passou, mas eu ainda não sabia que já estavam valendo. Que orgulho cara, vou poder chegar e apontar para você ao falar: Ohh, carreguei esse menininho no colo!! kkkkkkkkkkkkk Shit, estamos ficando velhos cara... Chega de diversão e vamô trabalhá! Abração ae, Moa!
inicialmente, me desculpa por não ter letras maiúsculas, canas-kun-sama-senpai. o capslock do meu teclado quebrou... (agora ele precisa se aposentar, coitado... ;-;)
ReplyDeletecara. cara. cara. eu coloquei "his world", de crush 40 pra tocar no meu celular quando a batalha começou, pra dar um clima enquanto eu estivesse lendo... quando eu acabei de ler, a música acabou. (sim, eu li a batalha em 04:39. manjo dos paranauê, fera.)
e admito que agora estou com lágrimas nos olhos. não vou chorar, não, mas... estou quase.
Acha que pode me dar uma batalha eletrizante?
cara. em pokémon platinum, eu estou no distorcion world. agora, tudo que eu quero é capturar giratina e ganhar minha última badge. é como se o volkner do jogo estivesse dizendo na minha cara: "e aí, garota? não vai batalhar, vai ficar enrolando por causa de um simples puzzle num mundo paralelo? ou vamos batalhar de uma vez?"
"Acha que pode me dar uma batalha eletrizante?"
minha resposta pra ele seria: sim. e eu vou confiar em cada um de meus pokémons.
a gente se conecta com pokémon. como se eles fossem nossos amigos, como se estivéssemos mesmo naquele mundo. eu sei que nada disso é real. mas eu acredito que, lá no fundo, tudo aquilo que vivemos no mundo pokémon é verdade. que comemoramos quando derrotamos um leader gym apelão, que rimos quando capturamos um pokémon que gastamos mais de cinco pokébolas... (absol :p)
eu imagino o mundo pokémon dentro de mim.
e, enquanto estava no ônibus, cheguei a uma conclusão; a imaginação é parecida com drogas: você se vicia, e fica num mundo perfeito. a diferença é que a imaginação é realmente boa, não traz realmente nenhum mal pra você.
ah, nami! como eu a amo *_______* acho que eu seria como ela, se eu vivesse em sinnoh. caninhas, faz um favorzinho pra mim? ou ao menos tenta: faz algum especial relacionado a nami? é que eu queria saber como foi a jornada dela, até sunyshore... não que eu esteja te obrigando =3
mano, eu... não sei descrever esse capítulo. é quase como... aquela coisa que... não sei. é como um dez que você tira na matéria que você mais tem dificuldades. você tem vontade apenas de ficar olhando praquilo, sem vontade de fazer mais nada. só que melhor.
cara, simplesmente... foi perfeito. fiquei até com vontade de escrever minha fic de pokémon... perfeito. essa palavra não vai sair da minha mente tão cedo...
sayonara! (sem apelidos hoje, ainda estou pasma com esse capítulo.)
Se eu consegui despertar essa sensação em vocês de ficar sem palavras, é porque a coisa está boa! kkkk Ficar feliz e agitado com o fim de uma batalha de ginásio é bacana, e todos eles devem despertar esse sentimento, principalmente o último. Mas eu queria algo a mais, queria uma reação completamente diferente de parar para refletir: Mano, mano, mano, o que foi isso?? É tanta coisa que por um instante a escrita realmente faz parte da gente, assim como o universo dos Pokémons em si.
ReplyDeleteEssa frase final do Volkner é clássica. Se não me engano ele chega a falar isso em algum dos games, mas a importância dela está na naturalidade e bondade com que é dita. O objetivo de um líder de ginásio é justamente esse, aceitar desafios, justificar seus elementos, e quando o Volkner fecha o capítulo ao dizer: Me dê uma batalha eletrizante! Você percebe que ele finalmente está de volta.
Você terminou de ler em 5 minutos? Eu demorei só 3 horas para ler tudo e revisar pela segunda vez, coisinha básica assim, sem contar as 5 horas para escrever a base e outra 1 hora para a revisão final. Quem me dera se a vida de um escritor pudesse ter um Increase Agility kk Ah, vou pensar no seu caso sobre a Nami, a repercussão para cima dela foi maior do que eu esperava, eu podia jurar que vocês tinham se esquecido da coitada kk Mas enfim, obrigado pelo comment, Juh! E fico feliz que tudo isso tenha despertado tamanha inspiração, espero conseguir trazer capítulos ainda melhores e continuar surpreendendo vocês todas as semanas. Beijos!
Caro canas, vou escrever esse comentário de uma maneira formal e limpa, pois eu fiquei sem palavras com esse capítulo, pois, quando penamos que o nosso querido escritor de fanfics, Canas Ominous, chegou ao seu auge, ele vem e aparece com um dos capítulos mais foda que já vi!
ReplyDeleteEssa batalha entrou para o meu: "Guia das batalhas epicamente épicas de Sinnoh", foi um capítulo simplesmente perfeito! Cada linha me prendia, cada cena aparecia na minha cabeça como um pequeno filme, parecia que eu estava lá, levando chuva, pedras e raios na cabeça é como a nossa querida Garota Enderman dise: "A imaginação é parecida com drogas: Você se vicia, e fica num mundo perfeito. a diferença é que a imaginação é realmente boa, não traz realmente nenhum mal pra você.".
Quando o Volkner jogou o maço de cigarro fora eu lembrei que você falou não sei aonde que o cigarro representava tudo de ruim que ele tinha e como ele desistiu dos sonhos, nesse momento eu vi que ele voltou.
"Meu nome é Volkner, líder de ginásio da cidade de Sunyshore. Acha que pode me dar uma batalha eletrizante?" (eu tinha que colocar isso aqui!)
Namiiiii, espero que na liga ela venha com pokemon super poderosos e exploda tudo! MUHAHAHAHAHAHAHA
Diga ae, Firewall! Acredito que a imaginação seja tão poderosa que chega um momento que ela começa a se mesclar com a realidade. Não sei até que ponto isso é bom ou ruim, mas para ser bem sincero eu gosto. Creio que poderemos levar essa frase da senhorita Enderman e sempre lembrar do quão perigosa a imaginação pode ser. O problema é que um perigo cativante, então estamos sempre correndo atrás dela kkkkkkkkkkk
ReplyDeleteFico feliz que tenha curtido a batalha, por um tempão fiquei receoso se eu conseguiria fazer a luta contra o Volkner melhor ou pelo menos no mesmo nível da de Canalave, com a Titânia. É sempre um desafio continuar surpreendendo a si mesmo, e sinceramente também não faço ideia e como trabalharei com as lutas na Liga Pokémon, mas essa provavelmente foi a última "Pokémon" por assim dizer, todas as outras serão voltadas para uma luta em RPG onde os verdadeiros protagonistas serão os personagens Gijinka.
O cigarro foi crucial exatamente para isso, ele representou essa recuperação discreta, e no momento em que o Volkner o jogou fora eu queria que vocês tivessem justamente essa reação: Ele voltou, ele está de volta. E agora está na hora de termos mais batalhas eletrizantes! kkkk Valeu pelo comentário ae Firewall, abração!
Hey Canas! Sou eu, o Haos, mas estou fora do computador D: Enfim, irá contar com mais alguns comments meus kkkk Vou aproveitar essa pausa para me atualizar e estar com a cabeça voltada apenas para a Liga!
ReplyDeleteCara, que batalha!! Acabei não tendo o elemento surpresa em alguns detalhes por já ter uma ideia de como funcionaria, mas mesmo assim você me cativou. Cativou porque de todas as batalhas, foi a com mais significado. Não trata-se de apenas vencer o adversário, mas sim de conquistar sua própria honra, e é por isso que foi tão especial! O Volkner agora é um novo homem, e sinto que terá muito o que viver novamente... E a Nami no fim foi uma ótima sacada, agora com um Lumineon. Só elogios, cara. Faz tempo que esperamos por esta batalha, e você fez valer a espera!
Eu sinceramente não conseguiria começar esse comentário do mesmo jeito de sempre. Essa batalha eu estava esperando há muito tempo, e você conseguiu detonar todo o meu senso crítico! Nem mesmo meu lado mais exigente detectou algum equívoco nessa batalha, e mesmo assim você conseguiu torná-la absurdamente épica! Você usou e abusou de tudo aquilo que você veio aprendendo desde que começou a escrever. Foi como se você tivesse colocado esta carta como seu grande trunfo, e ao mesmo tempo nos dá uma ideia do nível das batalhas que vamos presenciar na Liga.
ReplyDeleteLuke mostrando que, apesar de ter amadurecido, ainda consegue ser o moleque que tira qualquer um do sério com suas jogadas. Prova disso é que o Volkner, que já não dava mais importância a nada no mundo conseguiu sentir todo tipo de emoções durante a batalha, e agora que ele recuperou o ânimo para batalhar, sinto que ele estará ainda mais poderoso na próxima vez que o virmos em ação.
Uma insígnia não é só uma peça colecionável cara. Elas têm todo um significado. Cada uma delas carrega uma lição diferente, e isso pode ser uma lição para todos os autores na hora de trabalharem em seus confrontos de Ginásios. Épico, magnífico! Somente palavras desse nível pra cima descrevem o tipo de batalha que eu vi hoje. A tempestade, a destruição (causada pelo Luke, obviamente) do Ginásio, a maneira como você fez o público entender cada sentimento do Luke e do Volkner, tudo isso contribuiu para essa grandiosidade que encerra o ciclo dos Ginásios com chave de ouro.
É isso aí. Agora só resta a Liga e o Grande Festival. Nada de dar New Game ou de desistir! Você está quase zerando o seu jogo. ;)
Cacetada, Canas, tu nunca vai se cansar de me fazer chorar nessa droga de história? :') Sério, ler o pedaço final encheu meus olhos d'água, e ainda por cima a playlist tava em música de recomeço, faltou pouco para eu desabar. Como eu disse quando o Volkner "desafiou" o Luke, essa luta seria épica por ser não só algo físico, mas psicológico, emocional.
ReplyDeleteNão que tenha ficado devendo algo na parte física, não mesmo! Foi completamente f*da a ideia de transformar a luta em um jogo, as "fases", as "vidas".... Foi divino *wwww* E A TEMPESTADE DEIXOU TUDO AINDA MAIS FODA! (pufavo, gente, vocês que ama sol: nunca terão um ambiente tão épico de batalha, 2bjs pro recalque)
E, sabe, de certo modo, eu meio que concordo com o Luke (que evolução, ein, pivete?) No final das contas, dane-se as filosofias. O sentido de viver é exata e simplesmente isso, viver. Ter sonhos, batalhar por eles, não realizá-los, batalhar de novo, conseguir torná-los realidade..... E então começar tudo de novo. Um eterno recomeço, isso que a vida é....
E chegamos a última batalha de ginásio.... God damnit, faz tanto tempo assim desde aquela primeira batalha contra o Roark?