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Posted by : CanasOminous
Aug 1, 2013
O Superlativo Esquecido
Com
a fama decorrente, a Fire Tales vinha precedendo todas as demais guildas nos
arredores de Sinnoh, o que despertou a inveja em líderes ambiciosos e
guerreiros ainda mais invejosos. A guilda dos contos do fogo eram os favoritos
a competir na Liga Pokémon e levar o prêmio, e ainda assim raramente eram
vistos em seus dias de treino ou preparo. Era como se eles fossem bons por
natureza, e o carisma e a diversão com que guiavam suas equipes os tornavam
poderosos à sua própria maneira. Eles tinham uma forma estranha de seguir em
frente, mas ao menos era uma forma que dava certo.
E estavam repletos de inimigos. Conde e Glory estavam entre os maiores rivais, a Throne of Kings juntamente da Pink Anarchy reuniam todos os exércitos para combatê-los, e com uma ganância sem fim atrás de poder e fama eles esperavam derrubar qualquer um em seu caminho. Fenrir e Violet Hunter também vinham melhorando seus armamentos para a Iron Fist, enquanto a Red Fortress era uma das únicas que seguia seu próprio ritmo treinando cada integrante de sua presada equipe.
Mas além das principais guildas, havia também muitas outras menores que tentariam de tudo para fazer seu caminho até o Torneio das Guildas no fim do ano e garantir uma vaga. Algumas sequer tinham nomes conhecidos, mas seus guerreiros poderiam ser tão maldosos e cruéis do que qualquer outro. Seu objetivo era apenas destruir tudo, e quanto antes eliminassem as demais guildas, melhor seria.
— Vamos, seus vermes insolentes, marchem! Nós vamos destruir essa Fire Tales, iremos mostrar à eles o terror das tempestades causadas pela Waterproof Anvil! — dizia um audacioso Kingler, que caminhava entre seus soldados carregando um imenso machado de duas lâminas capaz de intimidar qualquer um.
O guerreiro ia de um lado para o outro, checando as linhas de batalha e o estado de seus soldados. O Kingler estava reunindo um cerco para invadir a base de seus inimigos e destruí-los de uma vez por todas, e por conta disso contratara os mais perigosos lutadores da costa oeste.
Seu nome era Polyphemus, um sujeito troncudo e de braços largos com diversas cicatrizes de guerra pelo corpo. Um dos olhos era tampado por curativos após perdê-lo em batalha. Seu corpo era protegido por uma resistente armadura dos caranguejos, mas suas manoplas eram ameaçadoras por seguirem todo o caminho dos ombros até os braços, sendo que as mãos formavam uma espécie de soco inglês, cheia de espinhos afiados e perigosos. Enfrentar aquele guerreiro no combate corpo a corpo não seria nada sensato.
Polyphemus averiguava as linhas em seu exército quando avistou um sujeito de cartola, olheiras fortes e roupas rasgadas. Ele deveria ter sido um verdadeiro lorde no passado, mas agora estava surrado e em um estado lastimável, impossível de reconhecer. O sujeito tentava apoiar-se em um cetro enferrujado na tentativa de dormir, e mesmo que os demais soldados passassem ao lado fazendo barulho ele mal parecia se importar.
O Kingler cuspiu no chão e limpou o nariz, chamando a atenção do indivíduo com nojo em sua voz:
— Ei, seu verme, o que pensa que está fazendo?
O homem continuou com os olhos fechados, ainda apoiado sobre seu cetro com as costas um pouco encurvadas, mas respondeu no mesmo instante.
— Do que me chamou?
— Verme — o Kingler retrucou com uma risada, fungando com o nariz e cuspindo no chão o catarro que viera. — Venha até aqui, eu gostaria de te dar uma promoção. Você estará nas linhas de frente. Aí morre primeiro se for este o caso! — O Kingler soltou uma longa risada maldosa ao empurrar o falido burguês com força. — É um prêmio por tentar dormir enquanto estou no comando, prestes a entrar em guerra.
— O senhor tem conhecimento de com quem está a falar? Isto foi aspérrimo de sua parte. Meu nome é Alexay, Faísca Negra, e compreenda que estou aqui contra minha vontade — respondeu o Luxray, tentando manter a educação e a sabedoria em suas palavras, mas sem receber muita atenção.
— Aqui você é só um verme. — Polyphemus respondeu com amargura, empurrando Alexay com força e fazendo-o cair no chão imundo como se fosse um saco de lixo. — Entre na linha de frente, ou farei questão de que você nem apareça em combate. E provavelmente em mais nenhum lugar. Nem vão lembrar mais que você existiu. A presença de vermes é facilmente ignorado em qualquer lugar do mundo.
O Kingler riu e voltou a caminhar com sua perna manca a guiar seus exércitos rumo à batalha.
— Vamos andando, seus vermes inúteis! Uma guerra nos espera.
Alexay continuou caído ali no chão, por um momento sentindo que estava onde devia estar. Ao menos o chão frio o acolhera, e ele desejou poder agarrar-se a ele por mais tempo antes que algum companheiro o erguesse e o obrigasse a marchar mais uma vez.
Ele sabia que caminhava rumo à sua morte.
• • •
Na Fire Tales, Aerus preparava-se para liderar sua equipe contra a invasão dos membros da Waterproof Anvil. Eles nunca haviam se encontrado, e isso fazia com que o dragão caísse na risada pela forma como tantas pessoas o odiavam sem nunca antes o terem visto.
— Pega nada. Deixe eles virem! Vamos acabar com qualquer um que entrar em nosso caminho — dizia o Garchomp, cerrando os punhos e fazendo os preparos necessários junto de seus companheiros.
Alguns membros estavam fora. Eles não poderiam contar com a ajuda de Vista e Wiki para derrubar metade dos exércitos pelo fato dos ciborgues da nova geração estarem em missão. Mikau continuava afastado, e o gigante Coffey tinha uma dor de cabeça tremenda desde a noite passada. O senhor Atros também não estava em condições muito favoráveis para lutar, e por isso era preferível que ficasse descansando e cuidasse de sua doença, mas ainda assim, haviam muitos outros guerreiros dispostos a defender sua guilda.
— Bola de Pelos, acha que está em um clima da hora para lutar hoje? — indagou Aerus.
— Com toda certeza! — respondeu o pequeno esquilo. — Sou o sub-administrador da Fire Tales, quero estar de pé para liderá-los com determinação!
— Beleza, então fique de olho, parceiro. Cuide da ala oeste e não deixe que nossas defesas caiam. Vamos dar uma surra nesses caras, eu precisava mesmo dar uma estreada em minhas novas lâminas!
Aerus seguiu para além dos campos da guilda, de modo que a estrutura da base não fosse danificada e eles pudessem proteger os demais que não estariam batalhando. Chaud, Lyndis e Tom Sawyer estavam juntos de Watt quando ele reuniu sua equipe e pôde avistar de longe os batalhões de Polyphemus chegarem. Eram muitos Pokémons, dezenas deles separados em grupos de seis onde cada um defenderia a retaguarda do companheiro.
Chaud ergueu seu escudo e colocou-se ao lado de Watt.
— Ordens, senhor? — perguntou o Bastiodon.
— Bem, eu sei que nossos inimigos vêm até nossa base com a intenção de nos matar e destruir tudo que temos, mas tentem não destruí-los. Uma guilda despenca quando seu líder é abatido, então vamos concentrar nossas estratégias em impedir que eles acessem nossa base, impedindo seu avanço. Evitem ao máximo baixas, em ambos os lados.
— Tá certo então, chefinho! — disse Lyndis animada, alongando suas pernas flamejantes já dispostas a chutar algumas bundas.
Tom Sawyer também nunca participara de batalhas, mas esperava dar tudo de si.
— Ô, diacho! Tem um montão deles, mas isso parece ser bom demais da conta! Eu estive treinando a semana toda para essa batalha, ‘ocês vão ver que belezura o meu novo golpe!
Watt assentiu, e suas mãos começaram a faiscar.
— Boa sorte, galera.
Quando os exércitos de Polyphemus chegaram, eles logo fizeram seu grito de guerra e soaram os tambores. Esperavam assustar seus adversários pelo número em vantagem, mas Aerus ria do outro lado, tendo o General Castelo Branco à sua direita e Yoshiki à esquerda. Enquanto o dragão fizesse a defesa daquele lado, ele esperava que Watt conseguisse aguentar o impacto do outro.
O grande Kingler tomou frente e deixou sua voz asquerosa ser ouvida:
— Fire Tales!! Preparados para o dia em que pagarão por todos os seus pecados?
Aerus olhou para General e deu uma risadinha.
— Ihh, rapaz. São muitos. Agora nem vai dar. Nem pedi perdão por roubar bala da cantina.
Polyphemus rugiu e colocou-se em posição de ataque com seu machado de duas lâminas. Ele era muito maior e mais encorpado do que o dragão, sendo que Aerus nem estava vestido em sua armadura de combate completa. Ele apenas vestia uma camisa improvisada e os óculos escuros, em cada uma das mãos ele tinha um novo dispositivo que ele vinha testando, uma lâmina retrátil para combate desenvolvida por uma parceria da engenhosidade de Vista e Chaud.
— Você pagará por seu ultraje, Draconeon! Seus dias estão contados, seu império irá ruir perante a fúria de Polyphemus, o Kingler de Sandgem!
— Então venha. Vou cegar o olho que te resta — disse Aerus com um sorriso ligeiro, preparando suas lâminas. Polyphemus urrou e correu em sua direção.
— Vou separá-lo em dois!
A batalha havia sido iniciada, e logo todo o exército dos guerreiros da Waterproof Anvil começaram a lutar e brandir espadas com a Fire Tales. Chaud derrubava oponentes com seu escudo, e ocasionalmente o lançava com tanta força que seus adversários eram abatidos inconscientes somente pelo impacto. Lyndis era ágil em derrubá-los e finalizar o serviço com o Blaze Kick, enquanto Tom Sawyer mostrava alguns movimentos bem diferentes em combate. Suas técnicas não se baseavam em contato físico, mas pelo contrário, ele parecia utilizar-se de poderes ao invés de socos e chutes diretos.
— Você é bom, Tommy! Aura Sphere e Drain Punch, que movimentos! Onde aprendeu essas coisas, garotão? — elogiou Lyndis.
— Nem sei, acho que já estava no meu sangue desde os tempos que eu treinava lá na minha terrinha! — respondeu o Rioluzinho com um sorriso, concentrando suas forças e derrubando dois guerreiros do tipo rocha que o cercavam.
As mãos de Watt faiscavam enquanto ele derrubava seus adversários utilizando seus golpes elétricos. O pequeno esquilo era ágil, e concentrava-se mais em paralisar os Pokémons com ondas elétricas fazendo com que eles não fossem mais capazes de combater.
Foi então que ele notou um estranho Luxray, parado no meio da batalha.
Outros soldados passavam por ele o empurravam, mas ele nem se mexia. O sujeito tinha os olhos perdidos, estavam um pouco entreabertos como se ele estivesse com muito sono ou fosse um sonâmbulo em meio à batalha. Estranhamente, aquela figura lhe era familiar. Alguém o empurrou e o Luxray caiu de cara no chão, e por lá ficou.
— Será que...
Watt não teve tempo para pensar quando um Quagsire o atacou. O Pachirisu utilizou seus poderes elétricos para eletrocutar seu oponente, mas ele parecia ser imune àquilo. Chaud e os demais estavam longe demais para ajudar, e o sub-administrador encontrava-se em apuros quando o soldado inimigo o golpeou no rosto, pronto para acertar-lhe o peito com uma lança terrestre.
— S-Soccorro! — gritou Watt, enquanto o Quasgire tentava golpeá-lo com a lança que perfurava a terra e neutralizava todas as correntes elétricas criadas pelo esquilo.
Chaud ouviu o pedido e correu para ajudar. Por sorte Watt conseguiu desviar-se e por fim derrubar o Quagsire, livrando-se do ataque. Quando o Bastiodon o alcançou ele protegeu seu companheiro com o escudo e começou a enfrentar o adversário no corpo a corpo. Chaud deu-lhe uma cabeçada com o Iron Head, fazendo com que o Quagsire caísse e desmaiasse no chão.
Watt ainda tinha respiração pesada, mas parecia ter se safado.
— Você está bem? — indagou Chaud.
— S-Sim... Foi só um descuido. Ele não era afetado por meus golpes elétricos.
— Guerreiros elementares do tipo Ground não são — explicou-lhe o guerreiro, estendendo a mão para que se levantasse.
Watt voltou sua atenção para o outro lado da base, vendo que Aerus ainda enfrentava o feroz Polyphemus e seu imenso machado de guerra. Grande parte das tropas inimigas estavam neutralizadas, e agora apenas os líderes batalhavam. Aerus suava, mas mantinha em seu rosto a expressão de confiança na vitória com sua velocidade. Por outro lado, o grandioso Kingler já se esgotava.
— Vou fazer picadinho de você, Draconeon!
Aerus esquivou-se de mais uma investida do machado, e vendo a abertura na guarda de seu oponente ativou sua lâmina direita e enfiou-a no peitoral da armadura. Polyphemus gritou de dor, e quando Aerus encontrou a oportunidade preparou um ataque fatal:
— Stone Edge! — disse o dragão, perfurando a pele blindada de seu adversário que caiu no chão, completamente derrotado.
Por fim, os exércitos da Waterproof Anvil finalmente começaram a recuar, levando consigo os feridos e seu líder destruído. Aerus calculava que o prejuízo não fora tão ruim, exceto por alguns machucados e cortes em seus companheiros, mas a guilda rival não conseguira nem mesmo fazê-los recuar até que pudessem atacar a base principal ou os portões de entrada.
Watt ia caminhando em campo de vitória quando voltou a deparar-se com o mesmo Luxray, agora caído no chão, com os olhos bem abertos encarando o céu escuro que se formava pelas nuvens.
O Pachirisu foi em direção do homem e apoiou-se em seus joelhos para tentar examiná-lo.
— Ei, hm... Qual seu nome?
— Verme. Aqui há apenas um verme — respondeu o Luxray, como se de alguma maneira aquilo o perturbasse.
Watt soltou um suspiro.
— Sua guilda foi derrotada. Não deveria recuar?
— Aquela não é a minha guilda — respondeu o Luxray de maneira ríspida, com os braços esticados no chão e suas roupas pisoteadas e amassadas.
Watt olhou para os lados, um pouco indeciso.
— Bem, então... Por que estava lutando do lado deles?
Alexay lançou-lhe um olhar de relance como se não quisesse assunto, embora caso não respondesse aquele esquilo enxerido continuaria a perturbá-lo.
— Meu treinador me abandonou. Perdi tudo que eu tinha. Riqueza, fama, exércitos... Agora sou apenas um Pokémon normal. De burguês à mendigo, nada mais do que pobre sujeito mais do que miserável. Miserabilíssimo!
Watt coçou suas orelhinhas até que o Luxray voltasse a perguntar:
— Você nem se lembra de mim, não é mesmo, criança?
— Bem, eu... Não.
— Como não?! — ele levantou-se depressa o que até mesmo chegou a assustar o pequeno Watt. — Como pode esquecer a grandeza de Alexay, o grandíssimo ícone de uma geração, amante dos superlativos e nobre charlatão dos tempos dourados! Eu era líder da hoje falida Thunder Fang, e... e... Sou apenas um verme hoje.
Alexay voltou a deitar-se no chão frio enquanto Watt o observava, um pouco curioso.
— E por que exatamente sua guilda faliu?
— Meu mestre é quem a destruiu. Esses humanos e seus sonhos... Nunca se decidem qual realizar primeiro e acabam perdendo alguns neste turbilhão de ideias e neurônios em sua cabecinha humana. Com o Torneio de Guildas sendo adiado para o fim do ano, ele decidiu tentar algo novo. Deixou tudo que construiu para trás, queria um começo branco, como uma lousa apagada.
— Ah, sim. O torneio... Eu pensava que o fato dele ser adiado teria incentivado os Pokémons a treinarem mais, e não desistir dela.
— Nem todos têm sorte nesta vida, criança. — respondeu Alexay com a voz entristecida.
O homem tinha os braços esticados ao observar o céu nublado lá em cima.
— Não tenho mais ouro, e nem riquezas, e nem minha fama... Acabou tudo. Só sobrou... um verme.
O Pachirisu chegou a sentir pena daquele sujeito, mas de nada ele poderia fazer se cada vez mais o homem mergulhava em um poço de amargura. Watt era conhecido por sua bondade, ele sempre tentava ajudar o próximo, não importava quem fosse. Vendo um velho inimigo de sua guilda naquela situação também o chateava.
— O senhor parecia um grande homem quando o enfrentamos pela primeira vez, vê-lo dessa maneira é... triste. Por que não tenta erguer-se novamente?
— Eu já lhe disse — respondeu Alexay de forma abrupta, sentando-se para ficar na altura do pequeno Watt. — Não há ouro. Não há riquezas. Não há exércitos. Eu perdi tudo!!
Alexay levantou-se num salto e segurou nos ombros do esquilinho com força, o que chegou a assustá-lo ao ter de encarar aqueles olhos profundos e sem brilho. Era como alguém que realmente tinha caído na loucura e perdido todos os motivos para continuar vivendo.
— Vocês deveriam ter me matado quando tiveram a chance!!
Watt conseguiu apenas revidar com um tapa, o que afastou Alexay de perto de si.
O Pachirisu estava pasmo com aquelas palavras, não podia acreditar que um Pokémon poderia chegar àquele estado de espírito somente por perder tudo o que tinha. Alexay deveria ter tentado voltar a se reerguer, e não ficar remoendo-se daquela maneira. Sentiu vontade de chorar por ele, pensou o quão miserável as pessoas ao seu redor poderiam chegar, mas em um instante de desespero houve aquele tapa...
...O que acabou por mudar tudo.
— Pare com isso — disse o Pachirisu, tentando engrossar a voz. — Pare de dizer que sua vida não vale a pena. Você pode chorar, você pode sofrer, e certamente vai. Mas nunca deve deixar de acreditar que é possível levantar-se e tentar mais uma vez. Sua vida é o bem mais precioso que você carrega, não ouse jogá-la fora.
O Luxray continuou parado ali no chão, sem reação alguma. Quando Watt percebeu o que fizera entrou em desespero.
— M-Me desculpe, senhor! Eu não queria...
— Eu quero entrar para a sua guilda.
As orelhinhas do esquilo se eriçaram.
— ...Ehh?
— Você faz parte daquela guilda notabilíssima, a Fire Tales, não? Oh, quer um superlativo mais pomposo do que este? O que acham de aceitar um velho aloprado e sem dote algum para sua equipe, hm? Hm?? Posso ser muito útil, você não tem ideia.
— Olha, senhor Alexay, não sei se isso seria...
— Perfeito! — ele ergueu-se num pulo, segurando na mão do pequeno como um pai leva seu filho para passear. — Você verá como o tempo passa rápido em minha humilde companhia. Eu já fiz um excelente negócio e comprei o tempo de um nobre fidalgo há muitos anos, mas hoje vejo que quanto mais tento comprá-lo mais rápido ele escapa de minhas mãos. E percebi, notei que o tempo começou a passar cada vez mais rápido! Não é estranho?
Watt era obrigado a ouvir aquelas estranhas conversas de Alexay que apresentava a Fire Tales como se ela fosse sua. No caminho eles se depararam com Aerus que fez um gesto descontraído.
— Diga aí, Bola de pelos! Quem é o teu parceiro?
— Oh, mas que ultraje! — Alexay retrucou num tom de desagrado. — Não reconhece um verme derrotado quando pisa nele? Tenha consideração de ao menos saber quando e onde pisotear nas pobres criaturas que não são dignas de habitar nem mesmo o solo que vocês compartilham!
Aerus olhou para o esquilinho que parecia um pouco sem graça, e tão confuso quanto ele. Watt fa
— Esse é o... o... Alexay, Faísca Negra. — Watt falou.
— Também conhecido como verme. — Corrigiu o burguês falido, com um olhar esperançoso.
— Acho que nós o enfrentamos e o derrotamos há algum tempo. Ele era líder da extinta Thunder Fang, e sobrevivente de nossa batalha contra a Waterproof Anvil. — Sua última frase mal pôde ser ouvida. — E quer entrar na guilda...
— Hmmmmm, saquei — comentou o dragão, levando a mão ao queixo num sinal pensativo. — Malz ae, cara. Eu não lembro de você mesmo, e não sou eu quem admito novos membros para a guilda, são nossos Mestres. Bom, mas fique à vontade para dar um rolê e conhecer a área. Tu está em boas mãos.
Quando Aerus afastou-se, Alexay foi encarando-o, mas em seus olhos ele não demonstrava maldade como se fosse alguma espécie de espião inimigo. Ele apenas observava tudo com admiração. Para Watt era difícil entender a mente daquele homem, a cada segundo ele parecia viajar para um mundo diferente do que vivia.
— Diga-me, pequeno esquilo de pernas curtas, já pensou em fazer teatro?
— Eu já trabalhei com meu Mestre em uma peça improvisada para uma competição, e...
— NÃO!! — gritou o Luxray. — Os burgueses, eles me odeiam agora!! Não sou mais parte deles, não toque no assunto, não fale das coisas boas da vida, isso não me pertence mais!! Sou uma pobre alma miserável, não sei nem o que estou fazendo pisando no mesmo solo sagrado que vocês...
Alexay ajoelhou-se na frente de Watt e escondeu seus olhos para não demonstrar a vergonha que sentia, e então parou, e voltou a encarar o chão, parecendo completamente recuperado.
— Já decidiu se vão me aceitar?
— Bem, meu senhor, normalmente nossa guilda aceita apenas membros que fazem parte da equipe oficial de nosso treinador, e você teria que ser capturado para isso, o que seria muito improvável acontecer...
— Besteira!! — retrucou Alexay. — Ninguém irá notar que estou aqui, isto eu prometo! Por que precisam de treinadores quando vocês mesmo podem treinar? Eu sou dono de minhas próprias escolhas, isto é, antes de arrancarem até isso de mim... Na verdade sou... uma criatura miserável... Me chame de verme, por favor.
— Senhor Alexay, por favor, pare com essa negatividade...
— Verme.
— Eu não vou chamá-lo disso, Alexay — respondeu Watt. — Nenhum Pokémon e nem mesmo ser humano deve ser levado a este ponto extremo de miserabilidade.
Alexay ficou quieto por alguns instantes.
— Miserabilíssimo é o superlativo absoluto do ato de ser miserável.
— E o que isso tem haver? — perguntou Watt.
— Vou treinar você.
— O quê?
— Ohh, sim, é perfeito! Por que ser bom, quando você pode ser o melhor? Vejo potencial em você, pequeno esquilo de pernas curtas, acredito que seja capaz de tornar-se o mais belíssimo de sua espécie, o imperador dos trovões, o Pokémon elétrico mais poderoso dos arredores!
Watt revirou-se um pouco envergonhado.
— Olha, senhor, estou feliz com o jeito que sou, e para falar a verdade acho que já alcancei o meu auge, não sei se eu seria capaz de ir além e melhorar ainda mais os meus poderes.
— Besteira! Será o mais poderoso de todos, e irão chamá-lo de Faísca Branca, o cavaleiro da esperança! Não é magnífico? Vamos iniciar logo seu treino, e juro de pés juntos que sequer irão notar a minha presença pelas redondezas.
Alexay revirou seus olhos para todos os cantos, e falava baixo como se escondesse um segredo.
— Até porque estamos sendo... vigiados.
Watt foi para mais perto na tentativa de manter sigilo.
— Vigiados pelo quê, senhor Alexay?
O pequeno tomou um imenso susto quando subitamente foi interrompido por um grito.
— vermes!! Por obra de Arceus, eles estão por todas as partes! Mate-os, esmague-os, pise neles! Precisamos sair daqui!!
Alexay agarrou o esquilinho em seu colo e saiu correndo dali a saltos largos enquanto os demais membros da Fire Tales os observavam, sem entender muito do que acontecia.
— Quem é aquele junto do Watt? — perguntou Sophie.
— Sei lá mano, eu nem lembrava dele... Nunca o vi na minha vida — respondeu Karl sem demonstrar interesse. — Bom, e isso faz diferença?
Eeee, cá estou eu novamente, após uma longa, cansativa e chata férias na fazenda (longe de qualquer atividade modernizada y.y). E nesse tempo fora acabei perdendo bastante coisa legal, o Watt do futuro, a última fita do Lukas, O encontro com o casal VivianxStanley (apesar de q serei eternamente a favor da Vivian e do Lukas u.u), mas agr to de volta, e pronta pra recomeçar esta rotina maravilhosa.
ReplyDeleteMas enfim, sobre esse ep. , acho q quem ta confusa é eu. Cara, esse Alexay é mt estranho, a cada frase dele eu me perdia, eu já não sabia se ele tava sendo pessimista ou otimista, esperançoso ou triste alegre. Ele tem um transtorno de personalidade grave u.u"
E ele vai ser tipo um membro não oficial ou será um membro integrante da equipe mesmo? Bem, talvez com a ajuda dele, o Watt realmente se torne tão awesome como ele do futuro parece ser.
Well, acho q agr é hora de dar adeus, ou melhor, um até breve. Byee
Diga ae, Laísa! Senti sua falta por aqui querida, seja bem vinda de volta. E olha, essas férias foram bem movimentadas mesmo, teve um bocado de coisas legais, mas nada tema, porque daqui para frente essa onda vai continuar!
ReplyDeleteTem muita coisa rolando, e o Alexay em especial faz parte da história do Watt, que daqui para frente irá ter sua confiança testada dentro da guilda. Você acha que ficou confusa, então imagine como foi para o Watt entender tudo isso kkk O Alexay é da Fire Tales agora, você diz? Não efetivametne, tanto que o Aerus não o aceitou, então o que esse cara pretende fazer na guilda? É aí que está a questão, ele é uma incógnita em todos os sentidos, e quem dirá se não é uma espécie de espião mesmo, alguém que procura derrotar o Watt por sua humilhação, procurando vingança?
O Alexay será um teste exatamente para a confiança de todos ali presentes. O Watt acolheu um inimigo, isso é coisa que um líder faz? Fica aqui essa questão. Mas no geral, o mais interessante de notar no Alexay é a sua personalidade. É uma espécie de transtorno assim, mas o que eu quis representar com ele exatamente? É como se o Alexay absorvesse os sentimentos daqueles a sua volta. Por que ele é tão contraditório? É porque os pensamentos do Watt são assim, ele nunca sabe se deve agir como o verdadeiro e poderoso líder que é, ou se mergulha nesse mar de remorso e pensa que não serve para droga nenhuma. O momento em que o Alexay se decidir se é pessimista ou otimista é quando o Watt finalmente aprender e escolher o lado dele. Este é o significado de um personagem tão esquecido que depois de tanto tempo retorna ao enredo!
E pode ter certeza, quando o Watt voltar ele será uma nova pessoa. Mas isso não quer dizer que ele vai receber treinos apenas do Alexay, acho que um outro guerreiro antigo ainda vai voltar e mostrar para esse esquilinho que ele tem forças para mover montanhas! Valeu pelo comment Laísa, nos vemos por aí! :3
Então, nasce, até que enfim, o Faísca Branca. Foda, no mínimo. Virar imperador dos trovões, coisa pouca. Será fodástico! (não é só o Alexay que tem habilidade com hiperlativos estranhos, né? kkkk).
ReplyDeleteentão, Watt vai ficando mais foda e mais foda, aprendendo a destruir tudo, fazendo montanhas virarem pó com o simples estalar dos dedos. É, me agrada ver isso! kkkkkk!
Uma coisa que seria extremamente interessante, senhorito(a) Nicolas (Nicolete), é o diário de treino do Watt. Tanto faz se for em FT ou SC. Mas seria foda. Muito foda! kkk!
Eu realmente imaginava que os tutores do esquilo seriam Pokémons do Volkner. Mas, admito, adorei estar errado (ou seria parcialmente errado kkk). Ainda tenho na minha cabeça a imagem de dois professores, um Luxray mais pomposo e, talvez, um Electrivire mais duro no treino, mais rigoroso. Seria muito foda! kkkk! E, no fim, o esquilo seria o rei dos trovões! kkkkk!
Tá, agora só nos resta esperar por amanha, né. Imagina o que vai acontecer? kkk!
Adios, people!
Moacyr
— Tá certo então, chefinho! — disse Lyndis animada, alongando suas pernas flamejantes já dispostas a chutar algumas bundas.
ReplyDeleteTom Sawyer também nunca participara de batalhas, mas esperava dar tudo de si.
— Ô, diacho! Tem um montão deles, mas isso parece ser bom demais da conta! Eu estive treinando a semana toda para essa batalha, ‘ocês vão ver que belezura o meu novo golpe!
Watt assentiu, e suas mãos começaram a faiscar.
— Boa sorte, galera.
"Agora o Watt vai dar um BOOM CHAKALACA NA GALERA! A LYNDIS VAI CHUTAR ALGUMAS BUNDAS! O TOMZINHO VAI USAR O NOVO GOLPE ÉPICO! ESSE VAI SER O MELHOR FT EVERRRRRRRR!" Minha reação ao ler isso foi isso!
Grande parte das tropas inimigas estavam neutralizadas, e agora apenas os líderes batalhavam. Aerus suava, mas mantinha em seu rosto a expressão de confiança na vitória com sua velocidade. Por outro lado, o grandioso Kingler já se esgotava.
Aaah, mas já??? :( Eu queria mais tretas... Eu queria ver mais sangue derramado, DROGA! Foi mal, foi efeito das Gameplays assistidas de God Of War XD
E por que exatamente sua guilda faliu?
— Meu mestre é quem a destruiu. Esses humanos e seus sonhos... Nunca se decidem qual realizar primeiro e acabam perdendo alguns neste turbilhão de ideias e neurônios em sua cabecinha humana. Com o Torneio de Guildas sendo adiado para o fim do ano, ele decidiu tentar algo novo. Deixou tudo que construiu para trás, queria um começo branco, como uma lousa apagada.
Pela primeira vez, eu senti pena de um cara realmente mau em AeS... Que culpa eu tenho se você sabe criar vilões imperdoavelmente maus????? Mestre fi dum verme insolente! Não tô MUITO preocupada com o Alexray, e sim, com os outros pokémons do cara...
-Vocês deveriam ter me matado quando tiveram a chance!!
Watt conseguiu apenas revidar com um tapa, o que afastou Alexay de perto de si.
O Pachirisu estava pasmo com aquelas palavras, não podia acreditar que um Pokémon poderia chegar àquele estado de espírito somente por perder tudo o que tinha. Alexay deveria ter tentado voltar a se reerguer, e não ficar remoendo-se daquela maneira. Sentiu vontade de chorar por ele, pensou o quão miserável as pessoas ao seu redor poderiam chegar, mas em um instante de desespero houve aquele tapa...
Agora sim eu tô REALMENTE com pena do coitado. Mas como... Como ele chegou à aquele ponto? Isso me lembra de algo que eu vi no livro Como Partir o Coração de um Dragão: "Alvin, O Traçoeiro, não é o primeiro e não será o último humano que preferirá morrer ao ver seu inimigo viver para mais um dia de luta." É parecido, pelo menos. Ele prefere morrer a perder tudo?! Pra que serve o começar de novo, o "Restart" da vida, que é à força de vontade, caramba?
— Besteira! Será o mais poderoso de todos, e irão chamá-lo de Faísca Branca, o cavaleiro da esperança! Não é magnífico? Vamos iniciar logo seu treino, e juro de pés juntos que sequer irão notar a minha presença pelas redondezas.
Em uma coisa eu concordo: Watt vai derrotar um Graveler com UM golpe elétrico, como na música do primeiro filme! E eu curti muito esse codinome! FAÍSCA BRANCA, O CAVALEIRO DA ESPERANÇA! CARAMBA, PARECE NOME DE SUPER-HERÓI, MEOLS DEOSES \*O*/
ENFIM! Esse com certeza está no segundo lugar dos meus FT's prediletos! Porque o meu predileto mesmo é o FT 23 - O Último dia de nossas vidas \^^/ Mas o Alexy agora vai ser o poder, e sinto que vai ser interessante/épico vê-lo nos próximos FT's!
SAYONARA, MUDADOR DE PERSONALIDADES!
Fala sério. Faísca Branca, o Cavaleiro da Esperança era para soar como algo tosco, mas até que ficou legalzinho kkk Ae Moa, não quero acabar com suas esperanças, mas o segundo professor do Watt não é de nenhum tipo elétrico... Pode até ser do Volkner, mas não é elétrico (isso torna a possibilidade quase nula kk mas enfim) Não quero que pensem que esta será a última aparição do Watt com o Alexay, porque de fato eles continuarão a treinar. Não chegarei a falar exatamente de um diário, mas quero que os leitores acompanhem de perto esse crescimento junto das mudanças. E no fim todos irão perceber que o Watt mudou, seja para melhor ou para pior.
ReplyDeleteFique de olho cara, você ainda ver o Watt soltando fogo pelos zóio! kk E fodástico bem que poderia ser acrescentado à lista de superlativos dele, não? Tudo isso que venho trabalhando é um preparo para a pancadaria mesmo que vai rolar, e é aí que o trem fica bão dimais da conta! kk Poderemos ir acompanhando a distância essa melhora, mas vou tentar voltar a me concentrar em outros personagens e colocar um pouquinho de cada em evidência. Eu adoraria falar mais semanas sobre o Watt e o Alexay, mas tudo tem seu tempo. E o engraçado é que gosto desse Luxray, acho ele um personagem tão interessante kkkkkk
Obrigado pelos comentários ae galera, o foda é que meus projetos guardados estão acabando, e com as aulas voltando tenho medo de não conseguir manter o ritmo das postagens daqui para frente! D: Mas farei o possível para continuar. Agradeço o apoio que os leitores dão, porque isso me motiva a continuar conquistando coisas novas. E eu até vou iniciar um novo especial, no nível do Ex-Elite e Sadness Orchestra. Este será o especial da Saga Platina, e quem sabe acaba entretendo vocês por mais um tempinho? See ya!
Verme... Quem diria que alguém poderia cair tanto? Kkkk Eu curti essa guilda do Kingler, será que aparecerão alguma outra vez? Uma pena que foram derrotados com tamanha facilidade kkkkkk E cara, parece que tudo isso mexeu com a cabeça dok Aleksei ainda mais, vejo ele como alguém meio transtornado, que em um momento passa do negativismo total para a alegria e entusiasmo. Será um bom professor para o Watt aprimorar ainda mais suas técnicas. Quero ver esse Faísca Branca brilhar!
ReplyDeleteFire Tales arrecadando ódio até de quem nunca viu aehauehauehauehauehaueaue Tudo recalque, beijinho no ombro pra todas essas guildas :v E lâmina retrátil..... Aerus, tu entrou pros Assassinos? *o* (btw, chorei de rir com "nem pedi perdão por ter roubado bala na cantina" AHEAUHEUEHUAEHUAEHUAEHAUEAUEAE AERUS, MELHOR LÍDER, CONSEGUE SER DA ZOERA MESMO COM UM EXÉRCITO QUERENDO QUEBRAR TUDO)
ReplyDeleteGente, eu já falei como eu amo o Watt? <3 <3 Ele é tão fofo *w* Ele consegue ser compassivo até com adversários! Sempre querendo ajudar..... Nhá, tenho muito orgulho de esse lindinho ser meu par ideal <3 E o Alexay.... Mano, que louco! xD Ele dá uns surtos do nada, não dá pra saber se ele está otimista ou amargado.... Provavelmente os dois ao mesmo tempo -q (nem critico, vivo fazendo isso -qq)
Faísca Branca, o cavaleiro da esperança! Esse título combinou completamente com o Watt *--------* Quero muito que ele realmente se torne o rei dos trovões, ele merece! (e pufavo eu sou apaixonada por raios, faz esse esquilo lindo ser o mestre deles PRONTO CONSEGUIU GANHAR AINDA MAIS MEU AMOR QUE JÁ TÁ EM ALTO LVL <3 <3 )