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Posted by : CanasOminous
Jun 20, 2012
— Mano, que tédio.
Gabite caminhava pelo pátio da guilda com as mãos para trás e os pensamentos perdidos em reflexões sobre o que fazer em mais um dia monótono de calmaria. O dragão passava logo próximo à beirada de um riacho quando notou uma pedra pouco maior do que as outras. Ela tinha um formato mais aredondado, e se fosse lapidada teria perfeitamente o formato de uma bola.
Assim que o dragão a viu colocou um dos pés em cima, e fez com que ela rolasse para frente. Aos poucos Gabite ganhou velocidade e foi chutando a pedrinha até que se aproximasse de uma área entre duas árvores. Aerus chutou-a com tanta força que a bola foi exatamente para o centro das duas, ele virou e saiu de lá comemorando com grande glória aquela inusitada façanha.
— Goooooooooooooooooo... — gritava Gabite, até notar que Pachirisu o observava com uma feição de curiosidade — ...ooooooooooooooooooolllll... Vish, nem vi que tu tava ai.
— O que exatamente você estava fazendo? — perguntou o esquilo.
— Isso? Ah, nem era nada, só umas paradas antigas que eu estava me lembrando. Finge que não viu nada, demoro?
— Sim, sim... Mas eu conheço essa brincadeira, é um jogo muito comum entre os humanos, não é? Eu ouvi o Mestre comentando à respeito dela outro dia. Qual era o nome mesmo?
— Stoccer. — afirmou Aerus.
— Então acho que recebe nomes diferentes variando de cultura e da espécie. — presumiu Pachirisu — Bom, mas por que exatamente você estava brincando disso assim de repente?
Gabite riu, coçando a cabeça um pouco sem graça.
— Ah, sacumé. Eu tava aqui entediado e quando vi aquela pedra redonda lembrei daquelas brincadeiras que eu fazia quando criança lá na Wayward Cave, tá ligado? Bateu uma saudade. — comentou o dragão com um sorriso perdido em seu rosto — Oe, mas não vai contar pra ninguém que me viu brincando disso.
— Não contar por quê? Não que eu vá contar, mas não vejo motivo para isso, você tem vergonha de assumir aquilo que te fazia feliz no passado? Todos aqui presentes se divertiram e fizeram brincadeiras na infância, não vejo por que ter vergonha disso. — disse Pachirisu.
O dragão caminhou até o lado do esquilo e colocou a mão em cima da cabeça do pequeno.
— Sempre com uma lição de vida por trás de tudo, hein? — riu Aerus — Você está certo, Bola-de-pêlos. Como você acha que o pessoal iria reagir se nós sugerissemos uma série de brincadeiras antigas?
Pachirisu deu um salto no ombro de seu companheiro que se dirigiu até a fogueira central da guilda. Os membros estavam ocupados com seus respectivos afazeres quando ouviram o líder convocá-los para uma reunião que requeria a presença de todos. Um por um os Pokémons chegavam aguardando as ordens de seu líder. Gabite subiu em cima da pedra do líder e fez uma posição gloriosa com os braços.
— Pessoal, reuni vocês aqui hoje para que possamos realizar uma série de brincadeiras que todos nós fazíamos nos tempos antigos. Fala aí, quem é que nunca se divertiu com os amigos brincando?
Gabite levantou a mão de forma animada, ao seu lado também estava Pachirisu com as mãozinhas levantadas, por outro lado, todos os outros membros da guilda se entreolhavam de forma séria sem entender bem o propósito daquilo.
— Eu disse que era zoeira. Me deve duas berries. — disse Mothim para Machoke.
— Chamou-nos para isso? — perguntou Bastiodon, tentando não ser rude.
— Desculpa Aerus, mas é que não dá para te levar a sério cara, sempre que você marca uma reunião é para fazer uma piada ou gastar nosso tempo. — comentou Mikau.
— Poxa, e é uma parada séria dessa vez! Me escutem, pessoal, é divertido! Quando aprenderem a brincar não vão mais querer largar. Vamos criar vários jogos! Quem tá comigo?
— E qual exatamente a sua finalidade desta série de jogos? — continuou Mikau.
— Presumo que seja uma espécie de treino específico para que possamos manter a força de um adulto e a inocência dos filhotes Pokémons. Estamos em tempo e começar a treinar nossas crianças para que elas se tornem soldados dedicados no futuro!! — disse o General Duskull.
— Não, não, vocês entenderam tudo errado. É só para diversão mesmo! Qual é, vai dizer que vocês nunca brincaram dessas paradas quando eram filhotes?
— Minha memória está um pouco falha, Coronel Dracônico... Isso faz um tempinho, sabe? — brincou o militar fantasma, que provavelmente já havia se esquecido do que era brincar.
— De qualquer maneira, vou dizer uma brincadeira que eu aposto que todo mundo aqui conhece, e se não conhece vai se apaixonar. Ela se chama Esconde-esconde!
• Esconde-Esconde •
— Aposto que é para se esconder! — disse Machoke alegremente na maior ingenuidade. Alguns membros riram, mas aos poucos eles começavam a interessar-se por aquelas ideias malucas de seu líder. Foi então que surgiu a pergunta por parte de Mikau:
— E como se brinca disso?
— Simples. E só pegar e se esconder.
— Gabite, você tem certeza que não quer que eu explique a brincadeira mais detalhadamente? — perguntou Pachirisu.
— Fica tranquilo, irmãozinho. Alguém fica aqui na base e começa a contar até trinta até que todos os outros se escondam, e depois, esse Pokémon precisa encontrá-los. Quer algo mais fácil do que isso?
— Ahh, eu quero contar, então!! — disse Yanma com grande entusiasmo.
— Perfeito! Agora, o resto deve se espalhar e procurar um esconderijo enquanto a Yanma tampa o rosto e conta até trinta, demoro? Estão todos preparados? Podemos começar a se esconder?
Nesse momento, Croagunk saiu de seu lugar, amarrou as mãos de Yanma, colocou-a em suas costas, e a levou embora. Gabite apenas observou com uma expressão de desentendimento o sapo distanciar-se com sua vítima nas costas.
— Mano, que porra é essa?!
— Pegar e se esconder. Foi o que o senhor disse. Keh, heh, heh... — riu Croagunk.
— Claro que não, quando eu disse isso? — questionou Aerus, apontando para a Yanma amarrada nas costas do companheiro.
Novamente era Mikau quem argumentava:
— Agora pouco. Pega e se esconde, quem é que ouviu isso também? — Logo todos os outros Pokémons também estavam de mãos levantadas.
— Tá bom, tá bom, eu falei, mas foram vocês que entenderam errado a brincadeira! Eu disse que é para você não ser encontrado, e não para sequestrar quem está fazendo a contagem e esconder ela!
— Verdade... Por que estou amarrada? — perguntou Yanma.
— Porque é legal. Keh, heh, heh...
— E você acha que as pessoas gostam de ser amarradas assim? — acompanhou o dragão.
— Keh, heh... Quer que eu tire? — perguntou o Croagunk.
— Não, não. Pode deixar, é legal! — assentiu Yanma.
— Ahh, quer saber? Vamos tentar outra brincadeira.
• Pega Pega •
— Pega Pega. Esse aqui não tem erro. — disse Gabite.
— Aposto que é para pegar alguém! — continuou Machoke, não recebendo muita atenção dessa vez.
— Enfim, tipo, tudo que nós precisamos fazer é separar a guilda em duas equipes, ou então escolhemos algum Pokémon sorteado que deverá sair e pegar os outros. Existem dois tipos de jogadores, os que serão os pegadores e os que serão os apanhados, deu para entender?
— Parece ser uma brincadeira interessante, imagino então que ganhe quem tiver uma maior velocidade! — animou-se Mothim.
— Exato. Que bom que vocês entenderam dessa vez. Então, vamos aproveitar a tua disposição e fazer de ti o pegador, Marco. Tudo bem? Okay, vamos começar!
Os Pokémons se dispersaram até ganharem uma certa distância um dos outros, porém, nesse momento Wiki derrubou Gabite no chão e sentou-se em cima dele.
— Quê que tu tá fazendo, mulher?! É pra correr! — gritou Aerus.
— Pegador. Aquele que que fica com várias mulheres durante uma festa. Gíria utilizada por humanos jovens descolados e baladeiros. Eu te peguei, Gabite. Agora me pega! ♥ — disse Wiki.
— Vish maria! Será que vocês não conseguem entender o que eu falo?! Isso é uma brincadeira de criança!! Por Arceus, deixa eu pensar em outra coisa antes que alguém cometa um delito hoje à noite...
• Ciranda-Cirandinha •
— Quer uma brincadeira mais inocente do que essa? Na verdade ela não é bem divertida, mas eu via as Gibles fêmeas cantarolando canções infantis e elas se divertiam bastante. Acho que vocês vão curtir.
— Não gosto de coisas no diminutivo. — disse Togepi.
— Quais são as regras? — perguntou Mikau.
Gabite reuniu seus companheiros em um círculo, e então todos eles deram as mãos uns para os outros, começando assim a rodarem em círculos. Alguns riam, enquanto outros não aceitavam passar por aquele vexame, mas pelo menos eles riam da preocupação dos outros.
— Kyaaah! Que divertido! — disse Monferno.
— Eu sabia, é uma formação de batalha para que o inimigo não fuja de um exército bem estruturado. Coronel Dracônico, você é um exemplo a ser seguido de táticas de guerra. — disse Duskull.
— Estou me sentindo estranha... Acho que é muita aproximação física... — comentou Titânia um pouco envergonhada.
— Oe, eu não quero dar a mão para macho. Cadê a Gardevoir? — perguntou Togepi.
— Mãos dadas? Por Arceus!! Agora compreendo o propósito dessa brincadeira! Minha amada dama Glaciallis está dando as mãos para outros machos que não seja eu! Como pude cair em uma armadilha como essa?! — gritou o General Duskull revoltado.
— Oi, Roselia. Você tem pétalas tão bonitas. Seria uma baita maldade se alguém... arrancasse elas. — disse Croagunk com uma risada sinistra.
— Aerus, isso é muito chato... Não tem como colocar um pouco de ação ou adrenalina? — perguntou Titânia.
— Tipo, normalmente o pessoal pode começar a girar com mais velocidade, sabe?
— Ahh, já seria ótimo.
Titânia segurou na mão do dragão e começou a girar a ciranda com mais velocidade. Gabite gritava para que a serpente parasse, mas ela não podia ouvir naquela velocidade. Agora os outros integrantes riam alto, mas quando Titânia virou-se Gabite não estava mais ao lado dela.
— Ué, para onde o Aerus foi?
— Pra Unova, pela força que você jogou ele... — riu Mikau.
— Se ele tiver sorte pode ter caído em alguma região mais próxima, mas vamos esperar ele voltar para começar outra brincadeira. — disse Pachirisu.
• Passa Anel •
— Tem certeza que não quer que eu explique a brincadeira?
— Não, Fua. Foram só alguns machucados e cicatrizes, mas essa aqui é mais inofensiva, não tem como nada sair errado. — riu o dragão, acenando com alguns dentes quebrados e partes enfaixadas — Essa brincadeira se chama passa-anel, mas também é conhecida por outros nomes. E sim, Machoke, pode acreditar que é para passar um anel.
— Ah... Eu nunca falo nada importante, deixa eu me sentir importante só uma vez... — resmungou o humanoide.
— Resumindo. Quero que todos se posicionem em um círculo, não deem as mãos para a Titânia para que não sejam arremessados, entenderam? Fiquem com as mãos para trás. Agora, alguém aí tem algo que se assemelhe à um anel ou algo do porte?
— Eu tenho um, Aerus. — sorriu Milotic.
— Perfeito, então é você quem fará a brincadeira, Milena. Tipo, comece a andar em círculos em volta de todos nós, e então, deixe o anel na mão de alguém que você escolher sem que ninguém saiba. Os outros Pokémons terão que adivinhar com quem está o anel.
Milena topou e pareceu interessar-se pela mecânica do jogo, ela deu algumas voltas em torno de seus companheiros que riam e aguardavam ansiosamente pela oportunidade de receber o anel. Até que ouviram um comentário:
— Plebeus, quem jogou esse lixo na minha mão?
— Glaceon, não é para contar. — disse Leafeon com uma risada simpática.
— Ora, vocês jogam essa porcaria em minhas mãos e esperam que eu fique quieta? E por quê eu tive que ser a escolhida, e não o Piplup que está do meu lado? Eu não vou me juntar à plebe com essas brincadeirinhas bobas.
— Dai-me paciência, Senhor. Por quê se der força eu mato. — disse Aerus, esticando as mãos para o alto — Vamos pensar em outra coisa.
• Jeans •
— Essa é mais complicada, mas eu confio na capacidade de vocês e sei que farão um bom trabalho. Eu espero. — disse Gabite ainda um pouco receoso — Vou resumir os propósitos desse jogo, ele se chama Jeans.
— Jeans? Tipo, calça jeans? Heh, heh, heh... — fez-se um longo silêncio depois do que Machoke dissera — Tô precisando de uma...
— O esquema é o seguinte, nós temos duas bases. A base vermelha de uma equipe, e a base azul de outra. Quando um Pokémon sai de uma base, o adversário pode sair para capturá-lo, porém, se algum outro Pokémon sair então é ele quem poderá capturá-lo. É um sistema de estratégia e trabalho em equipe.
— Fascinante. — disse o General Duskull levando sua mão até o queixo num sinal pensativo. Gabite apontou para o militar e colocou o braço em seu ombro com entusiasmo.
— Olha que exemplo! Esse cara é o períto em estratégias, ele vai saber brincar de Jeans.
O General levantou-se num grito de guerra e começou a fazer sinais para todos os Pokémons de sua equipe.
— Precisamos montar uma tática para invadir a base do inimigo! Quero dois Pokémons voadores atacando pelos ares enquanto outros dois fazem o ataque direto ao adversário. Três na defesa e a Yanma com a velocidade para desligar as forças do oponente por trás. Go, go, go! Não deixem que eles abram espaço para trazer reforços, não parem de atacar!!
— Cruz credo, isso é uma guerra?! — gritou Gabite, escondendo-se embaixo de Pachirisu.
— Minha donzela Glaciallis, onde está você? — chamou o General.
— Estou aqui, Castelo... Eu sou da equipe do Aerus... — disse ela de forma envergonhada.
— Sequestraram a minha rainha? Cubram a ala oeste que eu mesmo faço questão de encarar o adversário para salvá-la. Minha querida, não permitirei que façam mal algum à sua pessoa enquanto eu estiver aqui de pé e puder lutar até o dia de minha morte!! Nenhum exército é grande o bastante para impedir que eu a resgate deste tormento!
Titânia posicionou-se em frente ao fantasma.
— Fazia um tempo que eu queria encontrá-lo no campo de batalha, General. Não permitirei que invada minha base mesmo que todos os meus companheiros tenham desistido. Eu serei sua adversária. — disse a serpente de pedra.
— Ousa ficar em meu caminho, Senhorita Titânia? Perdoe-me, mas hoje você é a única que fica entre o meu e o amor de minha amada Glaciallis, então devo dizer que serei obrigado a usar tudo de mim nessa batalha. Prepare yourself, lady.
— Mano, mano, mano!! Vamos fugir pra outra brincadeira antes que esses dois destruam o mundo!! — disse Gabite, afastando-se na ponta dos dedos.
• Batata Quente •
— Baaaataaataaa... Quente, quente, quente, quente. Hah, hah, hah... Quem não lembra disso?
— Na moral cara, você é estranho. — comentou Togepi.
— Maluco, é você que não teve infância. Se liga no esquema desse jogo. Aqui na minha mão eu tenho uma batata que deverá ser passada para os companheiros, enquanto...
— Mas é uma pedra.
— Ah, vá?? Jura que é uma pedra? Eu sei que é uma pedra, estou usando ela porque não tem como a gente encontrar uma batata no meio do nada. — respondeu Gabite.
Togepi ficou quieto por um instante, mas logo apontou de novo.
— Mas ainda é uma pedra. Se você sabe que é uma pedra então por que não chama de pedra quente?
— Sophie, tira esse garoto de perto de mim antes que eu perca a paciência. — disse Aerus — Isso que eu tenho na mão é a forma figurativa de uma batata quente, okay? Então, eu jogo para outra pessoa que deve continuar passando. Quando a contagem parar a pessoa que estiver segurando a batata perdeu.
— O Pokémon que estiver fazendo a contagem deve ficar dizendo: Batata, quente, quente, quente, quente... Queimou! — disse Pachirisu animado.
Gabite segurou a pedrinha e jogo no colo de Monferno. A macaquinha segurou a pedra e a chacoalhou algumas vezes antes de voltar-se para o dragão novamente.
— Mas está fria. Não tem como queimar se está fria. — disse Monferno.
— Eu sei, eu sei, é só uma pedra, mas entendam a essência da brincadeira, ela é só uma pedra que serviria como uma batat...
— Eu posso deixar ela quente!!
Monferno segurou a pedra e criou um círculo de fogo que fez com que ela queimasse em suas mãos, exalando labaredas de fogo e um calor imenso. Ela apontou para Gabite e gritou:
— Né, agora podemos jogar direito! GABITE, PEGA!
— NÃOOOOOOOOOOO!!
• Amarelinha •
— Aerus, você tem certeza absoluta de que não quer ajuda para explicar as brincadeiras? Sabe até agora digamos que você não tenha obtido muito sucesso com suas façanhas...
— Fica tranquilo, Bola-de-pêlos. — disse Gabite fazendo um aceno e revelando mais alguns dentes quebrados. — O dahora de ser um tubarão é que eles crescem rapidinho. Heh... Enfim, me diga o que pode sair de errado em uma amarelinha?
— Eu não sei... Você disse o mesmo para todas as outras brincadeiras...
Gabite segurou um pedaço de carvão e começou a desenhar listras no chão que contavam até dez quadradinhos. De um lado havia um círculo escrito Céu, e do outro, Inferno. O dragão apontou várias vezes para as duas casas dizendo com palavras cuidadosas para ter certeza de que nada sairia errado daquela vez.
— Céu. Inferno. Inferno. Céu. Você tem que pular do inferno para o céu passando por todas as casinhas, alguém não consegue entender isso?
Nenhum membro respondeu, mas dessa vez eles pareciam ter raciocionado com mais cautela. Gabite deu alguns rápidos pulos na amarelinha, e assim fez o seu caminho.
— Sai do inferno e fui para o céu. Agora estou salvo. — sorriu Gabite.
— E o que aconteceria com aqueles que possivelmente já estão no inferno? — perguntou Murkrow, fazendo aquela pergunta por conta de todos os crimes que já cometera em vida.
— Cara, é só uma... amarelinha. A graça é pular.
— Posso começar no céu e ir para o inferno? Aposto que seria mais divertido. — disse Togepi.
— De maneira alguma, o senhor acha que eu deixaria você sair de perto de mim para cair nas graças do Darkrai? Fique quietinho aqui do meu lado. E Senhor Aerus, pare de ensinar essas brincadeiras demoníacas para as crianças, vai traumatizá-las! — gritou Gardevoir.
— C-Como assim? Mano, então escreve Arroz e Batata de cada lado, ganha quem conseguir sair do arroz e cair na batata, estão satisfeitos?!
— Mas tu acabou de falar que não tinha nenhuma batata aqui perto, como espera que a gente encontre essas paradas? — perguntou Togepi.
— Augh, não consigo fazer nenhuma brincadeira com vocês!! Será que nenhum de vocês teve infância, não??
• Fim das Brincadeiras •
Gabite já estava revoltado com toda a guilda àquela altura. O dragão caminhou de volta até a margem do riacho e por lá ficou. Ele não poderia mais voltar a agir como era quando criança, e deveria aceitar que todos os seus amigos também haviam crescido. Era como se somente ele quisesse voltar a ser um filhote, embora ninguém compreendesse isso.
Titânia ficou a observá-lo de longe, ela percebia a tristeza aparente de seu amigo. Ela queria ajudar, mas também não conseguia colaborar em nada se não conhecia nenhum daqueles costumes. Foi então que Pachirisu aproximou-se carregando uma caixinha de cor avermelhada em suas mãos.
— O que é isso? — perguntou a serpente.
— Chama-se Uno. Eu peguei na mochila de meu Mestre. Outro dia eu o vi se divertindo muito com os amigos jogando isso, então acho que sei explicar mais ou menos como se faz.
Pachirisu reuniu os componentes da equipe que se sentaram em um círculo ouvindo atentamente as regras do jogo. O esquilo separou as cartas, e conforme o jogo foi passando Gabite ouviu algumas risadas estabanadas vindas do pátio. O dragão levantou-se e caminhou lentamente até a roda de seus companheiros, perguntando de forma curiosa:
— O que exatamente vocês estão fazendo?
— Jogando Uno! É muito louco cara, entra aí. — convidou Mikau.
O dragão sentou-se e também recebeu algumas cartas. Os Pokémons continuaram se divertindo e de minuto em minuto riam das mancadas cometidas pelos parceiros e pelas cartas inusitadas que saíam. Titânia observou Gabite que agora ria com grande entusiasmo, ele parecia finalmente ter se encaixado em alguma brincadeira.
— Parece que finalmente encontramos uma brincadeira que seja divertida e ninguém saía machucado. — pensou Titânia com um sorriso.
— Chances de 82% da próxima da carta do Gabite tratar-se de um dois vermelho, um quatro verde ou um cinco amarelo. 96% de chance dele estar segurando uma carta de cancelamento do próximo usuário. 100% de chance de levar um tapa na cara do próximo turno. — disse Wiki.
— Mano, na moral, troca de lugar comigo porque eu não quero ficar do lado dela... E tipo, eu não entendi essa parada de levar um tapa na cara... — dizia Gabite, antes de ser interrompido por seu companheiro Mikau ao lado.
— TRUUUUUUUUUUUCOOOOOO!!! — um soco havia sido desferido na cara de Gabite com uma carta que estampava o número quatro e fazia com que o dragão tivesse que comprar novas cartas. — VAI COMPRAR MAIS QUATRO!!
— Truco? Mas essa nem é a brincadeira... — disse Pachirisu.
Titânia apenas observava o dragão assustada, uma vez que Gabite ainda não havia se recuperado plenamente do soco que recebera. Aerus ficou ali deitado por alguns minutos até que recuperasse consciência do que acontecia. A serpente soltou um longo suspiro, mas caiu na risada na sequência.
— Essas brincadeiras são muito violentas.
nunca ouvi falar nassa tal de "jeans", aqui onde eu moro tem uma brincadeira parecida chamada "bandeirinha".
ReplyDeleteesse capítulo rende umas boas risadas, eu ri muito !!!
Varia de região né companheiro, acho que essa parada de Jeans tem quase o mesmo esquema que Bandeirinha, mas a diferença é que em um você precisa invadir a base e pegar a suposta bandeira enquanto no outro o objetivo é só defender a base. Mas de forma geral, todas elas tem a mesma essência, não é? Divertir-se :D Que bom que curtiu cara, escrever esse capítulo também me rendeu algumas boas risadas lembrando dessas brincadeiras.
ReplyDeleteMANOLOO que capítulo mais dahora! Cara, foi o melhor Fire Tales já lançado, eu ri muito man, muito. Vamos ver, vou dar um comentário dedicado a cada brincadeira, mas no geral está tudo perfeito! :)
ReplyDeleteEsconde-esconde: Cara, quando eu me encontro com pessoas mais novas eu ainda brinco disso cara, tipo, não tem erro, é muito louco. Claro, tem aqueles Like a Boss que ficam atrás da pessoa que tá contando e quando ele para de contar já toca na parede antes do cara virar: "1,2,3, Fulano! Não tá comigo!", sério, quem nunca fez isso? Meu deus esse Croagunk é sinistro '-' eu ri muito quando do nada ele chegou e amarrou a Yanma e saiu. Realmente'que porra é essa?'
Pega-pega: Sempre curti muito man, todos, pega-pega ajuda-ajuda, corrente (preferia quando pequeno, agora ninguém curte dar a mão pra homem XD), e tudo mais. Mutcho loko, esse todo mundo já brincou também. Opa, acho que vou chamar a Wiki pra brincar de pega-pega man, e espero ser o pegador *---* kkkk zuera, não roubaria sua dama
Ciranda-cirandinha: Esse eu brinquei quando menor, mas acho que brincar com a Titânia dá nisso. Meu deus,os caras devem ter chegado: "cara, um Gabite em Unova! Selvagem! É meu dia de sorte!". Pobre Aerus... Tsc, tsc.
Passa-anel: Eu brinquei bem pouco desta brincadeira, quando eu brincava acho que era algo como "lencinho branco", ou algo assim. O mesmo só que com um lenço. Só a Milady mesmo pra cometer estas gafes, adoro ela :3
Jeans: CAAAAAARA esse jogo é um dos melhores, se não o melhor! Eu lembro quando o recreio ainda durava meia hora, e tipo, uma vez juntou 6º, 7º, 8º e 9º anos no intervalo só pra brincar de Jeans. Meio que um interclasse com duas pra cada lado. Eu adorava jogar isso na educação física, é muito dahora *--* Oh God, briga de Titãs. Ou melhor, briga de Titã e Titânia, realmente '--'
Batata-quente: Cara, na falta do que fazer eu curto isso. Tipo: Batata quente, queimou. *momento Troll*, meu pai, a Lyndis levando o bagulho a sério deve ter dado muito medo '--'. "Wild AERUS is hurt by its burn!"
Amarelinha: Boas lembranças, boas lembranças. Man, só o Togepi mesmo. O Aerus ensinando crianças pactos demoníacos. Que isso novinha? Digo, que isso novinho?
Poxa cara, foi um grande capítulo, ótimas idéias. Os novos Pokémons fizeram sua aparição épica, os nossos antigos amigos também mantiveram sua essência... Aqueles detalhes do Pachirisu sempre pedindo para explicar a brincadeira e o Machoke falando as coisas mais ingênuas possíveis foram muito divertidas. E a personalidade definida de cada um torna tudo mais engraçado e carismático. Meus parabéns man, continue assim :)
Ri até falar que chega.
ReplyDeleteMas uma coisa é estranha: Só o Fua e o Aerus que tiveram infância?!
Que coisa triste...
Caraca velho... você quer que eu chore aki (vale a ambiguidade tanto no sentido de alegria como no de saudade)
ReplyDeleteFaz anos que eu não vejo uma brincadeira dessas, lembro quando ia no sitio do meu avó (aquele que é cheio de uva), e eu e os meus primos brincávamos de todas essas paradas; nossa e no final sempre rolava briga kkkkkk Putz eu destruía as parreiras do meu vô kkkkkkkk e vivia levadno chinelada
Adorei este Fire Tales, todas as falas e cenas me renderam horas de risadas. O Croagunk pegando a Yamna e amarrando as mãos delas foi hilário kkkkk e principalmente a resposta dela “eu gostei” kkkkkkk que mulher loka. Imagina algemada então kkkk desculpa cara, não posso resistir os meus pensamentos.
As falas do Machoke foram as mais engraçadas e principalmente a resposta do Gabite na brincadeira do passa anel.
A Glaceon desprezando a plebe foi perfeita, e a luta de gigantes que quase aconteceu entre a Titânia e Castelo foi cômica. Não posso esquecer-me de comentar sobre a frase épica do Mikau “TRUUUUUUUUUUUUUUCOOOOOOOOO” kkkkkkk adorei esta kkkkk e a Wiki prevento o movimento dele foi fantástico.
Outra sacada de mestre foi o Gabite falando do crescimento rápido de seus dentes de tubarão.
Acho que eu falasse de todas as partes que achei legal na sua fic, eu acabaria transcrevendo o capitulo inteiro kkkkkk.
Canas, você conseguiu inventar um problema em todas as brincadeiras realizadas! De onde tirou tanta criatividade? E o mais interessante de tudo, foi retrata-las para nó da maneira mais divertida de todas.
Quem sabe nessas férias, quando eu for para o sitio d meu vô, eu não convença a primaiada a brincar dessas brincadeiras, afinal... lá ainda não tem net... talvez as uvas tenham roubado o cabo kkkkkk
Flw
pega-pega la na escola agente ainda brinca mais em vez de pega-pega agente joga pega-ajuda é mt massa eu sei que existem varios pega-pegas:
ReplyDeletePega-Pega
Pega-Corrente
Pega-Congela
Pega-Ajuda
Acho que foi um dos melhores Fire Tales até aqui. Canas, você vai me pagar pelo surto de nostalgia que você me causou agora.
ReplyDeleteAcho que hoje, no máximo, se o povo aqui quiser fazer uma dessas brincadeiras clássicas, seria a rufinha (jogo onde você pega uma bola e sai chutando, e quem for atingido por ela leva porrada do grupo todo). Véi, esconde-esconde era maneiro quando o quintal da casa estava em obras. Tipo, são várias casas aqui, e vários primos, então com o pedaço em construção, jardim e etc, sempre tínhamos esconderijos mitológicos! Eu mitava muito, era um ninja! Certa vez me escondi por dentro de uma planta cara, uma planta! Bom, acho que o Aerus devia explicar esse Stoccer. Se bem que levar um carrinho da Titânia era digno de passar o resto da vida com um trauma no cérebro...
Bom, nunca somos velhos o bastante. Quem sabe um dia eu ainda não ensino às crianças de hoje o que era uma infância de verdade?