Posted by : CanasOminous Apr 9, 2012

O céu ainda não evidenciara a aurora, duvido muito de que haja sequer a diferenciação de mais um dia tortuoso para aqueles que se encontram na sobrevivência a cada passar de hora. Dormir naquela situação parecia impossível. A pequena Dawn parecia incomodada de alguma maneira, quando abriu seus olhos viu três garotos que a cutucavam com um pedaço de graveto e pareciam rir de sua cara. Dawn recuou de espanto e levantou num pulo, ainda não percebendo onde estava. Sesus olhos cansados voltavam a ficar inchados e avermelhados quando ela pôde ver aqueles três sujeitos caçoando dela, um deles se aproximou e deu um leve chute em sua perna.
— Tá na nossa área.
— Me desculpa. — respondeu Dawn, se levantando do mármore frio para deixá-los em paz. Ela cambaleou um pouco, mas teve seu braço segurado pelo garoto enquanto os outros dois entraram em sua frente e a empurraram de volta. Dawn recuou no susto que levara, aqueles insolentes riam e debochavam novamente.
— Tu num é daqui, nunca te vi. Tá perdida, é? — indagou o menino, recebendo um empurrão de Dawn que tentou correr.
— Me larga! — gritava ela, sem conseguir muito sucesso.
— Calma aí, apressadinha. Tu tá no nosso domínio, vai fazer o que a gente quiser agora. — respondeu aquele menino cheio de segundas intenções — Você é novinha, nem tem corpo ainda. Mas isso nem importa, sua expressão de assustada é tentadora.
 Ele aproximou-se de Dawn com o intuito de apalpar seu vestido desbotado. A garota debateu-se sem sucesso. Era apenas uma criança, não havia do que se vangloriar, nem sequer entendia aquela situação.  Até aquele dia ela não sabia da maldade que cobria as intenções maldosas das pessoas. Dawn tornou a gritar.
— Alguém me ajuda, por favor!
Aquele garoto se aproximava cada vez mais, os outros continuavam a segurá-la de forma bruta, mas  foram interrompidos no momento em que puderam ver um sujeito sair de trás de um beco e ir em sua direção. Ele tinha uma bengala em suas mãos e parecia andar com um pouco de dificuldade com seus óculos escuros, era muito magro e raquítico, tinha a coloração de pele escura e bem suja, mas ainda assim ele tinha estilo. Para Dawn, ele viria a tornar-se o seu salvador.
— O que está acontecendo aí? O que vocês estão fazendo? — perguntou o homem.
Os garotos fizeram uma careta, e aos poucos se afastaram.
— Olha aquele ceguinho de novo. Veio pra acabar com a nossa brincadeira. — disse o garoto.
— Eu ouvi gritos, gritos abafados de uma mocinha com uma linda voz. O que vocês estão fazendo, seus moleques encrenqueiros? Vou chamar a polícia! — disse o homem.
— Tu? Chamar os caras? Tu tem mais medo deles do que a gente, dá o fora daqui cegueta, antes que a gente bata em ti também!
— Vão embora daqui, suas crianças imundas! Deixem essa pessoa em paz!
O homem segurou sua bengala como se estivesse disposto a lutar. Dawn continuou caída sem reação, um dos garotos avançou contra o homem, mas ele bateu com tanta força num dos garotos com sua bengala que ele quase desmaiou. Os outros dois se assustaram, e então correram para longe daquele sujeito. O homem cegou agachou na altura daquele garoto onde ele julgava estar pelo que pressentia, tornando a dizer com seus óculos escuros.
— Dá o fora daqui.
O menino se levantou e saiu correndo, não antes de soltar alguns palavrões e amaldiçoar todas as suas encarnoções daquele estranho homem. Dawn continuou caída por um tempo tentando raciocionar tudo que acontecia, ela se levantou e ficou por um tempo olhando para aquele sujeito, que mexia a cabeça como se procurasse alguma coisa.
— Sei que está aí, onde está? — perguntou o homem.
 Dawn andou até o lado do homem e olhou para ele sem entender muito bem o motivo da pergunta. Ela olhou nos óculos escuros, pensando que era apenas algum sujeito que usava aquilo por seu estilo. O homem esticou suas mãos e apalpou o rosto fino daquela menininha, revelando um sorriso sincero com seus dentes tortos e amarelados.
— Ah, uma garotinha. Por isso aqueles fedelhos estavam causando problemas. Eles te machucaram? — perguntou o homem.
— Não, Senhor. Você me ajudou. — agradeceu Dawn.
— Qual seu nome, garotinha? — perguntou o sujeito.
Dawn não respondeu, ainda estava um pouco envergonhada. Lembrava-se de como sua mãe dizia que ela nunca deveria conversar com estranhos, mesmo que aquele homem tivesse a salvado.
— Qual o problema? Ninguém aqui vai te causar mal. Ainda está aí?
— Dawn. — balbuciou — Meu nome é Dawn Manson.
O sujeito demonstrou seu sorriso novamente e continuou:
— Prazer em conhecê-la, Senhorita Manson. Eu sou o Don Edward Jackson, mas pode me chamar somente de Ed, se preferir. Já ouviu falar de mim? — perguntou o homem.
Dawn sorriu e balançou a cabeça negativamente para ele, podendo então ouvir o homem soltar uma longa risada. Que risada inspiradora, por algum motivo trazia um certo conforto para a menina sempre que podia ouvi-la. Os dentes tortos e a voz cansada daquele Senhor ecoavam como uma melodia para os ouvidos de Dawn. Ed coçou sua cabeleira.
— O que faz num lugar como esse? Está perdida?
— Estou procurando meus pais, a gente estava num barco, mas ele afundou. Acho que eles agora tão na cidade, estou procurando eles.
Ed acenou a cabeça e fez um sinal pensativo coçando o queixo barbudo. Em seguida, ele estendeu a mão trêmula para a garotinha e apontou para uma área distante na cidade com a outra.
— Sabe ir pro Centro Pokémon? Seu papai pode estar lá.
Dawn não respondeu, ela parecia não saber onde estava, nem o que fazer, e muito menos qual direção tomar. Ed apoiou-se em sua bengala e acenou para Dawn, como se a chamasse para que o seguisse.
— Eu te levo para o Centro, filha. Siga-me.

Ed caminhava lentamente com sua bengala enquanto se apoiava em algumas paredes para prever em que área da cidade estava com mais clareza. Dawn olhava para o sujeito um tanto quanto curiosa, ainda não entendia o motivo daquele homem usar uma bengala e andar tão devagar. Para ela, Ed era um verdadeiro Lorde de antigamente por conta da bengala e das roupas excêntricas.
— Vida conturbada, não? Você é de Jubilife mesmo, minha jovem?
— Eu sou de Hoenn, eu moro em Dewford... Quero dizer, morava. Agora eu estava indo com meus pais para alguma cidade. Acho que era, Sand... alguma coisa.
— Sandgem. — afirmou o sujeito com a cabeça, demonstrando seu riso descontraído novamente — Eu sou de lá também, cidade maravilhosa! Quando você encontrar seus pais pode ir para lá, garanto que nos veremos novamente.
— Onde fica essa cidade? — perguntou Dawn.
O homem parou e lambeu a ponta do dedo, parando e verificando para onde o vento soprava. Os prédios de Jubilife sopravam exatamente para o sul, a única passagem ocasionada pelas avenidas. Seguindo reto qualquer um chegaria à Sandgem. Ed apontou para aquela rota e sorriu.
— É só seguir. Siga para o sul. Siga a música. Então você encontrará.
A criança pareceu franzir a testa como alguém que tentava entender aquela metáfora. Usar metáforas com crianças, uma grande sacada de um velho louco! Ed apontou para a direção oposta, e lá estava o Centro Pokémon. Dawn estava muito alegre por encontrar o local e poder rever seus pais em breve.
— Lembre-se, menininha. Quando estiver sozinha, cantarole uma música. Ela sempre te leva para os lugares mais belos. — disse Ed, caminhando serenamente com sua bengala em direção do sul.
O velho homem acenou com a mão para a garota e saiu de lá sorrindo, como um espírito que havia ajudado-a em sua jornada. Um espírito risonho e cantarolador.

Dawn correu para o Centro Pokémon de Jubilife. A estrutura era muito tecnológica para o tempo e repleta de treinadores iniciantes que começavam sua jornada naquele ano. Uma época repleta de sonhos para alguns, e tavez um pesadelo que tomasse início na vida daquela crianças. Muitos eram de sua idade, todos eram muito bem vestidos e ricos, e aquilo fazia a pequena Dawn sentir-se constrangida em meio à garotas que lançavam um olhar de nojo e superioridade em sua direção. Ela se aproximou do balcão onde estava a enfermeira, que de fato assustou-se ao ver a situação de menina.
— Minha nossa, você está bem? — perguntou Joy.
— Estou sim, o homem de bengala me ajudou. Ele disse que meus pais poderiam estar aqui, pode me ajudar?
— Me diga seu nome, e o nome de seus pais, garotinha. Então poderemos localizá-los o mais breve possível.
Joy aprontou-se com os papéis, e Dawn logo escreveu os nomes com sua caligrafia infantil. A enfermeira demorou um pouco a entender o que estava escrito, e pareceu preocupada de alguma forma. Logo pela manhã ela havia visto na televisão sobre uma notícia sobre um acidente de barco no caminho marítimo entre Canalave e Jubilife, assim como os nomes da vítimas. Joy lançou várias vezes um olhar de surpresa no papel, e depois na televisão. Queria certificar-se de que era mesmo o nome das pessoas que se encontravam desaparecidas depois do acidente.
A Enfermeira levou sua mão até sua boca parecendo segurar o choro, deixando o balcão às pressas. Demorou um pouco para que alguém voltasse e atendesse aquela garotinha excluída no meio da sala. Logo dois policiais andaram em direção de Dawn, na companhia da Enfermeira Joy. Os dois tentaram ser o mais educados possíveis, pois eles sabiam que a pequena garotinha corria um sério risco de agora ser jovem.
Um deles tinha um porte mais elevado e austero, seu rosto era barbudo e seus olhos eram castanhos muito escuros. O policial agachou na altura de Dawn e retirou o chapéu, tocando nos cabelos finos da menininha com suas luvas azuis.
— Oi.. Pode vir com a gente? — disse o policial.
— Nós vamos te levar para um lugar muito legal, cheio de outras crianças. — respondeu o outro.
Dawn pareceu confusa por um momento, mas cedeu. Os dois policiais a acompanharam para fora do Centro. A Enfermeira continuava a lamentar dentro do Centro Pokémon, fora até mesmo necessáro substitui-la por alguns minutos até que se recuperasse do choque. Os dois policiais entraram numa avenida discreta da cidade, repleta de casas na mesma altura, e no meio de uma delas, o Centro de Adoções. 
Havia uma única lamparina apagada no topo do arco que dava entrada à elevação de escadas de pedra. Os dois policiais entraram, e inscreveram Dawn em algumas papeladas enquanto a garota aguardava pacientemente numa das poltronas. Os homens terminaram e saíram, o de barba fez um rápida aceno com a mão para a garota e desejou-lhe boa sorte, retornando para seu posto. Uma mulher andou na direção de Dawn e a chamou.
— Esse será o seu novo lar. — disse ela de forma séria.
— E os meus pais? Eles não estão aqui? Disseram que eles estavam aqui, onde estão?
Aquela Senhora parecia incomodada de alguma maneira, mas não queria anunciar de imediato aquela notícia para a menina que ainda parecia tão perdida. Dawn teve uma boa alimentação e teve a chance de tomar um bom banho naquela manhã. Ela logo estava recuperada, com seus belos olhos e os cabelos lindos que tanto chamavam atenção. Não demoraria para que fosse adotada, embora não fosse isso o que queria, o que Dawn queria era reencontrar seus pais.

Quatro dias se passaram ao lado de Dawn naquele Centro de adoção, mas ela ainda tinha esperança de rever seus pais, e que tudo aquilo era uma viagem rápida, daqueles que ela costumava fazer quando seus pais iam em suas pesquisas e ela era deixada para trás com os tios. Se havia uma coisa que a morena detestava, eram as malditas pesquisas de seu pai. Sempre tirando o seu carinho por vários dias, e quando regressava sempre estava cansado demais para qualquer brincadeira. Malditas pesquisas, ela só queria que essa viagem acabasse depressa.
— Dona Lurdinha, eu preciso muito ver os meus pais...
— Mais tarde, querida. Estou um pouco ocupada agora. — respondeu a Senhora, enquanto administrava algumas papeladas no portão de acesso do Centro.
Dawn ficou furiosa, em seguida deixando a sala. Desde a chuva  e o acidente no mar ela já havia demonstrado sinais de gripe. Dawn sentou-se em sua cama do quarto e pegou seu pelúcia de Mudkip, assim como algumas roupinhas que ganhara na creche. Montou uma pequena malinha, e não teve dificuldades em deixar a construção. Queria voltar e encontrar seus pais, e por isso, seguiria para Sandgem.
— Siga para o sul, siga a música. — sussurrou ela, lembrando-se do que Ed lhe dissera há algum tempo.
Dawn desceu as ruas movimentadas de Jubilife despercebida, era muito normal ver crianças saindo em suas jornadas com aquela idade, e aos olhos dos mais velhos aquilo era perfeitamente normal.  Desapareceu em meio à cidade. Dawn deixou Jubilife, e assim, trilhou seu caminho. Ela evitava o mato alto ao máximo, pois não tinha Pokémons e nem mesmo como se defender, deparar-se com alguma criatura no caminho seria um verdadeiro problema.
— Garota, eu quero uma batalha! — gritou um garotinho de boné.
Dawn virou-se para ele e ajeitou sua mochilinha, abraçando seu Mudkip com força.
— Eu não sou treinadora. Não tenho Pokémons.
O jovem se surpreendeu.
— Não tem Pokémons? Que sem graça, aposto que o Professor Rowan não guardou nenhum para você, se deu mal!
Professor Rowan. Já havia ouvido aquele nome em outro lugar. Qualquer palavra que ela reconhecia era um passo a mais ao encontro de seus pais, devia estar chegando perto de seu objetivo. Caminhou por várias horas na rota 202, e teve até sorte de ser protegida de ataques de criaturas selvagens por outras crianças. Se ela descesse algumas ribeiras poderia evitar o mato alto, mas toda aquela correria era muito cansativa.
Depois de muito tempo o pequeno vilarejo de Sandgem estava logo em sua frente. Ela caminhou por algumas casas, mas não encontrou nenhum sinal de seus pais. Foi até o Centro, mas não queria repetir a experiência em Jubilife, e por isso não disse nada para a Enfermeira. Dawn caminhou até uma área mais comercial, embora àqueala hora do dia nada estivesse movimentada. Eram ruas estreitas, todas muito sujas e mal cheirosas com becos escuros e restos de comida no chão. As casas em volta eram todas juntas e amontoadas sobre o mesmo espaço. Elas quase escondiam o céu com varais, roupas e fios elétricos. Uma área extremamente simples da cidade, não muito diferente de tantas outras.
Enquanto caminhava, ela pôde ouvir uma canção. Uma muito parecida com aquela que ouvira em Canalave., eram teclas semelhantes aquele instrumento de cobiça que havia pedido para sua mãe
— Siga o som. Siga o som. — repetia ela, procurando por algo entre os pequenos casebres da cidade.
Embaixo de uma casa ela foi capaz de encontrar uma espécie de porão, era de lá que a música vinha. Dawn entrou, era uma passagem muito pequena, e um adulto certamente precisaria agachar. Um esconderijo! — pensou. Viu centenas de caixas empacotadas, era um depósito, mas a música continuava tão bela quanto em um teatro. Dawn continuou a caminhar tentando enxergar sem sucesso acima dos caixotes, no fundo pôde ver um belo e empoeirado piano de caldas ressoando suas melodias ao toque de um velho homem.
Dawn encarou o pianista e o reconheceu por uma bengala de madeira apoiando-se nas teclas de marfim. O sujeito parou de tocar, mas não olhou para trás, demonstrando uma feição séria e perguntando na sequência.
— Tem alguém aí?
Dawn saiu da sombra de um dos caixotes e parou ao lado do piano. Ela levantou seu olhar em direção do velho que continuava a observar toda a sua volta com seus óculos escuros como se procurasse por algo. O sujeito não a reconheceu de imediato.
— Sou eu. A Dawn.
O homem mostrou uma feição de espanto e alegria, ele deixou sua bengala de lado e tateou a face da menininha, sorrindo e apontando com seu indicador enquanto dizia de como ela era fortunada e inteligente por ter seguido a música.
— Quase não a reconheci, está com um cheiro diferente, não é mais aquele odor salgado do mar. Encontrou seus pais em Jubilife? — perguntou Ed.
— Não encontrei, não. Uns homens me levaram pra um lugar com várias crianças e cuidaram de mim, mas daí eu fui embora, acho que meus pais se atrasaram.
Ed balançou a fronte de modo pensativo. Do lado de fora era possível ouvir alguns gritos de pessoas até que Dawn pôde ver um sujeito descer as escadas e entrar no depósito às pressas. Ele escondeu-se atrás de um dos caixotes e lá permaneceu em silêncio até que três guardas passassem despercebidos e gritando: Ladrão, ladrão! O rapaz soltou um longo suspiro de alívio e levantou. Trazia alguns sacos de batatas consigo. O moço quase não se deu conta de Dawn na sala, ele apenas jogou o saco no chão e caiu deitado em cima de uma caixa que continha cobertores e um travesseiro sem fronha.
— Batatas. — disse o rapaz.
— Batatas. — repetiu Ed num gesto simples com o intuito de agradecê-lo. O velho cego levantou-se apoiando-se sobre a banqueta do piano, em seguida tocando no ombro da pequena Dawn e apresentando-a ao homem.
— Dean, venha até aqui para conhecer essa pequena florzinha.
Dean não se levantou, apenas virou sua cabeça e olhou para Dawn, percebendo que já vira aquela garota em algum outro lugar. Levantou num pulo e com uma expressão de espanto arregalou os olhos, apontando para Dawn com euforia:
— É ela! A menina do barco! — gritou Dean.
Dawn não o reconheceu de imediato, mas depois pareceu lembrar-se daquele semblante cansado. Ele era o homem que havia brigado com o capitão do navio no dia em que Dawn chegara à Sinnoh, e depois desaparecera quando ele virou. Dean deu um salto da caixa e correu em direção de Dawn, ela podia ver claramente a fisionomia do sujeito.
Não era velho, mas também não parecia ser um rapaz novo na flor da idade. Se algo havia marcado a memória de Dawn à seu respeito, eram as sobrancelhas de Dean. Pareciam estar pencando, eram mais tristes do que o normal, e o deixavam com uma aparência de quem sempre sofreu. Estava com uma rala barba mal feita, e naquele momento vestia uma regata surrada e calças largas. Seus olhos tristes fixavam-se na garota e agora chacoalhava em sinal de surpresa.
— Ed, é a garotinha do barco que eu salvei! Menina, eu pensei que você tivesse morrido.
O velho cego estava muito surpreso, e isso era evidente em suas sobrancelhas erguidas e mal penteadas.Ele soltou sua típica risada, balançando a mão num sinal positivo e apontando para a criança com alegria.
— Você é uma benção, Senhorita Manson! Uma benção! Tem sorte de estar viva, acredito que Arceus tenha nos colocado no mesmo caminho por algum motivo.
Dean ainda não escondia a surpresa em vê-la. Dawn abraçava seu Mudkip de pelúcia e olhava para o moço com suspeitas ele não se esqueceria daquele rosto meigo. Era Dean quem a salvara das ondas e do mar em fúria, ele a levou para a praia, mas pensou que tivesse se afogado, e por isso a deixou. Mas agora, os três estavam reunidos novamente. 
Dawn virou-se para Dean e tocou em suas vestes, perguntando:
— Você teria visto meus pais em algum lugar?
Dean olhou para Ed que fazia um sinal negativo com a cabeça como alguém que dizia para que ele não contasse nada. O moço fez um sinal com sua cabeça de que não sabia de nada, e desculpou-se na sequência.
— Bom, eu só pude salvar você porque foi a primeira pessoa que vi quando o barco virou, mas tenho certeza que seus pais fizeram seu caminho até a costa da praia. Eles devem... estar muito bem em algum lugar.
Era o melhor a ser feito naquele momento, mas agora Dawn continuaria sua busca em vão atrás de seus pais. Podia parecer uma grande maldade com uma criança, mas o que eles ganhariam contando a verdade? Uma menina para cuidar e problemas ainda maiores para suas vidas já conturbadas? Era melhor deixar tudo como estava
— Vou procurar a mamãe e o papai. Obrigado pela ajuda, tio Ed e tio Dean.
A garotinha caminhou para fora do salão prestes a deixá-lo, mas antes, Ed levantou-se e chamou por seu nome.
— Espere um pouco, criança! Venha até aqui, por favor.
Dawn voltou, e olhou para aqueles dois sujeitos. Ed passou a mão em cima do piano um pouco quebrado e soprou a poeira para fora. Demonstrou seu sorriso costumeiro e perguntou:
— Você gosta de pianos?
Dawn acenou coma cabeça com tanta euforia que o cego havia sido capaz até mesmo de sentir aquilo, em seguida ele chamou para que Dawn se sentasse ao seu lado, segurando em uma de suas mãos e fazendo-as tocar nas teclas.
— Eu sou um famoso pianista, o melhor de Sinnoh. Faço shows para milhares de pessoas e ganho muito dinheiro com isso. — disse Ed.
Dean não escondeu a risada.
— Claro, claro. Por isso você mora na rua, escondido num depósito abandonado e sobrevivendo das minhas batatas roubadas, Don Edward Jackson.
Ed não lhe deu ouvidos, mas continuou a sorrir enquanto mostrava o toque da melodia para a jovem. Sentou-se ao seu lado e cantarolava, cerrando os dedos de pé de animação. Ela sorria tanto que até parecia ter uma feição boba, observando as rugas que se desdenhavam no rosto do velho. Ninguém jamais lhe oferecera música até aquele momento. Era a primeira vez que Dawn tocava num piano, mas apenas de ouvir sua melodia através das teclas de marfim já lhe agradava.
— Gosta do piano? Você pode vir aqui sempre que quiser, todos os dias! Eu te ensino a tocar, sou o melhor músico da região.
Os olhos de Dawn brilharam, mas Dean parecia constrangido de alguma forma. Não que ele não gostasse da garota, mas temia o que poderia acontecer com a presença dela naquele lugar. Poderia haver conflitos com outra pessoa.
— Ed, você está falando sério? Não é melhor nós pedirmos permissão para a Celia quando ela voltar? Ela não iria ficar muito feliz se soubesse que uma menininha começou a frequentar aqui...
— Deixa que eu me acerto com a Celia, apenas sinta a música. Libere todas as suas dores e sinta dentro de você!

Dawn e o velho homem permaneceram ao lado do piano por um longo tempo. A menina demonstrava talento, tinha as mãos macias e poderia tocar tão bem quanto seu tutor, que já tinha suas palmas machucadas e cheias de cicatrizes, bolhas e calos nos dedos e a idade alcançando suas habilidades. 
A noite caiu, e os dois parmaneceram lá por um bom tempo. Dean havia acabado de retornar com mais alguns sacos de comida. Ele apoiou-se em cima de sua caixa descascando algumas batatas, até que pôde ver alguém descendo as escadas da entrada com um andar pesado e barulhos característicos de saltos pontiagudos.
Ed parou de tocar quando ouviu os passos, em seguida chamando por Dawn e a empurrando-a para uma área atrás dos caixotes, onde ela se esconderia. Ed fez um sinal com seu indicador pedindo por silêncio, e lá ela permaneceu com enorme obediência. Tudo que pôde ouvir era a voz de uma mulher que fazia questão de berrar e xingar todos ali presentes..
— Por quê estão tão quietos, seus imprestáveis? Aposto que estão aprontando alguma coisa!
— Nós só estamos fazendo o que sempre fazemos. — comentou Ed, ainda sentado em frente ao piano e continuando suas melodias.
A mulher fez um sinal de desgosto.
— Nada. É o que vocês sempre fazem.Você deveria parar de tocar essa porcaria, Ed, e passar a fazer algo que nos ajude, ou vai acabar sendo expulso daqui. E você, Dean, seu imprestável? Só conseguiu essas batatas com hoje?
— Poxa, Celia. As coisas estão ficando meio complicadas, não é fácil pegar esse tipo de coisa.
A mulher suspirou, e em seguida retirou um maço de dinheiro da alça de seu sutiã, jogando-o em uma pequena caixinha em frente aos seus companheiros. Ela retirou uma caixa do bolso de seus shorts desabotoados e acendeu um cigarro, cruzando as pernas de forma sensual.
— Só eu que trabalho nessa droga, seus imprestáveis de uma figa.
Ah, Celia. Adorava chamar as pessoas de imprestáveis, e sua maior habilidade era reclamar e ordenar qualquer atividade moribunda para os desatarefados.
O grupo ficou quieto por um instante, enquanto Dawn continuava escondida. Celia não tinha os ouvidos tão bons quanto os de Ed, de modo que o cego se virasse para a moça e apontasse para ela com sua mão trêmulas.
— Diga-me uma coisa, Celia. Qual seria sua reação se você tivesse uma filha?
A mulher deu uma risada assustadora, parecia mais forçada do que qualquer outra. Aquilo dava calafrios, se toda a bondade de Ed era transmitida através de seu sorriso, então Celia transmitia toda sua maldade e malícia através da sua. Ela bateu seu cigarro com força num dos caixotes e encarou o velho de perto.
— Está falando isso por causa do tipo de trabalho que eu faço? Espero que não, eu tomo muito cuidado com essas coisas. Mas de qualquer forma, eu odiaria ter uma filha, eu a colocaria para trabalhar logo cedo e não se tornasse uma inútilzinha como vocês.
Ed deu uma risada, em seguida levantou-se da cadeira mal acolchoada e chamou por Dawn. A criança se levantou em meio dos caixotes e andou em direção de Celia. Ed acariciou os cabelos da pequena e votou-se para a mulher mais velha:
— Esta é a Dawn, estou dando aulas de piano para ela.
Celia não respondeu nada, apenas apagou o cigarro. Dean tinha medo que a mulher chutasse a garotinha para fora com toda a ira possível, tivera mil e uma imagens passando por sua mente, mas no fim a delicadeza e o espanto pelos quais as palavras seguintes foram proferidas foi o que mais surpreendeu.
— De onde ela veio? De onde essa garota veio? — perguntou Celia.
— Ela estava naquele acidente da televisão, do barco clandestino que afundou. Dean a salvou do naufrágio.
Celia caminhou em direção de Dawn e agachou na altura da garota. Ela podia ver que Celia era uma mulher não muito convencional, tinha pernas longas e vestia uma meia calça com saias apertadas. Sua camisa estava um pouco desabotoada, e seus cabelos morenos a lembravam muito de sua mãe. Aparentava ter quase vinte e cinco anos, mas com certeza sua idade não batia com a aparência. A vida nas ruas a envelhecera muito. Para Dawn, era apenas uma moça convencional.
— Ela vai ficar sobre os seus cuidados, não é, Ed?
O homem cegou levantou suas sobrancelhas e acenou com um longo sorriso. Dean esticou as mãos  para o alto como se dissesse que não se responsabilizaria por nada. Celia voltou a encarar a garota, bagunçando seus cabelos na sequência.
— Espero que você não seja uma imprestável como esses dois.
Dawn zangou-se com a grosseria daquela mulher. Ela ainda demoraria muito tempo para compreender a forma de agir de sua nova amiga. Celia deixou o sótão e saiu do esconderijo. Dean a seguiu, deixando o pianista e a criança para trás. 
Dawn bocejou parecendo muito cansada, afinal, tivera um dia corrido de caminhadas e encontros naquele dia. Ed levantou-se e ajeitou alguns cobertores numa área protegida do porão, haviam vários cobertores que lembravam Dawn de quando sua mãe a protegia. Não eram seus pais em especial, mas todos estavam cuidando da menina como uma integrante da família. Ed se ajoelhou com um pouco de dificuldade, cobrindo-a logo em seguida. O homem sorriu e mandou um beijo com as mãos, parecendo dar uma piscadela por trás de seus óculos escuros. Dawn retribuiu com um piscar desengonçado, o que a fez também sorrir. Assim que ele deixou a sala Dawn se ajeitou e finalmente adormeceu nas frias pedras do depósito. Pelo menos estava protegida para recomeçar mais um dia de busca atrás de seus pais. Tinha certeza que eles estavam esperando por ela e algum lugar.

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  1. Owwww *0000* cara, tenho certeza quase que absoluta que você ainda vai me fazer chorar com esse especial! Um dos detalhes mais interessantes que eu encontrei no capítulo é que temos a imagem que o Mundo Pokémon é perfeito, e você está realçando esse lado que ele também tem defeitos, drogas, violência e até... Vamos dizer hentai para não dizer outra coisa kk, isso eu achei fantástico! Deu um clima perfeito, já que a Dawn não faz idéia do que acontece a sua volta. E esse Ed, muito carismático, um verdadeiro anjo. Pobre Dawn, imagine o que é você procurar por algo com esperanças e descobrir que ninguém sequer sabe onde eles estão, imagine se ela descobre a verdade! (vou dizer desaparecidos porque até eu estou em dúvida quanto ao fato de eles terem morrido ou não por enquanto). Está tudo perfeito, Canas, com um enredo próprio, e a parte da introdução da música é fantástica. Mas, só uma pergunta. Se o Ed é tão pobre por que não toca piano na rua? (Músicos cegos ganham uma nota preta *-*) kkk, eu sei, a pergunta é sem-sentido, se não quiser não precisa responder. Parabéns man, está tudo ótimo. To ansioso para ver como vai continuar essa saga w.w Falou man, até breve o/

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    1. Opa, que bom que o pessoal conseguiu captar a mensagem que eu queria com os personagens! Não deixei nada explícito mesmo, mas minha proposta é que as pessoas vejam cada um deles e sintam o drama que eles passam em suas vidas rotineiras. Quando à essa pergunta sobre o Ed, não vou poder responder agora. Com toda certeza, quando as pessoas vêm homens cegos tocando coisas assim elas pensam: Oh, como ele é habilidoso! VAmos dar dinheiro para ele. E realmente, o Ed poderia usar essa "dó" que as pessoas sentem por ele para que ele pudesse manter-se vivo e ter pelo menos uma moradia própria. Maaaaaaas, ele não pode tocar piano na rua. Ele não pode se evidenciar muito por aí, mas este é um caso que eu só poderei explicar com as próximas partes (: Vou usar uma frase típica tanto minha quanto sua: Aguarde um pouco kkkkkk Abraços Haos, fico feliz que tenham tido uma recepção positiva para um especial tão diferente e ousado como este da Dawn!

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  2. a história esta se revelando,trazendo muito suspence...

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  3. Canas, posso te pedir uma coisa?
    PARA DE FAZER A DAWN SOFRER POXA VIDA Ò.Ó/
    Cara, tadinha dela! Acho que em toda a história de Sinnoh a pessoa que mais sofre é a Dawn! Tantas perdas! Imagino como ela reagirá ao saber da mortes dos pais... Enfim, sabe uma coisa que estou admirando em você ultimamente? O ar de realismo que você tomou nesse especial. Sabe, a gente sempre tem aquela seguinte ideia do mundo Pokémon: que lugar bonitinho, cheio de sonhos, crianças felizes, adultos gentis... Ah uma perfeição! Nana, nina, não! Também tem seus becos escuros, cheio de malevolências, maldade! Fiquei boque-aberto com a cena daqueles garotos lá no começo. E o Ed é um cara realmente bom né? Me lembra aqueles personagens de filmes que aparecem bem na hora "H". Um verdadeiro anjo. Se não fosse por ele, imagine o que teria ocorrido com a pobre Dawn?
    Espera! É impressão minha ou antes do Luke e Lukas adentrarem a escola de Jubilife a Dawn já tinha conhecido a dona Lurdinha? KKKKK'
    E agora em Sandgem. Pelo jeito as coisas vão esquentar! Reencontrar o Dean dará mais esperanças para a pobrezinha da Dawn, e essa Celia ai... céus!Nunca imaginei que veria uma personagem como ela entrar na história! E ela tem uma profissão digamos que... Peculiar, né?:B
    Enfim, agora eu espero ansioso pela terceira parte! Tá ficando show Canas /õ/

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    1. Cara, não é a primeira vez que eu falo dessa Dona Lurdinha. Você lembra das outras? Acho que ela era diretora da escola do Luke e do Lukas, e tenho a impressão de que já citei esse nome pelo menos outras duas vezes na história. Cruzes, essa Dona Lurdinha fica mudando de profissão e parecendo cada hora num lugar diferente, nem eu lembro mais o que ela faz ao certo kkkkk Daqui a pouco ela vai virar personagem também.

      Quando eu falo sobre Jubilife visualizo claramente uma grande metrópole. Grandes metrópoles são o centro das atenções, e sempre possuem seus defeitos. Não consigo ver muita diferença entre Jubilife e São Paulo, por isso achei interessante incluir personagens que as pessoas não costumam ver com tanta frequência. O caso da Celia vocês podem ficar tranquilos porque não vou extrapolar em nada, mas minha intenção é que vocês notassem exatamente isso: Existem pessoas pobres no mundo Pokémon, pessoas que passam necessidades. É um lado que se torna tão comum atualmente que nós fingimos não existir nas fics, e quando falamos sobre isso na história parece se tornar tão... esquisito, não é? Vlws pelo apoio ae Thiago, espero conseguir ainda trazer um enredo surpreendente no especial da Dawn, não garanto que vão chorar, mas sei que deixarei uma clara incógnita na cabeça dos leitores à respeito do mundo em que vivemos.

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  4. Yoo Canas! Acabei voltando hoje, como havia prometido!
    Cara, esse especial está surpreendente, ele saiu daquele mesmice e meiguice do mundo Pokémon. Fiquei até entusiasmado com os novos personagens nada peculiares! Um ladrão, um velho pianista e uma ...
    Mano, você quebrou todas as barreiras do inimaginável, nunca havia passado pela minha cabeça anteriormente que alguem poderia utilizar-se desta narração para algum tipo de historia de pokemons (tirando aquelas direcionadas para adultos)
    Este capitulo foi bem introdutório, com diversos acontecimentos importantes! Achei bastante legal o destino ter salvo a vida da Dawn, e ter traçado o seu futuro com essas três pessoas fora do comum!
    Canas parabéns pelo especial, ele está magnífico! E pelo visto será uma caixinha de surpresas!
    E Manolo, este realismo está perfeito!
    p.s. não sei se é destino ou falta de ter o que fazer, mas esses dias eu estava vendo HBO ou sei lá qual era o canal, e tava passando Cão de Briga com o Jet Lee! Cara o Ed me lembrou muito o Morgan Freman kkkkkkk Devo estar delirando!
    Flw mano

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  5. Poxa, Moragen Freeman, manolo! Que coisa, você acabou vendo o filme pouco antes de ler o capítulo? Foi nele mesmo que me baseei cara, e sinceramente, o Mogran Freeman é MUITO foda. Se for para escalar um elenco para esse episódio ele com certeza faria o velho Ed kkk Rapaz, eu adoro mostrar esse lado do mundo Pokémon. Não digo que seria um lado obscuro, para mim é apenas um lado que as pessoas fingem que não existe, e por isso esse especial é tão interessante para mim. A Celia em minha opinião será uma das personagens mais surpreendentes, você viu que estou sendo discreto com ela, mas quero mostrar ela como uma mulher normal, e que ninguém tenha preconceito com esse tipo de pessoa. É, meu caro, esse especial promete. Não tenho um final pronto, mas quando o fim chegar garanto que farei vocês refletirem por muito tempo...

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  6. nossa, outro bom especial, cara, tomara que Dawn não saiba nada sobre a Célia, seria horrível isso. Mas teve seu lado bom perder os pais, ela conheceu esse cara, e finalmente teve um piano, o Dean rouba, mas parece ser bem legal, e só rouba para o bem de Ed, a o Ed, gostei dele, eu acharia legal conhece-lo, poderia me apresentar a ele qualquer dia desses em Canas*risos*. Mas falando sério, da uma certa pena da Dawn, mas também da uma sensação de alivio dela não estar igual a Celia com aqueles garotos do primeiro especial*não guardo mas nem ferrando o nome*.
    Em fim, parabéns Canas.

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  7. AI, CARA, POR QUE EU SEMPRE TENHO QUE SAIR QUANDO TO DE BOA LENDO AeS? E_E Só vou conseguir ler mais esse T-T
    Enfim
    Diferenciação de tempo, de fato, não existe para aqueles tão imersos em tristeza...
    Siriusly, por que sempre tem que ter uns babacas desse tipo pra importunar a vida de quem já não está bem? e_e
    MANO, AINDA POR CIMA UNS NOJENTINHOS, COMO PODE EXISTIR PESSOAS TÃO SEM CARÁTER? E_E
    Graças a Arceus, alguém apareceu para salvá-la \o/
    Mano, que cara danado, METE MESMO A PORRADA NESSAS PESTES \O/ [sendo cego, fica mais ownante ainda aheuahuae]
    Ed, que cara mais gentil, falta gente assim no mundo....
    Pobre Dawn, achando que vai encontrar os pais quando chegar ao Centro Pokémon....
    Grande ensinamento do Ed! Realmente, a música pode te tirar dos maiores abismos emocionais....
    Menininhas que olham com nojo para alguém que precisa de ajuda, esse tipinho envergonham o título de treinadora e-e
    Tadinha da Dawn.... Mal sabe a notícia que a aguarda....
    Poxa, e nem sequer conseguiram contar para ela. Nem sei o que é pior...
    (pausa no meio da leitura porque simplesmente esses especias tem um imã para minha inspiração, e acabei escrevendo <3 )
    Por Arceus, ela vai fugir do orfanato! Ai que medo de ela encontrar aquelas pestes de novo t_t
    Vero, sábia decisão de se manter longe da grama alta xD (mas, no nosso caminho, nunca tem uma maneira de evadir assim ¬¬')
    E, de fato, a música a guiou, bem como Ed a ensinou
    Aliás, falando nele....
    E, pelo visto, Ed não tem a melhor vida.... Será que esse depósito é a 'casa' dele? .-.
    MANO, O DEAN SOBREVIVEU! o_o' [wait, ele com certeza vai reconhecer a Dawn, e então... Gosh, ele vai contar pra ela o que aconteceu t_t]
    Oh, Dean, sabia que você era um bom rapaz! Ainda bem que salvou a Dawn *.*
    Ah, eles escolheram não contar. Para eles, realmente é a melhor decisão, mas vai doer tanto nela ficar adiando tanto a notícia....
    Oh, será que é o Ed que a ensina a tocar? *o*
    Mas vish, será que a Celia é a dona do depósito? .-.
    Foi ela entrar que deu pra sacar o motivo da preocupação do Dean. Mas poxa, será que ela não se sensibilizaria com uma garotinha perdida? t_t
    Só a risada já deu uma resposta completa q
    Mas olha só, parece que a Dawn realmente a tocou.... Apesar de uma personalidade revoltada e grosseira assim dá trabalho para mudar xDD
    Tadinha da Dawn, tão inocente.... Aí aquela pergunta clássica ressoa na minha mente, por que destruímos tanto a vida dos nossos personagens? t_t
    Abraços da Tsuki ^^/

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