Posted by : CanasOminous Apr 3, 2013



A manhã estava sombria, e nos últimos tempos pairava no ar os boatos de que muitos Pokémons avistaram criaturas fantasmagóricas nos arredores. Não se tratava da simples presença de um espírito, nem mesmo o General Dusclops era capaz de dizer ao certo do que se tratava, mas, certamente, aquilo trazia um ar de tensão e euforia para dentro da Fire Tales.
Copos vazios eram vistos nas mesas do bar, vozes uivantes perambulavam pelos corredores ao anoitecer, e o pior de tudo é que comidas deliciosas apareciam servidas na cozinha, e ninguém fazia ideia de quem as havia cozinhado. Este era o maior mistério do momento, todas as fofocas tratavam do mesmo assunto.
Estou falando, apareceu um copo na mesa. Vazio! E o pior de tudo não é isso, havia dinheiro do lado, ou seja, um fantasma veio até aqui, bebeu, e ainda fez questão de pagar! — dizia Sophie frustrada, apontando para um copo de vidro que continuava em cima do balcão.
Mano, eu acho que é alguma alma maligna de um cozinheiro nóia que pegou fogo nas ideia do seu próprio fogão, tá ligado? Ele deve ter chegado aí pra se vingar da gente, por isso ele traz umas comidas dahora pra gente provar — disse Karl em um tom de seriedade.
E não aconteceu poucas vezes, foram várias. Muito mais recentemente — assentiu a atendente. — Acho que esse fantasma continua perambulando por essas bandas...
Eu sou um espião, admito que eu teria notícias se qualquer membro entrasse na Fire Tales sem ser desejado — concordou Al Capone.
Lyndis ajeitou-se em sua banqueta e falou:
Qual é, Al! Ninguém conseguiria passar despercebido por você ou pelo senhor Atros. Se isso realmente existe, então está dentro da Fire Tales.
Não pode ser um fantasma, nós o enxergaríamos... — ponderou Al Capone. — Bem, acho que tenho algumas dúvidas a serem respondidas com o General. Irei à procura dele, e caso eu volte com notícias, iriei notificá-la, senhorita Sophie.
          — Tudo bem, mas... Só tomem cuidado com esse novo... fantasma.
Al e Lyndis saíram do bar preparando-se para seguir até o Salão Central onde General e Aerus bolavam estratégias para sua próxima batalha de ginásio. A lua brilhava intensamente no céu, mas algumas nuvens a cobriam fazendo com que o ambiente transmitisse uma sensação esquisita de que eles estavam sendo, nitidamente, observados.
O mafioso parou, e olhou para trás.
O que foi, Al? — perguntou Lyndis.
Nós estamos sendo observados — confirmou ele dessa vez num tom mais sério. Seus olhos iam de um lado para o outro na escuridão quando uma voz muito familiar foi ouvida:
Claro que estão, estou aqui falando com vocês há meia hora e ninguém me responde!
Al Capone piscou com força e Lyndis deu um pulo quando eles puderam ver o velho Panetto parado ao seu lado, com suas gordurinhas extras e as roupas tão chamativas ao anoitecer. O Honchkrow ficou apreensivo por um momento.
D-Desde quando o senhor está aqui?
Desde quando? Estou falando com vocês há horas, eu ouvi a conversa sobre o copo misterioso no bar, mas sempre que eu falava era como se vocês não me ouvissem! — reclamou Panetto um pouco frustrado.
Foi mal, estávamos meio preocupados tratando sobre o assunto do novo Fantasma do pedaço. Mas dessa vez, esse fantasma é tão poderoso que nem mesmo os próprios fantasmas podem vê-lo! Acredita?! — alertou Lyndis.
Panetto fez uma careta, coçando a cabeça um pouco sem graça.
Era isso que eu estava tentando falar para vocês, não existe fantasma nenhum. Fui eu quem deixou os copos lá no bar, sou eu quem falo com vocês, e eu ando nos corredores de noite para ir ao banheiro... Ninguém nunca mais deu atenção para mim!
Al e Lyndis se entreolharam um pouco confusos, mas afinal de contas aquilo fazia muito sentido. O corvo falou:
Bem, devo admitir que faz muito, muito, muito tempo que não o vejo na base. Eu podia jurar que o senhor tivesse abandonado a guilda há meses.
— Mas eu sou um dos membros mais antigos daqui, eu cozinho e almoço com vocês todas as manhãs — respondeu Panetto.
Ah, então aquelas comidas deliciosas eram suas? — perguntou Lyndis de barriga cheia.
O velho cozinheiro franziu o cenho.
Vai me dizer que vocês não sabiam?
Lyndis tentou esconder uma risada, até mesmo Al achou graça no fato de todos os guerreiros da guilda ficarem assustados com um membro que estava lá há tanto tempo. Panetto coçou seu bigode, falando em seguida:
Isso explica por que vocês não têm conversado comigo... Acho que estou meio sumido na guilda, minha presença passa quase despercebida. Bem, na verdade eu queria perguntar se um de vocês saberia como alegrar a Akebia. Ela está tendo alguns problemas com a aparência e tem estado tão entristecida.... Pessoal? Olá? Vocês ainda estão aí?
Panetto olhou a sua volta e percebeu que Al Capone e Lyndis já haviam desaparecido, ou então, para eles era o pobre Panetto quem havia desaparecido.
O velho Gastrodon enfiou as mãos no bolso e saiu de lá ainda mais frustrado. Aquele ocorrido explicava muitas coisas, mas além de ter de lidar com os problemas de Akebia ele agora sabia que seus companheiros de equipe pareciam não enxergá-lo, ou haviam esquecido dele. Ao caminhar no pátio da guilda pôde ouvir Aerus comentar:
Panetto? Bem, eu lembro de um velho amigo que entrou na guilda há muito tempo, mas isso já faz meses... Não sei dizer ao certo que fim ele levou, a Titânia poderia dizer mais sobre seu paradeiro.
Panetto ficou ainda mais entristecido com aquilo.
Será que estou me transformando em um fantasma?
Logo o homem correu para onde Akebia estava. A mulher encontrava-se em uma área do pátio da guilda cercado por árvores ressecadas e uma pequena lagoa de águas límpidas na beirada. A doce Roserade tinha a maquiagem manchada e os olhos inchados, ela passava a mão pela água corrente como uma princesa perdida em seu próprio tempo. Panetto aproximou-se e sentou-se ao seu lado.
Você está melhor?
Não — respondeu ela de maneira grossa, finalizando a conversa naquele ponto.
O velho cruzou os braços, parecendo decepcionado com aquela cena.
Bem, agora acho que somos nós dois com problemas... Acredita que os outros membros da guilda não se lembram de mim? Eles estão dizendo que deixei a guilda há meses. Como isso é possível se estou ao lado deles o tempo todo?
Sua presença só passa despercebida — assentiu Akebia, limpando o rosto úmido. — Assim como eu. Mon cher, acho que nós dois somos desnecessários nessa vida...
Não diga isso, você é... Você é... Tão bonita! Veja esse seu rosto lindo, você é perfeita!
Akebia franziu o cenho e mais algumas lágrimas rolaram de seu rosto, mas agora, de angústia. Ela parecia realmente indignada, ergueu o tom de voz e esticou o braço ao segurar na gola do blusão do velho Gastrodon.
É disso que estou falando, será que você não consegue entender?! Eu sai em missão ontem e encontrei uma ex-amiga, e sabe o que ela me disse?!
          — O q-que ela disse?
      — "Você não passa de um rostinho bonito." — respondeu Akebia, agora com a voz entristecida. — É isso que eu sou, Panetto... SÓ um rostinho bonito...
E não está bom...? — perguntou ele assustado.
Você gostaria de ser lembrado SÓ como mais um da Fire Tales? Acho que não, né?
Panetto recuou com os olhos arregalados, o que fez Akebia largá-lo e abaixar o rosto num sinal arrependido. A mulher levou um de seus braços até a cintura, tirando os cabelos esverdeados do rosto enquanto limpava o nariz e umedecia os lábios.
Eu queria que as coisas voltassem a ser como eram antes.
Panetto olhou para suas próprias mãos, e por um instante imaginou como ele próprio havia mudado nos últimos tempos. Ele podia ser imenso e chamativo por fora, mas ainda assim, era como se estivesse vazio por dentro.
Bem, elas podem mudar, Akebia... É só nós dois desejarmos de todo o coração tentar melhorar, vamos fazer isso um pelo outro!
A mulher olhou para seu companheiro de maneira séria e falou:
Às vezes penso em todas as vezes que você me ferrou, e sempre me fazia pensar que era algo que eu tinha feito — disse Akebia. — Eu não quero viver assim, Panetto. Tenho medo de mudar, e piorar. Fique longe de mim.
A Roserade saiu correndo dali o mais depressa que podia, deixando para trás um velho reflexivo que agora pensava se suas decisões haviam sido certas. Desde o começo de sua carreira nos Fire Tales ele cometia tais gafes. A começar por abandonar a guilda para ficar com uma moça que acabara de conhecer, e agora, ele havia perdido o carinho da única mulher que realmente se importava com ele.
Ou melhor, a única pessoa que ainda o enxergava.
Talvez tivesse sido melhor se ele nunca tivesse entrado na guilda. Talvez aquele dia em que ele conhecera uma doce Budew nos campos floridos devesse nunca ter existido. Mas Panetto ainda lembrava-se da voz doce da jovem menina que lhe estendeu a mão e sugeriu:
Quer ser o meu amigo?
Akebia era apaixonada, dizia que estava tão feliz que poderia morrer. Mas o próprio Panetto sentia-se solitário ao lado da jovem, Akebia mal tinha fama entre seus companheiros e quase passava despercebida, na época. Quando os caminhos se inverteram, foi ela quem passou a sentir o vazio de estar sozinha.
Panetto olhou para as próprias mãos e pensou:
Acho que... Acho que realmente estou desaparecendo desse lugar. Será que eles sentiriam falta de mim se eu fosse embora mais uma vez?
Ele recorreu à ajuda de uma companheira conhecida. Foi em direção da biblioteca onde deparou-se com Glaciallis e Chaud ajeitando alguns livros sobre as prateleiras. O local parecia bem bagunçado, livros estavam estendidos enquanto Chaud segurava uma grande escada de metal permitindo que a dama de gelo alcançasse as prateleiras mais altas. Panetto escorregou em algumas folhas o que fez até mesmo os olhos atentos de Chaud colocarem-se em alerta.
Ouviu isso? — indagou ele de forma séria.
A-Acho que é o fantasma de que todos estão falando... Ele deve ter vindo para nos assombrar também — disse Glaciallis, assustada.
Um fantasma assustando um fantasma? Essa é boa...
Panetto levantou-se do tombo, e somente então Chaud percebeu a presença do velho companheiro fazendo a tensão diminuir.
Panetto? Faz muito tempo que não o vejo, velho amigo. — O Bastiodon parecia sério em seus dizeres.
Mas eu passei ao seu lado no corredor ontem mesmo... E você quase enfiou seu escudo na minha testa, se eu não tivesse agachado por pouco!
Chaud olhou para Glaciallis, assentindo num aceno discreto. Panetto soltou um suspiro ao concluir que ninguém, literalmente, reconhecia que ele continuava sendo um membro ativo da guilda.
Eu preciso da ajuda de vocês! E-Eu estou desaparecendo, não sei mais o que fazer!
Tecnicamente é impossível você possuir uma habilidade como essa sendo um guerreiro da Nova Geração — explicou Chaud. — Mas talvez você tenha descoberto um novo poder, Panetto. Além de controlar tempestades agora você pode também tornar-se invisível, se desejar. Isso é surpreendnete.
Mas eu não quero isso... Eu só queria...
Panetto?
Sim, Chaud?
Ah, você está aí. Como fez isso?
O que?
V-Você desapareceu, e depois voltou. É impressionante — afirmou Glaciallis, surpresa.
Nem mesmo os Pokémons fantasmas mais antigos dominavam com tamanha perfeição essa habilidade. Se o indivíduo mantivesse os olhos sem piscar por longos minutos ele começava a enxergar vultos, e ainda assim, Panetto parecia dominar essa habilidade com maestria. Logo Chaud chegou a uma conclusão.
Acredito que eu tenha uma resposta para seu problema. Uma identidade.
O que quer dizer com isso? — perguntou Panetto.
Trata-se de sua personalidade. Você não se destaca, acaba sendo esquecido pelos outros. Você fica em sua zona de conforto e espera não sair dela — explicou o guerreiro da máscara de ferro.
E como eu posso fazer para acabar com isso?
Essa é uma resposta que você deve encontrar, senhor Panetto... — comentou Glaciallis em voz baixa. — Depende de você querer mudar, depende de você querer ajeitar o que está errado. Fantasmas não são imortais... Eles podem ter a vida eterna, mas se passam muitos anos no esquecimento eles simplesmente desejam desaparecer.
E isso pode acontecer com qualquer personagem, Panetto. Ele pode deixar de existir, se for esquecido.
Panetto ponderou pelas sugestões de seus amigos, agradecendo a ajuda deles antes de partir pela porta de entrada da biblioteca.
Obrigado, pessoal. Vou me esforçar para achar uma resposta, então preparem-se para meu retorno muito em breve! Até logo!
         A Froslass parou e olhou para a porta de entrada.
Hm? Você ouviu isso? — perguntou Glaciallis.
Ouvi sim, mas parecia a voz de um amigo que eu conhecia na guilda há muito, muito tempo... Melhor deixar para lá — respondeu Chaud pensativo, logo voltando a ajeitar os livros nas prateleiras junto da bibliotecária.

• • •

Panetto procurou por Akebia nos lugares onde ele sabia que sua amiga mais adorava ficar. Ela não estava presente em seu quarto, maquiando-se ou escolhendo roupas, também não encontrava-se no bar ou fazendo uma caminhada pelo pasto de flores que ela cultivara no verão passado.
O bigodudo surpreendeu-se ao encontrá-la no depósito da guilda, carregando alguns cadernos velhos e telas de pintura. Raramente Akebia esforçava-se para fazer algo que não fosse cuidar de plantas ou mandar os outros pastarem. Mas, naquele momento, ela parecia trabalhar em algo realmente grande.
Ao aproximar-se, Akebia respondeu:
Eu pensei ter dito para você ficar longe.
Pelo menos você ainda me enxerga .. — disse ele.
O que você quer agora? Estou meio ocupada com algumas coisas, se não se importa, suma da minha frente com todos esses seus dotes culinários, com as boas lembranças dos tempos que passamos juntos, desse bigode fofo e das bochechas rechonchudas que eu tanto adorava.
Mas você não precisava me cortar... Fingir como se nunca tivesse acontecido e que não éramos nada.
Eu nem preciso do seu amor! Você me trata como uma estranha!— respondeu Akebia.
Eu quero tentar mudar, Akebia... Mas você também precisa.
Eu não vou mudar, estou muito bem assim. Argh, Panetto! Você já não é garoto incrível que eu conheci! Agora você é apenas alguém que eu costumava conhecer, é incrível como certas coisas mudam em nossas vidas, não?!
Akebia saiu do depósito carregando suas molduras, mas logo o peso das telas cansara seus braços e ela tropeçou deixando-as cair, quebrando algumas bordas. Uma das unhas da mulher acabou quebrada, o que a deixou inconformada.
Você fala de mim, mas você também nunca muda, não é, Akebia?
A mulher parou ao virar-se para trás, e por um instante foi como se ela enxergasse seu reflexo estampado nos olhos entristecidos do companheiro.
"Você é só um rostinho bonito."
          E de fato, Akebia também não se importava em tentar mudar aquilo. Ela nada mais era do que uma junção de todos que resultava em nada. Akebia desejava que os outros mudassem por ela quando ela própria não aceitava isso.
A Roserade largou com força as molduras no chão, sentando-se em cima de um tronco com o rosto apoiado sobre seus braços para esconder os olhos tristes. Ela pôde ouvir alguém aproximando-se, viu que Panetto juntou as molduras quebradas, colocou-as na frente de sua companheira e sentou-se ao seu lado para consolá-la.
O que você estava tentando fazer?
          — Nada... Restez à l'écart, é segredo.
Você sempre foi de ficar sem graça quando esconde algo novo, não é? Você tem medo da reação das pessoas, têm medo de inovar, do desconhecido — disse Panetto com uma voz compreensiva.
          — Bem, e está aí uma coisa em você que nunca muda também... Você continua sendo cuidadoso com o que é seu — disse Akebia, limpando o rosto umedecido. Ahh, Panetto... Eu queria mudar, queria de verdade.
Sei que é ruim quando mudamos pelos outros, mas não vamos fazer isso por eles, e sim, por nós mesmos. Você está satisfeita sendo apenas um rostinho bonito?
N-Não... — respondeu ela sem graça.
Okay, eu também não quero ser um guerreiro invisível nessa equipe. Nos próximos meses iremos mudar, e muito! Prometa que vai se esforçar, prometa que agirá de maneira diferente.
Akebia olhou para os lados, vendo as molduras que ela tentara levar para seu quarto agora há pouco. A moça pegou um livro de arte que também estava caído no chão e o folheou:
Eu queria mudar, mas ainda não tinha um motivo. Vou deixar de me preocupar tanto com a beleza, quero ser uma moça inteligente, diferente. Acho que preciso saber lidar com críticas se eu quiser que essas minhas ideias possam continuar seguindo em frente.
          — E o que exatamente você está preparando?
          — Eu já disse que é segredo — disse Akebia com uma risada.
A moça começou a ajeitar as molduras e seus pincéis enquanto falava.
          — Vou cortar o meu cabelo, ler muitos livros e... colocarei um par de óculos. Sim, óculos me deixarão sexy. A Wiki deve saber muito sobre como me tornar uma mulher sexy! Quero ser uma moça centrada e inteligente.
Tudo bem, tudo bem! Agora prometa que irá melhorar por você mesmo.
Akebia riu, apontando o indicador na ponta do nariz de Panetto e afastando-o com um toque delicado.
E eu preciso prometer para mim mesma que vou mudar? Eu simplesmente quero, e vou, mudar. Para mim isso já é o bastante, e você?

Akebia logo saiu dali, carregando seus livros e molduras prometendo muito em breve tornar-se algo muito maior do que um simples rostinho bonito da guilda.
Afinal de contas, Panetto se perguntava: Seria errado mudar? Todos necessitamos de um senso de autoestima e de autovalor para que possamos ajudar-nos a nós mesmos a mudar algo em nós. O velho Gastrodon foi em direção do pátio, onde involuntariamente recebeu um aceno de Aerus e Watt que caminhavam ali perto. Ele inclusive pôde ouvir o esquilo comentar bem baixinho para seu amigo dragão:
Eu disse que ele continuava na guilda. Ele sempre esteve aqui.
Panetto sorriu, respirou bem fundo e aceitou que aquele era apenas o começo de grandes mudanças em sua vida. Os boatos sobre o misterioso fantasma logo começaram a desaparecer, os copos vazios em cima do balcão se tornaram menos frequentes e os passos moribundos no corredor não passavam de meras lendas.
E no fim das contas, Panetto pôde extrair algo que levou por toda sua vida: Ele ainda tinha muito a melhorar e evoluir. Não poderia estagnar em sua vida no conforto das comodidades. Não seria preciso mudar para agradar os outros, ele poderia melhorar por eles.

          Tanto que alguns dias depois...
Iuhuul! Mon cher, onde você estava? Você demorou tanto!
— Tentei vir o mais rápido que pude, Akebia. Então, o que exatamente você está preparando?
      — Veja, esta era a minha surpresa, aquele segredo que cheguei a mencionar. Vamos utilizar nossos corpos nus para moldes baseados em um clipe maravilhoso que assisti outro dia, uma técnica de stop motionEst étonnant! Então, está preparado para tentar algo novo?
            — Aww... Será que ainda tenho aquela habilidade de ficar invisível?

{ 5 comments... read them below or Comment }

  1. Canas, não sei bem qual a minha reação neste momento.
    No início estranhei aquela imagem que me pareceu bastante um vitral, e depois o início do capítulo com menções sobre fantasmas, e logo veio em minha mente um possível introdução ao misterioso e perigoso rival q eu tanto espero, ou ate mesmo a Bonnie *u*. Mas então com o passar das linhas pude perceber do que se tratava, estava um clima meio enigmático e triste. E eu estava ate me descontraindo, quando me deparo com esta frase: "— E isso pode acontecer com qualquer personagem, Panetto. Ele pode deixar de existir, se for esquecido."
    Canas, por favor me diga que é apenas bobeira minha, e q vc não teve nenhuma segunda intenção com essa frase, como por exemplo mostrar q as vezes os personagens com quem não importamos podem morrer. É sério Canas-kun, me diga que estou errada e que vc não pretende acabar de vez com a história de algum personagem, nenhum deles (agr tanto faz se for de fora da Fire Tales e nem a Titânia e a Bonnie q nem apareceu ainda, mas q ja me cativou kkkkkkkkk). Bem, espero estar errada!
    Bem, mas em geral, isso deve ser uma introdução para a nova forma destes dois, que vc ja deve ter preparado, e uma forma de atrair mais atenção a esses dois que perderam muito de seu brilho com o tempo.
    Mas apesar do susto, e de todo o clima tenso, adorei o capítulo, me fez ver estes dois por uma nova perspectiva u.u, então, bota lodo o Panetto e Akebia numa batalha em dupla épica, pra eles mandarem ver e mostrarem seu valor (le eu querendo ver mais batalhas épicas de novo kkkkkkkkk)
    Bem, acho q excedi o limite de linhas de novo -.- Então, ate mais, Sayonara!!

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  2. Oi, Laísa! Show de bola que você tenha notado, essa frase que você mencionou do Chaud era uma das principais do episódio. Um personagem nunca morre, os caras podem descer bala ou enfiar uma espada no pâncreas do cara, ele não vai morrer kkk Ele não morre porque esse personagem continuará vivo no coração dos leitores, em desenhos, em outas histórias e no poder das palavras daqueles que desejarem revivê-lo. Por outro lado, se um personagem cai no poço do esquecimento... Ele meio que não tem mais importância para nada. E eu quis retratar exatamente isso com o Panetto, ele e a Akebia estavam desaparecendo, poucos ainda se lembravam ou realmente se importavam com ele. Já havia passado da hora de eu tomar alguma atitude.

    Pode apostar que este é um marco para mudanças drásticas nesses dois, em personalidades, aparências, estilos... Foi bem divertido usá-los, posso contar nos dedos quantas vezes eu descrevi cenas onde eles estavam presentes. Gosto de trazer a tona figuras há muito esquecidas. Bem, não foi dessa vez que eu pude apresentar esse grande vilão que eu prometi para você, e a Connie fará sua inauguração na hora certa. (O certo seria Connie, porque Bonnie é o nome de uma personagem de Unova, não quero intrigas de nomes semelhantes por aqui kk) Mas é bem interessante que você guarde aquela frase... Se um personagem for esquecido, ele pode desaparecer. Torço para que nenhum personagem de Sinnoh jamais desapareça. Alguns infelizmente foram sugados por esse vórtex do esquecimento, mas torço para que isso não se repita. Está aí algo que não depende de mim, e sim, dos leitores. São vocês que têm o poder de mantê-los vivos enquanto desejarem.

    Viu só... Lembro ainda quando o Panetto e a Akebia eram os primeiros integrantes do Lukas, hoje muitos personagens os ultrapassaram tendo muito mais repercussão. Mas ainda gosto de guardar um espaço para esses velhos esquecidos, sempre tem um espacinho para eles. Vou ter que bolar uma batalha em dupla bem épica para esses dois, e também para a Jade e o Yoshiki! Aposto que essas duas serão inesquecíveis aos olhos dos leitores kkk Muito obrigado pelo comment, Laísa, fiquei muito feliz com suas palavras, acho que elas retrataram exatamente a reação que eu queria causar com este episódio. Missão cumprida!

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  3. Yo, Canas, tudo bem com você? bem, deixando de enrolação, Panetto e Akébia, dois personagens que eu sempre gostei e nunca me esqueci, e tinha certeza que a hora deles aparecerem estava chegando, pois um autor nunca esquece um personagem que passou seu tempo criando e imaginando como ele é o que ele faz, eles sempre tem um lugar guardado no coração, esse capítulo me lembrou muito de Percy Jackson e a batalha do labirinto, não sei se você já leu mas, é na parte em que eles encontram o deus Pan(deus da natureza e coisas selvagens), e Pan antes de morrer, explica que mesmo um ser imortal, quando é esquecido e tem seus domínios devastados, simplesmente desaparece, não porque morreu, mas, porque ele quis desaparecer.
    Bem é isso Canas, um ótimo Fire teles, como o esperado, que mostra que é sempre bom mudar e ser melhor. Bem eu acho que você não vai querer ficar me ouvindo falar um monte de baboseiras, então, até mais.
    De: Firewall

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  4. Diga ae, Firewall! Nas notas do capítulo passado mesmo eu cheguei a postar essa frase do Percy Jackson e a Batalha do Labirinto. Comecei a ler a série no começo desse ano, mas ainda assim já posso dizer que aprendi muitas coisas, é um livro show de bola, sempre me encho de inspiração com essa escrita. Eu não conhecia nada sobre Pan, e a sacada que o Rick Riordan teve para esse personagem foi muito épica, ele trouxe uma visão da imortalidade que eu nunca havia sequer pensado, e acabei decidindo trabalhar com um capítulo que abordasse esse tema, visando transmitir exatamente essa mensagem aos leitores.

    Realmente cara, passei muito tempo trabalhando no Panetto e na Akebia, mas mesmo assim eu ainda sentia que faltava algo neles... Na realidade estou trabalhando num processo de recuperação, apenas o tempo conseguirá ir moldando melhor a personalidade desses dois. Mas ainda assim, fico muito feliz de saber que os leitores ainda se lembravam deles. Quero que no futuro da Saga Platina eles ainda possam voltar como dois grandes guerreiros da Fire Tales!

    E cara, esteja a vontade de para refletir e falar baboseiras, eu até curto, gosto desses momentos de reflexão dos leitores kkkk Muitas vezes no meio de tantas pensamentos estranhos é que surgem ideias realmente incríveis, por isso sempre leio cada comentário com atenção tentando identificar o significado de cada linha. Todos comments falam muito sobre a personalidade de cada um, é como se por meio deles nós possamos saber se o leitor está numa boa fase ou numa péssima, por isso sempre achei muito interessante... Enfim, valeu pelo elogio aí parceiro, nos vemos logo mais! (:

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  5. Yeah! Se você está lendo isso é porque eu consegui cumprir minha palavra /õ/
    Há um tempo você fala que gostaria de dar mais atenção para a Akebia e para o Panetto, e aqui está a oportunidade! Gostei bastante que você citou agora ter tido uma base a respeito do Pan, você nos apresentou algo muito importante: Quando o personagem é esquecido, ele pode correr o risco de ser apagado de sua existência, o que é motivo suficiente para que nosso caro Gastrodon queira mudar. Fico imaginando como será a "Nova Akebia", com certeza ela vai ficar muito sensual. Aproveito e o parabenizo pelo desenho do topo, cara, ficou muito show, criativo. E a mensagem não fica atrás, não é? Não precisamos mudar para as pessoas, mas sim por nós mesmos, quando desejarmos. Agora resta esperar o que será deste peculiar casal no futuro. E o próximo Fire Tales parece que será muito épico, vou ficar no aguardo!

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