Posted by : CanasOminous Jan 16, 2014

Support Conversation (Ereon x Renée Whitecloud)
Gênero: Amizade, Família, Ação;
Tema: Depois da queda do reinado da Legacy, Ereon e seus companheiros levam uma vida normal,
mas mesmo após sua aposentadoria, algumas coisas nunca voltam a ser como eram;
Sugestão do leitor: Lucarioiz (Luiz Gustavo).


Ali estava uma curiosa cena.
Ereon e Bartolomeu jogavam xadrez na praça da cidade. Não que fosse surreal deparar-se com dois aposentados tentando passar o seu tempo em uma manhã monótona, mas era um absurdo imaginar que aqueles dois já tinham sido no passado os Pokémons mais incríveis de uma geração.
Ereon, o Salamence de Walter Wallers; e o Hippowdon de Glenn Combs, Bartolomeu. Os dois velhos tentavam manter toda a paciência na jogatina ao elaborarem suas estratégias. A praça estava completamente vazia e sem movimento algum. Eles tinham toda  paz que desejassem.
— Ereon, eu odeio essa droga de xadrez,  e também odeio essa droga de praça, e odeio essa rotina. Me sinto um velho gordo e barrigudo que nem você, sem empolgação nem pra ir na cozinha tomar uma cervejinha — disse Bartolomeu, irritado.
— Fique quieto. Está atrapalhando a minha jogada... — respondeu Ereon.
— Estou falando sério. Ei, por que não vamos para um barzinho ou fazemos uma festona como nos velhos tempos? Vamos lá, não estamos tão velhos para ficarmos jogando xadrez na praça como se fosse a coisa mais interessante do mundo.
Ereon continuou encarando o tabuleiro, e vendo que o companheiro não se interessava mais na partida, era óbvio que Bartolomeu sacrificaria seu rei para que o jogo terminasse logo.
— Você fez de propósito — respondeu Ereon.
— Vamos lá, amigão. Você também odiava xadrez quando era mais novo... Tem que aproveitar mais! Nós dois somos as maiores lendas de Sinnoh no passado, e continuamos sendo.
— Bartolomeu, meu caro Bartolomeu — Ereon relaxou, guardando seu tabuleiro de xadrez de maneira paciente e sem pressa alguma. — Esse tempo já passou.
— Não, meu camarada, você só pensa que passou., Fica aí agindo feito velho, quando na verdade até mesmo a Renée ia querer ver novamente aquele Bagon atrevido que ela conheceu. Vamos dar uma festona daquelas, meu chapa! Traz a família e reserva o seu sítio, que eu levo as mulheres, a carne e a bebida, fechou?
Ereon deu uma risada cansada.
— Já vi que não conseguirei convencê-lo do contrário mesmo...
— Não se preocupa, amigão. É uma festa só pros amigos, vou chamar o Don e a família dele, o Machado, o Njord, a Luna e mais uns camaradas, mas vai ficar entre nós. E será até bom para ti deixar essas manias de aposentado e reviver os bons tempos. Fica vendo, tu não vai se arrepender.

• • •

No fim de semana, Ereon  pensou que poderia dormir até tarde, mas seu descanso não terminou quando os convidados de Bartolomeu foram chegando aos montes, transformando uma “festa familiar” num dos eventos mais aguardados do ano. Eram os velhos guerreiros da Legacy, os Pokémons mais poderosos da Elite no passado. Todos juntos, festejando com suas famílias e relembrando os bons tempos. Se Ereon esperava não chamar a atenção após a aposentadoria, seu bom e velho amigo estava sempre fazendo o contrário.
— Bart, quem é essa gente? — Ereon perguntou.
— Não sei, mandei convite para todo mundo, mas não se preocupe que os principais também virão — respondeu o Hippowdon.
Ao menos Ereon teria a companhia de sua velha trupe. O Salamence não escondeu um sorriso quando viu Machado e Don Godfather Corleone chegarem, seus mais amados parceiros. Machado era um sábio Alakazam sempre acompanhado de seus livros, e Godfather, como sempre, cercado por filhos, netos e até bisnetos de sua linhagem de Murkrows e todos os tipos de pássaros existentes.
— Ereon, il mio grande amico — Don cumprimentou-o com dois beijos na bochecha, um de cada lado, como os italianos sempre faziam.
— É bom revê-lo, Corleone. Como anda a família?
 Bien, bien. Está vendo todos esses bambinis? São todos meus, todos partes da ninhada. Infelizmente o Al Capone não pôde vir, figglio innaturale, mas fico mui feliz em poder revê-lo com todos os demais. Onde está a Renée?
— Foi receber a Luna e as demais, creio que a senhora Corleone também esteja com ela.
— Certo, certo. Mui bien, mais tarde vamos beber um pouco e festejar, e trouxe para ti os melhores vinhos de minha safra nesse ano. Quero vê-lo divertir-se como nos velhos tempos, Ereon. Vá em frente, pois esta festa é sua.
Ereon continuou cumprimentando um a um seus velhos amigos. Njord o abraçou com tanta força que quase quebrou suas costas, e Luna pulou sobre ele de tal maneira que Ereon sentiu mais algumas costelas serem quebradas pelo jeito eternamente jovial da companheira.
— Venha aqui, garotão! Continua forte e bonito como sempre, hm? E onde está sua esposa, a Altaria mais linda dentre as senhoras de nosso reino? Ahh, como eu adoro essa família! — dizia Njord alegremente, abraçando e cumprimentando todos ao seu redor com seus braços grandes e musculosos.
— Chefia, podemos arranjar encrenca com alguém na festa de hoje? — indagou Luna.
— Tente comportar-se, minha querida. Pelo menos uma vez — respondeu Ereon, sentindo uma terrível dor nas costas e indo sentar-se numa poltrona ali perto.
Ele logo ouviu a voz de alguém a tirar sarro com sua posição.
— Estás pior do que um velho rabugento, meu amigo!
— Machado, decidiu mudar seu modelito de roupas ou continua preso no século passado? — ele afirmou com um sorriso em seu rosto, indo levantar-se para receber o bom amigo com um abraço forte e carinhoso. — Como é bom revê-lo, é uma verdadeira dádiva ter todos vocês reunidos novamente, uma dádiva.
Machado era o Alakazam mais sábio da região, e um dos melhores amigos de Ereon nos tempos em que eles ainda batalhavam e defendiam a Liga Pokémon. Renée logo veio na companhia das demais esposas, lá também estava a mulher de Don Corleone e Njord, assim como Akagi que provavelmente era a mais jovem dentre todos aqueles velho Pokémons que faziam hora extra na terra.
Bartolomeu logo veio trazendo um copo de cerveja, falando alto e coçando a barba vendo que sua festa já era o maior sucesso sem que ele tivesse o menor trabalho.
— Vamos lá, seus macacos preguiçosos, cadê a alegria de sempre? Por Arceus, vocês estão piores do que a minha mãezinha que descansa lá no céu! — dizia o Hippowdon, aparentando estar bêbado ou simplesmente feliz demais para esconder. — Luna, minha princesa de juventude eterna, topa um chopp para animar esses velhos carrancudos?
— Manda logo, seu desgraçado de merda! — ela falou alto. — Eu desafio qualquer um de vocês a me derrubarem num duelo de bebidas! Cadê a honra de vocês, seus bichinhas? Não conseguem acompanhar o ritmo desta mulher?! — Luna ria com ferocidade e intimidava qualquer um a desafiá-la.
A festa continuou rolando com som alto e muitas pessoas dançando na pista. Ereon viu que a mídia estava lá, mas não cedeu entrevistas nem deu nenhuma possível informação sobre sua família visto que aquela festa deveria ser somente para os amigos. Ele perdia a paciência com os repórteres, mas Machado tentava acalmá-lo.
— Vamos lá, Ereon... Tente relaxar um pouco, essa festa é para você se divertir, e não ficar ainda mais estressado.
— Não consigo me divertir com esses parasitas por todos os cantos — respondeu o Salamence. — Eles ficam perguntando o tempo todo o que acho da atual temporada, se irei assistir às disputas da Fire Tales e se irei comparecer ao Torneio de Guildas, mas por hora não quero pensar em nada disso.
— E como vão seus outros filhos? — brincou Machado.
 Outros filhos? — Ereon perguntou, desconfiado. — Oh, está se referindo ao Aerus e o pequeno Watt Fuarrint? Eles estão se saindo muito bem no torneio esse ano pelas lutas que acompanhei até o momento, mas como cheguei a falar, não quero aparecer lá e acabar roubando toda a atenção... Quero que esse seja um momento deles.
Ereon relaxou em sua cadeira, olhando para o céu.
— E pensar que eu poderia ter "filhos" daquele tamanho...
De repente, sentiu alguém massageá-lo as costas. Ao olhar para trás deparou-se com sua amada esposa.
— Filhos dos quais você tem muito orgulho  — respondeu Renée. — Descanse, meu querido. Esqueça todo o resto, e apenas descanse
Ereon segurou na mão dela pelas costas, mas logo Renée o deixou e voltou a fazer sala para que os convidados se sentissem o melhor possível. Logo Don Corleone chegou, unindo-se à roda de velhos junto de Ereon e Machado que nada faziam além de ver o tempo passar e falar sobre o tempo que passara, relembrando seus bons momentos juntos.
Don apoiou-se em seu joelho antes de sentar-se numa cadeirinha de praia. Vestia uma camisa florida e shorts curtos. Andava meio encurvado e tinha um suquinho de laranja na outra mão. Quando pôde finalmente acomodar-se, uma linda Starly chegou para chamar-lhe a atenção.
 Nonno, nonno! O papai tá bebendo muito de novo. Eu apaguei o charuto dele e ele ficou bravo comigo...
— Virgil Sollozo, comporte-se — respondeu Don Corleone, chamando a atenção de seu filho mais velho como se ele ainda fosse uma criança. — Ahh, esses bambinis... Nunca param de crescer!.
— Graças à Arceus nunca tive um — respondeu Machado, relaxado em sua cadeira de praia.
— Estive pensando no assunto com a Renée, mas algumas vezes penso se já não somos velhos demais para isso — comentou Ereon. — Olhe só para você, Don! Já é avô, e tem cinco filhos para dar continuidade ao seu legado.
O velho Don Corleone pegou a pequena Starly em seu colo e acariciou seus longos cabelos negros.
— Quem é a menina mais linda do nonno? — ele sorriu, fazendo cócegas na menina e mandando-a de volta para brincar com seus irmãos e primos. — É por isso que eu digo, a família é o bem mais precioso que possuímos.
Enquanto os velhos falavam sobre a vida e suas famílias, parecia que as mulheres estavam interessadas em outros assuntos. Luna sentada na beira da piscina de pernas esticadas, enquanto Akagi continuava só esbanjando charme, de olho nos rapazes que passavam. Renée escondia-se debaixo do guarda sol vigiando as crianças, mas suas companheiras não saíam do mesmo assunto.
— Minha nossa, saca só aquele cara ali. Que corpão — disse Luna, lambendo os beiços. — Pena que quando ficam velhos cai tudo, literalmente. Sei disso por experiência própria, é horrível ver todos os seus amigos se tornarem velhotes, enquanto eu continuo aqui... dessa forma.
— Oh, mas esta beleza eterna que você possui certamente é uma benção, Luna! Por isso devemos aproveitar enquanto somos novas — respondeu Akagi, olhando para a amiga. — Sorte sua por seu linda assim para sempre. Nunca envelhecer, nunca deixar de ser bela.
— Sorte? Estou presa nesse corpo como uma maldição! Olha só o Machado, eu costumava adorar aquele jeitinho dele — respondeu Luna, olhando para o velho homem que agora tinha uma barba longa bem penteada, fios prateados na cabeça e certamente estava muito mais cansado e experiente do que quando se conheceram.
Ela soltou um suspiro antes de continuar:
— E, pra falar a verdade, ainda acho ele um charme hoje com todo aquele ar de superioridade e sabedoria. Se ele vacilar qualquer dia desses, eu vou pegá-lo pra mim.
— Amiga! — Akagi deu um empurrão no ombro de Luna — Você não tem jeito mesmo.
Renée riu da conversa das companheiras, e lembrou-se do tempo em que ela também já fora eleita a mulher mais linda de toda a Sinnoh, um ícone de beleza e formosura, a Altaria mais almejada da região. No fim das contas fora Ereon que conquistara seu coração, mas agora, ela se olhava no reflexo da piscina e via que as manchas e marcas de expressão já a alcançavam. Ela não tinha mais o rostinho de 30 anos atrás. Soltou um suspiro chateado, até sentir alguém puxar sua mão.
— Tia Renée, não vai entrar na piscina? Não gosto de te ver aí parada, entra com a gente! — disse uma pequena Hippopotas.
— Ora, ora. Você deve ser a sobrinha do Bartolomeu — disse Renée contente. — Você é uma gracinha, e tem o mesmo jeito do seu tio.
— Entra com a gente! — respondeu um pequeno Murkrow, outro neto do velho Godfather.
Logo todas as crianças estavam pedindo para que Renée entrassem com eles na água, e sem ver outras alternativas, a velha senhora cedeu. Apesar da idade, ela conseguia algo que Luna e Akagi não teria tão cedo: A simpatia. Ereon as observava de longe, radiante por saber que se casara com a mulher mais incrível do mundo.
Foi quando o ritmo da festa começou a mudar.
Ali perto havia um sujeito enxerido que ficava fazendo graça nas proximidades. A represa em frente ao sítio de Ereon era pública, e com isso o tempo todo algum Sharpedo folgado aparecia ali tentando chamar atenção das garotas, nadando com a velocidade de um Jet Ski, exibindo toda a graça de sua juventude.
Machado apontou em direção dele com a cabeça.
— Aquele sujeito — disse o Alakazam. — Aquele sujeito vai arrumar problemas muito em breve se continuar fazendo essas manobras perigosas.
— É só um garotão, Machado... Já tivemos essa idade também. Deixa ele se mostrar — respondeu Njord.
Ereon só o observou de longe. Renée, Luna e Akagi continuavam na beirada da piscina, compartilhando espaço com o píer na beira da represa. O Sharpedo tinha um ar despreocupado, com seus óculos escuros estava claro que só queria chamar atenção.
— Ele está fazendo manobras perigosas demais — Machado repetiu, preocupado. — As crianças estão ali também, e o sujeito está se arriscando perto demais da beirada. Nessa velocidade, se ele fizer uma curva, não conseguirá parar.
Foi então que o Sharpedo passou tão perto dos limites que as ondas começaram a atrapalhar suas  próprias manobras. Espirrou água para todos os cantos e deu um verdadeiro Surf para cima das mulheres e das crianças que foram todas cobertas pelo susto angustiado daquele movimento. Mas, para completar, conforme Machado previra, o sujeito acabou sendo arremessado para longe, o que assustou todos os convidados e ele acabou quase indo parar no meio de onde as crianças brincavam, o que teria sido o suficiente para machucar ou até mesmo matar alguém se Renée não tivesse pedido para que todas saíssem.
Ereon levantou-se no mesmo instante.
Akagi estava com o cabelo encharcado, e Luna cerrara os punhos rangendo os dentes, segurando-se pra não explodir aquele Sharpedo em mil pedaços. Os netos de Don Corleone começaram a chorar e todos os pais foram até ali para ver o que acontecera. Don ficou sério ao ver a mesma Starly, sua adorável netinha, chorando nos braços de Virgil.
— Não foi nada, não foi nada — dizia Virgil, o irmão mais velho de Al Capone.
Quando todos esperavam que o Sharpedo fosse voltar e pedir desculpas pelo ocorrido, o sujeito voltou rindo e falando ainda mais alto:
— Gostaram do banho? Pois vão tomar outro!
Ele voltou para dentro da água e saiu dali o mais rápido que pôde.
Ah, aquela fora a gota d’água.
Ereon levantou-se de sua cadeirinha de praia, sua expressão contida pela fúria. Renée percebeu no mesmo instante que seu marido estava para fazer alguma loucura e correu em sua direção, tentando impedi-lo de qualquer erro.
— Querido, foi só um acidente, não precisa se preocupar com isso... O importante é que estamos todos bem — dizia Renée com a voz baixa.
Ereon não respondeu, mas Machado tirou as palavras de sua boca.
— Senhorita Whitecloud, aqui está algo que nem o seu marido, e nem qualquer outro integrante desta festa poderia permitir: Aquele sujeito mexeu com a nossa família, e aí está algo que não poderemos perdoar.
— Vocês viram só que bastardo? Ele passou tão perto da piscina que poderia ter detonado o píer, e haviam crianças ali! Minha filhota estava ali! — disse o gigantesco Njord, furioso.
Don Corleone viu suas crianças chorarem, e não gostou nem um pouco daquilo.
 Papà, peço permissão para correr atrás daquele desgraçado e fazê-lo pagar pelo que fez — disse seu filho mais velho, o mais esquentado de todos. Ele ainda estava com a pequena Starly aos prantos em seu ombro, quando Don Corleone respondeu:
 Non. Você ficará aqui e cuidará dos outros, Virgil.
— Mas por que, papà?!
— Porque somos nós que iremos atrás deles.
Cheirando uma boa pancadaria e um pouco de frustração, Luna já garantiu que faria presença.
— Aquele imaculado filhote do diabo deu um sorrisinho sarcástico, então fiquei com vontade de quebrar os dentes dele para ele deixar de bancar o engraçadinho para cima de mim — disse Luna, cerrando os punhos. — É só apontar, e eu elimino.
— Detesto ver crianças chorando, minha esposa e minha filha também estavam ali, para elas é um perigo se molhar — continuou Njord. — Alguém está precisando aprender umas boas maneiras.
Ereon assentiu com a cabeça, e reunindo alguns bons amigos estava para partir antes que Bartolomeu fosse correndo em sua direção, desesperado.
— Você viu o que acabou de acontecer? Vish maria, isso cheira a encrenca, não será nada bom para a reputação da nossa festa, o Corleone ficou uma fera! O que faremos, compadre?
— Estamos indo resolver isso agora mesmo — respondeu Ereon.
— Tá brincando? — perguntou Bartolomeu, impressionado. — Aguenta as onda que eu vou junto.

• • •

— Vocês não tem noção, aí eu cheguei bem pertinho deles e dei um verdadeiro banho! Cara, foi hilário, eles ficaram com maior cara de tacho e eu ainda voltei e falar: Gostaram do banho? Pois vão tomar outro! Hah, hah, hah...
Aquele mesmo Sharpedo agora ria no bar, cercado de seus amigos e algumas outras garotas que riam e se divertiam com a história. Todos eles se falavam alto e nem se importavam com o que os demais pensassem. O dono do bar já estava farto deles, mas enquanto eles ficassem ali consumindo e gastando, teriam de ser aturados.
— Você ainda foi bonzinho, podia ter feito mais — respondeu uma Gorebyss, dando um selinho no sujeito que fizera a onda enquanto ele descansava o braço no ombro da garota.
— Pois é, mas eram só um bando de velhos dando uma festinha para a criançada. E até que tinha umas bem gostosas no meio, só que vocês ainda são melhores — o cara riu, dando um beijo mais intenso na sua garota e erguendo a cerveja para brindar com os colegas.
— Maluco, nunca ri tanto... Na próxima vez me chama que eu vou junto — disse seu amigo, um Huntail.
— Eu só queria imaginar a cara daqueles otários agora. Vocês tinham que ter visto como eles ficaram revoltados depois da onda que eu fiz, foi foda demais!
O grupinho era composto por seis pessoas, quatro homens e duas mulheres. O Sharpedo ainda dava risadinhas constantes e pareceu nem perceber quando Ereon e sua trupe chegara.
O Salamence estava de pé na entrada do bar, acompanhado por Bartolomeu, Luna, Njord e Don Corleone. Bartolomeu podia ser velho, mas tinha cara de mal com aquele bigode negro e os cabelos adornados por fios prateados escovados para trás. Njord tinha a largura de um pilar maciço de mármore, e Luna tinha a cara de que iria matar alguém. Ereon e Don Corleone podiam ser os menores e menos intimidadores da equipe, mas eram os que mais assustavam.
Don Corleone deu uma única ordem, apontando com o indicador na direção do Sharpedo.
— É aquele ali.
O grupo aproximou-se da mesa sem dizer nada, mas chamando a atenção de todos os demais que já notavam sua presença. Njord cutucou com o dedo as costas do Sharpedo que incomodou-se com o gesto e não deu a mínima para quem quer que fosse atrás dele.
— Com licença — disse Njord.
— O que foi, mano? — indagou o Sharpendo de maneira rude, virando-se para trás. — Não tá vendo que eu tô ocupado, não?
E certamente não houve tempo, pois Njord o acertara com um tapa tão forte na cara que o sujeito terminou sendo lançado de volta para o mar de onde viera. Seus demais comparsas se levantaram, mas Ereon acertou um deles com um soco de direita que deixou sua mão marcada no rosto dele por algumas semanas.
Eles não pretendiam investir contra os demais e causar uma briga, mas no instante que os outros quatro se levantaram a pancadaria rolou solta para todos os lados. As duas garotas gritavam, sendo que a Gorebyss pegou uma cadeira acertando Bartolomeu pelas costas. O homem nem se mexeu, parecia nem ter sentido. Com seus quase dois metros de altura, Bartolomeu a encarou de baixo para cima.
— É melhor sair daqui, mocinha, ou vai apanhar junto. E eu não gosto de bater em mulheres — disse Bartolomeu.
Neste mesmo instante, Luna a acertou com uma cotovelada que a fez cair no chão, atordoada.
— Mas eu bato. O fato de você ser mulher não representa nada para mim, então podemos resolver isso de igual para igual — respondeu Luna com uma risada sarcástica.
Ereon e Njord não tiveram muitos problemas em derrubar os outros quatro marmanjos como se fossem valentões que expulsam as crianças do parquinho. Don Corleone só precisou ficar olhando. Uma parte do bar estava destruído, e ao terminarem a confusão Ereon olhou para todos os fregueses assustados e explicou-lhes toda a história.
— Nos desculpem pelo ocorrido, — ele pediu mais uma vez, antes de sair junto dos demais.
O dono do bar estava contente por finalmente ter se livrado daquele grupinho infernal, e também era possível ouvir sussurros e elogios vindos dos demais. O caminho de volta foi agitado e movimentado, Bartolomeu falava sobre como ele acertara um soco na testa de um garoto 40 anos mais jovem que eles, e de como o medo estava visível nos olhos de seus adversários.
— Eles brincam com qualquer um, depois não aguentam o tranco! — disse Bartolomeu com uma risada, ainda socando o ar, inspirado. — Cara, há quanto tempo eu não arrumava uma treta dessas? É bem melhor do que jogar xadrez na praça, fala aí!
Ereon não escondeu uma risada.
— Vamos ter que responder por isso na delegacia mais tarde...
— E daí? Eu não vi nada, eu não fiz nada, e se me perguntarem, eu estava dando a minha humilde festinha no sítio do meu amigo! — Bartolomeu caiu na risada.
— Não sou a favor da violência, mas dessa vez eles mereceram — assentiu Godfather, caminhando com as mãos para trás, contente por retornar para casa com a vitória em mãos.
Logo os quatro pararam e deram a falta de alguém.
— Vish, cadê a Luna? Cadê aquela mulher doida?! — indagou Bartolomeu, desesperado.
Eles se voltaram para trás, vendo que Luna já os alcançava. Ela vinha do bar e estava com o mesmo sorriso no rosto.
— O que foi, rapazes? Por que estão me olhando com essa cara de preocupação? Como se eu fosse o tipo de menina levada que sempre apronta...
— Luna, você não matou aquele sujeito, não é? — indagou Ereon.
A mulher deu de ombros.
— Euuuuu? Bem, eu só cumpri com o que falei que faria. Sorte dele é que os dentes de Sharpedos crescem rapidinho — ela deu uma risada descontraída antes de continuar seu caminho.

• • •

No começo do dia, Ereon mal podia esperar para que aquela festa terminasse antes de começar. Porém, conforme o tempo foi passando, ele desejou mesmo é que passasse ainda mais devagar, dando-lhe a oportunidade de aproveitar um pouco mais ao lado de seus bons amigos.
Quando a festa finalmente terminou, Bartolomeu já se prontificou para marcar outra. Don Corleone levou sua família de volta para seus domínios, mas agradeceu a todos com sua típica despedida italiana, propondo um brinde aos anfitriões da festa e muita dança; Njord retornaria para suas terras com esposa e filha; Machado despediu-se de seu amigo com um forte abraço e ainda lhe deu um livro muito recomendando, chamado: O Velho Ranzinza. Luna prontificou-se a levá-lo de volta para casa, o que certamente não terminaria em nada bom.
Logo todos os demais foram voltando para suas devidas casas, e Ereon continuou sozinho, junto de Renée.
A mulher ainda arrumava o que restara da festa quando seu marido se aproximou.
— Ah, essa é a parte mais cansativa... O que sobra depois dos convidados — disse Ereon com uma risada.
— Bem, faz parte, é o que sobrou da diversão e de um dia maravilhoso! — respondeu Renée, dando-lhe um beijo no rosto. — E eu adorei hoje, fazia muito tempo que eu não me divertia tanto. Foi bom vê-lo feliz, como nos velhos tempos.
Ereon sorriu, revelando assim suas marcas de expressão tão distintas em seu rosto e o cavanhaque com fios brancos a adornarem a idade se evidenciando cada vez mais.
Renée segurou-o pela gola da blusa e o chamou:
— E obrigada pelo que fez hoje. Você nos protegeu daquele sujeito encrenqueiro.
— É o mínimo que eu poderia fazer pelos amigos e por nossa família — ele respondeu.
— Nossa família? — indagou a Altaria. — Por um acaso tem eu, você, e mais alguém?
Ereon ergueu as sobrancelhas, assustado.
— E-Eu não sei, teria?
Sua mulher riu de maneira descontraída.
— Veremos isso mais tarde, meu querido. Veremos mais tarde. Estou te esperando em nossa toca dos sonhos, okay?

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  1. QUE DAORA, VAI TER PARTY HARD... Ah, tretas. Sabia, kra. Se não tiver treta não tem graça *Pega balde de pipoca*

    Minha reação sobre esse capítulo <3 E eu imaginei a Luna batendo naquele Sharpedo fi de quenga rindo like a Imperador Zurg. O_O HEUEHUEHUEHEUHEUEHUEHUH ME XONEI PELA LUNA <3 QUERO VER ELA SAMBANDO NO RECALQUE, ESSA AVIRL LAVIGNE POKÉMON <333333

    Velhinhos causando tretas... <3 Isso me lembra minha vó e minha tia. SEMPRE causando barraco até no banco. E maioria das vezes eu estou lá pra ver as tretas da família. Aaaah, eu achei tão bonitinho a família dos Passarinhu <33333333333 Eu imaginei Gijinkas de Munkrows e Starlys todos brincando de bola... AWWWWN <3333 E eu vou sugerir uma coisa, Canitas: FAZ ESSES PIRRALHINHOS "TREINANDO" <333333 Se tu fizer isso, vou te amar forever <3

    Enfim. Cara, eu nunca ganhei uma partida de xadrez. Eu sei jogar, mas não sei ganhar. ;_; Prefiro damas u-u De qualquer forma... LUNA QUER DAR UNS PEGA NO MACHADO. EITA. Só quero ver isso. Daria um bom SC :3 Cara, eu amei ela <3 E amei a Renée também <3 Ereon deve ser muitho lindo, e nem tão velho assim. <333333

    ENFIM. Com certeza, eu quero ver mais histórias desse grupo, e do Waltão também, se for possível. Tô pedindo muita coisa, Canitas e-e (AVÁ) Eu fiquei rindo na frente do PC e minha mãe me achou retardada, provavelmente. HUEHEUHEUEH <3 Cara, eu acho que ESSE foi um dos meus SC's favoritos, senão o meu favorito <3 Quero mais coisitas assim, canitas <3

    SAYO!, diretamente da sua baranga predileta <3

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  2. Diga ae, Juh! Essa foi a primeira vez que consegui trabalhar com alguns desses personagens, que apesar de terem sido criados há tanto tempo só deram as caras agora. Poxa, eles sempre foram divertidos, eu precisava de um capítulo que mostrasse pelo menos um pouquinho de como eles são em seu dia a dia! Todos velhões aposentados e com cara de mal, eles são tipo o RED do filme: Retired Extremly Dangerous kk A Luna só tinha sido vista no Capítulo 64 lutando contra os Fire Tales, mas agora pudemos ver melhor o lado cômico dela, meio exagerado e completamente emocional kk Certamente seria muito louco acompanhar uma saga só deles!

    kkkk Mas não dá, não dá. Muita coisa pra fazer, e eu trouxe esse Support só para matar a curiosidade e diverti-los um pouquinho. Fico muito feliz que tenha curtido o episódio, ele é especial porque digamos que faça parte da minha vida também kk Mais tarde vou ter que desenhar a família inteira do Don Corleone, todos os irmãos do Al Capone, todos os filhos dele, netos, primos, tios, tias, vai dar uns mil personagens! kkkkk Até o fim da Liga creio que os veremos mais vezes, fazendo uma aparição aqui e outra ali, mas eles sempre estarão conosco.

    Sabe por que eu não poderia fazer a mesma coisa com o Walter? Simplesmente porque o Ereon é o Walter! Eu quero que vocês vejam os Pokémons como algo mais intenso do que isso, pode prestar atenção, o Glenn é como o Bartolomeu, o Marshall é como o Don Corleone, a Melyssa é como a Renée... Cada Pokémon é extremamente parecido com seu devido treinador, então é só imaginar isso acontecendo com eles, é como se fossem o mesmo personagem em universos alternativos, sabe? São vários pontos da personalidades deles que são colocados em cada Pokémon, criando assim o que chamamos de Guildas. Meio louco tudo isso, né? kkkkkkkkk Vou indo nessa Juh, beijos!

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  3. Se canas apareci recentemente no seu blog e cara..... Eu me apaixonei pela historia li todos os capítulos e estou esperando o 92 amei se trabalho continua assim cara e nunca pare de ser criativo vlw flw

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  4. Olá, companheiro! É sempre uma grande notícia encontrar novos leitores, espero continuar a vê-lo por aqui nos próximos dias, então sinta-se a vontade! Eu não postarei o Capítulo 92 por que preparei uma surpresinha, teremos o 91.5 antes para mostrar um pouco mais dos outros personagens que ainda não aparecerão, mas ele está na mesma qualidade e super divertido de se ler! Obrigado pelos elogios, e pode deixar que continuarei a dar o meu melhor sempre, simplesmente adoro o que faço! (: Abração!

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  5. firssssssssssssssssssst scÊcÊ sugestion my qui oce faiz ! euuuuuuuuuuuuuuuuu tttttttttttttttttoooooooooooooooooo locooooooooooooooooooooooooooooooo
    Ok, sério canas, o seu super poder é criar sharpedos feiras da fruta do baralho ou fdpc kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkmas continuando , muito foda esse sc, #vailevaroomascar hehehe
    eu te mando umas sete sugestions sc i ocÊ faiz justo o com tema de action , seu malandro!
    BUT , I STILL WAITING FOR THE GLADE CIARY LISSILI SUPPORT CONVERSATIOU,
    IN FIRST PERSON.

    Agora, sério, o support qui eu mais quelo é o do enterro do alexay , ele merece : C

    estou te esperando na toca dos sonhos, ok ? ... #bolado #ereon #sortudo
    flwos
    lucarioiz (amazing tenho mais preguiça do que vc p/ do my name )
    Ps: quero o especial vista times machine e 30 motivos p/ odiar o vista ( inspirado em 17 motivos p/ jogar o duke pela janela )

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