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Posted by : CanasOminous
Jul 22, 2014
Capítulo 8
O Encontro
A euforia da garota podia ser claramente vista dia após dia,
ela contava os segundos para que o fim de semana logo chegasse, por mais que
não fizesse ideia de como ir vestida, o que conversar, ou sequer o que fazer em
um encontro como aquele.
Helen estaria saindo
com o rapaz mais almejado da escola, ambos compartilhavam a mesma atração, mas
diferentemente da jovem menina, Wes era alguém que já tinha maior experiência
no assunto. Helen não queria que nada saísse errado, mas não chegou a consultar
Stella ou sou tia para saber exatamente como vestir-se, trataria de tais
assuntos ao lado da maior estilista que já conhecera, sua Suicune.
O fim de semana
chegou num piscar de olhos, e nunca antes as aulas passaram tão rápidas. Os
dias praticamente não existiram, foram tratados mais como uma contagem
regressiva ao tão aguardado momento em que fosse à um “encontro”. Seus Pokémons
compartilhavam a mesma empolgação.
— Tá
chegando, tá chegando! — repetia o Groudon.
— Vamos lá,
querida! Você já está aí deitada há muito tempo, não é melhor começar a se
trocar e preparar as suas roupas? — indagou Sarah, a Suicune.
Helen deu uma risada,
virando-se assim para seus bonecos com um largo sorriso estampado no rosto, um
sorriso que desde o dia em que atendera aquele telefone não havia desaparecido:
— Estou pensando o
que devo fazer. Sou eu, ou ele quem deve pagar as contas?
— Compartilhem
os dois. — explicou Mew.
— Deixa tudo
para o macho, essa é a função dele. — brincou o dragão.
— Aproveite
para fazer compras também, e já peça um anel de namoro. — emendou o
Giratina traiçoeiro que aproveitava-se de qualquer oportunidade para benefício
próprio.
— Namoro? Eu
não estava esperando isso logo de cara... É muito cedo para que eu pense em
beijo e coisas do tipo? — indagou a menina.
Suicune e Mew, as
mais experientes e velha da equipe, sabiam que era muito improvável que aquilo
acontecesse. Elas sempre estavam ao de Helen com conselhos de amigas.
— Não espere
tantas coisas de seu acompanhante. Aproveite esta oportunidade para se
conhecerem melhor, para saber se ele é realmente aquilo que você
esperava. — explicou a Mew.
— Chega logo
pulando no colo dele e gemendo: Sou toda sua a partir de agora! Hah, hah,
hah... — brincou o Groudon, recebendo um empurrão da Suicune que teria
mandado-o para outra região.
— Trate de
não contaminá-la com esse seus pensamentos ruins. — respondeu Sarah.
— Qual é, só
estou dizendo o que eu acho que ele gostaria de ouvir! — disse o
Groudon — Tudo bem, vou ser bem sincero, observando o rapaz por esse
tempo devo dizer que ele prefere uma garota mais recatada e tímida, e você fita
esse perfil perfeitamente, Helen.
— Você acha mesmo? —
perguntou ela animada.
— Meus caros
companheiros de equipe, agora peço que abram espaço, porque o Amor verdadeiro
está chegando. Deixe este trabalho para o grande Groudon das profundezas do
mundo, sou o mestre do flerte e senhor dos amantes. Vou ensinar tudo que você
precisa saber para cativar esse rapaz.
Helen empolgou-se com
a iniciativa de seu bichinho. Era uma cena estranha ver uma criatura imensa
como aquele Groudon dando-lhe aulas sobre como fazer bonito na frente dos
rapazes, mas Helen ouvia cada ideia atentamente.
— Primeiramente,
tenha senso de humor e ria de tudo que ele falar. — explicou o dragão.
— E seu não achar
graça?
— Ria da mesma
forma, mas você vai rir, aposto na capacidade desse Wes como um bobão, afinal,
eu e ele compartilhamos a mesma personalidade. Estou certo disso? —
riu o dragão, vendo a menina acenar positivo — Vamos lá, finja que está
saindo comigo.
Suicune a Mew não esconderam
uma risada, enquanto o Giratina fazia questão de pagar para ver aquela cena
bizarra.
— Interessante,
uma treinadora saindo com um Pokémon. — disse a serpente.
— Fica de boa
aí, Gilbert. Eu sei que sou mais bonito e atraente do que aquele rapaz, e minha
senhora se encontrará muito mais apaixonada por mim no fim do dia. —
gabava-se o Pokémon — Pegue-me no colo. Vamos dar uma volta no
apartamento.
Helen segurou seu
bichinho de pelúcia e começou a andar pela área imaginando cada lugar e cada
cena de como passaria o seu dia ao lado do verdadeiro Wes. E naquele ponto, o
dragão era um perfeito ator.
— E aí,
Helen! Cara, você está maior bonitinha. Eu já disse que curti muito esse seu
corte de cabelo, não é?
Helen riu de forma
acanhada, mas não respondeu. O Groudon logo emendou:
— E então?
Acabou o assunto para a noite inteira?
— Ah... Não sei, não
sei o que responder...
— Segunda
lição. Na moral, não se faça de tímida burra. Uma coisa é ser meiguinha e ter
esses seus olhos expressivos de Anime; outra é não saber conversar com ele por
falta de assunto. Você é uma garota inteligente, sobre o que tentaria falar com
ele em um encontro?
— Bom... Wes, você
gosta de ler O Senhor dos Anéis?
— Não. —
respondeu o dragão.
— Vish. Então,
conhece algo da saga de Percy Jackson ou Harry Potter?
— Não.
— Você não gostaria
de algo como Crepúsculo, gostaria?
— O que é
isso? — perguntou o dragão.
— Melhor não saber.
Enfim, imagino realmente que o Wes verdadeiro não goste de ler... Mas é uma das
coisas que mais faço em meus dias, eu não iria conversar com ele e falar sobre
Pokémons.
— E qual é o
problema nisso?
Helen parecia
pensativa, tendo vergonha de responder aquilo na frente de seu Groudon, que por
sinal também era um Pokémon. A menina coçou a cabeça um pouco sem graça,
desviou o olhar de seu bichinho de pelúcia e gaguejou:
— Bem, ele é tão...
descolado. Não gostaria desse tipo de coisa, aposto que zombaria de mim se
soubesse que eu gosto.
— Quero que
entenda algo, princesa. Se você gostar disso esse sujeito não teria a cara de
pau de chegar e falar que odeia. O máximo que ele pode fazer é evitar o
assunto, mas ouça, se ele sabe que isso é importante para você então ele nunca
faria uma brincadeira de mal gosto. E se fizer, peço para que me chame, porque
faço questão de acabar com ele.
Helen ficou estática
ouvindo o conselho de seu bichinho de pelúcia. Por um momento sentiu-se
protegida pela armadura vermelha de seu protetor como há muito não sentia, como
se ele mesmo compreendesse tudo que Helen precisava para ela.
— Eu queria que o Wes
verdadeiro fosse como você... — comentou ela bem baixinho.
— Isso eu não
posso prometer. Sou um fruto da sua imaginação, mas posso garantir algo: Eu
sempre estarei com você, e você sempre terá alguém por quem é amada.
Helen sorriu e
abraçou seu Groudon com enorme força e carinho. Sentia ele como seu amor
verdadeiro, como o maior protetor e como o espelho de homem que buscara para a
vida. Não se importava do Wes verdadeiro passar a evita-la caso o encontro
fosse um desastre, pois sabia que ao voltar para casa teria alguém para
apoiá-la.
O Groudon emendou
cada uma das aulas com cuidado, quando faltavam duas horas para o encontro a
menina já começou a se arrumar. Escolheu as melhores roupas de sua amiga
Suicune, e aparentemente, o senso de modo da estilista começava a funcionar.
— Isso fica bonito?
— Tenho
algumas ideias melhores, mas preciso que você as veja para entender melhor.
Pesquise na internet algumas combinações que eu for dizendo, e no fim do dia eu
a tornarei a Campeã da Região.
Helen apreciou muito
a ideia e logo ajeitou todas as roupas desejadas. Ficou horas no banheiro se
lavando e tentando ajeitar o cabelo, por sorte um pouco depois sua tia chegou
do trabalho.
— Voltou mais cedo
hoje? — perguntou Helen.
— Pedi para sair para
que eu pudesse ajuda-la com esse encontro. Vamos lá, deixe-me fazer uma bela
maquiagem em você. — sorriu a mulher — E veja só, quem escolheu essas roupas
lindas?
— Foi a Sarah. —
respondeu Helen de modo automático.
— Quem?
Helen hesitou por um
momento.
— Uma amiga minha...
A tia assentiu com a
cabeça, e logo foi em direção do banheiro junto da menina. Pediu para que ela
se sentasse em frente ao espelho então começou a seção de maquiagem. Terminado
a tarefa a menina começou a procurar os acessórios que dariam o toque final
para sua roupa daquela tarde. No fim a missão estava completa, ela parecia
estar com seus dezoito anos de idade, uma verdadeira mulher.
— Ellie, você está
linda! — afirmou a tia mordendo a ponta de um de seus dedos.
— Obrigada. —
assentiu a menina.
— Agora vá arrumar o
seu quarto, e me avise quando for para levá-la ao shopping.
Helen concordou e
pegou todos os seus bonecos jogados no quarto para deixá-lo em perfeito estado
quando voltasse. A menina agradeceu o apoio de Suicune e de Mew, e até mesmo
agradeceu o Giratina pelo apoio contra sua vontade em alguns instantes. Por
fim, foi em direção de Wes e deu um suave beijo no rosto do dragão de pelúcia.
— Obrigada por tudo.
Quando a menina
preparava-se para sair notou o boneco do Pikachu caído próximo à cama, como
alguém que se escondia. Helen pegou-o em seus braços e afirmou não o ter visto
a tarde toda enquanto se preparava.
— Por onde andou?
Will não respondeu,
parecendo um pouco frustrado com algo.
— O que houve? Está
com ciúmes? — sorriu ela.
— Não gosto
muito desse sujeito, Helen. — respondeu o Pikachu.
— Não seja bobo, ele
é apenas um amigo meu.
— E por isso
eu não gosto dele. — assentiu o Pikachu de forma séria.
Helen estranhou a
reação do pequeno Pokémon, mas não tinha tempo para discutir naquele instante,
por isso guardou-o na prateleira e foi embora. Sua tia levou-a de carro até a
porta do shopping, estava chegando até mais cedo de tão eufórica e ansiosa que
estava. A tia desejou um bom encontro e pediu para que não voltasse muito
tarde. Helen assentiu, e virou-se para caminhar até o local combinado.
Wes não havia se
atrasado, muito. Foram apenas cinco minutos, uma vez que precisou ir até o
local de ônibus, mas aqueles longos cinco minutos pareceram uma eternidade para
a menina. Helen abaixou a fronte ao vê-lo, mas lembrou-se de toda a ajuda que
seu Groudon lhe dera, e por isso, ergueu o rosto para encará-lo nos olhos. O
rapaz ficou sem palavras.
— E aí, Helen! —
disse ele fazendo uma pausa — Cara, você está... deslumbrante. Oh, deixei essa
palavra marcada no meu dicionário a semana inteira.
Helen não escondeu um sorriso espontâneo.
Helen não escondeu um sorriso espontâneo.
— Você também, Wes.
Está muito atraente. — respondeu um pouco sem graça.
— Olha, obrigado por
ter aceitado o meu convite. Já preparei algumas coisas para que a gente faça,
vamos dar uma passada no cinema mais tarde. Quer assistir algum filme de... Sei
lá, de romance?
— Ah... Lançaram o
terceiro filme de robôs gigantes que destroem o planeta com bombas e aquela
atriz que fica mexendo no motor do carro só de shortinho... Esqueci o nome
dela... Gosta desse tipo de filme?
Case-se comigo — foi o que provavelmente Wes pensou naquele instante, mas
preferiu não comentar nada, o rapaz apenas riu mexendo suas mãos e mostrando a
felicidade.
— Putz! Putz! Cara,
curto muito filme assim, pensei que você fosse querer assistir um outro gênero,
mas pra falar a verdade, não tenho nada contra filmes de romance. Mas dahora
que você gosta de filmes assim, muito legal mesmo.
Helen sorriu, completando
assim sua primeira missão. O Groudon estaria orgulhoso dela naquela situação,
mas de fato, sua maior lição era que ela apenas agisse como realmente era. Não
precisava enganá-lo, nem ser alguém falsa, bastava mostrar-se como agia ao lado
de seus próprios Pokémons.
Os dois pegaram os
ingressos, mas ainda demoraria uma hora até a seção do filme. Eles caminharam
juntos, às vezes em silêncio, embora Wes já notasse que ela se soltava mais e
tinha um caminhar mais firme no shopping que fazia muitas pessoas pararem para
olhar. Helen virou-se para o rapaz e perguntou na tentativa de iniciar um
diálogo:
— Bom... Você gosta
de livros?
— Sei que é esquisito
dizer isso, mas eu gosto sim. No trabalho fico lendo aqueles do vestibular
quando meu avô dá um descanso, então tenho lido bastante nos últimos meses. —
explicou Wes.
— Verdade? —
perguntou Helen animada — Que tipo de gênero você gosta?
— Olha, eu leio de
tudo. Li até mesmo esses famosos do momento, aquele Harry Potter, Percy
Jackson, O Senhor dos Anéis, e pra falar a verdade consegui até mesmo ler a
saga inteira daquele Crepúsculo, dá para acreditar?
Casa comigo! — provavelmente Helen tivera a mesma reação, mas demonstrou
tudo aquilo apenas num sorriso que quase não coube em seu rosto. Ambos adoravam
ler, e compartilhavam gostos parecidos.
A dificuldade para
eles tratava-se da área de exatas, mas parando para analisar as matérias que
envolviam redação e português eles tiravam notas muito altas. Até mesmo Wes
havia mostrado um aumento crescente em suas notas. Do primeiro semestre
para o segundo todas elas haviam aumentado de três para oito, o que revelava
que o descaso de Wes era pela falta de estudos, mas ele era inteligente por
natureza.
A conversa
estendeu-se por várias horas tanto que eles imploravam para que o cinema
tardasse a começar. Wes pagou os dois convite, comprou as pipocas e entrou na
sala do filme. Durante o filme Helen esqueceu-se de uma importante lição dada
por seu Groudon: Coloque a mão do lado da poltrona para que ele a
segure. Mas provavelmente os dois estavam tão entretidos com as
batalhas cósmicas que o próprio rapaz teria se esquecido do motivo central do
encontro. No fim do filme não se falava de outra coisa.
— Mano, tipo, mano!
Meu Deus, que filme foooooda! Viu aquelas máquinas virando um jato, depois um
tanque de guerra que se transforma num leviatã doidão que come prédios
inteiros? — dizia Wes fascinado.
— Há, pensei que você
tivesse ficado reparando em outra coisa. — brincou Helen fazendo menção às
lindas atrizes da série.
— Está falando da
atriz? Poxa, trocaram a antiga. Eu gostava da morena, acho que loira não faz o
meu tipo, eu via loira por toda a parte onde eu morava. — brincou ele.
Helen abaixou a
cabeça e corou levemente percebendo a indireta do: Eu gosto de morenas. Wes
colocou a mão no ombro da menina e olhou o relógio, já era tarde. O filme era
longo, e a conversa estendeu-se por tanto tempo que seria melhor a menina
voltar antes que arrumasse encrenca com a tia.
— Vou te contar, me
diverti muito, Helen.
— Obrigada pela companhia,
Wes.
Os dois se encararam
por longos minutos, Helen olhava para o alto como se visse seu próprio Groudon
em sua frente, mas o dragão agora havia se transformado em um lindo príncipe, e
ainda mais do que isso, era o seu amigo. Helen corou e virou-se ao notar que
Wes aproximava-se lentamente, e nesse instante, notou três garotos os
observando. Eram de sua sala, e por sinal, os mesmo que havia discutido com a
menina no dia em que ela apareceu de cabelo cortado. Helen emendou sus braços
para o ladocomo se tentasse proteger-se de algo.
— O que houve?
— São da nossa
sala... — disse ela acanhada.
— Pega nada, deixa
eles lá.
— Estão nos
observando. Vão caçoar de você se o virem andando comigo.
— Caçoarem de mim?
Helen, não inventa essas bobeiras, você está linda hoje, e não tem motivo para
essa gente me julgar por estar saindo com quem eu quero. — respondeu ele de
forma séria.
Helen olhou para Wes novamente e
esboçou um sorriso de agradecimento em seu rosto pálido, mas em seguida a
menina pôde ouvir um comentário que certamente não era sua mente que dizia. Wes
também pudera escutar claramente o que eles disseram.
— Olha só o cara
saindo com aquela esquisitona.
O comentário não foi
para um colega, era de alguém que o fazia por maldade como se fizesse questão
de que todos ouvissem. Helen passou a mão em seu rosto querendo desaparecer
dali, ou apenas desejando que seu Groudon surgisse e espantasse todos aqueles sujeitos
encrenqueiros, mas melhor do que isso, ela tinha alguém real ao seu lado.
Em um primeiro ato, o
rapaz abraçou-a envolvendo os ombros dela como se fosse o par de asas de um
dragão. Helen gemeu em silêncio, lamentou ter de passar por aquela situação mais
uma vez, mas antes que seus medos a afligissem ela pôde sentir uma
mão tocar sua cabeça e acolhê-la no conforto de um abraço. Os dois ficaram
naquela situação por alguns segundos o que fez os colegas de sala se calarem.
Wes agarrou na mão da menina e caminhou em direção daqueles três. Os garotos
recuaram um pouco, mas Wes não deixou que nenhum deles saíssem.
— Quem é você para
dizer algo dela? — indagou com enorme fúria.
— Não, não, cara.
Você entendeu errado...
— Pode falar o que
quiser de mim, pode me chamar de folgado, encrenqueiro, burro; mas eu nunca
mais quero ouvir vocês três falando nada disso à respeito da Helen na minha
frente.
Se aqueles garotos
estavam em maior número, então a altura de Wes compensava por tudo. Ele era
claramente o maior da sala, e não apenas isso, era o mais velho. Não
frequentava academias, não sabia técnicas de luta, mas tinha músculos de
trabalho e de alguém que já fora inclusive chamado para servir o exército. Os
três sujeitos da sala correram feito crianças que arrumam briga com os mais
velhos.
Helen viu um dragão
protegendo-a do perigo, pôde ver um Groudon espantando um trio encrenqueiro de
Pokémons que atordoavam sua treinadora. Quando ele virou-se havia apenas Wes,
apenas seu velho amigo de sempre que agora esboçava uma feição séria, mas logo
emendou um sorriso descontraído e animado.
— Acabei com eles.
Helen deu um forte
abraço agradecendo-o por tudo que fizera. Wes ficara sabendo do dia em que eles
arrumaram intrigas com Helen, e não ficou nada satisfeito com aquilo. Wes
retribuiu o abraço e ficou assim por um tempo, e assim, encerrou o encontro.
A menina ligou para
que sua tia voltasse e a buscasse. Wes voltaria para sua casa de ônibus, ela
ficava do outro lado da cidade e só traria despesas para a tia de Helen se o convidasse
para uma carona. Wes despediu-se com um aceno, e Helen retribuiu com um beijo
no rosto. No caminho de volta a garota contou todas as novidades do rapaz,
e a tia ouvira tudo atentamente. A menina estava tão feliz que mal podia conter
sua felicidade, eram os melhores dias de sua vida, r agora, bastava chegar em
casa para finalmente contar o que havia de novo para seus Pokémons,
principalmente o que Wes fizera agindo como seu próprio Groudon.
— Helen, amanhã tenho
trabalho, e estou exausta. Fico feliz que tenha aproveitado tudo, mas não vá
dormir tarde, hein? Se não você não consegue acordar para a aula. — disse
sua tia.
— Pode deixar, vou
ficar em silêncio, só não prometo que dormirei cedo! — disse Helen com uma
risada rasteira, insinuando que faria algo de especial ainda naquela noite.
A tia retribuiu o
sorriso e entrou em seu quarto, quando ela dormisse mais nada poderia
acordá-la, pois tinha um sono muito pesado. Helen abriu a porta, correu para
seu quarto e juntou a equipe novamente de forma que os Pokémons ouvissem tudo
que ela tivesse a dizer.
— Pessoal, tenho
tanto a lhes falar! Tanta coisa boa, tanto que pude aprender ao lado dele. Opa,
mas precisamos fazer silêncio, se não a tia vai ficar brava. — disse Helen,
pedindo silêncio para seus brinquedos. Helen riu, estava rindo à toa desde que
saíra do shopping, tanto que ela esticou os braços e jogou-se na cama como se
deitasse em uma nuvem feita de sonhos e desejos que se realizavam.
Porém, logo o Groudon
emendou com um assunto:
— Você
encontrou o Amor dentro de você. — disse o Groudon — Todos nós
cumprimos nosso dever.
— Espere... Quando
aconteceu isso?
— Esse
rapaz. — explicou a Mew — Ele foi tudo para você, ele
despertou o sentimento da paixão, tornou-se seu amigo, a tornou mais bela para
si mesma, e ainda enfrentou seus medos derrotando-os.
Helen ficou quieta
por um instante ms notou ser verdade.
— O Wes fez tudo isso
por mim? Então quer dizer que vocês todos foram libertados?
— Sim, minha
querida. Assim como o Stanley, agora cabe a nós voltarmos para nossas regiões
para que você possa seguir sua nova vida. Eu fui sua beleza interior, e olhe-se
no espelho agora! Você não é mais uma menina, é uma mulher. — disse a
Suicune.
— Você
encontrou muito mais do que sentimentos nesse rapaz, você tornou-se amiga dele.
Você sempre teve amigos, e foi descobrindo cada um deles aos poucos, mas agora,
cultive-os, e nunca mais deixe que desapareçam. — continuou a Mew.
— No fim das
contas, fui obrigado a ficar do seu lado para que vencesse suas fraquezas, e
veja no que deu... Você tem alguém que a proteja, enfrentou seus medos e os
derrotou. É preciso conhecer suas fraquezas para que possa derrota-las. Aprenda
com seus erros, mas não se engane, eles ainda são erros, e por isso devem ser
evitados. Você tinha medo e era covarde, mas aprendeu a perdoar e tornar-se
corajosa... Vá embora logo, já passei tempo demais ao seu lado. —
explicou o Giratina.
Por fim, Helen olhou
para seu Groudon. O Pokémon parecia sério, tinha algumas palavras a dizer para
sua mestra, e no fundo ele sabia que aquele rapaz seria tudo que ela sempre
buscou. O Groudon sentia isso.
— Sabe que
sempre vou estar com você, não?
— Você não pode ficar
mais? Quero vê-lo todos os dias, sentir você em meus braços novamente, poder
abraçá-lo e conversar sobre o que gosto... Não vá, Wes... Não vá.
— Eu não vou,
sempre estarei aqui dentro, em seu coração. Por que eu sou o amor! Sou esse
rapaz ao seu lado, aquele que vai cuidar de você para sempre, que vai dar tudo
que você precisa todos os dias.
Helen ouvia
atentamente, segurando o bichinho de pelúcia em seus braços. O dragão
continuou:
— Você não
pode viver para sempre nessa ilusão. Fui criado para ajudá-la, e agora minha
missão foi cumprida. Eu não desapareceria deste mundo, não enquanto este amor
durar. Então prometa-me que vai fazer de tudo para mantê-lo.
Helen gaguejou um
pouco não encontrando palavras que saíssem de sua boca. Apertou o bichinho e
abraçou-o com muita fora não escondendo algumas lágrimas, da mesma forma que abraçara
Wes naquela noite. Carregou os quatro Pokémon, colocou cada um deles dentro de
uma caixinha, e assim os guardou. Todos eles haviam cumprido suas missões.
Helen caminhou até
sua cama estando muito exausta. Não havia nem trocado de roupa ainda, apenas
deitou-se e lançou um rápido olhar pelo quarto, agora vazio e sem a presença de
seus amigos. Soltou um suspiro de gratificação, até notar a presença de um
Pikachu em cima da prateleira.
— Will? Eu pensei que
você também tivesse cumprido sua missão... — comentou ela olhando para o
Pikachu, mas o ratinho elétrico não respondeu.
Helen levantou-se e o
colocou em cima da bancada encarando-o com uma feição animada e descontraída.
— Hm...E então? O que
você representa em mim? Pensei que fosse a amizade.
— Eu sou o
que você queria. — disse o Pikachu de forma séria.
Helen riu, mas aos
poucos começou a esboçar uma feição de desentendimento.
— Heh, heh... Não
entendi.
— Eu sou sua
vontade, e sua vontade é não me deixar para trás.
Aos poucos a expressão da menina começou a alterar-se até virar uma de surpresa.
Aos poucos a expressão da menina começou a alterar-se até virar uma de surpresa.
— Vou contar
à você uma coisa que não contei para mais ninguém, mas acho que você está
pronta para ouvir.
— Tudo bem, tudo bem!
Estou a seu dispor. — sorriu Helen esbanjando toda sua felicidade. Por outro
lado, o Pikachu permanecia sério. Ele nunca mudava aquela sua expressão de
bichinho de pelúcia, mas naquele instante em que Helen conversava com ele o
pequeno parecia extremamente irritado com algo. Helen agachou até a altura da
mesa para encará-lo bem nos olhos, olhinhos de botão envernizado que agora se
concentravam em sua mestra e diziam com certeza do que falava:
— Eu não sou
um boneco.
Helen ainda ria, mas
aos poucos o sorriso em seu rosto desapareceu. Ela atentou-se ao bichinho de
pelúcia em sua frente que agora dizia não ser um brinquedo. A garota hesitou,
caminhando para trás aos poucos. Will continuava ali parado com sua expressão
que jamais mudara. Ainda era apenas um brinquedo, mas que agora falava
diretamente da mente da garota:
— Eu sou
real. Eu estou vivo.
Ótimo episódio, Canas! Nossa, estou com peninha de todos os bonequinhos, infelizmente agora só falta libertar o Pikachu, estava tão bom de acompanhar as conversas deles...
ReplyDeleteOh que romance lindo! ashuashaushaus não entendo muito de romances, mas gostei muito que os dois se aproximaram mais e mais. E suas lições são incríveis! Continuo a achar sensacional essa relação entre os medos e erros da Helen representando cada Pokémon. Podemos ver que a Helen está combatendo os seus medos e corrigindo os seus erros, e sua paixão está contribuindo e muito para isso. Até o próximo comentário!
(Trecho retirado da Arena Pokémon, 30/07/2012)