Um único homem permanecia de pé na terceira arena de batalha da Liga Sinnoh, encarando o imenso vazio em sua frente. O estágio estava extremamente vazio, não haviam mais gritos animados e nem torcidas por conta do desafiante que viera. Algumas câmeras estavam posicionadas para a batalha que estava para acontecer, mas ninguém parecia disposto a assisti-la.
Por um momento Glenn direcionou seu olhar para cima de modo que pudesse ver o céu nublado que o cobria. Seu coração suplicava pelo fim daquela dor que sentia, mas os passos do adversário aos poucos aproximava-se. A Elite dos 4 deveria manter seu cargo e aceitar o desafio de novos treinadores, mas aquela batalha estava agendada há muito tempo, e no fim acabou por cair exatamente no dia do enterro de Selena. Os jovens não entendiam os problemas dos adultos, para eles o que realmente importava era batalhar e ser o melhor. Erick já havia sido derrotado pelo desafiante que aos poucos chegava nas próximas salas da liga, Glenn seria seu próximo adversário.
Glenn notara que o desafiante era apenas uma criança aos seus olhos, provavelmente mais um daqueles em busca dos seus sonhos. Glenn soltou um breve suspirou olhando para o céu novamente, seus óculos escuros não demonstravam em nenhum momento a sua feição de tristeza, o sorriso de outrora não cobria mais sua face, era como se o velho Glenn tivesse partido junto com Selena.
— Você passou da segunda sala. — concluiu ele de modo pensativo.
— Ela estava vazia. — afirmou o desafiante.
Era Selena quem ocupava a segunda sala, e ninguém passava quando ela estava disposta a defendê-la. Erick era jovem, e ainda tinha muito a aprender com as derrotas. O céu continuava nublado pela chuva que a pouco cobrira Sinnoh. Era como se o céu lamentasse a perda em conjunto de todos aqueles que perderam alguém que amavam.
Glenn sentia um aperto em seu coração, mas não queria demonstrar. Seus óculos escondiam sua tristeza como uma máscara, mas agora ele deveria mostrar sua força em uma batalha. O homem pegou uma de suas pokébolas e observou nitidamente seu reflexo. Estava úmida. Provavelmente das lágrimas que o céu deixara escapar. O homem apertou-a com força, mas tornou a guardá-la.
— Passa logo, garoto. — disse Glenn quase que em um sussurro.
O desafiante arregalou seus olhos surpreso, essa seria sua segunda vitória na Elite por W.O., mas quem não estaria disposto a aproveitar uma oportunidade daquelas? O garoto ainda estava incrédulo, mas Glenn não direcionou-lhe mais nenhuma palavra e parecia convicto do que dissera.
— O Senhor tem certeza?
— Vá antes que eu mude de ideia.
O desafiante recuou por um momento, mas em seguida partiu às pressas para o último membro da Elite. Todos ali presentes haviam notado o desinteresse de Glenn na batalha, mas ninguém o criticara pela ação, pois sabiam a tristeza que cada membro sentia em seu coração. Glenn sentou-se em um pequeno banco da sala e retirou seus óculos escuros, deixando-os cair no chão. Ele estava confuso, não encontrava mais a paz. Estava decepcionado, e não tinha mais esperança.
Maldita chuva. Nunca pensei que eu passaria a ter tanto ódio de você. Como eu poderia expressar meus sentimentos naquele momento? Desde então os dias e as noites parecem todos iguais. Eu não tinha nem mesmo coragem de tirar meus óculos, e sei que quando eu chegar em casa irei chorar. Como explicar aquela sensação? Um túmulo de mármore jazia em minha frente. Nunca imaginei como seria ruim ver todos os meus amigos cobertos pela tristeza, não seria a minha função animá-los? Cara, não estou afim de ficar feliz.
O sorriso que Melyssa tinha em seu rosto já não estava presente, eu apenas podia notar Walter segurando um guarda chuva para seus filhos e sua esposa. O silêncio era tanto que eu podia ouvir a respiração de Marshall ao meu lado. Eu nunca havia visto o Erick chorar tanto, nem parecia o mesmo garotão que sempre dizia ter se tornado “um homem” ao entrar na elite. Eu queria ter a mesma coragem que ele, mas acho que sou um covarde, não consegui nem chorar em público. Ver meus amigos passar por momentos ruins era difícil, mas acho que o pior era ver o marido da Selena em frente ao seu túmulo. Eu o só o vi de costas, segurando em uma de suas mãos os dois anéis de sua aliança de casamento. Eu não tinha coragem de encará-lo de frente, eu não sabia nem o que dizer.
Que se dane a chuva. Não ligo de ficar molhado, eu perdi muito mais do que uma amiga, a Selena era como uma irmã. Todos nós havíamos perdido alguém especial. Já se sentiu culpado por não ter tido tempo para dizer tudo que sente para quem ama? Olhei para o céu cinzento, mas não encontrei um refúgio. Como foi rápido, mesmo depois ainda não consigo me concentrar em minhas boas lembranças. Não tenho vontade de rir e nem de me divertir. Não tenho vontade de cantar, porque quando ouço minhas músicas lembro que ela sempre tentava me ajudar nas canções. Maldita chuva.
Marshall permanecia sentado em um dos assentos da última sala, ele olhava no relógio hora ou outra para saber se demoraria para tudo aquilo acabar. Seus braços estavam cruzados enquanto ele ouvia atentamente os passos que se aproximavam da sala. Se Marshall quisesse lutar a sério, já o teria feito há tempos, mas ninguém lhe tirava uma pergunta da mente: O que estou fazendo aqui? Por quê ainda estou lutando?
O garoto caminhava com receio para dentro da quarta sala, Marshall era o líder da elite, e o fazia por merecer tal mérito. Ele levantou-se, e ainda ocultando seus olhos na sombra de seu chapéu, aceitou o desafio.
— O Glenn não batalhou, não é? — perguntou ele, como se já soubesse a resposta.
O desafiante apenas confirmou a pergunta.
— Vou batalhar por respeito ao meu superior e amigo, pois sei que seria falta de consideração se você alcançasse o campeão derrotando um único membro da elite.
Marshall se manteve quieto por um momento, ao pegar a pokébola de seu Pokémon a lembrança do enterro de manhã lhe viera à tona. Como batalhar por fora se ainda sofria tanto por dentro? O treinador lançou um poderoso Tyranitar na arena e em seguida pediu para que seu desafiante escolhesse uma criatura. O garoto parecia confuso, pois desse modo ele teria total vantagem em saber quais tipos seriam mais efetivos contra o Tyranitar. Um Machamp foi lançado na arena de batalha, de modo Marshall tivesse total desvantagem. Mas que diferença fazia? Ele nem sequer entendia porque continuava naquele cargo.
As árvores escondiam uma cor fúnebre marcada pelo vento gélido daquela manhã. Há anos eu não via um frio tão rigoroso, meu sobretudo pesava pelas finas gota que caiam sobre meu corpo. O Glenn estava do meu lado, nós dois éramos os únicos que não tinham um guarda chuva, o meu estava com o pequeno Erick que esquecera o seu em casa. Por um momento olhei para os lados para ver meus amigos, eu não sabia dizer se o Glenn chorava ou se era apenas a chuva a escorrer pelos seus óculos escuros. Não se ouvia absolutamente nenhum comentário por parte dos poucos ali presentes, somente os choros e suspiros vindos do lamento humano.
Talvez a chuva anunciasse a perda irreparável que a natureza sofria, ela teimava em cobrir-nos de melancolia naquela manhã. Dentro de mim, eu não queria acreditar, mas infelizmente em alguns momentos precisamos nos contentar com a realidade. Fiquei pensando em como a vida é injusta com as pessoas, percebi como a justiça da vida era falha, e desde então nunca mais acreditei na Justiça. Senti um ódio naquele momento, mas não havia nada que pudéssemos fazer. Desde que nascera, Selena tinha seu destino traçado.
Walter mantinha-se quieto como se não acreditasse na situação, tenho certeza que para ele era o mesmo sentimento de perder um filho. Os pequenos não entendiam o que acontecia, mas era evidente que estavam tristes por ver sua mãe aos prantos.
— Mamãe, o que está acontecendo? Por que você está chorando? Eu não quero te ver triste. — disse o pequeno Lukas, segurando-se na mão de Melyssa.
— Não é nada, querido. Não é nada. — ela mentia com tristeza.
O pequeno Luke mantinha seus olhos fixados no caixão a sua frente, ele não entendia o motivo daquilo e nem porque todos estavam tristes. Ver o Glenn chateado significava que algo realmente ruim aconteceu, acho que as crianças são tão inocentes nesse ponto que nem mesmo a tristeza pode atingi-las.
— Mamãe, por que estão colocando a tia Selena naquele buraco? — perguntou Luke assustado — Não deixem eles levarem a Tia Selena, mamãe! Eles querem levar ela embora!!
Melyssa não pôde conter o choro após ouvir seu filho, ela tentou tampar sua própria boca em vão para abafar o som dos soluços naquele momento. Ninguém sabia como explicar aquilo para os pequenos. Walter abraçou sua esposa que continuava a derramar rios de lágrimas, pela primeira vez eu não sabia o que responder, eu estava dominado pela angústia de presenciar aquela cena.
— Pegue as crianças e volte para casa. — disse Walter, dando um leve beijo sobre o rosto de Melyssa.
Pouco a pouco mais pessoas iam embora, logo seria a nossa vez, pois havíamos agendado um mês antes uma batalha com um garoto que terminou por não querer desmarcar a disputa de forma alguma. Sei que ele tinha seus motivos, afinal todos lutam muito para conquistar algo. Acho que eu perdi minha vontade por lutar, não tenho motivos para continuar na elite. Sinto como se minha hora houvesse chegado.
Arrumei meu chapéu e ajeitei meu sobretudo, dentro de meia hora estaríamos defendendo nosso título, mas enquanto eu me distanciava pude ver o Ike parado em frente ao túmulo. Desde que ele chegara estava naquela posição, com suas duas alianças em uma de suas mãos. Eu não compreendia a dor que ele sentia, talvez aquele sentimento de amor fosse demais para mim. Seria bom deixá-lo sozinho por um tempo, pois há momentos em que apenas a solidão e o silêncio são capazes de nos dar a liberdade.
O desafiante agora chegava próximo de seu último desafio para tornar-se um campeão definitivo, para qualquer um seria uma honra poder deparar-se com Walter Wallers, o até então imbatível campeão que defendera seu título por cinco anos consecutivos. Não havia um grande número de pessoas assistindo a batalha, e os poucos que haviam mantinham-se em um silêncio absoluto. Walter estava sem o seu blazer, e toda sua roupa estava encharcada. Provavelmente ele estivera na chuva há pouco tempo. Ele arrumou seus cabelos castanhos brevemente e se pôs a observar o garoto que o desafiava.
— Você está a um passo de tornar-se o novo campeão, meu jovem. — disse Walter com uma voz cansada com suas frases decoradas, diferente daquela sensação ameaçadora que demonstrava com todos os outros desafiantes.
Walter suspirou e preparou sua pokébola, ele não queria ficar mais tempo naquele lugar, pois já estava cheio disso. A batalha seria de um contra um, utilizando de seus Pokémons mais fortes. Walter hesitou ao lançar seu Salamence, fazendo uma breve pergunta na sequência:
— Antes de começarmos nossa batalha, diga-me uma coisa garoto, você tem um sonho?
— Tenho sim, Senhor. Lutei muito para chegar até aqui! Quero me tornar um Mestre Pokémon!
Walter deu um leve sorriso. Inocência. Sonhos. Vontade.
Talvez já fosse dado o tempo de abandonar seu cargo e permitir que uma nova geração seguisse seus sonhos. Walter lançou seu Salamence que batalharia contra um Torterra. Porém, até mesmo seu Pokémon parecia alterado. Era como se o dragão compartilhasse a dor com seu treinador. Walter sofrera com a morte de Selena mais do que ninguém, era como se sua filha tivesse falecido, e que pai gostaria de ver seus filhos morrerem antes de si próprio?
Walter não precisava dizer muito para que Salamence começasse a agir, o dragão era poderoso e com facilidade quebraria a defesa do Torterra adversário. Mas diferente de qualquer outra batalha que Walter realizara, era notável que ele estava impaciente. Constantemente Walter distanciava seu pensamento da batalha, a todo momento ele olhava para o relógio como se implorasse para que as horas passassem mais depressa. O desafiante não era muito habilidoso, mas o campeão não queria lutar.
Não demorou para que Salamence olhasse para seu treinador e visse a tristeza em seu olhar, o dragão recuou, e desistiu da batalha. Não havia mais motivo para batalhar. O desafiante não acreditava que havia ganhado a disputa, e por um momento manteve-se incrédulo do que acontecera.
Walter andou até o jovem e colocou a mão em seu ombro, dizendo com sua voz cansada:
— Parabéns, você é o novo campeão.
O garoto quase deu um grito de alegria, estando ansioso para anunciar a vitória que conquistou para todo o mundo. O título não duraria muito tempo em suas mãos, afinal, haviam dezenas de treinadores dispostos a ainda lutar, principalmente agora que o ex-campeão e sua muralha de ferro haviam caído.
Walter pegou o blazer de seu terno e seguiu pelo caminho oposto da entrada. Fazia tempo que não passava por lá, aquele era o caminho que os derrotados em batalha tomavam. Erick continuava a aguardar ansiosamente na primeira sala, talvez na esperança de ver Selena com seu lindo sorriso, dizendo: Você não ganhou dessa vez Erick, mas garanto que na próxima vai sair-se muito bem! Ele tinha esperança de ver o desafiante regressar com a derrota, mas dessa vez, quem voltava era Walter, na companhia de Marshall e Glenn logo atrás.
Erick não queria acreditar no que via. Teriam todos realmente perdido? Não foi preciso que ninguém perguntasse nada, Walter apenas continuou seu caminho até cruzar-se com Erick, parando ao lado do pequeno. O homem sorriu com sua feição desgastada e passou a mão nos cabelos azuis do garoto.
— Eu perdi.
Erick não acreditava que o homem que mais apreciara durante a infância havia sido derrotado. Ele lembrava-se do tempo em que ele mesmo fora derrotado por Walter, em seguida recebendo um certificado para a participação da elite. Era muito melhor do que ter se tornado o campeão, pois na época ele seria um membro definitivo da equipe. Com apenas quatorze anos assumindo um cargo de tamanha importância. Para Erick, eles nunca poderiam ser derrotados, mas aquela notícia abrira seus olhos pela primeira vez.
Walter vestiu seu blazer e saiu da grande Liga Pokémon, seguido de seus três companheiros remanescentes. Eles queriam dar um último adeus à Selena naquela tarde, partindo em direção do cemitério mais nobre de Sinnoh. Um portão de mármore marcava o local que servia como casa de descanso para grandes nomes daquele continente. Já não estava mais chovendo, e todos já haviam voltado para casa, mas que surpresa não foi ao depararem-se com Ike, que nem sequer mexera um músculo.
Walter andou até a lápide e colocou sua mão sobre a pedra que esculpia o formato de um anjo de ferro. Dizendo serenamente como se conversasse com o defunto:
— Nós perdemos, Selena.
Ike virou-se para Walter como se também não acreditasse no que ele dizia. O enterro de manhã com toda certeza havia comprometido a atenção e a vontade de batalhar dos integrantes. Era Walter quem na verdade havia sido derrotado, mas isso não mudava nada a situação dos remanescentes membros da elite dos 4. Porém, era como se todos tivessem sofrido uma derrota. A elite era uma família, e a derrota na elite não queria dizer nada. O que lhes machucava o coração era a morte de Selena.
— Vocês perderam...? — perguntou Ike novamente.
Walter acenou brevemente com sua cabeça. Ike apertou ainda mais as duas alianças em suas mãos, agora ele se sentia culpado pela morte de Selena e pela derrota das pessoas que mais apreciara durante a vida. Ele sentia um vazio incomparável em seu coração, mas seu rosto ainda estampava um olhar forte como um verdadeiro discípulo de sua Mestra.
— O que nós vamos fazer agora que o Walter perdeu? — perguntou Erick.
— Seguiremos nossos próprios caminhos, meu jovem. — respondeu Marshall, retirando seu chapéu — Não vejo mais motivos para continuar na Elite. Nossa Era acabou.
— Espere um pouco Marshall, você está falando sério? Como você pode desistir só porque o Walter perdeu?! Devemos continuar nosso cargo na elite, a Selena ficaria triste se soubesse que nós desistimos de tudo por causa dela!!
— Muita coisa que a Selena queria que acontecesse, não aconteceu. — continuou Marshall, colocando seu chapéu novamente — Não tenho mais motivos para lutar. Estou pedindo demissão.
— Marshall... — suspirou Erick.
O garoto olhou em seguida para Glenn, que se mantinha apoiado em uma árvore com suas mãos em seu bolso. Os óculos escuros ainda escondiam seu olhar. Erick esperava ter o apoio de seu amigo para continuar na elite, mas podia sentir a angústia naquelas palavras proferidas:
— Tô fora.
Glenn seguiu de volta para seu carro e não tornou a olhar para trás. Ele sofrera muito com a morte de Selena, assim como todos ali presentes. Erick tinha um sentimento de raiva misturado com tristeza. A Elite não deveria ter acabado daquele jeito, pois lá estavam presentes os sonhos de todos.
— Vocês vão desistir de tudo?! Esse era nosso sonho, nossa família!! — gritou Erick.
Walter colocou sua mão no ombro do garoto, mas dessa vez não sorriu.
— Erick, é melhor voltar para sua casa. Você é muito novo para compreender. Se quiser continuar na elite, faça o que julgar certo, mas a nossa Era acabou.
Walter deixou o cemitério, Erick partira na direção oposta como se sentisse uma raiva imensa de todos lá presentes. Apenas Ike e Marshall continuavam no lugar. O rapaz continuava a fitar o túmulo de sua esposa de forma desolada. Não havia expressão em seu rosto, era como se durante todo aquele tempo ele houvesse guardado algo em seu coração que não pudesse mostrar.
Marshall suspirou e olhou para o céu. A chuva logo recomeçaria. Mas antes de continuar seu caminho o homem tornou a dizer.
— Chorar não é sinal de fraqueza. É sinal de que tudo até agora valeu a pena.
Não demorou para que o rapaz se ajoelhasse no chão e caisse em lágrimas. Ike agora chorava tudo que guardara durante todo o enterro, talvez durante toda a sua amarga vida. Todos os dias que havia se sentido culpado pelas derrotas nas vidas dos outros. Cada um naquele local havia perdido uma parte de suas vidas. A solidão seria a companhia de Ike naquele momento, e tudo que Marshall podia fazer era deixá-lo sozinho.
Por muito tempo pensei que as pessoas que passavam a minha volta rindo faziam graça de mim. Por quê ainda estou respirando? Se pelo menos eu pudesse parar de respirar dolorosamente e trazer à vida a pessoa que mais amei. Por favor, alguém me ajude. Meu coração não almeja a solidão, e mesmo quando eu fingir ser forte, eu gostaria que alguém me encontrasse.
Por quê meu coração ainda se sente sozinho? Se eu tivesse que desaparecer desse mundo amanhã, tenho certeza que não haveria ninguém para chorar por mim. Eu quero alguém importante para mim, alguém que sorria e chore comigo. Eu gostaria de deixar essa vida e começar uma nova. Ainda estou hesitante. Em seu reflexo no espelho de meu coração, será que ainda poderei encontrá-la sorrindo? Prometi sempre estar ao seu lado, e apenas saiba que eu estarei sempre olhando por você.