Posted by : CanasOminous Jan 23, 2015

The First Fire

Marco espiava discreto por entre as ruelas movimentadas da vila mais próxima. Não estava muito acostumado a andar sozinho, ainda mais agora com toda aquela história louca de sair em jornada e aventurar-se pelo mundo. Pensava em como estaria mais seguro em casa, junto de seus cobertores que pouco lhe aqueciam, isso quando sua moradia provisória não acabava sendo destruída por nevacas e temporais, ou quem sabe até roubada por alguém. Já se acostumara àquela rotina. Cada dia era uma verdadeira batalha para simplesmente conseguir seguir em frente.
Aquela manhã começara muito fria, nuvens espessas cobriam o céu e o vento soprava gélido, mas nada impedia aventureiros e civis de fazerem as devidas compras para a temporada que começaria antes de seguirem em jornada.
Marco era apenas um Burmy e sentia-se pequeno demais entre todos que o cercavam. Passavam por ele e o empurravam no chão, obrigando-o a espremer-se nos cantos e buscar o que quer que fosse para sumir logo dali.
Aos poucos aquela ideia de seguir em uma aventura parecia ser a decisão mais idiota já tomada na sua vida.
A região de Sinnoh andava estranha nos últimos tempos, alterações no clima, grupos de viajantes que desapareciam sem deixar nenhum rastro eram frequentes. Mas este não era um problema que ele tinha conhecimento, Pokémons tão pequenos e insignificantes em um mundo gigantesco não se importavam muito com tais notícias. Carregava consigo algumas toras de madeira que arranjara na floresta próxima, então precisaria apenas de pouco de óleo e fogo para proteger todos do frio que se aproximava.
— Moço, quanto custa esse Rose Incense? — perguntou Marco para um Golduck meio invocado que não parecia muito interessado em atendê-lo.
Uma linda Loppuny logo veio pelo outro lado e foi recebida com uma rapidez que o jovem Burmy até sentiu uma brisa leve passar entre eles. Ficou ali, segurando o Rose Incense com as duas mãos prestes a congelar.
— Moço, quanto está essa peça? Eu vou leva-la...
— Dá um tempo, garoto! Não vê que eu estou ocupado? — respondeu o dono da loja que certamente preferia atender um cliente que de fato fosse lhe trazer um “benefício”.
Marcou recuou alguns passos e foi empurrado por um sujeito grande que passava ali com pressa. Na tentativa de equilibrar-se, apoiou-se na bancada de vendas e com todo descuido possível derrubou quase tudo que havia ali em cima, levando o Golduck a gritar alto e aos prantos, pesaroso por perder grande parte de suas mercadorias.
— O que você pensa que está fazendo, garoto?! Você quebrou tudo, essas coisas eram delicadas e são todas muito caras!
— M-Mil perdões, senhor... Foi sem querer — disse Marco, amedrontado. — Eu só queria levar esse Rose Incense — que por sinal, continuava intacto em suas mãos.
— Não quero ouvir suas desculpas — o dono da lojinha rugiu furioso. Ameaçando a criança com garras afiadas e olhos cheios de ódio. — Vai ter que pagar.
— Espere — a Loppuny falou alto, virando-se para Marco que continuava caído no chão. Seu caminhar era leve, ela lhe esticou um dos braços e sorriu, ajudando-o a levantar-se. — Não percebe como ele está assustado? Deve ser a primeira vez dele nos arredores, pobrezinho...
— Isso não é problema meu. Vai ter que pagar — continuou o Golduck.
— Existem outras maneiras de resolvermos esses problemas, querido — a Loppuny respondeu, agachando para ficar na altura de Marco ao lhe direcionar um olhar sedutor. — O que acha de uma batalha no estilo clássico? Ao vencedor, é dado o direito de escolher que decisão tomar.
— M-Mas eu não batalho, senhora... — Marco desculpava-se, estava assustado demais para assumir qualquer decisão sem seus companheiros por perto.
— Oh, ele não tem honra! — disse o Golduck em voz alta, cerrando os punhos e revelando que além de dono de loja ele também tinha boas aptidões para lidar com encrenqueiros nas ruas. — Então creio que teremos de resolver isso do jeito mais difícil.
Sem perceber de onde viera o primeiro golpe, o homem chutou Marco no rosto e arremessou-o para longe em cima dos caixotes de outras tendas ali por perto. A Loppuny ergueu o rosto e encarou a batalha contente, como se sentisse que fizera o certo. O pobre Burmy não tinha chances, mal saíra de casa e não conhecia nenhum movimento para lutar ou sequer defender-se. Estava extremamente assustado.
— Seu vermezinho insolente, devia tomar mais cuidado para não se meter com gente de níveis superiores ao seu!
Marco desviava-se dos olhos vidrados de seu inimigo, olhava de relance ao seu redor, esperando a ajuda de qualquer boa alma que se propusesse a auxiliá-lo. Olhou em direção da Loppuny que agora revirava os itens jogados no chão, e já que o dono da loja estava muito ocupado com a batalha, aquela fora a chance perfeita de roubar algumas mercadorias e partir dali caminhando tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Marco tentou avisá-lo de todas as maneiras.
— Senhor, veja ali atrás!
— Não pense que me engana, moleque — o Golduck rugiu, erguendo o braço.
P-Protect!
Quando o Golduck estava para acertar-lhe mais um forte soco, Marco esticou o braço e criou uma barreira protetora capaz de segurá-lo por algum tempo. Agora o dono da loja estava ainda mais irritado e batia com mais força, ele não ouvia os conselhos e nem prestava atenção no que realmente deveria. Marco não aguentaria muito tempo.
Uma multidão se formava ao redor da briga quando uma mulher alta e de armadura aproximou-se. Foi abrindo espaço com suas enormes sacolas de compras, curiosa para saber o motivo do alvoroço, e deparou-se com o pequeno Burmy que sofria nas mãos de seu oponente.
— Seu merdinha, vai pagar tudo que me deve ou não? — o Golduck gritou alto quando subitamente foi interrompido.
— Eu pago.
Todos se viraram em direção da mulher. Ela vestia uma armadura pesada cinzenta em volta de seu corpo, tinha algumas peças para se proteger do frio forte que fazia. Uma longa trança negra amarrada de forma a não arrastar-se no chão pendia de sua cabeça, onde ela carregava um elmo de ferro que imediatamente a identificava como uma guerreira de alta classe. Todos pararam e abriram espaço para ela, mas o Golduck continuava com Marco preso pela gola da blusa.
— Você poderia soltar o meu companheiro de equipe? — perguntou a mulher.
— E você é a responsável pelo garoto? — indagou o sujeito.
— Não. Mas como eu disse, ele é meu companheiro de equipe, e isso nos torna responsáveis um pelo outro — a mulher respondeu como se aquela frase fosse um código de honra há muito esquecido pelas gerações atuais. — O que ele fez de errado para merecer tal punição?
— Destruiu a minha tenda.
— Eu pago os danos. Qual é a quantia?
Um pouco mais acalmado, o homem retornou para sua loja destruída e fez as contas totais. Nem se deu conta do que faltava, mas cobrou do mesmo jeito. Não seria nada barato, e ele com toda certeza incluíra alguns zeros na quantia. Marco notou que a moça mordeu os lábios inferiores ao ver o valor total, mas não demonstrou descontentamento. Pagou a quantia e fez um cumprimento.
— Pedimos desculpas pelos inconvenientes. Não irá repetir-se — disse ela.
Assim que os dois se preparavam para partir, Marco voltou-se e pegou o Rose Incense que estava caído no chão, inteiro.
— Moço, quanto custa o Rose Incense?
— Leva logo isso embora daqui, moleque! Antes que você quebre mais coisas e eu quebre os seus dentes!
Marco logo retornou correndo para onde sua companheira já estava à sua espera.
Os dois fizeram seu caminho pelas ruelas apertadas da vila, a moça segurou em uma das mãos de Marco como uma mãe que leva o filho para passear, falando baixo:
— Fique perto. Há muitas pessoas ruins aqui.
Marco assentiu. Não a conhecia muito bem, mas era o rosto mais familiar que vira desde que saíra de sua casa nos arredores da Rota 201. Olhando para o lado, o garoto notou que ela era enorme. Sentia-se protegido com ela, mesmo que não se sentisse muito seguro quando estava ao lado de mulheres. Procurando as palavras certas a serem ditas, o Burmy finalmente tomou coragem para perguntar:
— Seu nome... é Titânia, não é?
— Sim. E você é o Marco, não? Um dos meus companheiros de equipe — ela afirmou, estava séria.
— I-Isso. Obrigado por resolver a minha batalha ali atrás, aquele cara teria acabado comigo.
— Você não deveria ficar entrando em lutas que sabe que não pode vencer, Marco.
O jovem calou-se e abaixou a cabeça. Os dois continuaram andando por mais um tempo. Sem olhar em direção dele, Titânia voltou a comentar de maneira solene:
— Mas devo admitir que você é corajoso por encarar de frente um inimigo superior. Você estava prestes a ser derrotado, mas não fugiu da batalha. Você ainda é apenas uma criança, mas tem honra. Sei que se tornará grandioso, se guiado pelas pessoas certas.
Marco ficou cheio de si ao ouvir aquele comentário. Caminhou contente, já tendo esquecido o incidente com a loja quando a mesma Loppuny passou por perto deles, e não contendo a língua entre os dentes, teve de falar alto.
— Ora essa, o Burmy chorão saiu inteiro da batalha, quem diria!
Marco escondeu-se atrás de Titânia e sussurrou:
— Essa moça estava roubando a loja quando ninguém estava olhando,...
A Loppuny olhou com desdém para os dois.
— E pelo visto, precisou chamar a mamãe para resolver seus problemas.
— Não sou mãe dele — Titânia respondeu um pouco constrangida.
— Irrelevante. Esse garotinho não é digno de respeito! — continuou a Loppuny. — Ele não é capaz de encarar suas próprias lutas sozinho, nunca achará uma guilda que o acolha. Como vai se virar sozinho no mundo?
— Não escolhemos nossos amigos — Marco comentou, discreto. — Minha mãe dizia que costumamos cair de paraquedas perto deles, e que os amigos de verdade são aqueles que nos seguram ou que caímos em cima.
A Loppuny revirou os olhos.
— Não estou muito a fim de ouvir discursos tolos sobre amizade. Por que vocês dois não me enfrentam em uma batalha para que eu possa destruí-los?
A serpente soltou um longo suspiro. Sua espada estava guardada na sacola, e estava com preguiça de pegá-la.
— Desculpe, nossos amigos estão esperando — respondeu Titânia, dando um peteleco no nariz da Loppuny que a arremessou longe feito um míssil, destruindo tudo que havia no caminho. Marco só teve tempo de arregalar os olhos, mas perdeu completamente a fala. Titânia pegou sua mão mais uma vez e eles logo voltaram a andar.
Os dois caminhavam calmamente enquanto todos abriam caminho, como se eles fossem especiais. Marco estava admirado com a força da serpente. Tão poderosa, forte e independente! Tinha até vergonha de andar ao lado dela, não sentia-se digno. Titânia devia estar morrendo de vergonha de ter de andar de mãos dadas com uma criança como ele, e mesmo que tentasse soltá-la, percebia que ela apertava sua mão com mais força insinuando que nada o faria fugir.
Com o vento frio que se aproximava, uma fina camada de chuva começou a cair. Marco olhou para o alto e sentiu o nariz coçar, dando um espirro baixo na tentativa de evitar o barulho desnecessário.
— Está gripado? — perguntou Titânia.
— Não, senhora — ele respondeu, fungando o nariz.
A serpente sibilou um sorriso doce. Por sorte havia uma lojinha de roupas e acessórios ali perto, então aproveitou o que restou de suas economias para comprar algo. Ela abriu a carteira e estava praticamente vazia. Marco sentiu um aperto no coração.
— Como seria bom fazer parte de uma guilda oficial num momento desses, poderíamos sair em missões. Mês que vem é melhor voltarmos a juntar nossas economias, não é? — Titânia sorriu de uma maneira tão doce que ele jamais poderia ter imaginado.
Comprou ali mesmo um cachecol laranja e amarelo não muito caro, de uma cor vibrante horrível que não combinava em nada com os tons verdes que o Burmy usava, mas ao menos iria protege-lo do frio. Era aconchegante e quentinho.
— Toma — disse a serpente, entregando-lhe o cachecol. — Use. Está bem frio.
Marco obedeceu e sentiu-se bem com o presente tão adorável. Nunca imaginou que aquela mulher tão temida poderia revelar-se como alguém tão protetora.
A caminhada continuou, logo anoiteceria, mas não demorou para que os dois chegassem ao ponto onde marcaram de se encontrar com seus amigos. Ali havia um pequeno Gible, um Pachirisu, um Machop e uma Budew todos sentados juntos, acolhendo os próprios braços na tentativa falha de gerar calor.
Aerus ergueu o olhar e ajeitou seus óculos escuros.
— Aleluia, o resgate chegou! — gritou o Gible
— Acendam logo essa fogueira, eu já estou morrendo de frio aqui — comentou o Machop que mal tinha roupas para abrigar-se.
— Desculpem o atraso, nos metemos em encrenca — Marco desculpou-se, mas logo colocou a madeira que recolhera no chão e acendeu o Rose Incense para gerar algumas brasas.
Um cheiro adorável de rosas subiu no ar. Budew estivera dormindo até então, mas logo despertou ao sentir um aroma tão semelhante ao que conhecia quando vivia longe dali com sua família, antes de um incêndio na floresta destruir seu lar.
— Que cheirinho bom — disse Akebia, toda meiga.
— Comprei alguns cobertores e alimentos para vocês — disse Titânia, deixando suas compras no chão ali mesmo. Era um acampamento improvisado e sem mais nada ao redor, mas que no futuro ainda seria palco de muitas aventuras e acontecimentos.
— Passa tudo pra cá! — Aerus gritou de seu jeito exagerado de sempre. Titânia devolveu um olhar furioso para ele. — Tá, foi mal, já vi que não tem pra todo mundo... Vamos compartilhar.
Titânia cobriu primeiro Akebia e Sly que mais precisavam, depois Marco, e por último deu um cobertor para Aerus e Watt que já se conheciam há mais tempo. Em seguida, ela sentou-se perto da fogueira e começou a ajeitá-la para que não apagasse.
— E pra você? — perguntou o Pachirisu.
A mulher sorriu.
— Eu não preciso.
Watt olhou em direção do Gible ao seu lado, mas Aerus não estava com cara de quem gostaria de compartilhar seu único cobertor com alguém do tamanho de Titânia.
— Vamos lá, ela também sente frio como nós... — disse Watt.
— Ahh, cara... Mas ela é grande, e gente grande não precisa dessas coisas — respondeu Aerus.
— Deixa de ser egoísta — Watt sussurrou bem baixo, tentando não parecer rude.
— Ela devia ter feito as compras direito. Azar o dela.
— Que grande líder você seria! — Watt bufou e revirou os olhos, impaciente.
O esquilo tinha um casaco de pele fofinho, e poderia aquecer-se com facilidade mesmo sem o cobertor. Ele levantou-se e sentou ao lado de Titânia para que juntos ele ficassem perto da fogueira que tanto lhes trazia conforto. Marco repetiu o gesto e também foi ali sentar-se mais perto, seguido de Sly que trouxe a pequena Budew que já dormia em seu colo.
Apenas Aerus ficou longe, observando todos com olhos de um dragão faminto que protege o único tesouro que lhe resta.
— Senhorita Titânia, de onde você veio? — perguntou Watt.
A mulher olhava o céu, completamente despreparada a iniciar conversas. Foi surpreendida pela pergunta.
— Bem, eu era integrante de uma guilda com guerreiros muito poderosos.
— O que é uma guilda? — perguntou Marco.
— É um lugar onde Pokémons se reúnem e treinam todos os dias para se tornarem os mais poderosos do mundo.
— Nós somos uma guilda? — indagou Sly.
— Não, não. Somos apenas um grupo de viajantes, no momento, sem rumo algum — ela respondeu um pouco entristecida, lembrando-se de todos os motivos que a fizeram abandonar o lugar que amava. — E agora, estou aqui com vocês. Perdida.
— Nós estamos perdidos? — Akebia perguntou com a voz chorosa.
— Sim. Quer dizer, não. Ou melhor, não sei... Vocês não estão perdidos, têm seus objetivos e missões, vocês seguem seu treinador e buscam alcançar seus próprios sonhos, mas, eu... Sou apenas uma guerreira sem rumo algum, sem sonhos, sem um destino.
Aerus observava todos com cautela, coberto até os olhos por seu enorme cobertor solitário.
— E por que não vai buscar um?
— Perdão? — Titânia voltou-se para ele, sem entender a pergunta.
— Se você não tem um rumo, por que não procura? — Aerus repetiu cada palavra, mostrando-se estressado pelo fato de ter que explicar.
— Não é tão fácil quanto parece, jovem — a serpente respondeu.
— Quando eu busco mesmo alguma coisa, eu vou lá e faço. Parece bem simples pra mim.
— Você é criança demais para entender — Titânia respondeu, voltando a observar a fogueira crepitar para não ter de discutir com gente como ele.
Um longo silêncio formou-se entre o grupo. Eram pessoas que mal se conheciam e acabavam tendo seus caminhos entrelaçados para que viajassem juntos, tendo sido obrigados ou não. Por um instante, Marco vira Titânia como uma mulher de coração bondoso e acolhedora, mas por que agora parecia tão fria e distante? Ainda não era íntimo o bastante dela para perguntar e, embora em segredo, a admiraria por uma vida toda.
Olhou para cada um deles. Uma mulher adulta trajada em armadura andando com um bando de crianças. Talvez eles estivessem mais perdidos do que ela e não soubessem.
Ao menos ainda estamos juntos, é o que o pensou.
Aerus era o único que continuava longe e arisco.
— Por que você está usando óculos escuros? — perguntou Marco.
— Me protejo da claridade — respondeu o Gible.
— Mas já está escuro faz um tempão...
Watt e Akebia deram risadinhas com o comentário. Titânia respondeu:
— Ele esconde algo.
Aerus sentiu-se profundamente desafiado com a provocação.
— Se eu estou escondendo, por que não vem aqui procurar?
Titânia deu de ombros.
— Não tem nada aí pra eu ver — o comentário fez os outros caírem ainda mais na risada.
Aerus fungou e levantou-se, deixando seu cobertor para trás. Ele caminhou até onde Titânia estava sentada e encarou-a diretamente nos olhos. Só assim eles tinham a mesma altura.
— Por que não resolvemos isso em uma batalha?
— De novo não... — murmurou Marco. — Acho que já chega de batalhas por hoje.
— Não, cara, você não entende! — Aerus respondeu. — Essa mulher feriu minha honra, julga-se a mais poderosa daqui por simplesmente estar em um nível elevado ao nosso, quase uma tirana! Ou eu deveria dizer... Titânia.
 Titânia levantou-se e ficou de pé na frente dele. Tinha quase o dobro de sua altura, Aerus mal conseguia conversar com as pernas dela quando a mulher erguia-se em sua frente, mas aquilo não o fez intimidar-se.
— Tem certeza que quer me encarar em uma batalha, garoto? Não costumo fugir de um desafio.
— Acha que me assusta com essa sua... altura? Gigantescamente enorme?!! — Aerus rugiu meio assustado, pulando na perna de Titânia e tentando derrubá-la. — Assim que você cair, vai sentir minha ira!!
A serpente bufou, meio impaciente.
— Tudo bem, criança. Já chega.
A pequena Budew achou que aquilo de fato era uma brincadeira, então aproveitou para pular na outra perna de Titânia. Logo Sly, Watt e Marco também começaram a se jogar encima dela, não necessariamente para ajudar Aerus, mas por acharem que seria divertido. Dessa vez a guerreira não pôde equilibrar-se e caiu no chão feito uma pedra, todos rindo encima dela.
— Te peguei! — Aerus comemorou sua vitória com as mãos no peito da moça.
— Você por um acaso já viu uma mulher na sua vida ou é a primeira vez?! — perguntou Titânia, intrigada. Ela empurrou-o com força, extremamente envergonhada. Aerus ria quando caiu no chão.
— Lógico que já! E sei bem que os peitos delas são suas fraquezas, por isso que os segurei. Se bem que eles mal cabiam na minha mão...
Quando Aerus olhou para cima, viu que Titânia havia retirado seus óculos escuros sem que ele se desse conta.
— Ei, devolve! Isso é meu, é propriedade particular!
— Eu também ganhei de você, tirei sua fonte de força, não? — a mulher sorriu ao entrar na brincadeira, mas logo viru Aerus contorcendo-se no chão feito um Digglet vesgo.
— Gaaaaaaah, devolve, devolveeee!! Estou queimando sob a luz da lua, meu pai falou pra nunca tiraaarr, aughh...
— Nossa. Pega de volta então — Titânia respondeu, assustada com o ocorrido. Logo Aerus se recuperou e voltou a rir.
— Enfim. Eu derrotei você uma vez, e você me derrotou. Estamos quites. Na próxima vez que lutarmos, não haverá empates.
— Você é só um menininho bobo, nunca vai me vencer.
— Quando eu for adulto, vou acabar com você.
Titânia continuou a encará-lo por vários minutos, o que logo incomodou o dragãozinho. Aerus não gostava muito de ser observado, sentia-se profundamente desafiado.
— O que foi? Viu alguma coisa errada com meu rosto?
— Seus olhos são dourados — disse a serpente. — Eu nunca tinha reparado. São muito bonitos.
— Gahh! Não fica falando essas coisas, sua grandona esquisita! Eu vou ter que acabar com você só porque você viu meus olhos! Essa é uma dádiva que dou só para as pessoas mais especiais.
Titânia riu, e dessa vez todos se sentaram juntos em volta da fogueira enquanto a noite caía, sem ninguém ficar longe ou desamparado. Era um grupo pequeno, estranho e singelo, mas que tinham um futuro promissor pela frente.
Um a um eles foram adormecendo, Aerus foi um dos primeiros a desmaiar de sono com Watt ao seu lado, aquecendo-o com sua cauda felpuda. Titânia permaneceu de olho em cada um deles até que todos estivessem seguros, mas também estava bem cansada, só não queria ceder.
— Senhorita Titânia, por que não dorme? — perguntou Marco. — Eu posso ficar de guarda. Vou manter a fogueira acesa para que ela não se apague até o amanhecer.
A serpente não queria deixa-los na mão, mas tivera um dia cheio, estava exausta.
— Eu gostaria de ter uma fogueira que durasse para sempre — a mulher sorriu ao olhar o fogo. — Acha que consegue mesmo?
— Absoluta! Pelo menos vigiar eu consigo — Marco deu uma risadinha.
Titânia acenou com a cabeça e não demorou para virar-se e acomodar-se logo ao lado de Aerus e Watt, dormindo quase que instantaneamente.
Marco olhou para o céu e observou as estrelas. Viu a fumaça subindo e desaparecer lá no alto, imaginando o que o futuro lhes guardava. Desejava um dia chegar ao auge, ser alguém realmente incrível e ao lado de pessoas incríveis. Não sabia o que viria a seguir, mas sabia que teria amigos para desbravar cada capítulo da vida, todos juntos.
Foi quando percebeu que, ao olhar a fogueira, sentia-se estranhamente atraído pelo fogo.
O sono da serpente não durou mais de cinco minutos.
— TITÂNIA, ACORDA! — gritou Watt, desesperado. — O MARCO TÁ PEGANDO FOGOOOOOO!

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  1. Ai ai, esse sentimento pretensioso de nostalgia... Ao mesmo tempo que aquece, me aperta o coração; Bons momentos passaram, e é sempre bom olhar para trás antes de seguir em frente.

    Está chegando ao fim, pessoas, podem ver isso? Os personagens que vimos crescer, a qual temos profundo respeito e carinho, que sentimos as dores, que por vezes odiamos... Mas sou incapaz de imaginar um final sem querer chorar, mas também sem querer rir.
    Pois no final, aprendemos a amar eles, desde o início.

    Obrigado por esse Fire Tales, mesmo que tenha cara de Support, cX. Foi incrível.

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    1. Diga ae, Bruna! Hoje mesmo li uma notícia que falava que o Doomsday Clock avançou dois minutos, e esse relógiozinho segundo cientistas é responsável pelo fim do mundo, então, acho melhor irmos terminando as nossas histórias e colocando os pingos nos i, né? kkkkkk O fim está chegando, literalmente!

      Se vocês leitores sentiram isso quando viram esses personagens crescerem, imagine como foi para mim. Eu sou como um pai para eles, deixei minhas crianças para que elas se divertissem com vocês, meus amados leitores. Vai doer só de pensar que a um dado momento a brincadeira vai terminar... Mas farei o possível para dar continuidade à este legado, que seja com um novo livro ou qualquer meio de manter contato com quem ainda tiver interesse de acompanhar as intermináveis aventuras desse blog.

      E falando em chorar, também estou me preparando psicologicamente kk Dependendo da música que estiver tocando aposto que irei desaguar, às vezes estou de bobeira no banho e começo a pensar nesse fim e meu rosto já fica molhado! (Ou seria só a água? kkkkkk)

      E a propósito, esse episódio realmente foi escrito como um Support, como adivinhou? kkkkk Eu o transformei em FT porque julguei que fosse importante, mas ele ainda carrega toda aquela leveza que adoro dos supports. Um dos últimos, oh Arceus... kk Vou sentir falta! See ya.

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  2. Muito bom cara,gostei muito deste FT,parabéns.

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  3. Então.... Aqui estamos. Não sei de onde to tirando forças para encarar uma última tarde na companhia da FT, mas enfim, um dia teria que ser feito, né? (talvez na esperança de que ainda haverá em uma tarde completamente aleatória alguma outra coisa, quem sabe....)
    Enfim
    Marco saindo em jornada e regretando isso akdnasdlansasudha meu inseguro gracinha <3
    Mas gente, puro bulem com o garoto também >>>:
    as alterações no clima e desaparecimentos mds que nostalgia de quando tudo começou, to com os olhos cheios de lágrimas já ;u;
    E é claro que iam ignorá-lo >.> E depois ele ia dar azar e acabar quebrando metade da loja <.<
    E AI QUE RAIVA DESSE GOLDUCK NOJENTO E DESSA LOPUNNY OFERECIDA E_E EU QUERO QUE OS OUTROS CHEGUEM E ESPANQUEM ESSES AÍ U-U
    Caraleo, a Lopunny ainda por cima era uma ladra o_o MAS BEM FEITO PRO GOLDUCK, TOMARA QUE ELA TENHA ROUBADO OS ITENS MAIS CAROS
    TIH ASDKSANDASDUASDHSAUDSAHDSA EU NÃO TAVA ESPERANDO UMA APARIÇÃO TÃO RÁPIDA, GRITEI AQUI
    Mas como eu disse, ele é meu companheiro de equipe, e isso nos torna responsáveis um pelo outro > E JÁ CHEGA LINDONA COM QUOTE DESSA, I LOVE HER SO FUCKING MUCH <33
    e claro que ele ia colocar a mais e-e TOMARA MESMO QUE A LOPUNNY TENHA TE ROUBADO LEGAL U-U
    TIH SENDO MOM FRIEND ASKDLNASSAUDSAHDASUDGSADSA
    não é bem como se ele tivesse escolhido entrar nessa batalha, né >.>
    Você ainda é apenas uma criança, mas tem honra. Sei que se tornará grandioso, se guiado pelas pessoas certas. > [SCREAMS] MY BABY ;U;
    ah, Lopunny..... you will regret this
    Minha mãe dizia que costumamos cair de paraquedas perto deles, e que os amigos de verdade são aqueles que nos seguram ou que caímos em cima. > TO RINDO MUITO AEHAUEHAUEHAUEHAEUAHE MAS MUITO ACCURATE
    miga, tu não quer entrar numa batalha contra a rainha........ tu não quer........
    A TIH COM PREGUIÇA DE PEGAR A ESPADA AEHAUEHAEUHAEUAHEUHAUEHAUEHAEUHAE REALMENTE, ESSA AÍ NÃO TÁ NO LVL DE MERECER PROVAR TEUS GOLPES
    A TIH ASDKASNDSADHSADUSAHASUDHAUASDA UM PETELECO SÓ E JÁ COLOCOU AQUELA ABUSADA NO LUGAR DELA, ISSAE
    E TODO MUNDO ABRINDO PASSAGEM PRA ELA SAKDNASLDAHSADASUDHSADUSADHSAUDHSAD BOW DOWN, PEASANTS
    bb marco, ela nunca se sentiria envergonhada de estar ao seu lado, ninguém se sente assim >>>:
    ai gente não tih toda foderosa passando pra sorriso doce, eu to caída no chãp
    O CACHECOL, MDS FOI ELA ASKDANDALSJDHSADSAHDSAIDSADHSAIDHSADASIDSA MORRENO
    coitado do resto da FT, congelando lá xD
    Akebia quando era apenas uma Budew, aimds eu to
    (eu sou muito fraca pra nostalgia, socorre)

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    Replies
    1. A FT AINDA TODA IMPROVISADA E DESORGANIZADA, TO CHORANDO
      TIH COMPRANDO PRA GERAL MENOS PRA ELA, UGH, MOM FRIEND TOTALMENTE
      E TODO MUNDO SE JUNTANDO AO REDOR DELA [SCREAMS]
      TIH MUCH INTROVERTED AEHAUEAHEUEHAUEHAEUAE <33 (btw vdd, depois vou tentar fazer o mbti da galera daqui)
      ai gente ela falando de estar se sentindo perdida >>>: mds não minha bb, tu achou um lar agora <33
      é simples sim, tih, tu tem um lar agora, tudo é simples assim <33
      e ain aerus, larga disso e chega mais nos seus bros <33
      — Se eu estou escondendo, por que não vem aqui procurar? > migo tem certeza que tu quer desafiar a tih???? CERTEZA MESMO??
      Titânia deu de ombros.
      — Não tem nada aí pra eu ver > MDS, YOU BETTER TAKE A BURN HEAL AEHAUEHAEUAEHAEUAHUE
      GENTE EU TINHA ME ESQUECIDO DO QUANTO O AERUS ERA UMA PESTE (E INCONSEQUENTE (E HILÁRIO)) QUANDO MENOR AHEAUEHAEUHAEUAHUEA
      (LITERALMENTE MENOR AEHAUEHAEUHEUAHEAUE)
      hilário que quando derrubaram ela minha playlist tocava "I'll take you down with me, I'll take you down with me...."
      parem de me lembrar de quando eles lutaram no futuro shhhhhh no battles just peace ç_ç
      ELA ELOGIANDO OS OLHOS DELE AKLKSDHASULDAHSASDASFASFFHDHGAGYDAE
      Era um grupo pequeno, estranho e singelo, mas que tinham um futuro promissor pela frente. > [SCREAMING] [SOBBING]
      O FINAL AEHAUEAHEUAHEUAHEAUEHAUEHAEAUEHAEUAE EU NÃO CONSIGO PARAR DE RIR, TO LEMBRANDO QUANDO ELES EXORCISARAM O MARCO AEHAUEAHEUAEHAUEHAUEAHEUAEHAUE E ACORDARAM A AKEBIA NO PROCESSO E A TIH QUASE MATOU ELES POR ESSA AEHAEUHEUAHEAUEHUAHEUAHEAUEHAU
      P.S. uma amiga minha viu uma das imagens que postei no twitto e mandou dizer que Aerus tem um cabelo muito estiloso

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