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Posted by : CanasOminous
May 21, 2013
As Aventuras de Tom Sawyer
Era em uma fazenda simples dos arredores de Sinnoh que uma pequena e humilde família dava início à sua rotina matinal. Quando o sol erguia-se e o galo cantava as pessoas do campo despertavam para mais uma manhã de trabalho nas lavouras, e Tom Sawyer era um destes jovens trabalhadores cheios de energia. Naquela manhã em particular ele estava empolgadíssimo com a rara visita de seu tio Fenrir, que iria visitá-lo com a promessa de que traria consigo alguma surpresa inesperada.
Assim que os primeiros raios do sol tocaram a terra mansa das campinas rurais, a voz da Dona Sawyer podia ser ouvida ecoando por toda a casinha de madeira:
— Tommy, cadê 'ocê? Deixa de ser preguiçoso, menino! Moleque dos diabos, vai se trocar já antes que seu tio Fenrir te veja dormindo a manhã inteira!
Os cobertores continuavam emaranhadas em cima da cama, sem movimento algum. Se o pequeno Rioluzinho continuava adormecido lá dentro, então ele não teria intenções de sair tão cedo. Sua mãe entrou em seu quarto, não muito satisfeita com a preguiça que observava.
— Tommy, vô falar mais uma vez só. Levanta desse lugar agora mesmo, ou eu vou arrancar esse seu cobertô!
Não houve resposta, e ela decidiu apelar.
— Eu fiz aquele bolo de fubá que 'ocê tanto gosta! É melhor vir antes que seu tio chegue! — dizia a Dona Sawyer, apalpando os cobertores e vendo que estavam vazios. — Tommy? Tommy? Oxi, cadê esse menino?
A mulher desconfiou, e quando desceu para a cozinha colocou a prova suas suspeitas. O ambiente era dominado por um silêncio profundo, e seu bolo de fubá havia desaparecido. Ela olhou para os lados, depois para a porta que continuava fechada. Seguiu até os armários, e quando abriu um deles viu que Tom Sawyer já estava lá dentro, com um pedaço de bolo imenso em sua boca, e todo o restante em um prato que acabara de ser sequestrado. Sua mãe soltou um grito enfurecido e logo começou a correr atrás do garoto que desviou-se com agilidade e saiu correndo porta afora.
— Moleque de Darkrai!
— Ô, diacho!
— Vorta aqui com esse bolo, criatura! É pro seu tio também!!
Tom era um garoto rápido, e provavelmente um dos Riolus mais ágeis da vila. Conseguia ser mais eficiente do que muitos dos guerreiros poderosos que habitavam na cidadela da guilda Iron Fist, logo ao norte do grande riacho, mas o que o tornava um jovem tão genioso era que Tom estava livre e ditava as próprias regras. Ele treinava com os demais Pokémons da fazenda e detestaria ter de viver sobre o olhar pertinente de seu tio Fenrir. Ele sonhava com uma aventura, mas uma que pudesse chamar de sua.
Este era Tom Sawyer, um jovem arteiro e travesso que vivia metendo-se em encrencas. A voz de sua mãe ainda podia ser ouvida ao longe, correndo atrás do garoto com um rolo de amassar macarrão disposto a dar uma surra que o pobre menino demoraria algumas semanas a esquecer. Tom ria enquanto subia em uma árvore e desembrulhava o bolo de fubá que tanto adorava. Escalou até os galhos mais altos onde sabia que sua cansada mãe não o alcançaria. Desembrulhou o bolo que estava quentinho, sentindo o cheiro e o gosto que teria só para si.
O pequeno Riolu podia julgar-se esperto, mas a Dona Sawyer era muito mais. A mulher seguiu até a local e olhou para cima, vendo-o deitado sobre os galhos com uma das pernas a balançar em sinal de tranquilidade. Ela encarou a árvore de relance com o rolo ainda em mãos, mas naquele instante Sawyer pouco estava disposto a descer, ainda mais com uma mãe zangada por perto.
— Menino, desce já daí.
— Eu que num vô descê! Ara, e eu lá tenho cara de bocó? A senhora vai é me dar uns sopapos se me pegar! — respondeu Tom com uma risada, abocanhando mais um pedaço de seu bolo e derrubando as migalhas na grama lá embaixo.
— Menino, eu fiz esse bolo pra toda família. Deixa de ser enguísta e desce daí, já!
— A senhora vivia dizendo que eu tinha que ficar forte como meu pai. E mesmo que ele não vá mais vortá, pelo menos preciso comer bastante pra ter forças quando o tio Fenrir chegar. Aposto que ele vai trazer presente, e a Violeta vai tá junto!
Não demorou muito para que o ressoar de trombetas fosse ouvido ao longe. Tom tinha uma visão perfeita de cima da árvore, conseguindo enxergar um batalhão de cerca de vinte guerreiros Pokémon faziam seu caminho pelas estradas de terra da fazenda. Fenrir, o Lucario, guiava seus soldados pela frente. Ao seu lado estava Violet Hunter, a Absol, sub-administradora da Iron Fist. Dona Sawyer cruzou os braços, revoltada.
— Olha aí, Tommy! Seu tio chegou com todas as visitas, e nosso bolo de fubá tá pela metade! Desce logo daí, filhote de cruz credo, se 'ocê vortá pra casa agora mesmo prometo fazer outro bolo de fubá só seu pra viagem!
— Que viagem?
— Só desce logo, moleque danado.
Sawyer não pensou duas vezes em descer da árvore e correr de volta para sua casa. Sua mãe tentou preparar a mesa da melhor maneira que podia, mesmo com o imprevisto. Tom continuou aguardando na varanda a chegada de seu tio que vinha caminhando lentamente e sem pressa alguma pela estrada de terra. Ao aproximar-se, o homem dispensou seus soldados permitindo que eles retornassem à base da guilda. Apenas ele e Violet fariam a visita ao menino. Quando eles se aproximaram da varanda, Tom correu para recebê-los.
— Tio Fenrir! Que cara de enterro, sô!
— Olá, meu garoto. Como têm andado? — sorriu Fenrir em resposta.
— Com as pernas, uai! — respondeu Sawyer ainda mais depressa. — Violeta, ocê também tá uma belezura! Que bom que vieram nos visitar, a mãe tava te esperando a manhã toda, tio. Ela fez um bolo de fubá que tá uma dilícia!
— Um bolo que provavelmente está pela metade, não? — brincou Fenrir.
— Poxa, esses detalhes a gente esconde, né, tio?
Os três adentraram a casa e foram muito bem recebidos pela Dona Sawyer, a irmã de Fenrir. A mesa era decorada com pães e frutas naturais, leite e legumes direto da fazenda, tudo era muito delicioso e singelo. Aquele clima manso sempre alegrava Fenrir que costumava ir visitar sua irmã durante as férias, principalmente quando encontrava a oportunidade de retirar o uniforme de trabalho e apenas vestir suas roupas aconchegantes enquanto lia um livro na rede da varanda. Violet Hunter também adorava as visitas e já era uma amiga de infância da família. Na realidade, ela escondia uma paixão secreta por Sawyer, que nunca conseguia enxergar isso. Eles eram novos quando brincavam nos arredores da floresta velha, mas os deveres como sub-administradora cada vez mais afastaram Violet de sua vida no campo.
Mas ainda assim, lá estava uma vida que Tom jamais poderia abandonar.
— Sua comida continua sendo deliciosa, irmã. Posso garantir que me encho de alegria sempre que encontro a oportunidade de vir para cá. Meus soldados não dispensam a patrulha, e fazem questão de acompanhar-me, mas quando chego, acho que este é o único lugar que posso viver em paz e esquecer todo o resto — disse Fenrir.
— Ara, 'ocê sabe que pode vir aqui sempre que quisé! A gente pode prozeá a tarde inteira, é sempre bom ter a companhia de quarqué pessoa da cidade por aqui. Eu fico muito sozinha com esse pentelho — respondeu a Dona Sawyer, apontando para seu filhote que devorava seu pão com mortadela.
— Oh, sim, e será uma imensa alegria para mim comparecer. Eu não trocaria os dias no campo por nada!
Fenrir tomou um gole de seu chá, antes de chamar a atenção de seu sobrinho que abocanhava mais um pedaço de bolo.
— Enfim, Tommy. Acredito que você saiba o motivo qual estou aqui hoje.
— Sei dereitinho — respondeu ele. — 'Ocê trouxe uma surpresa pra mim! O que é? Um estilingue novo? Oxi, e só de tê a presença da Violeta comigo também é uma baita surpresa!
Violet Hunter virou o rosto acanhada e deu uma risadinha, demonstrando sua timidez tanto atraente. Fenrir retirou um envelope de seu bolso e entregou-a nas mãos do menino que fez uma careta ao ver o presente.
— Papér? — perguntou Tom, um pouco frustrado.
— Deixa de ser mal educado, moleque! — repreendeu sua mãe.
— Abra-o, Sawyer! Você vai adorar o que está escrito dentro! — encorajou Violet.
O jovem abriu-o, e mesmo demonstrando um pouco de dificuldade em compreender aquelas palavras tentou ler tudo atentamente. Os Lucarios da Iron Fist eram reconhecidos por serem os mais sábios e inteligentes da espécie, mas a família Sawyer não se adequava a esse campo, tanto que preferiam levar uma vida na fazenda, longe da turbulência da guilda e das batalhas frequentes. Assim que Tom terminou de ler, ele voltou um olhar perdido para seu tio.
— F-Faire... faire taiu?
— Fire Tales — respondeu o homem. — Você foi convocado a participar desta guilda. Lembro-me bem que você não demonstrava interesses em participar da Iron Fist, mas garanto que com esta equipe você irá identificar-se muito mais. Eles possuem doutrinas diferentes, são companheiros, vivem juntos festejando, esta é a reputação construída por eles.
— Oxi, só pode ser brincadeira! — disse Tom.
— Pior que não, pois nós os conhecemos e o recomendamos. E eles aceitaram! Tivemos a oportunidade de enfrentá-los em batalha, eles são guerreiros poderosos e demonstraram interesse em sua força. Vamos lá, Sawyer, essa é a chance que você tanto esperou de sair em uma aventura! — continuou Violet Hunter.
O garoto voltou seu olhar para sua mãe, que já sabia dessa notícia. Apesar de todas as encrencas que o menino se mentia, a Dona Sawyer sabia que ainda sentiria muita falta de sua cria que poderia demorar anos para voltar a vê-la. E ainda assim, a mulher demonstrou grande força incentivando-o a seguir em frente.
— Vai em frente, moleque danado. O mundo te espera.
Na manhã seguinte, bem cedinho, Sawyer já estava levantado por conta própria, completamente vestido. Aquele era o início da aventura que ele tanto esperara, nem precisou esperar o galo cantar para sair pulando. Sua mãe preparou-lhe algumas poucas roupas e muito do bolo de fubá que ele tanto adorava. A velha senhora lembrava-se como na manhã passada ela corria freneticamente atrás do menino, mas no fim das contas continuava sendo uma mulher sábia, e acima de tudo, uma mãe que sentiria muita falta de tudo aquilo.
— Se cuida, tá bom, Tommy? Mamãe te ama.
— Se eu me meter em encrenca, vou chamar ocê pra me acudir! — respondeu Tom, abraçando-a com carinho. — Te amo também, mãe.
Tom Sawyer saiu de seu vilarejo ainda cedo, aproveitando o tempo para despedir-se de todos os amigos e parentes que tinha na região. Aproveitou inclusive para passar pela base da Iron Fist, uma guilda poderosa e influente dominada por sua família, e liderada por seu tio Fenrir. Os prédios e construções altas surpreendiam o garoto que chegou a ter torcicolo por não tirar os olhos das alturas. Fazia muito tempo que ele não visitava a cidade. No local onde havia prometido encontrar-se com Fenrir, deparou-se com Violet Hunter.
— Você está atrasado, bem atrasado! E esta não é uma qualidade muito interessante para se apresentar a uma nova guilda em seu primeiro dia. O senhor Fenrir teve de ir embora, e por isso pediu-me que o levasse até os Fire Tales em seu lugar.
— Ueba, então só nóis dois vamos lá pra essa faire taiu, Violeta? Só nóis dois juntinhos? — perguntou Sawyer.
— Sim, Tommy. Teremos um bom tempo para conversar e nos despedir... É uma pena, não sei por quanto tempo eu ficarei sem vê-lo daqui para frente... Bem, vamos seguindo em frente! Você não irá querer atrasar-se ainda mais, certo? — respondeu ela com um sorriso.
A Absol e o pequeno Riolu aproveitaram para pegar carona em uma carroça que saía da cidade ali perto. Quando eles deixaram a Iron Fist ainda haveria uma longa estrada de terra a se trilhar pelas rotas de Sinnoh. Cada vez mais o ar puro do campo ficaria para trás, algo que Sawyer certamente sentiria muita falta.
A viagem durou alguns dias, por sorte ela teve uma travessia calma e sem maiores dificuldades ou imprevistos. Violet Hunter era uma guerreira poderosa, e poderia defender seu companheiro dos ataques de bandidos inúmeras vezes se necessário. Quando os dois finalmente chegaram perto das fronteiras da Fire Tales, depararam-se com as muralhas que separavam a guilda do mundo exterior. Violet levou as mãos até a cintura e soltou um suspiro de alívio.
— Parece que chegamos — disse Violet.
— Eita, mas que lugar bunito! Não é tão grande e assustador quanto a Airon Fisti, mas parece ser mais acolhedora e divertida! Mas na verdade eu gostei mais é da viagem com 'ocê. Ô, trem bão! — disse Sawyer com uma risada, o que fez a moça rir de maneira acolhedora.
— Garanto que você irá amar esse lugar — respondeu Violet. — Bem, agora acho que é melhor eu ir andando. Como você deve saber, ainda há um longo caminho a ser percorrido na viagem de volta...
— Violeta, a gente vai se ver de novo?
— Eu não sei... Não sei mesmo... Eu queria poder te ver todos os dias, mas acho que quando voltarmos a nos encontrar você já não vai ser mais esse garotinho. Vai ser um homem! — disse Violet com um sorriso sereno.
— E ocê também vai ser uma baita mulher... Mas me espera, tudo bem? Num esquece de mim, não...
Antes que a jovem Absol pudesse partir, Tom segurou em um de seus braços o que a fez corar. Violet encarava profundamente aquelas olhos tão brilhantes e sinceros do menino, que sorriu e coçou a cabeça um pouco sem graça.
— Obrigado, Violeta. Pode deixar que vou me cuidar dereitinho. É uma pena que nóis num vamo poder mais proseá como a gente fazia quando era criança. Mas vou guardar 'ocê no meu coração, mesmo que 'ocê num queira.
Violet segurou no colete que o jovem vestia e beijou-lhe de maneira rápida, mas intensa. O beijo durou tão pouco que Sawyer ainda demorou a compreender o que acontecera. Seus olhos ficaram dispersos e seu coração disparou. Violet deu um pulo na carroça ali perto, acenando levemente para o amigo enquanto se distanciava.
— Não vou esquecer de você, okay? Jamais.
Sawyer continuou ali parado enquanto a garota que amava acenava e distanciava-se cada vez mais, sem saber ao certo quando eles poderiam voltar a se ver. Quando a carroça dobrou a curva, o menino soltou um suspiro e enfiou a mão no bolso. Aquela curva seria a última lembrança que ele teria da velha amiga.
O jovem Riolu continuou parado ali na frente por tanto tempo que ele mal pôde ver o tempo passar. O beijo de Violet ainda ardia em seus lábios, e por um instante Sawyer sentiu vontade de pular naquela carroça e fugir ao lado da Absol para nunca mais ser encontrado. Porém, entre tantos pensamentos ele sabia que não poderia colocar em dúvida a recomendação de seu tio Fenrir. Se ele havia o recomendado para a Fire Tales, então Sawyer deveria apresentar se como um verdadeiro guerreiro. Seus pensamentos demoraram tanto que ele só foi despertado de seu transe quando viu os portões de ferro da Fire Tales serem abertos.
De lá de dentro saiu um garoto de aparência curiosa. Ele trazia alguns sacos de lixo consigo, mas parou e prestou atenção na figura caipira quando o viu ali, parado por tanto tempo.
— Ei, jovem, precisa de alguma coisa?
— Opa, tudo bão, sô? Meu nome é Tom Sawyer, sou um aventureiro! — apresentou-se ele.
— Prazer, meu nome é Duke. Então, você... O que exatamente você está fazendo aqui no depósito de lixo?
Sawyer virou-se para as imensas muralhas e o portão de ferro em sua frente.
— Depósito?
— É, a entrada é lá na frente... Aqui é, tipo... os fundos, uma rota de fuga opcional. Meio desprotegida, raramente recebe atenção. Deu sorte de me encontrar aqui hoje (ou azar, na verdade...).
— Oh, puxa, então 'ocês são dessa tal de faire taiu? E 'ocê é o líder?? Puxa, puxa, é um prazer te conhecer cumpadi, eu recebi uma carta que me convidava pra fazer parte dessa guilda!
Duke, vendo que aquela oportunidade seria única, decidiu aproveitar-se da inocência do pobre caipira.
— Oh, sim, você fala com o grandioso líder dessa equipe. Duke, o Pinguim Majestoso! Meus feitos são cantados e minhas histórias anexadas nos livros do passado. E você, recruta?! Têm intenções de fazer parte de nossa irmandade??
— Sim!! Deixa eu batalhar com voismicê e provar minha força!!
“Essa tá no papo” — pensou Duke, já imaginando-se como o vencedor da rodada. — Tente seguir o meu passo, Tom Sawyer! Tenha um vislumbre da força do líder das Fire Tales! Brick Break!!
O pinguim deu um salto em direção do novato que segurou o braço de Piplup com uma facilidade imaginável. Por um momento aquela inocência caipira desapareceu, e Tom encostou a palma da mão no peito de seu oponente e proferiu:
— Só isso? Face Palm.
Uma força intensa pareceu empurrar Duke para tão longe, mas tão longe, que o pinguim foi mandado de volta para dentro da base destruindo paredes e sendo arremessado por uma força imaginável. Sawyer ajeitou o chapéu em sua cabeça, notando o estrago que fizera.
— Eiiiita, e num é que nessa guilda até os pinguim sabe voar?
O Riolu foi pulando os escombros à procura de um Duke derrotado, e quando entrou no depósito da guilda ele pôde ver que muitos Pokémons perambulavam pelas ruas. Ele havia entrado pelos fundos por acidente, e quando avistou toda aquela grandiosidade da guilda sentiu-se encantando pelo local. Inclusive acabou esquecendo-se de Duke jogado em um canto. Naquele momento ele importava-se apenas com a sua impressão da Fire Tales, tudo vinha de um tempo tão distante e magnífico, não era nada como a roça onde vivera toda a sua vida.
Tom Sawyer teve uma estranha recepção em seu primeiro dia, parecia que ninguém o havia notado. A primeira pessoa que ele se deparou era com um corvo, sentado em um canto escuro com os olhos fechados. Com sua animação costumeira, Sawyer correu para cumprimentá-lo.
— Diiia, sô! Por que o sinhô tá tentando dormir a essa hora?
Al Capone soltou um suspiro, mas ainda sem abrir os olhos.
— Olha, criança... Eu tenho insônia, não consigo dormir de noite e isso mantém meu cérebro trabalhando vinte e quatro horas por dia. Há cerca de um minuto eu sentia que finalmente conseguiria dormir essa semana... E você apareceu.
— Então o sinhô precisava conhecer a minha terrinha! Lá fica um silêncio dos bão, só escuto os Kricketot de noitão e durmo que é uma belezura! Sinhô? Ô, moço! 'Ocê tá dormindo?
Sawyer passou a mão na frente do Honchkrow que parecia finalmente ter conseguido adormecer. O Riolu ainda queria conhecer as pessoas, mas todos pareciam estar muito ocupados com sua rotina tão corrida da cidade. Sempre que ele se deparava com alguém, algo o atrapalhava.
— Bão dia, moça bonita! Por que tanta pressa?
— EU COLOQUEI FOGO NA BANHEIRA DO MEU AMIGO!! — gritou Lyndis apavorada.
— Vish maria! Fogo onde?? Nóis tem que apagar isso agora mesmo! Pode machucar as árvere! Como isso aconteceu?
— Eu sei lá, o Karl duvidou que eu fosse capaz de fazer a água da banheira pegar fogo sem evaporar, e eu consegui!! Acho que meus poderes estão ficando mais fortes do que imaginei! Agora ele está doido atrás de mim porque eu queimei as sobrancelhas dele!! — respondeu Lyndis de maneira eufórica.
— 'Ocê precisa de ajuda? O nome é Tom Sawyer, sou novo aqui na guilda e tô procurando o líder, será que... — perguntou o jovem Tom.
— Desculpa, é melhor ficar depois antes que alguém se machuque!! Ja nee!!
Sawyer continuou ali parado, ainda sem entender a pressa que as pessoas da “cidade” sempre demonstravam. Quanto mais ele andava pela guilda, mais cenas estranhas ele se deparava. O jovem teve de se jogar no chão quando viu um torpedo sendo jogado em sua direção.
— WOAAAAAAAH!
— Ô, diacho!! Nessa guilda todo mundo sabe voar? Ei, moço. 'Ocê tá bem?
— Claro que NÃO estou, acabei de ser jogado por uma bazuca como se fosse um projétil!! Eu não quero mais brincar com esses dois, tome cuidado com eles, mantenha-se longe!! Quando você cai na rede, nunca mais é capaz de sair!! Corram para as montanhas, salvem as suas vidas!!! — gritou Marco, levantando-se dali e saindo correndo.
Ao longe era possível ouvir alguém chamá-lo.
— Marquinhooo? Cadê você, querido? Vamos continuar nossa disputa de lançamento humano? Aposto que te faço chegar nas alturas! ❤ — disse Mozilla com uma risada.
Quando Tom Sawyer virou-se para trás ele pôde notar a sombra do gigantesco Espectro Mecânico, Vista, e ao seu lado estava um homem definido e de aparência ameaçadora, o ciborgue Mozilla. Ambos carregavam imensas armas projetadas para lançar coisas à distância. Agora o desespero frenético do pobre Marco havia sido explicado. Aos olhos de quem não os conhecia, eles pareciam ser verdadeiros monstros.
— Ora essa, Vista. Veja só o que encontramos por aqui... Um garotinho, do meu tipo ainda por cima. Acho que vou ficar com ele. — disse Mozilla, mordiscando a ponta de seu dedo.
— More unnecessary children around there? MORE?? Como se já não bastasse o Marco, e por falar nele, onde foi parar aquele fracote? E a propósito... WHO. ARE. YOU? — questionou a máquina com uma voz grossa, fazendo Tom encolher-se em seu canto e sair correndo dali o mais rápido que podia.
— Cruiz credo, esse pessoal da cidade tem alguma coisa muito estranha...!! — arfava o pobre Sawyer, já exausto de tanto correr.
Ele já havia corrido até o pátio da guilda, onde encontrava-se o maior movimento. A palavra mais ouvida naquele instante era “briga, briga, briga!”, e ao aproximar-se da multidão avistou as casas sendo destruídas por dois guerreiros que se enfrentavam.
O pequeno Riolu não havia percebido, mas tinha acabado de cair no meio de uma batalha de gladiadores enfurecidos.
— Aerus, você jogou essa pedra no meu caminho, aposto que sua intenção era me derrubar. Agora terá que pagar com sua vida — ameaçou Mikau de maneira séria.
— Que mané pedra, djow. Eu estava passando aqui de boa e do nada tu aparece me acusando!! Eu lá tenho cara de colecionar pedras? Vou passar a colecionar dentes quando eu acertar essa na tua cara — respondeu o dragão.
— E por que você olhou para mim? Por que ficou me encarando? Quer morrer, é? — questionava Mikau.
— Olha só quem fala, ô exilado!
— P-Pessoal, vamos parar de brigar... — pediu Watt gentilmente, sendo afastado pelo Garchomp que colocou-o de lado antes de estalar os dedos e afiar suas lâminas para estreá-las em Mikau.
— Já que com você as palavras não resolvem, vamos resolver isso na PORRADA.
A batalha entre os dois membros da guilda tinha proporções tão imensas que logo o principal centro da Fire Tales começava a ser destruído. Sawyer pulou na tentativa de esconder-se enquanto pedras, árvores e outros Pokémons eram jogados para longe. Ele encolhia-se em seu canto sem saber o que fazer, pensando se no fim das contas ele não havia se metido em uma zona de guerra.
— Por que as pessoas da cidade são tão estranha?!
Ao ficar atrás de um caixote, ele percebeu que alguém o observava. Era um esquilinho miúdo e de aparência carismática. Watt foi o primeiro a tentar receber o novo integrante.
— Você é novo por aqui, não? Seu nome é Tom Sawyer? — perguntou o Pachirisu.
— Graças ao bom pai alguém percebeu!! Tô aqui faiz um tempão e nunca vi tanta coisa biruta na minha vida!!
— Meu nome é Watt, sou o sub-administrador dessa guilda. Nós estávamos esperando sua visita, mas, bem... Como você deve ter percebido todos os dias têm esse movimento meio "exagerado".
— Todos os dias?! E isso é normal?? — questionou Tom.
— Desculpe pela recepção, pode parecer um pouco aterrorizante...
— E eu tenho cara de quem num ia gostar disso? É bagunça pra todo canto! Então 'ocês são a faire taius? Esse é lugar é bão dimais da conta!
— Pode ter certeza que sim — respondeu Watt com um sorriso. — Venha, só vamos esperar esses dois monstros terminarem de batalhar, e eu o apresentarei para todos da guilda.
Watt tentou espiar a batalha entre Aerus e Mikau quando uma pedra foi arremessada em sua direção, fazendo o pobre Pachirisu cair do outro lado inconsciente e com um machucado na testa que sangrava além do esperado. O Riolu arregalou os olhos em direção do esquilo que sorriu de maneira singela.
— Heh, heh, heh... Eles são bem divertidos, não? Ouch... Se importa de... Ai... deixarmos a visita para... outra hora? — e desmaiou ali mesmo.
Tom Sawyer não pensou duas vezes em sair correndo o mais rápido que pudesse.
Querida mamãe,
Tudo bão com a senhora? Tô sentindo falta do seu bolo de fubá e da minha caminha quentinha, mas as coisas andam bem que tá uma belezura! Já faiz um tempo que cheguei aqui na base dos faire taiu com a Violeta. Ela é uma minina muito boa, toma conta dela e sempre manda um bolo de presente, e pro tio Fenrir também, pruque sei que eles gostam muito e são gente boa.
No meu primeiro dia eu conheci o líder da faire taiu, e bati nele. Foi sem querer, sei que você me ensinou a ser educado, mas foi sem querer. O mais legal da conta é que nesse lugar até mesmo os pinguim voa! Quando eu entrei aqui me senti meio estranho... Acho que fiquei perdido, ou impressionado, sempre tive essa impressão quando vou pra cidade grande... Mas aqui é muito mais legal do que eu imaginava.
Eles são pessoas muito diferentes, aqui eu vi de tudo. Gente que num consegue dormir, mininas que saem colocando fogo nas coisas, outras que são uma boniteza que só, uns monstrão estranho de metal, homem que vira mulher, amigos que brigam toda hora... E no fim das contas toda essa gente deferente mostrou que essa tal de faire taiu é que estive procurando até hoje.
Te amo muito, mãe. Saiba que tô num lugar muito bom. E é aqui onde pretendo seguir com minha aventura até o fim. Com carinho,
Tom Sawyer.
Esperei ansiosamente por esse cap!
ReplyDeleteAww Violet e Tom já amei esse casal! <3
Oh dó o coitado já chega lá e foi engando,pisoteado,quase arremesado. kkkkk
WV
Fico feliz que tenha gostado, WV! Eu estou realmente convencido de que preciso desenhar a Violet, agora só preciso achar tempo e um pouquinho de inspiração, porque tenho certeza que ela ficará muito fofa e os leitores farão questão de tê-la desenhada na galeria! kkk Agora podemos considerar que o Sawyer faz parte integrante da equipe, e com certeza ele será um personagem muito marcante. Gosto da maneira dele de falar, e me senti bem enquanto escrevia esse capítulo. Esse Rioluzinho tem tudo para ser adorado! kk Obrigado pelo comment, querida. See ya!
ReplyDeletePera! Veiolet + Tom?? Pra mim ia ser mais ou menos Fenrir + Violet, mas esse novo promete muita fofura! kkk!
ReplyDeleteConfesso que quanto mais li esse FT, mais gostei do menininho da roça. Tenho uma cisma com Lucarios, pois são fodas e perfeitos, e espero que esse Sawyer vire um Lucario diferente, porém foda. kkk!
Não pude deixar de relacionar o Sawyer com o Chico Bento. Sério, o personagem ficou muito legal.
E sim, quero o gijinka da Prima Violeta. Ela tem tudo pra ser amada por todos. Fofa, foda e fofa. kkk!
E o Duke é o líder? Que chique! Como é o único pinguim voador que já existiu na face da Terra, foi premiado como líder da guilda mais fodástica! kkk!
E quero mais agora! Quero mais histórias perfeitas! More, more and more! kkk!
Adios,
Moacyr
episodio muito engraçado, esse tom vai ficar ótimo na equipe do lucas sem duvida, ri muito com esse final kkkk, esse casal promete realmente ser kawaii e fire tales perfeito!
ReplyDeleteate mais canas!
No fim das contas eu sempre acabo criando um casal completamente diferente, né? kkkkkkk Sorry, a oportunidade Tom x Violet foi tao oportuna que eu não pude resistir! kk É um relacionamento bem Chico Bento cara, a Violet seria a Rosinha, mas nesse caso ela também vem da cidade, ai fica ainda mais fofo. E com toda certeza cara, me inspirei muito no Chico para trabalhar com o Sawyer! Poxa cara, Turma da Mônica fez parte da minha infância, eu não poderia esquecer de dar uma pitadinha do Mauricio de Sousa em meus personagens.
ReplyDeletePor mais que o Rioluzinho seja apenas um filhote, ainda tenho grandes esperanças para que ele se torne um Pokémon muito forte. Os leitores esperavam pelo sexto e último membro da "elite" do Lukas, e aqui está ele, esse membro era um Lucario! Agora sim a equipe dele ficará mais equilibrada do que nunca, faltava um Pokémon do tipo Steel para completar.
Vou tentar ir bolando um Gijinka bunitinho pra Violeta! Ela tem que ser uma Absol fofa, fofa, FOFA!! kkkkk Estou meio ocupadão na área de criação de personagens, e com meu scanner quebrado isso trouxe muitos imprevistos... Mas logo, logo dou um jeito. Nesse meio tempo estarei trazendo umas novidades bacanas e preparando os Remarkable Five. Daqui a pouco eles darão as caras, hein! Obrigado pelos comentários gente, até a próxima!
Agora dá pra saber como alguém de fora se sente ao chegar nos Fire Tales kkkkk O Tom será um personagem muito divertido, cara. Me lembra os bons momentos lendo Chico Bento. Foi tudo muito bem bolado, adorei os diálogos, e principalmente o mais novo casal: A Violet e o Tom! kkkk Eu nunca ia imaginar... Espero ver esse Rioluzinho se tornando um poderoso Lucario em breve!
ReplyDeleteO Duke líder do Fire Tales kkkkkkkkkkkk
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