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Posted by : CanasOminous
May 28, 2014
Support Conversation (Al Capone x Sophie)
Gênero: Drama, Romance, Família, Amizade;
Tema: Família a gente não escolhe, ela existe para
completar o espaço que falta no coração um do outro;
completar o espaço que falta no coração um do outro;
Notas do Autor: Preparando-se psicologicamente para o Capítulo 95...
Sophie vinha
parecendo meio desmotivada nos últimos tempos, especialmente após os mais
recentes indícios de que a grande guerra se aproximava. Não sabia se estava
psicologicamente preparada para a ocasião, vinha tentando esconder a
preocupação por conta de sua família e os demais. Não queria parecer
amedrontada para eles, e muito menos fraca.
Sendo a curandeira para todos que ali estavam, sua primeira
obrigação era o de motivá-los a nunca desistirem. Falar parecia mais fácil do
que colocar em prática, pois nem mesmo ela encontrava forças para sorrir.
A mulher encontrava-se em um bar próximo da base,
aproveitando o momento livre de sua noite para refletir e organizar os
pensamentos. Vestia roupas escuras em tons pretos e cinza, chegava a parecer
que se direcionava para um velório, o que era raro vindo de alguém estava
sempre vestida de branco. Sophie tinha em sua frente apenas uma xícara de
chá enquanto observava o movimento. Os olhos turvos e cansados não se
direcionavam a ninguém em especial. Foi quando notou um homem passando ali
perto, carregando alguns pães de maneira distraída. Ele tinha cabelos
esverdeados, o que imediatamente despertou sua atenção.
— Sonnen?
— Ela perguntou em voz alta, levantando-se para ir ao seu encontro. — Sonnen?
Irmão, é você mesmo?
O bar
estava bem cheio, e as ruas, lotadas. Sophie atrapalhou-se na saída, não queria
simplesmente que pensassem que ela estava fugindo sem apagar, mas não pôde
deixar de acreditar que tinha visto ali seu irmão que há tanto tempo não via.
— Me
desculpe, desculpe, com licença — ela pedia conforme abria espaço entre as
pessoas e cadeiras, até que perdeu o rapaz de vista.
Olhou de
um lado para o outro, com a esperança minguando. Não acreditava que por um
momento havia conseguido chegar tão perto de reencontrar seu irmão que não via
há tanto tempo, mas afinal de contas, seria ele mesmo? Logo uma mão tocou seu
ombro, e Sophie virou-se com pressa.
Era Al
Capone.
— Que belo
presente encontrar-se com a senhorita por aqui, Sophie — disse o italiano. — Come stai?
— Ah,
Al... Eu só estava — ela virou-se para trás, vendo se ainda tinha visão daquele
cabelo esverdeado que também lembrava o seu —, imaginando coisas.
O corvo
fez um aceno cortês com a cabeça, convidando-a a sentar-se. Puxou a cadeira
gentilmente e retirou o casaco para protege-la daquela noite fria. Chamado um
dos garçons, pediu um belo vinho para desfrutar do momento, e também alguns
petiscos para acompanhar. Sophie negou as gentilezas, mas o homem insistiu.
— Gracie — Al Capone agradeceu o garçom que o
servia, após terminadas as anotações.
Estranhamente,
Sophie parecia quieta demais naquela noite. Geralmente, apesar do horário, ela
sempre estava sempre tão viva e alegre, com histórias sobre bêbados e mil
tarefas a serem feitas para a manhã seguinte. Mas, naquele momento, ali havia
apenas uma mulher cansada e cheia de obrigações pesando em suas costas.
— Você
parece alterada — presumiu Al.
— Não se
preocupe, é só a minha imaginação — respondeu a mulher, voltando a tomar um
gole de seu chá que já havia gelado. — Acho que é a idade chegando.
Seu
companheiro não escondeu uma risada ligeira ao ouvir aquilo.
— Bem,
então eu deveria estar ainda pior, pois levando em conta nossa idade... Acho
que estamos bem conservados.
Sophie
piscou de maneira sedutora, mas não deu nenhuma resposta plausível ou sinal de
compreensão. Os dois apenas ficaram mergulhados no silêncio. Quando estavam no
bar da guilda a conversa sempre fluía de maneira tão natural e agradável, então
por que será que agora o clima estava tão estranho? Todas as mesas ao redor
falavam alto e estavam contentes com a chegada do fim de semana, mas ali,
somente um lamento maior se formava a cada dia.
— Sophie,
alguma coisa realmente aconteceu com você. A senhorita não costuma ser assim —
disse o Honchkrow. — Posso saber o que a preocupa?
Após um
suspiro, ela concordou com um gesto da cabeça.
— Não posso
esconder nada de você, não é mesmo? — Sophie tomou mais uma golada antes de
continuar: — Estou ficando velha, Al. Não sou mais a mesma mulher de antes, e
sinto que já não sou capaz de enfrentar os perigos que se aproximam.
— Posso
garantir que todos nós sentimos o mesmo, minha cara — respondeu. — E é
justamente por isso que nos unimos como uma família, para que um dê forças para
o outro.
Sophie
sentiu seu coração acelerar com aquelas palavras. Olhou para si mesma no
reflexo do chã e enxergou seus cabelos esverdeados, que tanto lembravam os do
irmão. Aquilo trazia apenas lembranças de uma família fragmentada, e de uma
garota que não fora capaz de cumprir com promessas há tanto esquecidas.
— Me diga,
Al, você se dá muito bem com sua família, certo?
— Sì, sì. Securo. Com toda
certeza.
— Quantos
irmãos você tem?
Al não
escondeu uma risada.
— Bem, ao
todo nós somos em cinco. Virgil, Clemenza, Bonasera, Carmine e eu. Io sono il più giovane della famiglia. O mais novo.
— É
uma família bem grande — Sophie tentou revelar o mesmo sorriso e a
sensação aconchegante que o homem transmitira para ela, mas não
conseguiu. — Mas o que você faria se um de seus irmãos fossem tirados de
você?
A
expressão facial do corvo mudou no mesmo instante.
— Eu
acabaria com qualquer um tentasse.
Sophie
voltou a mexer em seu chá gelado sem interesse algum de bebê-lo. O vinho estava
demorando para vir, e aquele assunto de família viera em uma má hora. Ela
soluçou, levando uma das mãos até a boca na tentativa de engolir o choro e as
memórias que a afligiam. Al Capone imediatamente percebeu o quanto alterada sua
amiga estava, e isso o fez preocupar-se ainda mais.
— Sophie,
o que aconteceu?
— N-Nada,
Al — ela mentiu, como se sentisse o seu coração acelerar e ser moído em
pequenos pedacinhos que nunca poderiam ser juntados. — Por favor, eu preciso
voltar para a guilda, peça para o garçom cancelar o pedido e trazer a minha
conta, rápido.
— Eu pago,
isso é de menos — o corvo assentiu, mas aquilo não fazia a menor diferença.
Sophie o encarou
com olhos avermelhados e cheios de remorso, suas palavras perfuraram o coração
de Al Capone com mais força do que uma bala de prata. O peito da mulher também
doía, mas por motivos diferentes. Ele nunca a vira chorar, e esperava
sinceramente que nunca tivesse acontecido.
— Por
favor, só me leve pra casa...
• • •
— Karl, eu
gostaria que viesse até a minha sala agora mesmo, puó essere, se possível.
A ordem de Al Capone fora clara e explícita. Karl estava
ferrado. Ainda tentava adivinhar qual era a cagada da vez que o corvo tinha
descoberto, — e
como aquilo afetaria seu relacionamento com Lyndis a partir de agora. Achava
inclusive que tinha estado mais tranquilo nos últimos dias, nem se lembrava da
última vez que aprontara, mas só de ouvir a voz do chefão da mádia naquele tom
apreensivo, não tinha tanta certeza de que sairia vivo daquela sala.
Apenas um pedacinho de seu rosto apareceu atrás da porta,
escondendo-se como um cãozinho que tem plena noção de que fez algo de errado. A
voz de Karl estava trêmula e cheia de medo.
— Me
chamou, tio Al? — sua voz mal saiu.
O mafioso
apenas esticou o braço e fez um cumprimento em direção da cadeira.
— Sente-se.
Dos poucos segundos que se passaram da porta até a cadeira,
Karl imaginou as mais variadas formas de morrer pelo pai de sua namorada. Ainda
não fazia ideia do que tinha feito de errado, mas levando o tom de voz do
Honchkrow, não devia ser nada bom. Não encontrava nem forças para perguntar o
motivo de estar ali, mas para seu alívio Al decidiu pronunciar-se e logo
falou dos motivos de sua preocupação.
— Algo
está muito estranho com sua mãe, meu jovem. Questo
non è bueno.
Karl até
retirou seu boné para limpar o suor.
— Ufa,
quer dizer que não tem nada a ver comigo e com a Lyn?
— O que
tem a Lyndis? — O corvo perguntou, desconfiado.
— N-Nada
não, tio Al. Pode continuar...
O homem
respirou fundo antes de prosseguir.
— Você
conhece sua mãe melhor do que ninguém, meu jovem. Ontem à noite, encontrei a
Sophie em um bar perto da guilda, ela já devia estar lá há um bom tempo, mas
posso dizer que cheguei na hora perfeita — explicou o corvo. — Não demorou
muito para que a Sophie passasse mal e eu tivesse de levá-la para casa.
Karl
levantou-se de sua cadeira no mesmo instante.
— O que? A
Sophie passou mal?!
— Não se
preocupe, ela já passa bem. Está de repouso nas Casas de Cura, mas digo o
quanto controverso isso parece, afinal, um médio tem o dever de curar as
pessoas, mas conhecendo sua mãe, ela deve estar se esquecendo de cuidar de si
própria.
Karl logo
deixou de lado todos seus pensamentos de culpa, pois não fazia ideia de que
algo de ruim tinha acontecido com sua mãe.
— Quando
um médico passa mal, quem é que poderá cuidar dele...? Caramba, tio, isso
é preocupante! A Sophie já estava me parecendo bem triste ultimamente com essa
conversa toda de Liga Pokémon e treinos... O senhor a conhece, ela não é uma
mulher de guerras e muito menos de... derramar sangue — falou Karl, apreensivo
com aquela palavra. — Muito pelo contrário, ela sempre foi completamente contra
isso! Ela é do bem, cara. Foi isso que ela sempre me ensinou em casa.
— Lo so, lo so. Sei bem disso, sei bem — Al Capone
ponderou, enquanto observava o pátio da guilda através de uma das paredes de
seu escritório. — E o que mais me preocupa nisso tudo é o fato de nós estarmos
aqui, e ainda assim, não podermos fazer nada.
A cabeça
de Karl girava, ele sentou-se com tudo na cadeira, acabado.
— Cara, e
como eu odeio ser um Pokémon! Esses Remarkable Five estarão ali, enfrentando
nossos amigos que competem por sua própria vida, lutando como gladiadores, e
nós não temos direito algum de intervir!
— Isso
nunca mudará, bambino. Não é nada que não tenhamos feito
até hoje. A diferença é a maneira como encaramos os fatos. A senhorita Sophie
está mais velha, o tempo passou. Ela já não tem a mesma energia de antes —
disse Al Capone. — Mas isso não quer dizer que dentro dela não viva mais a
adorável mulher que nós conhecemos.
— O que
poderíamos fazer pela Sophie então, tio? — perguntou Karl.
Al Capone
levou uma das mãos até sua barba de maneira pensativa. A janela dava visão
perfeita para as Casas de Cura, onde a Gardevoir repousava e só sairia depois
de um ou dois dias de descanso. Aquilo lhe deu uma ideia.
— Chame a
Lyndis, temos algumas coisas a conversar.
— C-Chamar
a Lyn? Agora o assunto tem a ver comigo?
Al Capone
franziu o cenho.
— O que
vocês dois andaram aprontando?
— N-Nada
não, tio! Logo mais estou de volta!
Após um
cumprimento, Karl saiu dali o mais depressa que pôde sem nem preocupar-se com
as outras bobagens que fizera. Aquilo poderia esperar, pois agora haviam
motivos maiores a serem levados.
Demorou
menos de vinte minutos para que Lyndis estivesse pronta e cheia de energia para
resolver os assuntos do pai. Al guiou os dois jovens até a sala de estar, onde
explicou para sua filha o motivo daquela reunião e de que maneira os dois
poderiam ajudar Sophie na jornada que se aproximava.
— Ai, meu
Arceus! Meu Arceus!! Eu não sabia que a tia estava tão mal, isso é terrível —
disse a Infernape toda chateada, apoiando os cotovelos sobre a mesa e esboçando
uma feição vazia.
— Ontem,
enquanto conversamos, Sophie falou muito sobre uma palavra que nos define: Una familigia. Nós somos a
família dela atualmente — explicou-lhes o homem. — Não sei exatamente quem ela
procurava ontem, mas me pareceu seriamente conturbada. Karl, você sabe se a
Sophie tinha algum parente distante por essas terras?
— Olha,
tio, acho que não — explicou o Togekiss. — Na idade dela, duvido um pouco que
tenha familiares próximos, com exceção do irmão perdido que ela tanto me falava.
— Irmão? —
indagou Lyndis.
— Sim, a
mãe é a mais velha, mas ela tinha um irmão mais novo da família, acho que o
nome era... Sōmen, sei lá, coisa
assim. A Sophie também sempre foi muito responsável, ela é quem tomava conta de
todos os negócios da família ainda bem criança, quando seus pais a deixaram.
Aprendeu a lavar, limpar, cozinhar, enfim, tomar conta de tudo.
— Mas o
que a levou a deixar o irmão para trás? — perguntou Lyndis, ainda entristecida
por toda aquela conversa.
Al Capone
relaxou em sua cadeira, dragando a fumaça de seu charuto recém aceso e
encarando o ar vazio à sua frente antes de dizer:
— Algumas
vezes a vida nos obriga a continuar nosso caminho para ajudar os outros. Talvez
a saudade do irmão desaparecido a tenha amargurado ontem à noite, talvez ela
sinta falta... de sua família de verdade.
Karl mal
se moveu ao ouvir aquilo.
— Não
sinto falta alguma da minha família — o jovem Togekiss falou, indignado. —
Quero dizer, da verdadeira. Vocês são a minha família hoje, nem ligo pra quem
veio antes, eles não estavam aqui pra cuidar de mim quando precisei.
— ...Mas
com a tia Sophie é diferente, ela viveu bastante tempo com essas pessoas.
Imagina só, se do dia para a noite a gente tivesse que se separar e você nunca
mais me visse, Karl? — indagou Lyndis, abraçando o jovem com extrema força e
afogando-o em seus peitos. — Acho que eu MORRERIA!
— Bambinos, isso não vai
acontecer — Al Capone acolheu-os de maneira gentil ao levantar-se. — Quero que
me ajudem na cozinha, pois hoje faremos una
splendida sorpresa!
Não era de se surpreender que Al Capone escolhera dois dos
piores ajudantes de toda Sinnoh para cozinhar. Karl não sabia como ligar o
fogão, e Lyndis era tão desastrada que todos os pratos e louças da coleção de
seu pai terminariam em pedaços. Todavia, esperava-se que o mafioso tivesse
algum plano.
Al foi até um armário particular e abriu-o com todo cuidado,
retirando dali de dentro um avental preto com detalhes vermelhos. Retirou o
chapéu e jogou os cabelos para trás, revelando ali uma pessoa que nem mesmo
Lyndis teria imaginado: Um Al Capone cozinheiro.
— Poxa,
tio! Até de avental você fica bem! — brincou Karl.
— Uow,
parece que hoje vamos ter um jantar daqueles! — comemorou a garota dos cabelos
de fogo.
— Mas pra
falar a verdade... Não é mais fácil a gente só pedir uma pizza? — sugeriu Karl.
— E perder
essa oportunidade de ver meu pai colocar a mão na massa? Quer algo melhor do
que um descendente de italiano direto que sabe fazer macarrão, nhoque, e a melhor
pizza do mundo? E tudo em casa! ADORO quando ele faz isso — Lyndis abraçou o
homem com carinho, dando-lhe um leve beijo no rosto.
Al
realmente era um cozinheiro de mão cheia, e isso todos tinham certeza.
— Não se
preocupem, sei bem como preparar uma noite fantástica ao melhor estilo de
Veneza — disse Al. — Quero que a Lyn seja minha assistente. Può essere, minha querida?
Ajude-me no forno, desse jeito a comida ficará pronta mais rápido. E quanto a
você, Karl, bem... Lave as louças.
— Eu sabia
que ia sobrar pra mim...
• • •
Sophie permanecia em repouso em uma maca das Casas de Cura.
Era estranho imaginar que não haveria ninguém para atende-la, afinal, ela era a
enfermeira. Por mais que Al tivesse implorado e feito de tudo para que ela se
sentisse bem e aconchegada, a mulher simplesmente não conseguia ficar parada
enquanto o mundo girava ao seu redor. Precisava levantar-se, arrumar o bar,
lavar alguma louça ou dar uma bronca no Karl. Só sabia que precisava sair logo
dali, antes que começasse a enlouquecer.
Assim que parou de folhear uma revista, foi até o banheiro
olhar-se no espelho. Estava péssima, não dormira muito bem por causa do
incidente da noite passada, e seu irmão, Sonnen, não saía de sua cabeça.
Desejava sinceramente que suas suspeitas fossem erradas, que jamais tivesse de
enfrentar alguém de sua família na Liga, e muito menos o irmão que tanto amava.
E depois de tanto tempo, reencontrá-lo desta forma... Nunca poderia combatê-lo.
Nos últimos dias não encontrava mais forças nem para retocar
a maquiagem ou tomar conta de si própria. Concluiu por si só que estava
péssima, e só conseguia pensar em sair dali o quanto antes.
Ao retornar para o bar, Sophie quis logo voltar a ser como
era nos primeiros dias que entrara na Fire Tales, tão jovem e enérgica.
Preparou uma xícara de café, mas aquilo não a agradava e chegou a tomar algumas
goladas de algo mais forte para esquecer tudo que passou.
Quando Al Capone a encontrou, ela estava debruçada sobre o
balcão.
— Quem
deixou que você saísse da cama, minha donzela? — perguntou Al Capone num tom
carinhoso.
— Eu não
aguentava mais ficar lá, me deixe em paz — retrucou Sophie, com as bochechas
meio avermelhadas. — Foram só dois copinhos...
— Para
você estar nesse estado, creio que foram beeeeeem mais do que só dois copinhos.
Há quanto tempo já está aqui bebendo? Duas horas, pelo menos? — O homem
aproximou-se dela, dando-lhe apoio para erguê-la e coloca-la de pé.
— Al, não
faça isso... Eu estou tão feia... Me deixa dormir.
— Venha,
nós queremos mostrar uma surpresa pra você.
A cabeça
de Sophie virava, e ela nem sabia o que estava perguntando.
— Nós quem?
— Eu, a
Lyndis, e o seu querido filho — respondeu Al com toda a paciência que Arceus
lhe dera.
A cabeça
de Sophie começava a delirar.
—
Filho...? Desde quando eu tenho filho? Eu não tenho filho algum, não tenho
família. Abandonei meu irmão mais novo em busca de trabalho só para ajuda-lo, e
desde então nunca mais o vi. Que tipo de mulher eu sou, que não consigo nem
mesmo cuidar daqueles que tanto me importam?
Al Capone
preferiu manter-se em silêncio e ignorar o comentário, ou as crianças ficariam
muito tristes em ouvir aquilo. Em pouco tempo ele conseguiu levar Sophie até
onde a surpresa a aguardava. Ao chegar em seus aposentos, as luzes estavam
todas apagadas e iluminadas apenas por algumas velas em um clima romântico
intenso. Haviam duas cadeiras, e em cada ponta uma linda taça de vinho estava
disposta. O prato principal consistia de massas dos mais variados tipos, e ao
fundo, uma música italiana antiga tocava, trazendo tantas lembranças de dias
que não voltariam mais.
— E-Eu não
acredito — Sophie levou a mão até seu rosto, não escondendo a surpresa.
— E dessa
vez, garanto que você não terá que lavar a louça e nem cozinhar nada. Está tudo
pronto! — Al Capone garantiu, e escondido ali perto pôde-se ouvir uma voz
distante:
— Claro
que não tem mais louça, quem você acha que que foi o otário que estava
limpando? Mamãe, acho que descobri minha primeira vocação para a vida: Limpador
de pratos. O Al pode mandar ver no banquete, mas bem que ele poderia ser mais
organizadinho, não é?
— Ninguém
precisa saber de detalhes, K. — Lyndis falou com uma risada.
O que
antes nada mais era do que uma singela surpresa, logo fez com que Sophie
levasse as mãos até o rosto para conter as lágrimas que começavam a rolar
soltas. Karl nunca antes tinha visto a mulher chorar, mas aquela vez foi o
suficiente para derramar todas as lágrimas que tinham ficado presas, fossem
elas de tristeza ou felicidade.
Al Capone
guiou-a até o sofá, onde Sophie por fim revelou um lindo sorriso com os olhos
ainda vermelhos e as bochechas coradas.
— Por
favor, não se preocupem comigo. Se estou chorando agora, é porque daqui para
frente nenhuma outra lágrima vai cair.
Ela chamou
Karl para seu colo, onde acolheu-o perto ao peito.
— Então
quer dizer que você limpou todas as louças? Que bonitinho. Por que não faz isso
em casa?
— Porque
você não pede — o jovem Togekiss foi claro em explicar. — Mas nem pense
que só por causa disso vou começar a lavar, passar e arrumar minha cama todos
os dias. É que hoje... Hoje foi um dia especial.
— Foi o Al
quem teve a ideia! — gritou Lyndis, logo o denunciando.
—
Verdade? — Sophie sorriu, puxando Al Capone pela gravata e roubando um
beijo ligeiro de seus lábios. — Então creio que mais tarde vou precisar
agradecê-lo com mais calma. Obrigada pelo vinho que não tomamos naquele dia.
— Ti meriti. Você merece. É o que os membros de
uma família fazem um pelo outro — disse Al. — Cada um de nós
traz um pequeno pedacinho de nosso coração fragmentado, mas juntos, nos
completamos. Algumas vezes não precisamos de laços sanguíneos para considerar alguém como parte de nossa vida.
Sophie
sorriu e concordou, reunindo os quatro ali presentes em um abraço forte e cheio
de carinho.
— Quero que vocês saibam que sempre serão a minha única e mais importante família nessa vida!
— Quero que vocês saibam que sempre serão a minha única e mais importante família nessa vida!
Aaah ! A FAMÍLIA !
ReplyDeletePor onde começar? Voce explorou tao bem o tema familia, e de longe esse é Support mais sensível.
Hmm...Massas, como voce mesmo disse um dia, se pudesse, só viveria delas :3
Pô, Karl, explique-me mais sobre você e Lyndis...To sentindo uma saliencia aí.
Eu simplesmente adorei esse support.Muito fofo! Mas sabe que desde começo pensei que Karl e Sophie iam ficar juntos, e Al e Lyndis tbm.Talvez seja porque sempre vi eles muito proximos, entao ja rola o shipp kkkkk
Parabéns.
Os Supports que virão antes das batalhas da Elite certamente terão esse ar sensível, o que é necessário para irmos preparando os leitores para o clima que vai se formar. São os clássicos episódios que nos preparam diante do pior kkkkkk Opa, e eu não poderia deixar de comentar um pouco da culinária italiana que tanto adoramos kk Esse Karl e a Lyndis já estão de rolo faz tempo, e aposto que se tivermos uma reprise da Semana Ecchi poderíamos ter uma continuação das desventuras deles.
DeleteAté para mim foi uma surpresa o caminho que essa história se formou! Karl e Sophie eram um casal acidental formado no comecinho, e que combinou muito. Os capítulos foram se passando, outros personagens vieram e agora não consigo mais imaginar esses dois juntos, rs. Ok, talvez um pouco. Eu adoro essas curvas que o enredo faz, não tem nem como prever! No fim das contas, parece que os personagens falam por si sós... Bem, continuemos nossa jornada kk Beijos!