Sep 6, 2012
Fazia um belo dia na cidade de Hearthome, os altos prédios forneciam uma sombra aconchegante para os viajantes que chegavam e preparavam-se para enfrentar o ginásio local, e logo em um pequeno bar de esquina jazia um rapaz loiro sentado sobre uma das banquetas. Aquele era Stanley, que já poderia ser considerado um treinador avançado por ter conquistado sua quinta insígnia na cidade de Veilstone. Ele agora apenas descansava de viagem e fazia as preparações necessárias para partir para Canalave e enfrentar o temível Byron.
Stanley estava mexendo em uma lata de refrigerante vazia enquanto assistia atentamente a televisão que ficava encostada no alto da balcão. No momento várias pessoas e treinadores estavam concentrados na tensa batalha que estava sendo transmitida ao vivo. Eram os irmãos Wallers que desafiavam Byron e Roark em uma batalha de ginásio, e mesmo estando muito longe, Stanley não poderia perder a oportunidade de assistir uma das maiores disputas de seu melhor amigo.
De repente uma moça de cabelos ruivos ao seu lado deu um salto da banqueta e esticou as mãos para o alto começando a berrar:
— Dá-lhes, Lukas-kun! Vai lá que você consegue, força, força, meu dollynho fofucho!! Olha, olha, esse gatão na TV é o meu namorado, ele não é um amor? — dizia Vivian super animada enquanto as pessoas ao redor não desgrudavam a atenção do aparelho. Stanley deu um puxão na amiga e a fez sentar-se.
— Opa, lembrei de um detalhe. Na verdade ele nunca foi seu namorado! Hah, hah, hah... Desculpa, não pude resistir. — disse ele com uma risada.
— É, tem esse detalhe. Obrigada por acabar com meu dia mais uma vez, Stan. Não quero mais conversa com você. — respondeu ela indignada — Aí, tiozão! Manda mais duas latinhas desse refri pra mim. Oxi, lá na minha terrinha só tinha suco natural, acho que esse negócio deve ter dorgas, não é possível.
Stanley já tinha se acostumado com o jeito histérico da amiga, e por isso nem se importava de passar vergonha. Vivian continuou a pular e gritar até o fim da batalha, e soltou um grito ainda mais agudo quando viu seu amado ter seu último Pokémon derrotado. Mas a tensão da batalha foi tanta que ela não teve nem tempo de distrair-se, uma sequência de fatos imediatamente tomaram toda a atenção do público com um incrível desfecho que trouxe a vitória para Luke Wallers.
O loiro quase desabou da cadeira quando viu aqueles últimos movimentos, e era ainda mais explêndido saber que a pessoa que agora estava na televisão era um amigo tão especial. Parecia que a loucura que os havia separado estava curada. Vivian bateu com as duas mãos no balcão e debruçou-se sobre a mesa empinando as costas para aproximar-se da televisão.
— Que épicooooooooooo, o Lucky-chan arrasou nessa batalha!!! — gritou — Muito, muito, muito, muito épico. Eu queria poder estar lá para mostrar o nosso apoio, pois foi uma insígnia merecida. Stan, Stan... Por quê você não consegue ter batalhas de ginásio como essa?
— Abaixa essa saia primeiro, quer que todo mundo fique vendo o que você tem aí embaixo?
— Bem, eu não tenho nada, agora... Você eu não sei. — disse Vivian com uma risada, tomando sua bebiba em apenas uma golada — Ahhh, que gostoso! Ai, ai... Você é muito impuro, fica aí me contaminando com essas besteiras que você diz.
— EU?! Eu só fico preocupado contigo, é você que é maliciosa e pensa besteira em tudo que eu falo. — respondeu Stanley indignado, apoiando-se no balcão e tentando contar quantas latinhas já estavam ali — E olha, eu tenho batalhas muito boas, sim, mas sou diferente do Luke. Eu sou um ser humano normal, aquele cara nasceu pra brilhar. Nem todo mundo nasce com a bunda virada pra lua, consegue entender?
— Ahh... Nós devíamos ter ido com eles para Canalave, a essa altura estaríamos nos hospedando naqueles hotéis luxuosos ou em qualquer pousada requintada. Desde que me juntei a você a gente só dorme nos Centro Pokémon ou no meio da floresta. — respondeu Vivian.
— Eu pensei que você era a “Senhorita Natureza” e adorava viver no meio do mato, sei lá o que você falava...
— Pois é, acho que você está me contaminando com sua chatice. Olha só, nem tenho mais vontade de me divertir... Estou precisando que alguma coisa surpreendente me acontença, se não, vou virar só mais uma pessoa normal na sociedade, que nem você!! — comentou ela pensativa, preparando-se para deixar o bar. Stanley coçou a cabeça um pouco indignado, saindo para acompanhá-la. O rapaz enfiou as mãos nos bolso e perguntou:
— Oe, ruiva, onde está indo?
— Fugindo! — gritou ela de longe.
— Fugindo do quê, mulher? Acha que vou te perseguir que nem aquela vez?
Pouco depois o dono do bar tocou no ombro do loiro enquanto ele preparava-se para sair, erguendo a mão e estendendo-a aberta como se insinuasse algo.
— A conta. — disse o homem, com uma folhinha que continha os mil refrigerantes que a menina tinha tomado. Stanley engoliu seco e implorou para que a carteira não estivesse vazia.
— R-Ruiva desgraçada... Mais tarde eu acabo com ela.
• • •
Vivian caminhava e cantarolava enquanto passava pelas ruas movimentadas de Hearthome, foi adentrando na cidade à procura do Super Contest Hall onde ela tentaria disputar por sua quinta e última fita, mas sabia que agora precisaria treinar sério se desejasse passar pelos mestres das apresentações e garantisse uma vaga no Grande Festival do meio do ano. A moça caminhou até a construção e adentrou o local para saber se teria alguma competição que ela pudesse assistir. A próxima seria em duas horas.
— Maldição, o que posso fazer esperando duas horas?
Ela saiu um pouco cabisbaixa sem saber ao certo como passar seu tempo, sentou-se no mármore de uma fonte e ficou mexendo na água provocando ondulações. Sacou uma pokébola e lançou sua Scizor para ter alguém para conversar, as duas ficaram lado a lado enquanto observavam o movimento ao redor.
Vivian soltou um longo suspiro de desanimo, assim que virou pôde avistar uma barraca de sorvetes com algumas crianças que traziam suas moedinhas contadas para comprá-los. Aquela cena lhe trouxera lembranças de quando ela estava com Lukas em sua última estadia em Hearthome e saía para se divertir fazendo o que gostava. Ficou observando aquela barraquinha por vários minutos como se desse de tudo para voltar no passado.
— Parece que foi há tanto tempo, mas não devem fazer nem dois meses. Acho que eu estou ficando velha, Scizor. — disse a ruiva com uma risada — Puxa, e depois também teve aquela vez que o cara metido apareceu aqui e o Luke socou ele no meio da fuça! Caramba, quantas lembranças boas dessa cidade...
A menina fechou os olhos e apoiou-se na armadura de metal de seu Pokémon. Abriu-os lentamente tendo a vista ofuscada pelos raios solares, e então, pôde ver um estranho homem aproximando-se dela. Vivian imediatamente ergueu-se e esboçou uma feição de preocupação. O homem não aparentava ter más intenções ou algo do tipo, mais lembrava um cidadão comum como qualquer outro da cidade.
— Olá, mocinha. — disse ele.
— E aí, tio. — respondeu ela com um aceno da cabeça.
— Meu nome é Wilson. Presumo que você seja Vivian Chevalier, ouvi falar de você enquanto seguia viagem com dois garotos gêmeos. É amiga dos Irmãos Wallers, não é? Aqueles que apareceram na televisão realizando uma batalha em Canalave.
A ruiva logo interessou-se no assunto.
— Sou eu, sim!! Viu o meu amado Lukas na batalha? Os dois parecem iguais, mas eu consigo detectar de longe qual é o meu fofo e qual é o outro. — disse ela com um sorriso inspirador.
Wilson deu um leve sorriso ao ver a reação da menina.
— Acho que eu não saberia dizer quem é quem, são muito iguais.
— Gostou, né? É que aqui você está falando, simplesmente, com a melhor amiga desses garotos. Oh, eu segurei eles no colo quando ainda eram só uns bebêzinhos fofutchos, isso que nós temos a mesma idade. Bem, mais tarde pode pedir autográfos para mim, sei que depois dessa eu serei um sucesso internacional.
O homem riu e acenou com a cabeça enquanto permanecia com as mãos no bolso e um olhar disperso para os lados. Wilson pediu permissão para que se sentasse ao lado da moça, que abriu espaço junto de sua Scizor. Ele perguntou:
— Vocês são grandes amigos, huh? Sabe me dizer qual dos dois é o mais forte?
— Ah... Não tem essa de mais forte, os dois são bons no que fazem. Bem, mas no quesito de batalhas é o Luke que representa. Ele tem uma fortaleza de pedra protegida por canhões de aço! Seis dos Pokémons mais fortes que eu já vi compõe a equipe desse mala, ele é que tem aquela Onix matadora, viu na na televisão?
— Sim, sim. É um Pokémon surpreendente. Seria quase impossível passarem por cima dela se quisessem alcançar o garoto, não é? — comentou Wilson.
Vivian logo emendou:
— Yep. Passar por esses Pokémons do Luke é quase uma missão impossível, acho que eles iriam até os covis do Giratina pra salvar o dono se acontecesse alguma coisa. Já o outro é o Lukas-kun, o garoto mais fofo, lindo, agradável, cheiroso, divertido, carismático e inteligente desse mundo! A equipe dele também é surpreendente.
— Hm, então ele é o mais acessível. — comentou Wilson bem baixo — Ei, garota. Está com um tempinho de sobra? Eu gostaria de conversar mais sobre esses jovens, eles me interessam muito.
Vivian sorriu e parecia disposta a dar todo o tipo de informação sobre seus amigos como se fosse uma dádiva. Porém, pouco depois Stanley surgiu com as mãos no bolso do blusão e encarando aquele sujeito de forma séria. O loiro caminhou em direção de Vivian e a impediu de continuar.
— Ela está ocupada, senhor. Vai ter que ficar para outra hora. — disse o loiro.
— Oxi, qual é, Stan? Foi só uma brincadeira sair sem pagar aquela hora, aposto que nem ficou tão caro. Não precisa descontar sua raiva em mim bem agora! — disse Vivian chateada — Eu não sei quanto à você, mas eu também estou ocupada. Converso aqui com meu nobre companheiro, se nome é Wilson. Tipo a bola de vôlei do náufrago do filme, sacou? Hah, hah...
O homem fez um aceno para Stanley que manteve a cara fechada.
— E o que você faz, Senhor Wilson? Perguntando tanto assim dos meus amigos... — indagou Stanley com certa curiosidade.
O homem recuou um pouco surpreso.
— Bem... Eu sou um olheiro da liga, estou escalando treinadores que se destacam para participar de uma grande competição que será realizada na semana que vem.
Os olhos de Vivian brilharam com a notícia.
— Eita, você era um cara tão importante assim e não me falou? Venha, venha, vamos conversar mais, deixa o meu amigo aí que logo mais eu volto pra ele.
— Competição? Eu não fiquei sabendo de nada. — comentou Stanley pensativo — Olha que sou fissurado em qualquer evento realizado em Sinnoh, ainda mais pela Liga. Se é na semana que vem achei que seria mais divulgado...
— Na verdade estamos tentando manter segredo, então, considerem-se honrados por saberem disso! — respondeu Wilson com um sorriso sem graça. Stanley continuava a fitá-lo como se fosse capaz de ler seus pensamentos, enquanto Vivian sentia-se cada vez mais lisonjeada em conhecer alguém tão importante.
— Que fabuloso! Sou amiga do amigo de gente famosa! Seria fantástico se nós dois também pudéssemos participar desse evento, não acha, Stan?
— Não. — respondeu ele de forma seca. Vivian parou de sorrir, encarou seu amigo surpresa pela reação do loiro que finalmente tinha encontrado a oportunidade de brilhar, mas agora a negava.
— Por quê não?
— Porque esse torneio não existe. — disse ele.
Wilson fez uma feição de desentendimento, mas Stanley falava muito sério. Vivian ficou mergulhada na dúvida se acreditava em seu amigo ou no homem que acabara de conhecer. Então, o jovem explicou:
— Não é por nada, Senhor Wilson, mas você é muito... Comum. Muito mesmo. O senhor é tão comum, mas tão comum,que passei a desconfiar de você, consegue entender o que digo? E olha que eu conheço de gente normal, eu mesmo sou um zero a esquerda.
Wilson riu, fez um aceno meio sem graça e olhou para os lados de forma desconfiada.
— Bem, se você diz isso... Preciso ir andando, crianças. Acho que a participação de vocês nesse evento terá que ficar para outro dia, mas conversarei com os amigos de vocês, os Irmãos Wallers. Tenham uma boa tarde!
Wilson fez um aceno enquanto se distanciava e cobria a esquina até entrar em uma área mais afastada. Vivian lançou um olhar de relance para Stanley que permaneceu parado com a cara sem expressão de sempre. Então a ruiva soltou um grito:
— Eu não acredito!! Como você pode ser tão bakazão?! Perdeu uma oportunidade dessas de aparecer para o mundo inteiro e ser melhor do que seu rival!! Olha aí, é por causa disso que você não consegue ser bom em nada, você não abraça as oportunidades!
— Tá bom, ruiva, tá bom. Pelo menos eu disse o que eu estava com vontade, e olha que não sou de fazer isso com desconhecidos. Eu posso não agarrar as chances de brilhar, mas pelo menos não corro riscos também...
Os dois jovens ficaram a discutir a oportunidade perdida no centro da praça. Enquanto isso, Wilson caminhava calmamente na rua pouco movimentada ao lado, e em um rápido movimento adentrou um beco com alguns homens encapuzados. Eram integrantes dos Rockets que ergueram-se no caminho do homem que não teve nem reação, porém, os bandidos nada fizeram, apenas o encararam.
— Vamos ter que apagar aqueles dois, eles podem se tornar um estorvo no futuro.
Os criminosos assentiram e com rápidos movimentos saíram do beco correndo para algum lugar oculto da cidade. Wilson ficou ali parado, estava com as mãos no bolso da calça social e a camisa bem vestida, em momento algum alguém desconfiaria daquele sujeito que havia acabado de se revelar como um dos espiões da facção. Era um sujeito tão comum e simplório que ninguém desconfiaria de nada.
• • •
Vivian e Stanley seguiram viagem indignados. O que antes deveria ser um dia divertido na cidade de Hearthome acabou por se tornar uma discussão exaustiva entre os dois companheiros. A ruiva caminhava na frente com passos rápidos enquanto o loiro a seguia com tranquilidade.
— Ainda estou revoltada com você. — disse Vivian.
— Ruiva, já fazem uma hora desde que deixamos Hearthome, e de minuto em minuto você toca nesse assunto. Será que não consegue deixar as mágoas, não? — retrucou Stanley tentando manter a paciência.
— Como? Me diga, como eu esqueceria? Foi a sua chance de ouro de brilhar, a chance de sair do escoteiro padrão para virar o super-herói dos quadrinhos! Não acredito como você pode se contentar sendo um simples ajudante!
— Algumas pessoas nasceram para brilhar mais do que as outras.
— Você se contenta com o básico! Desse jeito você nunca vai crescer, nunca vai achar uma namorada bacana, nem vai ter assunto pra conversar com ela! Que droga, e pensar que eu cheguei a me apaixonar por você.
Os dois continuaram a caminhar de forma pensativa, mas o loiro nada respondeu. Vivian virou-se para trás e viu seu amigo a observá-la com uma feição estática, então ela perguntou:
— Ah, agora tudo fez sentido, né?
— Hein? Desculpa, eu estava pensando no que eu vou fazer no almoço hoje, nem prestei atenção no que você disse.
Vivian ficou ainda mais indignada, estava prestes a ter um ataque de nervos e enforcar seu adorado amigo com as próprias mãos. Por sorte a moça era do tipo que agia antes de pensar, e realmente partiu para cima de Stanley aplicando-lhe um mata-leão inesperado.
— S-Seu pangaré fedorento das marucataia! Presta mais atenção em uma mulher quando ela conversar contigo!!!
— Ouch!! Eu ouvi sim, era só brincadeira, me solta!
Pi. Pi. Pi. Pi. Pi. Pi. Pi.
— Eita, e que barulhinho chato é esse que você fica fazendo?! Eu pensava que as pessoas gritavam “ai” quando sentem dor, e não ficassem gritando “pi, pi, pi!”
Stanley parou de gemer e então pôde ouvir mais claramente o estranho barulho insistente de que Vivian falara. O loiro voltou-se para a moça que ficou a observá-lo com uma expressão de surpresa, o apito insistente continuava e parecia aumentar cada vez mais.
— Isso parece uma bomba. — comentou Stanley.
O loiro confirmou o que pensara, ergueu-se num pulo e segurou no braço de Vivian para sair dali o mais depressa possível. Os dois ainda foram capazes de correr para bem longe, mas não o suficiente, apenas seguiram seus instintos para longe dali. De repente, um intenso clarão tomou conta da área arborizada que os viajantes estavam. Vivian fechou os olhos e pôde apenas ouvir uma explosão indo direto ao seu encontro, porém, as partículas que voavam acertavam algo que se assemelhava a uma armadura que os protegera. Ela fechou os olhos e permaneceu assim por alguns minutos até que recobrasse a consciência, e então, notou sua Scizor a abraçá-la de forma que protegesse sua treinadora do impacto.
— S-Scizor! — disse Vivian pasma.
A ruiva tossiu com a fumaça que se levantou, podia sentir seu rosto cortado e diversos machucados pelo corpo, mas nada muito grave. Olhou ao redor e não viu nada, nem sequer sabia de onde aquela explosão tinha surgido, tinha apenas ocorrido.
Foi então que notou uma enorme sombra composta por uma única árvore que permanecia erguida no meio da área. O Torterra de Stanley estava sobre seu treinador que permanecia desacordado, e da mesma forma, a tartaruga colossal parecia ser quem mais estava afetado. Era ele quem tinha protegido todos ali, tanto Stanley quanto Vivian e sua Scizor, todos tinham sido protegidos pela couraça do guerreiro que havia usado seu próprio corpo para proteger aqueles que amava. Vivian soltou um grito incondional e correu para onde seu amigo estava.
— S-Stanley!! O que aconteceu com você? Acorde!!!
O Torterra saiu de cima de seu treinador praticamente rastejando, ele mancava com uma das patas traseiras que estava muito machucada e ensaguentada. Vivian soltou um grito de preocupação sem saber o que fazer naquela situação agoniante. A própria Scizor também estava preocupada com o Torterra, de forma que as duas moças ficassem abraçadas a pessoa que amavam dando-lhes o apoio necessário. Vivian depositou o rosto do loiro sobre seu colo e debruçou-se sobre ele com algumas lágrimas a rolarem com insistência.
— Stan, Stan... Me desculpa, me desculpa por ter feito você pagar minha conta hoje de manhã! Por ter te xingado e não acreditado em você, por ter tentado de enforcar, por dizer aquelas coisas horríveis na sua frente e não saber que você é a verdadeira pessoa especial em minha vida!
Stanley estava com o rosto sujo, pôde sentir uma lágrima cair em e escorrer de forma suave criando um caminho de perdão e arrependimento. O loiro esticou a mão para o alto e estendeu-a para Vivian de modo sereno, que apertou-a com carinho e devoção.
— Stan... — disse ela mais aliviada por ver que o companheiro abria os olhos.
— V-Vivian... — assentiu ele com a voz cansada enquanto repousava a cabeça no colo da garota. O loiro gaguejou procurando por palavras enquanto tentava aproximar-se mais do rosto da moça — P-Por favor... Antes de partir... Eu tenho um último pedido especial à você... — ele fez uma pausa — Me pague os trinta e sete reais que custou seus refri hoje.
— Ih, pode morrer de novo. — respondeu ela largando o rapaz que bateu a cabeça em uma pedra e dessa vez quase desmaiou de verdade.
A ruiva correu para ver o Torterra que realmente corria sérios problemas. Os jovens não conseguiram sequer ver o momento em que os Pokémon saíram de suas pokébolas para salvá-los, mas eram imensamente agradecidos por isso. A pata traseira da tartaruga estava em um péssimo estado, mas no meio da mata eles não tinham condições de levar uma criatura daquele porte para o Centro mais próximo.
Neste instante, Scizor aproximou-se do imenso Torterra e ergueu-o com as forças que a restavam. Apontou para sua treinadora e indicou que retornassem o mais depressa possível para Hearthome, e assim o fizeram. Vivian e Stanley correram para o hospital e internaram o Torterra que foi carregado por Primia por uma enorme distância. Os dois também aproveitaram para verificar os ferimentos, e inclusive fizeram uma ocorrência para a polícia do acontecido.
Vivian repousava em um dos quartos do hospital quando Stanley também voltava com um alguns curativos em volta do pescoço; a ruiva voltou-se para seu amigo e esboçou um sorriso ao ver que ele estava melhor.
— O Lukas tem um tio que é da polícia, o Senhor Marshall... Ele vai verificar o que aconteceu para evitar que se repita novamente. Até lá, acho que nossa viagem para Canalave terá que ser adiada. — disse Stanley pensativo, observando Vivian deitada na cama do hospital recebendo um pouco de soro.
A menina soltou um longo suspiro e voltou a observá-lo.
— Que droga... Eu atrasei tudo pra você de novo, não foi?
— Mais do que já atrasou, acho que não tem como. — disse Stanley com uma risada — Agora só tenho que ficar de olho no meu Torterra, aquela explosão vai comprometer muito a pata traseira dele, espero que não atrapalhe minhas batalhas. E vê se fica de olho na sua Scizor também, ok? Aposto que ela vai querer matar o sujeito que fez isso com o queridinho dela.
— Heh, heh... Ela é temperamental, não gosta que mexam no que é dela. — disse Vivian com a voz cansada — Eu também não gosto, então, vamos tentar evitar qualquer conflito de novo, tudo bem?
Stanley pencou um pouco a cabeça, em seguida prometeu tentar evitar ser muito previsível e incompreensível. A ruiva deu um salto de sua cama e agarrou o rapaz pela gola da bosa que caiu sobre seu corpo, Vivian riu enquanto dava cócegas onde sabia que o loiro era mais sensível.
— P-Pare, Vivian!! Hah, hah, hah... Se os enfermeiros do hospital nos verem assim vão mandar nós dois irmos embora! Você nem precisava ficar internada desse jeito!
— Oxi, pra quê pressa? Essa cama é melhor do que o aluguel do Centro Pokémon que você pega pra mim, a partir de agora vamos começar a passar todas as noites no hospital! — sorriu ela, dando um forte abraço no amigo.
Stanley riu concordando ser uma boa ideia, ainda que não muito ética. Os dois se manteram em silêncio por um tempo até que a ruiva se pronunciasse:
— Stan, será que... Será que aquele tal Wilson está envolvido nisso?
— Eu não sei, temos que tomar mais cuidado com as pessoas em que confiamos, sair por aí dando informação de graça para estranhos pode ser perigoso. Aprendi isso com meu pai. — respondeu Stanley com um sorriso, olhando para a janela e imaginando onde seus grandes amigos estariam naquele exato instante.
O loiro soltou um longo suspiro e comentou bem baixinho:
— Luke, Lukas... É melhor tomarem cuidado daqui para frente...
Curioso e Interessante.
ReplyDeleteNesse capitulos deu de verdade para matar a saudade da minha amada Vivian, fico trsite por ela esta se apaxonando pelo Stanley, prefiro o Lukinhas.
Alem de matar saudade desses dois, tambem matamos a da Team Rocket.
Ja du pra perceber que O Luke,Lukas e Dawn teram futuros problemas, espro que isso nao traga a melancolia do Luke novamente.
Capítulo bom, meu dia está calmo então uma pitada de comédia e ação fazem bem.
ReplyDeleteA leitura é rápida, não fica nada cansativo, e como não é todo dia que o Stan brilha, não posso deixar essa oportunidade passar rsrs
O Stan é um personagem que eu gosto, na verdade ele é muito parecido comigo(tirando a questão de opinião hehe). Ele é meio parado, só fala quando precisa, e vive dizendo frases realmente épicas. Não gosta de fazer entradas triunfais ou parecer o "bonzão", ele é só ele. Não sai se mostrando, só que quando é para alegrar alguém especial ele apresenta quem é verdadeiramente o melhor. Enfim, o cara é gente boa e acredita nas amizades, esse é o Stan.
Mas Canas, você já vai trazer um novo projeto?!? Como tu tem essas ideias meu filho? Você já recomeçou o Day Care Center, trouxe o Quiz, que outra ideia inovadora dá para ter? Sua imaginação é muito fértil cara, deveria vencer ideias isso sim( já imaginou quantas pipocas poderia comprar com isso? kkk -essa é minha lógica de dinheiro-) :)
Bacana ver que alguém se identifica com o Stanley cara, pra mim ele era o personagem mais comum de todos, e ele era tão comum que ser comum virou a personalidade dele, sacou? kkkkkk Mas tipo Loks, o que você falou sobre ele faz muito sentido, é um lado que tentei trabalhar com ele pela primeira vez nesse capítulo mesmo, tentando mostrar o cara como alguém que gosta de se manter na rotina e não tem o sentimento de querer ser o melhor. Show de bola que você conseguiu sacar esse ponto de vista (:
ReplyDeleteOpa, e quanto à estes meus planos, companheiro... Ora, sou um vendedor de ideias cara, este é o meu trabalho mesmo! Admito que eu tive umas ideias bem loucas para Agosto, e quem me dera se eu tivesse conseguido colocá-las em prática ainda nas férias. Mas de certa maneira, notei que as visitas se mantiveram excelentes mesmo em período de aulas e provas, e isso pra mim foi como uma conquista cara! Acho que todas essas ideias que eu fiz para cá valeram a pena, e essa última é uma das mais surpreendentes. Quem sabe depois dessa eu também compro um quilo de pipocas com muita manteira!! kkkkk No, no, depois que eu ficar rico vai chover as Wiki em cima. Yeah, é disso que eu preciso!! kkkkkkkk Valeus pelo comment aí pessoal, amanhã tem mais!
And I'm here to Comment,you liking or not.
ReplyDeleteO capítulo especial foi muito legal, especialmente com o romancizinho (o diminutivo bonitinho de romance,ok?) do Stan,o o típico cool guy, e a Vivian, a excêntrica. Muito bonitinho!
Claro que comédia acompanha a Vivian, pois ela faz e é uma comédia e me agrada muito o jeitão dela.kkkkk
Stan, como disse antes, é o cool guy, aquele que anda com mãos nos bolsos, cético e eçe tá muito certo.
Agora a treta q eles levaram : atentado à bomba é chique sô! O nível da Equipe Rocket subiu e muito! De roubar pokémons de criancinhas a bombas grandonas é muito.
No fim vejo q vou ouvir mto mais do Wilson (o do filme) e quero ver mais caps.
E aqui,nesse fim de semana não comentarei no ultra-mega-super-truper-hiper-kinderovo-gigante-ótemo-fodástico-incrível projeto, mas quando voltar de viajem, minha chatice voltará doido pra ver o tal projeto.
Acho que é só isso( estou falando muito demais.kkk)
Adios
Capitulo muito bom, adorei a enfatizada que você deus nesses dois personagens de Sinnoh.
ReplyDeleteE a Vivian fugindo pra não pagar a conta, essa foi boa, quem é a pessoa que passa informações de seus amigos para um estranho é a Vivian, rsrsrsrsrs, também o cara parecia um zero a esquerda, quem iria desconfiar que ele era um espião dos Rockets, agora é melhor o Lukas e o Luke tomarem cuidado, por que senão...
Bem fico por aqui.
Canas õ/
ReplyDeleteEsse capítulo ficou ótimo cara, curti bastante mesmo! É legal ver uma rotina diferente da que estamos acostumados, no caso de dois personagens tão legais. O interessante é que os dois são opostos, uma muito expressiva e outro mais reservado. E é aquilo que o Loks disse acima, o Stanley é um cara que curte a rotina, e achei bem maduro da parte dele compreender que tem certas pessoas como o Luke que nasceram com o *@#& virado pra lua mesmo kkkkkkk Eu ri desse detalhe, ele foi bem direto. Mas seria legal se a Vivian mostrasse que ele também tem potencial para arrasar na Liga, já pensou? (Mas não deixo de torcer pelo Luke!)
O Drinian e a Primia também combinam bastante, são um casal muito peculiar também, cada um parecendo seu treinador um pouco mais adulto. E esse Wilson aí, só problema. Então creio que de agora em diante tudo começa como um efeito dominó para o início deste arco que você tem mencionado como o melhor. Sei que não vai decepcionar ninguém, fico no aguardo deste período pós-Canalave. Abraços man õ//
Realmente não se deve confiar em estranhos nos dias de hoje. Você fala um pouco sobre seus amigos e tentam explodir você... Onde esse mundo vai parar?
ReplyDeleteEsse Wilson... Creio que ele vai dar as caras de novo futuramente, não é? O que você planeja Canas? E pude notar que a Team Rocket está interessada nos garotos, e provavelmente vão começar com o Lukas, que é o mais acessível, como dito pelo indivíduo. Bora botar a Tia Martha pra dar umas ideias de juízo pra esses errantes e ver se eles tomam jeito.
Falou!
Yo Canas!
ReplyDeleteÉ tão bom ler os capítulos atrasados kkkk acredito que se eu visse este especial antigamente eu ficaria agonizado para saber o que ia acontecer depois.
O capitulo foi muito bom, principalmente por se tratar de um personagem tão normal como o Stanley, confesso que quando o vejo na historia não fico muito empolgado, mas acredito que este especial nos mostrou grandes revelações.
Uma parte que achei muito engraçada foi a da Viviam falando par o Stanley “bem, eu não tenho nada, agora... você não sei” kkk santa criatividade hein Canas, assim como os apelidos Dollynho Fofucho (que é brochante) kkkkkk
Existem várias informações que achei bem importantes... a primeira se diz respeito da curiosidade do Wilson (bola de vôlei do Náufrago) sobre os irmãos Wallers, e o fato dele ter falado “este (Lukas) é mais acessível”
E outro acontecimento que achei muito curioso foi à ferida na perna traseira do Torterra, conhecendo a sua escrita, e fazendo analises de seus capítulos por tanto tempo, e saber que este fato foi citado no texto umas três vezes, posso presumir que algo irá acontecer, sendo a pior delas a amputação (mas posso estar errado).
Uma coisa que acho engraçada é saber que até o próprio autor acha seu personagem tediante e normal, e pelo simples fato de ele falar “olha que eu conheço de gente normal eu mesmo sou um zero a esquerda” kkkk Canas, você seria uma pessoa normal?
Kkkk guri espero que isso nunca passe na sua cabeça.
Parabéns pelo capitulo normal que superou minhas expectativas
Flw
Esse especial foi muito bacana! Primeiramente senti bem a aproximação do Stanley com a Vivian... Acho até que da união entre esses dois pode nascer um amor interessante *O* ~Le modo Shippador ativado.
ReplyDeleteEu estava com saudades de ver esses dois marcando presença. Sei que o Stan pode ser sem sal, mas acho que a falta de personalidade dele tornou-se a própria personalidade... Pode isso, Arnaldo? A Vivian como sempre é contagiante! Acho que na terra dela podia não ter refrigerante, mas tinha muito energético ahuyahuahaua. Ela faz o tipo de garota tão inocente que dá essas mancadas, sem perder a graça.
Rockets... Rockets... Sinto cheiro de incomodo no ar. O que esses malditos estão pensando em aprontar com nossos queridos heróis? Sei que não é nada bom, mas ficarei no aguardo, mantendo-me atento aos que me rondam. Vai que eles desejam prejudicar os fãs dos jovens também? e.e
Tadinho do Torterra x_x Sinto que pokémon de grama sempre se dá mal nessa história, mas eles continuam sendo foda u.u
See You Canas!
Amo esses personagens! Wilson é mais um personagem muito bem introduzido na trama.
ReplyDeleteGrande Wilson! Na época eu devia estar assistindo Dr. House, tanto que usei a aparência daquele amigo médico dele que também se chama Wilson pro personagem.
DeleteE pensar que um capítulo simples como esse e que deveria passar batido acaba deixando uma marca tão grande na jornada do Stanley como treinador. O Torterra dele perde uma perna, e no final da última temporada vai voltar com uma prótese para uma última grande batalha.