Posted by : CanasOminous Jul 9, 2013

Support Conversation (Coffey x Milena)
Gênero e Disclaimers: Drama;
Tema: Preconceito e primeiras impressões;
Notas: Coffey é provavelmente um dos personagens mais misteriosos
e pacíficos da equipe. Neste episódio você confere um pouco mais sobre ele
e sua relação com as pessoas ao seu redor.

Milena tinha algumas sacolas em mãos enquanto caminhava alegremente pelas avenidas movimentadas do mercado central. A bela moça aproveitara o dia para acordar bem cedo e fazer algumas compras para temperos e comidas que estavam faltando na cozinha da guilda. Naquela manhã a doce Milotic usaria o intervalo de uma missão para fazer compras, sendo que seu acompanhante era o gigantesco e singelo Coffey que caminhava impressionado com todo aquele movimento de Pokémons nas proximidades rurais da cidade de Sinnoh.
O mercado era um ambiente bem simples, mas dedicado. Os Pokémons fazendeiros da região produziam os legumes com as próprias mãos, era uma habilidade que apenas as criaturas de grama tinham para fazer a comida crescer forte e saudável para consumo próprio e de seus treinadores. Aquele clima agradável encantava Milena. Ela adorava caminhar junto das pessoas, cumprimentá-las,  ver o alvorecer e acordar bem cedo somente para contemplar a rotina do dia aumentando pouco a pouco. A moça segurou em dos braços troncudos do gigante e perguntou:
— O que achou do lugar, Coffey?
— Bonito, muito bonito. Tem bastante gente feliz — ele respondia cada vez que olhava para as pessoas a sua volta, pois sentia-se à vontade com as criaturas do campo, elas agiam de maneira muito diferente dos da cidade, e ainda mais dos guerreiros de guildas. Os Pokémons livres tinham uma maneira única de ver as coisas.
— Eu gosto disso. Mesmo que alguns amigos da guilda achem estranho uma mulher como eu sair para lugares assim, ainda não consigo deixar de amar o campo e sua simplicidade. Tudo isso me transmite uma sensação única da terra onde vivi.
— E por que as pessoas num deixam mais você voltar pra sua casa? — perguntou o gigante com a voz mansa.
— Como você sabe disso?
— Num sei, só sei.
— Bem... Pra falar a verdade, eu mesma não tenho intenções de voltar, pois encontrei um novo lar. O problema é que hoje as pessoas pensam que só porque estou mais bonita eu deveria deixar meus hábitos e costumes antigos... Só porque minha aparência diz isso, não quer dizer que sou assim por dentro — explicou Milena. — Eu costumava visitar essas feiras com minha mãe quando eu ainda era uma pequena Feebas, e acho que desde então guardei este apreço pelo ambiente. Ele me traz uma sensação boa, de lembranças que espero não esquecer.
Coffey lançou um olhar pelo mercado, depois sentiu que Milena o puxava pela mão pedindo para que ele continuasse a andar.
— É por isso que eu o trouxe aqui, quero que você conheça novos lugares, que se divirta! Eu farei isso com você. Agora venha, vamos terminar as compras e voltar para casa.
A moça havia comprado cerca de cinco sacolas de vegetais, legumes e temperos após escolher tudo que desejava. Coffey levava quatro delas que mais pareciam ser feitas de penas para as mãos grossas do Rhydon. Milena carregava apenas uma, rodopiando e dançando na rua num movimento suave que alegrava a todos a seu redor.
Milena era cumprimentada por muitas pessoas, mesmo que elas não a conhecessem, ainda sentiam vontade de cumprimentá-la. Seu sorriso chamava a atenção de todos, seus olhos seduziam até mesmo os mais velhos e encantavam as crianças. Coffey apenas continuava caminhando ao seu lado com olhos perdidos, como se estivesse flutuando longe, muito longe.
De repente, a moça viu que um garoto caminhou em sua direção, acenando com grande vontade com suas mãos. Era um jovem esquisito de aparência acuada e boca torta. Sua expressão de felicidade era tão grande que seu estilo tão peculiar passava a ser o menos estranho no momento. Ele era um Quagsire, e parecia ser um grande fã de Milena.
— S-Senhorita Milena?! Da Fire Tales?! Fire Tales?!!! Mal posso acreditar que a encontrei por aqui, será isso um sonho?!!
— Bem, acredito que não, ou um sonho não faria isso! — disse Milena, retirando uma flor do chão e colocando-a nos cabelos bagunçados do garoto.
O jovem corou e agradeceu o gesto, extremamente sem graça.
— Senhorita, eu sou um grande admirador seu, assisto todas as apresentações de sua equipe, compro todas as revistas que você está na capa, mas é a primeira vez que a vejo pessoalmente! Quando eu soube que você estaria na cidade tive de vir me certificar. Meus amigos não iriam acreditar! V-Você pode me dar um autógrafo?
— Com certeza, lindinho. Você pode me arranjar um lápis e papel?
O Quagsire imediatamente voltou com os materiais em mãos. Milena assinou com sua belíssima letra, e no final deixou a marca de seu batom para que aquele jovem lembrasse do cheiro e do perfume de cereja de seus lábios. Ao receber o papel o Quagisre quase teve um infarto.
— M-M-Meu Arceus, você é demais, senhorita! Muito obrigado, muito obrigado mesmo! Sou seu fã Número 1!
— Não tem de quê, espero que possamos nos encontrar mais vezes — retribuiu Milena com um sorriso. — Cuide-se, até logo!
— S-Senhorita, só um segundo! Ahh, há tantas coisas que eu gostaria de perguntar, eu não poderia perder essa chance! Você gostaria de entrar em minha casa para que eu lhe prepare um chá? Vamos lá, por favor! — chamou ele mais uma vez.
— Oh, perdoe-me, meu jovem. Eu ainda tenho um compromisso em minha base, e você sabe como são as coisas, estou sempre ocupada. Mas ainda assim, agradeço o convite! Você é um amor.
O jovem abaixou a cabeça um pouco acanhada, mas depois voltou-se para a moça e dessa vez falou em um maior tom de sigilo:
— A senhorita... tem certeza? É que...
Milena atentou-se ao garoto, e o Quagsire sussurrou em seu ouvido.
— Não me ache estranho, mas... É que... Bem... Tem um homem estranho te seguindo.
Milena franziu o cenho e olhou de relance para os lados onde ela poderia ter uma visão mais ampla do perigo. Ela não havia percebido que estava sendo seguida, mas quando virou-se pôde avistar Coffey, parado no meio da calçada com as sacolas de legumes em mãos. Seus olhos ainda estavam perdidos, ou ele estava pensando em algo muito importante ou estava dormindo com os olhos abertos, pois nem piscar ele piscava. Milena riu com a cena tocou o ombro do garotinho.
— Agradeço a preocupação, mas ele é meu amigo. Seu nome é Coffey, da Fire Tales.
O Quagsire demonstrou uma expressão confusa com sua boca torta.
— Hm, eu não havia ouvido falar dele. Desculpa pelo engano, sempre é bom prevenir-se, não?  De qualquer maneira, tome cuidado... Só por preocupação.
— Fique tranquilo, eu sei proteger-me muito bem sozinha.
Milena acenou e chamou para que Coffey voltasse a acompanhá-la. O gigante pareceu acordar de seu transe, caminhando para onde sua companheira estava. O gigante ainda voltou para olhar para trás, como se estivesse apreensivo com algo. Milena chamou-o mais uma vez, mas Coffey disse:
— Ele num gosta de mim.
— Você ouviu? — perguntou Milena um pouco sem graça, pensando que Coffey não teria ouvido aquela conversa com o Quagsire.
O gigante acenou negativamente, depois apontou para seu próprio coração.
— Não ouvi, mas senti.

Uma hora se passou até que Milena fizesse seu caminho rumo a guilda, a moça deixou as sacolas no balcão da cozinha e viu que poucos membros estavam acordados. Akebia já preparava o café da manhã e Al Capone tinha olheiras profundas demonstrando seu problema costumeiro em dormir. A bela Milotic espreguiçou-se e depois sorriu em direção de Coffey.
— Eu adoro acordar cedo! Veja só quantas coisas já fizemos, e alguns nem sequer acordaram. Você gostaria de me acompanhar nas próximas vezes que eu for à feira, Coffey?
— Sim, patroa — respondeu ele com a voz grossa. — Agora vou ter muitas histórias pra escrever no meu diário.
— Você tem um diário? — perguntou ela com um sorriso.
— O Chaud e a Glaciallis me ensinaram a escrever... Eu tô aprendendo ainda, mas já aprendi bastante.
— Que meigo, mostre-me depois, okay?
Coffey acenou com a cabeça, depois saiu andando para seu quarto no dormitório onde costumava deixar algumas poucas coisas que encontrava dos humanos. Milena ficou na cozinha ajudando Akebia a preparar o almoço para a guilda. As duas conversaram sobre mudanças, parceiros, assuntos de mulheres, e por fim riam e se divertiam ainda sobrando tempo para muito mais.
Aquela era uma das vantagens de acordar-se junto do sol, Milena adorava conversar com seus amigos, e todos os dias procurava visitá-los para ver como as coisas estavam. Cada um deles, todos  recebiam sua atenção e carinho maternal. Com exceção de Mikau. A verdade é que a moça gostava de visitá-lo ao cair da tarde, quando as suas demais tarefas haviam terminado e ela tinha um tempo especial para satisfazer suas próprias vontades. Mesmo que o atirador estivesse distanciado da equipe ela ainda teimava em ir vê-lo, e quando um era impedido, o outro é quem procurava uma forma de encontrar-se.
Milena estava em seu quarto arrumando suas últimas roupas quando lembrou-se do que havia dito para Coffey. Ela procuraria ler seu diário assim que possível, afinal, ensinar o gigante a ler e cuidar de seu aprendizado era uma de suas tarefas, visto que o intelecto do homem não era dos maiores. A moça saiu do dormitório e foi para a área onde Coffey costumava repousar, um pouco distanciado de todos os membros da guilda.
— Coffey? Você está aí?
Não houve resposta, mas a portinha de papelão estava aberta. Não havia nada no cômodo, com exceção de algumas caixas vazias e diversas cores de giz de cera espalhados no chão frio de concreto. Milena entrou e viu um pequeno livrinho, ao agachar para pegá-lo viu que estava um pouco amassado e sujo. Sua capa trazia uma caligrafia infantil, mas esforçada.

O Diário de Coffey.

Milena não escondeu um sorriso ao ler aquilo.
A moça sentou-se em um dos caixotes e abriu o livrinho para folheá-lo. Cada página trazia as letras garrafais e mal feitas do gigante, e para completar, cada folha tinha também a ilustração de uma cena em sua vida. A moça retirou os cabelos da frente do rosto e então começou a leitura:



Milena encontrou-se rindo sozinha naquele aposento fechado com as escritas estranhas e rabiscos do gigantesco Rhydon. Milena admirava a força de vontade dos Pokémons que tentavam aprender a escrever. Aquele diário era um tesouro, e Coffey deveria orgulhar-se muito dele.
Porém, ao virar a página, o clima pareceu mudar.




Não haviam desenhos naquela página. Não haviam cores também, e mais nenhuma palavra. Aquela era a última folha escrita do diário, todas as outras estavam em branco. Milena estranhou aquilo, ela começou a folhear o diário para ver se não tinha mais nada, e de fato, não tinha.
Fechou o livrinho com a sensação de que uma peça daquele quebra cabeça fora roubada. Mais do que de repente ela sentiu uma estranha vontade de abrir o diário novamente, e dessa vez na última página. Seus olhos se arregalaram ao ver um bilhete branco com uma caligrafia diferente, transmitindo com rancor e ódio as seguintes palavras:

“Se existir um pouco de inteligência nessa sua cabeça
você vai entender a mensagem. 
Fique longe da Milena.”


A moça fechou os olhos e apertou o livro com tanta força que teve de se conter para não amassá-lo. Ela imediatamente levantou-se e saiu dali, indo em direção do lugar onde sabia exatamente que teria a resposta.
Era numa área afastada da guilda que Mikau vinha montando uma zona de treino intensa. Não havia cabanas para dormir ou almoços feitos pelo amigos, muito menos mordomias ou colegas que atrapalhassem seu treinamento. No local havia apenas bonecos de palha, quadros de tiro ao alvo e projéteis de gelo que nunca derretiam, todos fincados no centro de seu objetivo. Mikau estava lá, testando sua mira ao acertar o Ice Beam no centro de cinco alvos seguidos.
O homem escutou passos, mas não podia virar-se enquanto não acertasse mais trinta e cinco  exatamente onde queria. Milena parou ao seu lado e falou:
— Escuta aqui, qual é o seu problema?
— Eu sempre fui o problema — respondeu Mikau, acertando mais dois e depois dando um intervalo para falar. — Você sabe disso, pensei que já tivesse me aceitado.
— E eu aceitei, Mikau, mas você continua sendo tão... Hipócrita! Como é possível? Por um acaso você faz as coisas sem pensar?!
— Se eu pensasse muito para atirar, alguém já teria atirado em mim — repetiu ele, continuando seu treino e preparando alguns projéteis.
— Então por que você continua a tentar me proteger? Sou grandinha o suficiente para me defender sozinha, não preciso que ninguém fique no meu pé tentando ditar exatamente o que devo fazer.
O próximo tiro passou raspando no centro. Um erro, e Mikau não admitia erros, por causa daquilo ele teria de recomeçar seu treino. O homem coçou a cabeça um pouco inconformado com sua falha, mas não havia motivos para ele ficar zangado com a presença de Milena em seu horário particular. O atirador adorava receber as visitas da moça, a qualquer dia, a qualquer hora.
— Tudo bem, Milena. Diga, qual é o problema? O que eu fiz dessa vez?
— Pare de tentar tomar conta de mim.
Mikau franziu o cenho, respondendo de maneira séria com sua voz grossa:
— E por que eu deveria tomar conta de você, se mais do que ninguém eu sempre soube que é você quem me protegeu? Afinal de contas, por que você está me dando essa bronca?
Milena recuou um pouco surpresa, parando e refletindo sobre tudo que lhe acontecera. Mikau enfiou as mãos no bolso e voltou para seu centro de treinamento para ajeitar os projéteis de gelo e novos alvos. Milena o acompanhou.
— Você nunca gostou do Coffey, não é? — disse ela.
— Não — Mikau concordou no mesmo instante.
— E se você pudesse, você o mandaria para bem longe da guilda, certo?
— Yep — assentiu novamente, preparando mais alguns tiros.
— E há quanto tempo, exatamente, você não o vê?
O atirador parou, pensou, e por fim falou:
— Acho que desde que saí da Fire Tales. Por que? O grandão saiu de lá também?
Estranhamente, aquelas palavras soaram de maneira honesta e verdadeira, o que era muito raro para Mikau. Agora, Milena começava a perguntar-se mais do que ninguém se de fato era seu companheiro quem tinha escrito aquele bilhete e o colocado no final do diário de Coffey. O gigante sempre o chamava de “homem mau”, era um costume, talvez Coffey não gostasse da forma como Mikau tratava os outros, principalmente ele, e se de fato o gigante tinha a capacidade de ler o coração das pessoas o atirador não tinha o melhor deles.
Milena apoiou-se sobre um tronco e perguntou:
— O que você acha de pessoas que escrevem diários?
— Ridículo — respondeu Mikau, reiniciando seus treinos de tiro ao alvo.
— E pessoas que usam indiretas nos outros para ameaçá-las?
Mikau começou a rir de escárnio.
— Isso sim é algo ainda mais ridículo, não sou do tipo que fica mandando indiretas bobas e infantis. Eu costumo acertar minhas contas pessoalmente.
— Interessante — respondeu Milena. — Então vou precisar de sua ajuda hoje à noite.
— Ajuda no sentido de...
— Outro tipo de ajuda, tudo bem? — interrompeu ela. — Mikau, você só pensa nisso o dia inteiro...? Digamos que estou precisando contratar um mercenário para resolver algumas contas.


• • •


Ao cair da noite, Coffey estava em seus aposentos, dormindo feito um anjo com os braços cruzados e as pernas comprimidas que mal cabiam no colchão. Pôde-se ouvir o ranger da porta, não demorou para que alguém tentasse entrar ali com o máximo de silêncio possível, caminhando em direção do diário que Coffey deixara guardado em cima de um dos caixotes. Quando a sombra agachou-se para pegá-lo, pôde sentir que alguém encostava o dedo em sua nuca, como se apontasse uma arma.
— Eu gosto de deixar um buraco na testa de ladrões. Como uma forma de aviso, o que acha disso?
A sombra parou e virou-se para trás com as mãos para cima, mas seu movimento foi bem rápido a ponto de virar-se com velocidade e acertar o peito de Mikau com uma magia aquática que o fez perder o equilíbrio. O atirador mal sentiu o ataque, e logo revidou com dois tiros de gelo na perna do sujeito que caiu no chão, agoniando de dor. Coffey acordou com o barulho, e logo Milena chegou do lado de fora.
— Pegamos ele — afirmou.
Mikau pisou na cabeça do sujeito, rindo daquela cena humilhante.
— Invadir o quarto de criancinhas durante a noite? Que feio...
Milena ligou a luz, e percebeu então que o invasor tratava-se de um Quagsire, o mesmo sujeito que se encontrara com ela durante o dia, alegando ser o seu maior fã. Coffey não parecia impressionado, mas Milena ficou perplexa.
— C-Como você pôde?
— Eu só queria protegê-la... — respondeu o rapaz, tendo a cabeça pisada com mais força por Mikau.
— Ela não precisa de ninguém para protegê-la.
Milena trocou um rápido olhar com Mikau e agradeceu seu apoio. O homem levantou aquele invasor indesejado, empurrando-o para longe.
— A vigilância de vocês certamente piorou, no meu tempo ninguém conseguia entrar nessa porcaria de guilda.
— O senhor Atros está ficando velho, Mikau... — disse Milena.
— O que fazemos com esse invasor então? Liquidamos? Não há nenhuma regra que dite que devemos exterminar invasores, mas você mexeu com a Milena, e para mim isso é o suficiente para mandá-lo para casa rastejando feito um verme.
— N-Não!! Por favor, tudo menos isso!
Mikau sentiu um toque em seu ombro, virando-se para ver do que se tratava. Logo ao seu lado estava o gigante Coffey, que de pé quase batia a cabeça no teto. O gigante parou, sua face era ocultada pelas sombras, o que o tornava assustador. Porém, seu olhos ainda eram serenos e mansos quando ele voltou-se para o Quagsire amedrontado e falou:
— Ele está com medo... — afirmou Coffey com a voz baixa.
Mikau permaneceu sério e indiferente, em seguida deu um tiro tão alto ao lado da cabeça do pobre Quagsire que ele espremeu-se em seu canto ainda mais amedrontado. Após o susto, o atirador estalou os dedos e riu de maneira debochada.
— Não vou matá-lo, garoto. Não vale a pena.
Mikau virou-se para Milena e fez um aceno, logo deixando-a sós com o invasor e Coffey na sala. Sua parte estava cumprida, agora seria melhor sair dali antes que ele decidisse acabar com a vida de mais alguém. A moça esticou o braço para que o Quagsire se levantasse, mas ele ainda demorou um pouco a ter coragem e parar de esconder. Suas pernas tremiam, e vendo Coffey de perto agora ele parecia muito mais assustador.
— Vá embora, nunca mais cruze essas fronteiras. Espero nunca mais vê-lo por aqui — disse Milena num tom baixo, permitindo que aquele Pokémon saísse dali correndo sem nunca olhar para trás.
— M-Mas eu te adoro, Milena!! Você é o maior ídolo aquático do Mundo Pokémon, a mais sensual, a mais bondosa! Como pode fazer isso para um admirador seu?
— Você idolatra nada além de uma imagem, um mero um pensamento. E jamais será capaz de ver o que esteve dentro de mim todo esse tempo.
O Quagsire ajeitou-se, seu rosto demonstrava claramente o cansaço e a tristeza da realidade, de que tudo aquilo que ele amava não era como ele gostaria que fosse. E foi-se embora, para não voltar mais atrás, cego a tudo que apenas o coração é capaz de enxergar.
A moça ajeitou seu cabelo atrás da orelha, dirigindo um olhar triste e cansado para Coffey.
— M-Me desculpe por todo esse ocorrido...
— Não foi culpa sua — disse ele com a voz mansa. — É assim no mundo todo, todos os dias. Eles julgam pela aparência, julgam pelos métodos, mas ainda assim num conseguem ver aqui dentro, no coração.
Milena pensou como também havia sido injusta com Mikau, não se dando nem ao direito de pedir desculpas por ter desconfiado dele ao pensar que seu fiel amante faria algo de ruim para o grande Coffey. No fim das contas, todos eles eram culpados por julgar os outros precocemente. Milena sabia que o preconceito racial era injusto, sua causa traz grande sofrimento às pessoas.
Ela virou o rosto de maneira pensativa, voltando-se para o gigante num gesto gentil.
— Às vezes penso se você não é um anjo perdido nesta terra, Coffey.
O homem permaneceu quieto, balançando a cabeça enquanto sua mente continuava distante, muito distante, completamente livre de qualquer problema...

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  1. Quero até ver como será o Rhyperior fodástico e destruidor tão meigo, gentil, ingênuo e simples! kkkk!
    Mas, sério, o Coffey é um dos sujeitos mais fodas do universo. Não só pelo fato de ser um Rhydon (lindo e foda), mas pq é um sujeito bom. Não digo "bom" de stats, mas bom de ser levado como exemplo por todos.
    E Mikau, a Milena tem todos o motivos pra duvidar de vc, pois, no fim das contas, vc pe odiável! kkkkkkkk! (ainda rezo toda noite que, quando vc virar Kingdra, será uma alma boa e fodástico/destruidor! kkkkk)
    Então é só. Agora me resta esperar por sexta... kkk!
    Adios,
    Moacyr

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  2. Ehh, meu bom companheiro, ainda espero muitas coisas boas do Coffey... Gosto de trabalhar com ele, com a forma como ele fala e vê as coisas, e principalmente, como as pessoas o veem. Quando encaixei o Coffey o que o pessoal mais queria ver eram cenas de comédia com ele, acho que isso devido àquela coisa de que pessoas bobinhas e inocentes são engraçadas nos livros, mas cara... O Coffey não. Eu nunca conseguiria criar um clima de comédia com ele, quando esse cara aparece tudo parece ficar denso, e o clima da própria fanfiction muda, por isso posso dizer que juntamente com o Mikau ele faz parte de alguns personagens que preciso parar e pensar muito antes de colocar em uma cena. E quando esses dois se juntam ainda, dá para imaginar que vem algo tenso. Tenso. Como o Aerus já dizia: Vai dar merda. kkkk É como querer colocar um anjo e um demônio na mesma sala. Não rola, simplesmente não rola.

    Valeu por comentar aí, meu caro. O Mikau, a Milena e o Coffey acabam formando uma equipe, então é comum que possamos vê-los juntos, seja em batalhas ou especiais. Olha cara, só posso dizer que a Litos já terminou o Gijinka do MIkau em Kingdra, e mano... Maluco, o que é aquilo? O cara virou.... Augh, vou ter que me segurar dessa vez e não dar spoilers! Posso avisar que nessa dezena de capítulos, a do número 80, ainda teremos uma revlação que dará uma volta completa na fanfiction. E quando esse dia chegar, é bom vocês estarem preparados para conferirem a Fire Tales como vocês nunca virão. Sexta tem mais!! Abração ae, Grande Moa.

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