Posted by : CanasOminous Jul 4, 2022

Amy acordou com uma mão em sua cara. Precisou de apenas alguns segundos para se localizar no quarto escuro e abafado, as frestas de luz que passavam por baixo das cortinas indicavam que já havia amanhecido. Ela se manteve em silêncio para escutar se a pessoa na cama de cima estava roncando ou só respirando baixinho, saberia dizer se ele estivesse fingindo; tentou se levantar em silêncio para ir ao banheiro sem acordá-lo, mas não conseguiu passar despercebida.
— Bom dia, meu bem — ela ouviu Ethan murmurar em sua confortável cama de solteiro, ainda de olhos fechados.
Seu passado como ladra estaria decepcionado com ela. Já não conseguia mais ser furtiva como antes — ou, pelo menos, nunca mais precisara colocar suas habilidades em prática. Amy sorriu para ele e soprou um beijo no ar antes de entrar no toalete onde arrancou a camisola e ligou o chuveiro para uma ducha rápida. Começou a pentear os cabelos emaranhados e se encarou no espelho. Sua escova de dente garantia um espaço no armário, as roupas sujas já compartilhavam o mesmo cesto e a toalha de banho com estampa de Corsolas estava secando ao lado da dele.
Há quanto tempo estavam juntos? Os anos se passaram e ela mal percebera.
Ao sair do banheiro, Ethan já estava de pé abrindo a janela para ventilar. Os ventos em New Bark eram frequentes e sopravam logo cedo, como se limpassem as preocupações e trouxessem a perspectiva de que um novo dia começara.
— E aí, pijamão — disse Amy ao arremessar uma almofada na cara dele. — O que temos pra hoje?
Ethan se esquivou do projétil aéreo que acertou bem na cara do Typhlosion que roncava baixinho em cima de um sofá que parecia minúsculo debaixo de todo aquele peso. O Pokémon soltou uma baforada quente e virou o rosto na tentativa de conter a luminosidade que entrava.
— Sei lá, a mesma coisa de sempre. Quer descer pra tomar o café da manhã?
Se lhe perguntassem, a vida em New Bark com Ethan era muito boa. Tudo bem que já fazia alguns anos que ela dormia num colchão do lado da cama, isso porque ninguém naquela casa tomava a iniciativa de ir até Violet para escolher uma cama de casal decente onde os dois coubessem sem que uma guerra precisasse ser travada, mas em dias frios gostava de subir quietinha e se esgueirar por debaixo do cobertor dele para dormirem juntinhos.
A casa era pequena e aconchegante, o mais próximo que Amy jamais tivera de chamar algo de “lar”. Dona Marieta a recebera de muito bom grado desde que os dois haviam começado a namorar, Amy concluiu que todas as piadas sobre sogras se provavam falsas — a mãe de Ethan cozinhava para eles, assistia filmes junto, emprestava seu carro quando necessário e cuidava de Amy como se fosse sua própria filha; às vezes as duas passavam tanto tempo juntas que Ethan se sentia livre para ir até o jardim com seu Sandslash ao invés de ficar e ouvir as fofocas.
— Estou saindo para ir à feira comprar legumes para a semana, depois preciso passar no banco e pagar uns boletos, aí vou na farmácia rapidinho, depois estou no dentista e volto antes das cinco. Precisa de alguma coisa, Amy? — perguntou Marieta às pressas com as chaves na mão. As duas puderam ouvir Ethan gritar arroz com salsicha e ovo do quintal, mesmo que soubesse que sua mãe iria ignorá-lo em prol da opinião da eterna “visita”.
— Não precisa de nada, dona Marieta! Sei que tudo que você cozinhar será maravilhoso, mas deixa que eu preparo hoje, então você não precisa voltar na correria.
— Ah, já falei pra deixar dessa coisa de “dona” — respondeu a senhora com ar jovial. Mesmo estando acordada desde as seis, ela tinha mais energia do que seu próprio filho. — Bem, então deixo o almoço por conta de vocês! E vê se não deixa esse menino ficar aí só sentado te olhando, coloca ele pra trabalhar também. Tomem conta de tudo direitinho, hein?
Assim que Marieta deixou a casa, Amy se juntou ao namorado que balançava na rede sem precisar fazer força devido ao vento — o que não amenizava a sensação térmica, os últimos dias em Johto vinham sendo mais quentes que o comum. Ela parou ao lado dele segurando seu suco de laranja e o chutou por baixo da rede.
— Dá um espaço aí — ordenou.
— Nem — Ethan resmungou, ainda sonolento.
Amy puxou o boné dele para baixo e, antes que pudesse revidar, esparramou-se em seu colo até que os dois se ajustassem de maneira confortável enquanto balançavam lentamente.
— Sai pra lá, a rede vai arrebentar com o peso de dois! — falou Ethan.
— Vai nada — respondeu Amy. — Sei que você faria de tudo para ficar coladinho em mim.
Ethan riu, afinal, ela o conhecia bem até demais. Os dois mal haviam acordado e já estavam deitados na rede prestes a adormecer, a vida dos cidadãos em New Bark era assim. Há alguns anos, a cidade fora palco dos holofotes por servir como porta de entrada para muitos treinadores que começavam suas jornadas, pois era onde se localizava o laboratório do Professor Elm. Ethan olhou para a construção vizinha e sorriu, embarcando em lembranças de sua longa jornada por Johto ao lado de seus grandes amigos.
— Saudades do Forrest — murmurou Ethan, imerso em pensamentos.
— Pega um navio e vai visitá-lo, ué — respondeu Amy com uma risada. Conhecia bem demais o namorado para saber que sua preguiça o impediria de embarcar em qualquer viagem.
— Eu não vou nem na cozinha preparar um suco para mim, quanto menos viajar para Kanto.
— Você já viajou até para Hoenn onde se aprimorou lutando na Batalha da Fronteira, e olha que nunca tinha tentado nada parecido — disse Amy com um sorriso. — Admita, meu bem, vez ou outra você recebe um surto de inspiração divina que o permite embarcar em uma aventura inesperada pelo mundo. Já percebeu que toda vez que você sai de sua zona de conforto, coisas incríveis acontecem?
— Tipo te pedir em namoro?
— Claro, essa foi a melhor de todas — respondeu Amy com uma risada.
— Pensar em Hoenn me faz lembrar como eu sou um fracasso.
— Ai, não começa. Você é um treinador incrível e sabe disso.
— É muito convincente ouvir isso de alguém que já foi campeã em Kanto.
— É só levantar e tentar mais uma vez. Quando você menos esperar, vai surgir outra oportunidade de realizar uma looonga jornada pelo mundo com seus Pokémon. E eu estarei do seu ladinho — disse Amy, saltando para a rede e esticando os braços para ele. — Agora vem me ajudar porque eu não cozinho de graça, não.
Quando entrava na cozinha, Amy tinha de se certificar de manter um olho no rapaz. Era comum Ethan esquecer algum tempero — o sal no arroz, o adoçante no café ou a travessa de batatas gratinadas no forno —, mas ele se esforçava.
Desde que concluíra sua jornada por Johto, Ethan era ovacionado pelas ruas de New Bark, os cidadãos o consideravam um verdadeiro prodígio que chegara onde nenhum outro habitante local conseguira, mas Amy percebia que faltava algo. Desejava de todo coração encontrar alguma forma de mandá-lo em uma aventura nova onde pudesse reconquistar o brilho nos olhos, mas como? Tinham uma boa vida na cidade onde eram raras as surpresas e a rotina os abraçava como um velho conhecido.
Mas o destino — sempre cheio de suas surpresas e peripécias — sabe quando agir.
O almoço estava quase saindo quando a campainha tocou. Amy, vestida com o avental emprestado de Marieta escrito “Melhor Mãe”, estava com as mãos ocupadas e não pôde ir atender.
— Pode ver quem é? — ela perguntou e Ethan fez que sim.
Amy cantarolava uma cantiga alegre na cozinha quando ouviu o rapaz abrir a porta, mas ela foi fechada com tanta força que a estrutura da casa chegou a tremer. Pouco depois, via-se Ethan correr desesperado pela cozinha, afogando-se em suas próprias palavras.
— Amy, Amy! Tem um cara lá fora, você precisa se esconder!
— Do que você tá falando? — ela perguntou.
— Eles voltaram — exclamou Ethan, de olhos arregalados e tremendo dos pés à cabeça. — Os Rockets voltaram!
Foi a vez dela quase deixar a travessa de vidro cair no chão. A palavra “Rocket” ainda mexia com seu interior, muitas experiências traumatizantes e pontas soltas de seu passado voltaram à tona. Havia anos que ninguém ouvia falar das atividades dos criminosos, como a teriam localizado? Era como um fantasma que sempre voltava para assombrá-la, mas um choro de criança pareceu despertar-lhe do transe. Os dois correram para a sala de visitas, Amy se esgueirou pelo olho mágico da porta e viu um homem tentando acalmar uma garotinha de colo.
— Executivo Proton? — Amy murmurou baixinho.
Ao abrir a porta, o homem tentava de todas as formas acalmar a menina em seu colo.
— Não precisava ter batido com tanta força — resmungou Proton meio mal humorado. — Tudo bem, sei que é um pouco inesperado, mas... Surpresa?
A garotinha, ao perceber que tinha boa companhia, parou de chorar e esticou os bracinhos em direção de Amy.
— Tia Amanda!
Amy esboçou aquele sorriso forçado de quem não leva jeito com crianças.
— Ethan, pode colocar mais um prato na mesa?

i

O silêncio na casa foi substituído pela euforia que somente a presença de uma criança consegue causar, a filhinha de Proton agora brincava de empurrar o Wobbuffet de Ethan só para vê-lo ir para frente e para trás como um João Bobo. A última vez que Ethan se deparara com o ex-administrador dos Rockets não lhe trazia lembranças agradáveis, era estranho vê-lo se comportar como um pai de família, sua mera presença no recinto o deixava desconfortável, como se tudo não passasse de outro plano para sequestrar sua namorada.
Amy só estava terminando de tirar as batatas do forno, mas os minutos agonizantes que Ethan e Proton se encararam na sala de estar valeram por qualquer batalha Pokémon.
— Então... — Proton começou na tentativa de amenizar o clima. — Como é que vai a vida?
— Ótima — Ethan respondeu seco, indo direto ao ponto. — O que você veio fazer aqui?
— Bem, eu estava de passagem e decidi visitar uma amiga.
— Não amplie as coisas, éramos apenas colegas de trabalho — frisou Amy ao retornar da cozinha. — Admito que eu não esperava por sua visita, ainda mais acompanhando dessa...
Ethan a cortou antes que ela dissesse “coisa”.
— Qual o nome da sua filha?
— Eletra.
“Esse é o nome mais cafona que eu já ouvi”, pensou Amy com um sorriso doce.
— Quem diria, você como pai, hein? — ela brincou para disfarçar.
— Nem me fale, devo parecer mais surpreso do que vocês — brincou Proton. — Nunca imaginei que eu fosse me estabilizar com alguém e querer construir uma família, sou muito agradecido à Martha. Veja o destino de colegas nossos dos tempos dos Rockets; muitos desaparecidos, outros cumprindo pena de décadas na prisão, alguns mortos ou executados pelas autoridades... Penso que sou muito sortudo por ser considerado “apenas” um foragido.
— E por que exatamente você voltou para nos assombrar como um Gastly? — Ethan perguntou como quem pretende encerrar o encontro antes mesmo da hora do almoço.
A cabeça de um Gengar shiny emergiu do chão, pensando ter sido chamado.
Proton não esboçava o sorriso cínico que lhe era tão costumeiro; não se parecia em nada com o charlatão de antigamente, pelo contrário, algo preocupante o vinha incomodando a ponto de recorrer às duas únicas pessoas que julgava confiáveis. Ele tirou a boina e passou a mão pelos cabelos esverdeados com alguns poucos fios brancos, parecia que o excesso de preocupações o envelhecera alguns anos.
— Lembram-se do Petrel?
— Claro. — Amy confirmou com a cabeça. — Não ouço notícias dele há anos.
— Bom, eu e o Petrel nos metemos em algumas confusões em Sinnoh há alguns anos, como vocês devem ter ficado sabendo. Foi lá onde conheci a mãe da Eletra, a Comandante Mars, uma das representantes de uma facção conhecida como Galactic.
— Pensei que essas coisas de louco só aconteciam em Kanto e Johto — brincou Amy.
— Nem, tem um monte desses idiotas em Hoenn e Kalos também — respondeu Ethan. — Na verdade, acho que eles estão por toda parte...
— Pois bem — Proton retomou a conversa —, há alguns meses, Petrel veio me visitar após uma fuga bem sucedida da prisão, aposto que o miserável subornou alguém lá dentro. Ele ainda mantém aquelas ideias de recuperar a nossa glória, acho que nunca aceitou completamente a morte do chefe; mas da última vez que o vi, Petrel parecia... alterado. Ele não parava de falar em vingança, disse até que feriu gente inocente. Isso não é mais para mim, tenho uma família para zelar e sei que isso coloca em risco nossa segurança.
Amy estava chocada com o rumo da conversa. Não podia acreditar que mesmo depois de tantos anos os seguidores de seu pai ainda mantinham ideais tão cruéis. Os Rockets eram como uma dorzinha nas costas que sempre voltava, mas caso ficasse velha demais, um dia já não teria mais forças para combatê-la.
Proton virou-se para observar a criancinha que se divertia com o Wobbuffet.
— Minha família é tudo que eu tenho. Os problemas começaram quando minha esposa desapareceu, pouco depois dessa visita que recebemos do Petrel.
— Como assim “desapareceu”? — indagou Amy. — Acha que ela foi sequestrada?
— A Martha é inteligente demais para ser capturada. Ela estava envolvida com um pesquisador chamado Profº Charon, ele insinuava que Rockets e Galactics deviam trabalhar juntos uma última vez pelo bem maior. O projeto de Charon envolve clonagem de Pokémon avançada, ele insinuou até ser capaz de revivê-los... nada que nunca tenhamos tentado, e falhado miseravelmente.
— Ah, eu me lembro do problema que rolou com o Dragonite do Lance — mencionou Ethan.
— A Martha começou a agir de um jeito estranho... Ela estava distante, esquiva até com nossa filha.
— Como ela reagiu depois de perder um filho? — perguntou Amy.
— Eita, que história essa? — continuou Ethan. — Vocês estão conversando como se tivessem mantido contato próximo nos últimos anos.
— Querido, você acha que eu só fico em casa coçando que nem você?
Amy soltou um leve suspiro, sua voz não escondia o desapontamento. Há cerca de um ano, recebera uma ligação desesperada do ex-administrador. Proton tinha dificuldades em explicar-lhe o ocorrido — sua esposa, até então grávida, tinha sofrido um acidente. A cirurgia foi marcada às pressas, mas parecia que a criança já havia desenvolvido uma má formação e não sobreviveu. Martha jamais se recuperou por completo do choque. Por qual motivo Proton decidira ligar justo para Amy, ela nunca soube dizer. Mesmo que não tivesse mais nenhuma ligação com os Rockets, talvez os antigos membros a considerassem a verdadeira herdeira ao posto de líder que seu pai, Giovanni, deixara para trás.
Por esse motivo, Amy não estava surpresa em reencontrá-lo pessoalmente; não importava o quanto tentasse livrar-se de sua ligação com os Rockets, uma força misteriosa parecia sempre arrastá-la de volta, tornando-a eternamente responsável pela sujeira e os pecados cometidos. Nunca julgara necessário compartilhar com Ethan sobre tais conversas, não queria incomodá-lo.
— Eu vim pedir sua ajuda porque não sei mais o que fazer — disse Proton com ar de preocupação, olhando para sua segunda filha. — Nós dois sofremos com essa perda...
— O que disse para sua filha desde o sumiço da Comandante Mars? — perguntou Amy, apontando para a pequena Eletra de forma discreta.
— Falei apenas que a mamãe precisou viajar, mas tem sido difícil não levantar suspeitas. Ela chora todas as noites, diz que está com saudade. Veja, é uma menina de ouro.
Amy virou-se ao perceber que a criança se aproximava trazendo o que parecia ser uma Pokébola dourada com duas letras incrustadas no meio — GS.
— O que é isso, tia Amanda?
— Ah, é só um brinquedo quebrado. Está vazia.
— Posso brincar?
— Não. É de coleção.
Eletra voltou a deixar o objeto na estante, pois não parecia mais tão interessante. Amy não precisou refletir muito para dar a resposta ao ex-executivo:
— Eu irei investigar o que está acontecendo.
Tanto Proton quanto Ethan a encararam cheios de surpresa.
— Como assim, meu bem? Você realmente vai se envolver com esses caras de novo? — indagou Ethan, que ficou sem graça após alguns segundos ao olhar para Proton. — Nada pessoal, colega.
Proton levantou as duas mãos e fechou os olhos, num sinal de “deixa disso”.
— Se tem alguém que possui a habilidade necessária pra fazer isso da maneira mais rápida possível, sou eu. É pela coisinha... digo, criança — disse Amy olhando para Ethan.
— Bem, a ideia a princípio era deixar a Eletra umas semanas com vocês enquanto eu ia atrás de respostas, mas se a própria Srta. Amanda Green está se oferecendo para tal missão, quem sou eu para recusar? — Proton aproveitou-se da situação, um charlatão como só ele. — Você é a garota que burlou, enganou e deixou a maior facção criminosa do país comendo poeira com apenas quinze anos, não existe ninguém melhor para cumprir essa tarefa do que você.

ii

Depois de um almoço bem servido, Proton deixou New Bark antes do entardecer com sua filhinha adormecida no colo. Para onde ele iria ou onde estava se escondendo, Amy não soube dizer, mas tinha certeza de que estavam seguros e voltariam a se encontrar quando a tarefa terminasse. Ethan se manteve quieto pelo resto do dia, sentia-se deixado de fora dos grandes planos, como sempre. Sua namorada precisou de muita calma e paciência para dar-lhe a devida atenção.
— Então, quando é que você sai nessa viagem? — perguntou Ethan.
— Não sei. Quer que eu vá agora?
— Tá brincando, né? A vida sem você aqui vai ser... vazia. Capaz da minha mãe até me despejar pra fora de casa até você voltar.
— Você precisa mesmo encontrar algo para se distrair. O que acha de sairmos em uma aventura por aí depois? Só nós dois.
— Pra onde?
— Para onde sua imaginação levar.
— Vai ser difícil aguentar um tempo sem você — respondeu o treinador. — Tudo voltará a ser como era antes de eu sair em jornada por Johto, quando um jovem Ethan só buscava fugir da mesmice de sempre...
Amy sorriu ao perceber como ele estava desconsolado com a ideia de ficar apenas algumas semanas longe de sua amada. Ela se aproximou devagar, quase como se o seduzisse, sentou-se em seu colo, arrancou o boné e o colocou na própria cabeça, lascando-lhe um beijo digno que começou no pescoço e fez seu caminho até os lábios, digno de despedidas de filme.
— E o que seria de Ethan sem uma Amy em sua vida, não?
— Como consegue ser amável, sexy, assustadora e surpreendente, tudo num só dia, hein?
— Querido, sou uma musa de muitas facetas. Formidável treinadora, excelente namorada e nora, prestativa, conselheira, guerreira...
— Você é a coisinha mais linda do mundo, isso sim.
— Se usar essa voz de neném comigo de novo eu quebro todos seus dentes.
Ethan começou a rir, pois cada dia que passava sentia que a amava mais e mais. Em sua cabeça vivia repetindo palavras românticas, do quanto gostava de suas curvas, do sorriso travesso e de como adorava acordar do seu lado; mas na hora de expressá-las sempre se atrapalhava todo. Ethan a abraçou com mais força, como se dessa forma pudesse impedi-la de partir.
— Sabe, essa conversa de hoje com o Proton me fez pensar em uma coisa... — Amy mencionou entre suspiros.
— O quê?
— Que eu não quero ter filhos tão cedo.
— Apoiada — Ethan concordou depressa, tão assustado quanto ela com a ideia.
— E que também temos uma pilha de louças para lavar, sua mãe vai ficar furiosa se voltar e ver que não fizemos nada. Não se esquece do nosso acordo, hoje é você Quilava.
O grande Typhlosion grunhiu baixinho no seu sofá confortável.


 

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  1. Yo Canas
    Tudo bom maninho?

    MDS MANO QUE CAPÍTULO FOFINHO EU NÃO TAVA ESPERANDO POR ISSO, É FOFUFA EM AEJ E EM AES, MEU KOKORO NÃO AGUENTA

    Adorei a interação Ethan e Amy como casalzinho com bastante tempo, ELES SÃO TÃO FOFOS, ELA AMEAÇANDO QUEBRAR TODOS OS DENTES DELE É MT FOFINHA HAUAHAUAHAYAHAUAHAHA

    E SO MUCH PISTAS PARA A TIMELINE, DÁ PRA SITUAR MT COISA AGORA, SE ORGANIZAR DIREITINHO TODO MUNDO SE ENCAIXA NESSA TIMELINE
    Depois vou organizar tudo certinho quando a semana lendária acabar, mas já dá pra localizar mt coisa aí

    E teve o Proton, maluco quase matou o Ethan de susto, tadinho hsushsuahsuahaua. E ELE É UM PAI DE FAMÍLIA, TEM UMA FILHINHA QUE METE PORRADA EM WOBBUFFET, É TIPO O MINI ETHAN HAUAHAYAHAUAHAHA

    E AGORA A AMY SAI EM JORNADA SOZINHA, CTZ QUE É AGORA QUE O ETHAN VAI DAR PIQUE PRA UNOVA OU ALOLA, NÃO SEI, SE PÁ PRAS DUAS, MAS NÃO LEVA A SÉRIO AINDA, PRECISO ORGANIZAR ISSO DIREITO

    Adorei o capítulo mano, muita vibe de slice of life que deixa um quentinho no coração com essas cenas de cotidiano fofinhas.

    See Ya

    Ps: Esse capítulo confirmou mt que o Ethan tem algum problema pra manter concentração, ele perde o foco até cozinhando

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    1. Diga ae, Grovy! OBRIGADO POR VIR ME RECEBER AQUI NAS DISTANTES TERRAS DE SINNOH DEPOIS DE TANTO TEMPO LONGE! Esse capítulo está pronto faz um tempão, para você ter ideia, ele já deve estar escrito há pelo menos 10 meses, mas precisávamos esperar que a situação entre o Ethan e a Amy em AeJ se consolidasse para explorar isso de forma mais fofa aqui em Sinnoh, ou seria um tremendo spoiler (o que não deixa de ser para quem não acompanha a fic do Dento kkk).

      Nem sei dizer quantos milhões de anos fazem que pensei nessas interligações com a galera da Aliança. Nunca deu certo, ou melhor, nenhuma tão grande que fosse concluída, sempre eram algumas pequenas menções, mas essa foi a primeira vez que eu sentei e falei com o Dento: Pode deixar seus personagens na minha mão que eu cuido bem deles. O capítulo inteiro tem um valor sentimental enorme, nós planejamos esse arco em um momento super descontraído na praia, sem grandes explosões ou revelações, só pra curtir a boa e velha rotina mesmo kkkkkkk

      Ao mesmo que os leitores antigos de Sinnoh podem pensar: "Mas o que isso tem a ver com AeS?" Podemos ver inúmeros indícios da história antiga como o retorno do Proton, da Comandante Mars e até mesmo do Petrel que está preso desde o Capítulo 20 se não me engano haha Cara, foi uma maravilha trabalhar esses dois, a conversa fluiu demais e nem precisei me esforçar para pensar no que eles conversariam. Agora resta continuar acompanhando para ver o que a Amy vai aprontar em Sinnoh. Pode ser que o Ethan nem apareça mais, mas vou tentar fazê-lo ligar pra namorada só pra ver como as coisas estão andando, até porque depois de tanto tempo juntos eles não conseguem mais ficar separados um do outro haha AGORA A TIMELINE ESTÁ MAIS CLARA DO QUE NUNCA, APROVEITA! E mais uma vez, obrigadão pelo comentário, espero vê-lo por aqui mais vezes. Grande abraço!

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  2. Cara, mais um capítulo incrível, e eu comentando de madrugada de novo kkkk, gostei bastante da conexão com Johto, algo que sempre curti nas fics da aliança foi a conexão, então adorei esse capítulo

    Um capítulo fofo do começo ao fim, e o Proton ter se tornado pai, e a mãe sendo a comandante Mars, que jogada magnífica kk, esse relacionamento ne surpreendeu, e filha dos dois ainda faz um Wobbufett de João Bobo kkkkk, e esse gancho pra uma nova jornada do Ethan e da Amy, hein? Kkk

    Essa vibe mais tranquila do capítulo me fez parecer que estava na própria New Bark quando li, realmente, agora ficar no aguardo e na esperança de um possível capítulo 103 kk, porque essa "continuação" tá parecendo muito boa

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    1. Opa, você chegou em boa hora mesmo cara, bem a tempo de conferir um capítulo inédito depois de sei lá quantos anos que fiquei parado hahah Deve ser até bizarro ver que essa fic ainda é atualizada, né? Tirei umas férias e me mantive um tempão longe, mas alguém da Aliança sempre consegue me trazer de volta, ainda mais quando se trata de fazer umas interligações maneiras. Até para quem não acompanha Johto, acho que esse capítulo serviu como uma excelente introdução aos dois personagens que serão recorrentes nesse arco. Mas a partir do próximo já veremos alguns rostinhos conhecidos!

      Eu lembro que na época que fiz o Proton dando em cima da Mars foi algo totalmente inesperado em uma fic de Pokémon, chegava a ser uma tremenda ousadia o relacionamento deles, principalmente pelos desenhos que fiz haha É muito doido pensar que o Proton deveria ter sido só uma aparição relâmpago feita pelo Little Celeby, mas acabou se tornando um dos antagonistas mais frequentes de Sinnoh. Hoje ele é um pai de família, como o mundo dá voltas haha Proton foi o responsável por dar o pontapé inicial no Interlúdio da Saga Diamante, e não há ninguém melhor do que ele também para lançar Sinnoh 2.0!

      Foi muito bom te ver por aqui cara, o 103 já está escrito e não pretendo demorar tanto para postá-lo, mas ainda quero avançar um pouco para corrigir possíveis pontas soltas e quem sabe lançar tudo antes de Julho. Os comentários e a presença de vocês foi muito importante, me sinto renovado para escrever. Espero vê-lo por aqui mais vezes cara, grande abraço!

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  3. Eu não estava esperando um "recomeço" dos Rockets com o Petrel!

    Nossa! O capitulo ficou incrível para fechar a semana épica da aliança! Que casalzão! E eu adorei que o nome da filha do Proton é Eletra! combinou muito! E eu só consegui pensar que "Um Próton em Marte gera um elétron?"

    E... Sinnoh 2.0 é real? AUSHAUSHAUHSAUHS SHORT STORIES!!!!!?????

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    1. Rockets jamais desistirão de destruir o mundo Pokémon haehae Me baseei no pós-game de Platinum mesmo onde enfrentamos os remanescentes dos Galactics na Stark Mountain, é basicamente esse arco que vou escrever, mas contendo algumas surpresinhas. São pontas que não foram fechadas desde muuuuito tempo, ou melhor, elas deixaram aquele gostinho de algo mais poderia acontecer. Não estou no clima de escrever uma aventura enorme, mas uns 4 ou 5 capítulos eu devo conseguir, só pra matar saudade kkk

      SINNOH 2.0 QUE NA VERDADE TEM CARA DE SINNOH 1.5, MAS O IMPORTANTE É ESTAR ESCREVENDO, NÉ? kkkkkkk

      E NÃO ME VENHA TRAZER SUA CIÊNCIA PRA CIMA DO PROTON E DA ELETRA HAEUHAEHU SÓ ACHEI QUE O NOME FICARIA BONITINHO.

      Valeu pela presença mano Kill, forte abraço!

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  4. Yo Canas que anunciam coisas Ominosas! Tudo bem?

    Demorei mas vim comentar, encher o rái do saco.

    Pois então, a situação aqui é interessante porque temos os protagonistas de Johto tendo a não tão agradável surpresa de reencontrar um velho conhecido que já foi antagonista de antigas histórias. Certamente pra eles é inesperado ver um Proton deste modo, e era certo que isso iria atrapalhar a vidinha pacata deles. E aí, a revelação: Martha, sua mulher, sumiu e o cara quer ajuda.

    Daí tu vê, né? O cara só queria que cuidassem da filha dele e do nada conseguiu uma investigadora no lugar. Uma das maiores ladras volta a ação... Depois de algum tempo vivendo no interior comendo comida da sogra interiorana.

    Mas realmente parece interessante o conceito geral da história parece que vai seguir legal. Ao fim de tudo parece que o Ethan vai ficar pra trás enquanto sua beldade vai realizar uma missão perigosa e eletrizante. Mas bem, a louça... É ele "quilava" né?

    Talvez duas das coisas que mais me chamaram a atenção no capítulo foram as batatas gratinadas e a conclusão que eles chegaram ao fim do capítulo de não quererem ter filhos cedo. Né nada demais não, só chamou atenção mesmo.

    Valeu aí, brother, tô só esperando o desenrolar disso.

    Até depois!

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    1. Diga ae, Napo! E pensar que o Proton de Sinnoh um dia voltaria a contracenar com seus conterrâneos de Johto, a região à qual ele realmente pertence. É muito louco que essas conexões comecem a fazer sentido hoje em dia, porque nos primórdios da fic quando a galera viu o Proton em AeS foi muito bizarro, e sendo bem sincero, nem eu tinha ideia do que fazer com ele na fic kkkkk Aprendi a gostar muito do cara, ele e a Mars formaram um casalzinho fofo e estão sempre aí servindo de pontapé inicial para coisas maiores.

      Você está correto, o foco aqui será na Amy. Eu adoro o Ethan, mas ele pode descansar um pouco após sua longa Ethan Week e muitas aventuras nas fics da Aliança kkkk A Amy tem um baita potencial e seu passado como ladra traz algumas surpresas loucas, já tenho o especial quase inteiro planejado na cabeça e espero surpreender a galera com algumas reviravoltas que influenciarão muita coisa, então pode apostar que não será apenas um filler haha

      Obrigado por comentar do "hoje é você quilava", sinto que esse trecho é o ápice de um crossover com a minha escrita com a do Dento kkkk Conversar com ele pessoalmente me trouxe muitas ideias e acho que aprendi a compreender os personagens dele muito mais depois disso. Obrigado por comentar, mano Napo, é sempre um prazer tê-lo por aqui. Grande abraço!

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  5. Meu deus to muito atrasada. EU NÃO SABIA DE CAPÍTULO NOVO. QUE LEGAL MANO, ADOREI D+
    Eu não conheço tanto a Amy e o Ethan, pois eu li e esqueci de continuar a ler. Mas agora eu vou atrás huahuha
    As piadinhas foram legais, é a cara de vocês dois. QUILAVA, GENIAL.
    Não sabia que Proton tinha uma filha, mas olha só né? Crianças são uma coisa muito importante sabe, eu espero que essa criança fique bem. Enfim, espero que vocês escrevam mais capítulos, achei muito bom!

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    1. Tá atrasada não, White, eu ainda tô esperando alguns leitores voltarem de 2012 pra comentar AEHAEUHUHAE (Shadow não foi uma indireta pra tu). Não se preocupe, fiz o possível para esse capítulo servir como uma re-introdução pra Amy e o Ethan, mesmo quem nunca leu AeJ consegue pegar a vibe e a personalidade dos dois que é o que importa, além de algumas pequenas referências à história original do Dento com direito a piadinhas infames que são trademark dele kkkkkkkk No próximo já temos Luke, Dawn e Cynthia voltando para os holofotes!

      Ah, do jeito que as coisas estavam esquentando entre Proton e Mars não é de se surpreender que sairia um filho dali HAEHUHAE Temos algumas reviravoltas interessantes planejadas para as crianças dele, estou ansioso para escrever logo. Fico feliz que tenha vindo comentar, Sinnoh sem WV Scarlet não seria a mesma coisa. Beijos! :3

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