Posted by : CanasOminous Sep 28, 2013

Support Conversation (Al Capone x Sophie)
Gênero e Disclaimers: Romance, Álcool, Ecchi leve;
TemaAl e Sophie passam tempo demais cuidando de seus protegidos que acabam sem tempo para si mesmos. Até os mais velhos precisam dar uma chance ao amor (Semana da Sophie);
Sugestão do leitor: Thiago Rosendo (Ilhas Laranja)

A revista com as Fêmeas Mais Sexy da temporada havia acabado de chegar. Aerus já encomendava suas edições mensalmente, e quando não tinha muito mais a fazer, perdia algumas horas contemplando aquilo que não tinha.
Pelo menos aquilo compensaria a falta de mulheres em sua vida.
— Rapaz, só se liga nessa aqui então! Que corpão cara, que corpão! — o dragão apontava para uma guerreira do tipo Psychic vestida em trajes íntimos na página inicial da revista. — Ela tem uma carinha de safada e umas curvas tão... perigosas. Cheia de mistérios. Só se liga nesses peitões!
— Prefiro as aquáticas, todo ano estão entre as mais lindas do mundo. Elas são um mesclado de tudo, sem pecar na falta ou excesso de nada — comentou Mikau, logo virando a página. — E essa aqui? Não tem nenhuma gordurinha, tem um sorrisinho meigo, peitos singelos, curvas sensíveis e carentes.
— Affe, é maior vareta, não tem bunda. Não sou chegado em varetas, eu curto é curvas cara, CURVAS. Sensuais. Palpáveis. Tentadoras — continuou Aerus.  Pego muito bem com mulheres do tipo Fighting e Electric, elas são sempre agitadas e tem umas pernonas torneadas. Não consigo me dar bem com essas mais frias e mandonas como o Ice e Dark-type.
— Ouvi dizer que a moda agora são as Fairy. Todo mundo fala só das Fairy — comentou Mikau, tomando um gole de seu drink.
— Naah, nem rola. As Fairy são todas dengosas, carinhosas e fofinhas... Não fazem meu estilo. — murmurou Aerus. — Às vezes me pergunto se essas garotas têm idade para aparecer nessas revistas.
Al Capone remexeu-se em uma mesa ao lado, tentando resolver alguns passatempos e agora incomodado com o barulho insuportável que seus companheiros estavam fazendo àquela hora da noite no bar de Sophie.
— O que os senhores estão fazendo?
Aerus e Mikau se viraram e colocaram a revista na cara do mafioso. Eles perguntaram praticamente ao mesmo tempo:
— Al, qual dessas faz mais o seu tipo?
Silêncio.
— Huh? — ele arqueou uma das sobrancelhas enquanto voltava a resolver suas palavras cruzadas. — Não estou interessado.
Silêncio novamente.
— O que foi?
— Eu sabia... — Aerus sentou-se em sua cadeira com os braços cruzados. — Então você é incompetente no sentido sexual, né? Daqueles que não ficam com o negócio duro, tá ligado?
Al Capone começou a tossir loucamente ao ouvir aquilo.
— C-Como é?
— Bom, você é especial para nós, como um amigo. — respondeu Mikau, sentando-se ao lado do homem. — Só que vai ser melhor trocar uma ideia com o Mozilla ou procurar gente que curte dois rapazes que se pegam, porque você deve achar isso tão... sexy.
— N-Não é isso, seus idiotas...
— Cara, pra não gostar de nenhum tipo de garota, pra mim você é gay — Aerus foi simples e direto com sua afirmação.
Al Capone já esfregava a mão enluvada em seu rosto, vendo que sua paciência com jovens já havia passado dos limites.
— Ah, quer saber? Vou ir para casa.
O homem levantou-se. Aerus e Mikau acenavam de longe ainda rindo alto e fazendo a maior baderna no bar.
— Ohhh, tu ficou bravo? Foi mal cara, era só brincadeira!
— Iuhuul, Alzinho! — chamou Mikau. — Não quer me levar para casa, não? Hah, hah, hah...
— Vão para o inferno. Eu só preciso ir para casa. Estou cansado, ainda não dormi direito desde semana passada após uma missão de Rank A... Minha mente sempre fica perturbada quando tenho de sumir com pessoas. E é algo que faço com frequência.
— Ah, beleza. — Aerus intimidou-se, andando em direção do amigo na saída e entregando a revista em suas mãos. — De qualquer maneira, toma aí uma revista para tu dar uma folheada. — ele colocou um dos braço em seu ombro e sorriu. — Na segunda feira tu me diz o que achou delas, e qual faz o seu estilo, demoro?
— Tudo bem, tudo bem. Eu levo. — Al Capone soltou um suspiro e abriu a porta. — Estou indo agora. Bom fim de semana para vocês.
Assim que o mafioso fechou-a, automaticamente encostou sua cabeça sobre a porta e descansou ali com os olhos fechados e os pensamentos ainda muito longes
— Hm...  — ele suspirou cansado. — O tipo que eu gosto...
E voltou a caminhar.
— Há algum tempo acho que eu tinha um... Mas isso faz muito, muito tempo. Estou ficando velho.
Al Capone foi caminhando na noite escura em direção de sua casa, o movimento na guilda era quase invisível, visto que àquela hora da madrugada poucos membros saíam por aí ou ficavam acordados até tarde. Mikau e Aerus eram uma exceção naquele dia, ainda divertiam-se da festa feita para Akagi e seus compatriotas e por conta disso aproveitavam para colocar em dia os assuntos dos últimos meses que ficaram afastados.
Quando Al chegou a seu dormitório, viu que esqueceu as chaves. Colocou as mãos no bolso e por alguns rápidos segundos desesperou-se. Não havia jeito, ele realmente tinha esquecido a chave no bar ou a perdido em algum lugar.
Voltou caminhando para o bar no mesmo ritmo desanimado, o mesmo ânimo transparente de quem já estava emburrado e de mal humor por não conseguir dormir. Quando chegou lá, pelo menos Aerus e Mikau já tinham ido embora. Apenas Sophie continuava no local, provavelmente preparando-se para fechá-lo e fazendo apenas uma limpeza superficial para voltar à rotina logo cedo, o que não demoraria.
Sophie estava de quatro no chão, limpando uma mancha de suco com um pano úmido e parecendo ainda mais exausta do que o próprio Honchkrow, mas ainda assim, continuava com um lindo sorriso receptivo.
— Ah. Bem vindo, Al — ela limpou o suor do rosto.
— Posso ajudá-la com isso?
— Não se preocupe, já terminei.
Al Capone percebeu que ela vestia um avental caseiro sobre sua roupa, mas continuava bonita e muito sexy mesmo sem vestir-se apropriadamente. Na realidade, ele nem se lembrava de quando vira a mulher estar toda maquiada e produzida para sair, já era tão comum vê-la em seu perfil normal que aquilo se tornava natural. Sophie debruçou-se sobre um balde de água para enxaguar o pano, seus seios ficavam bem dispostos quando ela fazia aquele movimento. Al corou de leve.
— Eu estava no telefone falando com o Karl e a Lyndis, e eles disseram que esperavam voltar no domingo de noite — a mulher ajeitou alguns fios de cabelo atrás da orelha. Parecia um pouco incomodada, realmente não estava preparada para receber visitas. — Precisa de alguma coisa?
Estava em sua casa, não tinha motivos para vestir roupas caras ou preocupar-se com a visita de alguém àquela hora da noite, mas agora que Al Capone estava ali, vendo-a naquele estado, de nada adiantaria esconder-se.
— Ah, nossa... Se eu soubesse que você viria, eu iria preparar um jantar delicioso, mas não fiz nada ainda. Desculpe a bagunça!
— Eu não deveria estar aqui, eu é quem peço desculpas. Só vim buscar minha chav...
— Oh, não se culpe, querido. — Ela levou as mãos até a cintura e retirou o avental. — Está bem tarde, sei como é ruim permanecer todas as noites acordado, estando tão preocupado com as pessoas que ama... Também não consigo deixar de me preocupar com meu Karl, fico esperando-o na sala como se ele pudesse voltar mais cedo. 
Ela sentou-se em uma das cadeiras do bar e cruzou as pernas. Sentia-se bem à vontade ao lado do homem, e aquilo o encantava. 
— Ei, Al. O que acha de sairmos juntos amanhã...?
— O-Onde fica o banheiro?
Sophie sorriu e apontou para uma portinha nos fundos.
— Você sabe que é lá — deu uma risadinha.
Al Capone saiu correndo e bateu a porta com força. Até mesmo a mulher veio a assustar-se com a pancada.
— Nossa... O que houve com ele?
Al Capone retirou as luvas pretas, revelando assim suas mãos queimadas e cheias de machucados que sempre procurava esconder. Enxaguou seu rosto com água, e por longos minutos encarou sua face pálida no espelho, conversando com seus próprios pensamentos em sua monotonia da vida que era retirada de sua zona de conforto.
— Vamos lá... A Sophie é só uma amiga... — ele sussurrava. — E mãe do amigo da sua filha... Ela é uma mulher experiente, não ia querer nada. Por que ainda sinto como se eu me interessasse nela como nos velhos tempos?
Ficou menos tempo ali do que esperava. Quando saiu do banheiro estava recomposto. Procurou por Sophie por todos os lados, mas não a viu. Imaginou se ela já não tinha fechado o bar com ele dentro, farta de sua presença àquela hora da noite, mas logo a mulher surgiu da dispensa com uma garrafa em mãos.
— Ah, eu trouxe um pouco de vinho. Prefere whisky, vodka ou alguma outra coisa?
— Vinho — ele acenou com a cabeça ao retirar seu chapéu. — Lembro-me de minhas terras e das plantações de uva no sul. Você sabe bem como escolher uma bebida.
— Trabalho com isso há muito tempo, já fui garçonete nos melhores restaurantes na Resort Area com minha antiga treinadora — ela pegou duas taças e entregou uma nas mãos do italiano de maneira sedutora. — Viajei o mundo, aprendi muitas coisas. Experimentei um pouco tudo.
— Não é para pouco — Al Capone riu. — Secretária, garçonete, atendente, enfermeira e nutricionista. Tudo em uma única mulher. Fabulosa, por sinal.
— Não diga isso, vou me sentir ainda mais velha do que sou! — ela tocou em seu ombro com uma risada reconfortante.
Os dois conversaram por um tempo, nem viram que a madrugada começava a passar e o restante da guilda repousava no profundo silêncio dos sonhos. Trouxe queijinhos e muitos outros petiscos, acabaram ficando ali apenas beliscando a comida, jogando conversa fora, falando sobre a vida alheia, interesses pessoais e gafes cometidas na infância. Àquela altura Sophie já buscava a terceira garrafa de vinho, e pouco a pouco suas bochechas já ficavam coradas. Al Capone era difícil de se embebedar, e ela ainda mais. Gabava-se por ser a mulher mais forte em termos de bebida nos arredores, nunca perdia para ninguém, e para Al acompanhar o ritmo dela já começava a provar-se um desafio mais difícil do que esperava.
Estava acostumado àquilo em sua família, o corvo gabava-se de raramente ficar fora de si. Sophie não estava bêbada, mas parecia mais alegre do que de costume, estranhamente mais alegre. A mulher quase se jogava em cima dele com a taça meio vazia, meio cheia. Mas sempre com a taça em mãos.
— Aí teve aquele dia, que o Karl inventou de voltar tarde para casa, e eu dei um baita susto nele! O pobrezinho quase fez xixi na calça, veio pedir para dormir na minha cama uma semana inteira de tanto medo que estava! — ela ria exageradamente e falava alto. — Ai, ai... Essas crianças são demais...
Al Capone balançava a cabeça concordando. Se tomasse mais umas duas ou três taças cheias sentia que poderia sair de si, e não queria fazer feio na frente da mulher. Há quanto tempo já estava lá? Será que estava amanhecendo?
Sophie continuava falando alto:
— Me diga, e como anda sua filhota?
— Bem, bem. Treinando bastante. Essas crianças crescem rápido...
— Ah, nem me diga... Agora que vejo o Karl e a Lyndis juntos, sinto até uma dor no coração.
— O Karl também já é um moço. Imagino o orgulho que você sinta dele por ter visto-o crescer. É praticamente um filho seu.
— E posso dizer o mesmo da Lyndis! Moça bonita, decidida, dona de si própria. Posso dizer que ela é assim por causa do pai esplêndido que teve!
Os dois riram, e ficaram em silêncio.
Sophie foi levando sua mão até a dele, e por um instante as duas se entrelaçaram, mesmo que por cima das luvas espessas do homem. Al Capone olhou para ela, e a mulher encostou sua cabeça em seu ombro já cansada e sonolenta. Trabalhara muito naquele dia, a bebida era um mero fator adicional.
— Tenho me sentido bem sozinha ultimamente... O Karl e a Lyndis sempre saindo em missões, mais próximos do que nunca. Como demorei a perceber que eles compartilhavam tanto interesse um pelo outro! Será que estou ficando tão lerda assim?
— Eu também. — Mais tarde Al Capone teria se jogado de uma ponte por ter dado uma resposta tão tosca, óbvia e improvisada como aquela.
Sophie tomou uma golada inteira do vinho, de uma vez. Foi chegando mais perto de seu pescoço. As bochechas coradas e os olhos dispersos diziam que ela não sabia muito o que estava fazendo. Será que a bebida realmente a afetava?
— Nós dois somos adultos, Al... Sabemos o que queremos.
Ele olhou para ela. Sophie segurou seu rosto com carinho e ficou respirando ali, bem perto. Parecia desconfortável, duvidosa de algo, até que decidiu afastar-se. Em seguida foi a vez do corvo, e dessa vez Al foi até o final dando um beijo suave e de leve nos lábios da mulher.
Começou a ajeitar-se, virou o corpo, suas mãos logo começaram a desejar ir mais além retirando o chapéu do homem e desabotoando a camisa. Ele rrancou de vez a gravata que já estava frouxa e abriu o cinto da calça. Ela ajeitou o sutiã que lhe pendia pelo ombro e sorriu quando ficou ali encarando aqueles olhos tão vivos do corvo.
— Acho sua cicatriz bonita — disse Sophie.
— É uma lembrança de coisas ruins que não quero lembrar.
— Você devia parar de ficar se prendendo ao passado. Você é um homem, deixe de lado essas mágoas e viva de olhos abertos para o futuro.
Sophie tocou na mão do italiano novamente.
— Tire as luvas. Eu quero vê-las.
— Você não vai querer.
— Tem medo que os fantasmas de seu passado voltem para assombrá-lo?
Al Capone tentou evitar olhá-la nos olhos, e teve de engolir seu orgulho ao dizer:
— Tenho.
Sophie esboçou uma feição entristecida. Parecia sofrer junto dele, querendo tomar para si todas aquelas mágoas.
— É por isso que você não dorme à noite. Seus pensamentos tomam vida, é quando tem tempo para refletir sobre tudo o que fez, quando na verdade tinha de pensar sobre o que fará. Abandone esse passado, Al. Dê espaço a novas memórias.
Sophie foi retirando sua luva lentamente, revelando assim as mãos cicatrizadas que tremiam só de lembrar do fogo que ali queimava e o assombrava no mais íntimo pensamento. Quase que automaticamente, Sophie levou a mão do homem até seus seios e começou a massageá-los.
— O que acha disso?
Ele corou severamente.
Sophie acabou rindo daquela reação.
— Alphonsus Capone! Será que você está assim tão encabulado que as palavras lhe faltam?
— Err, você está bêbada?
Ela afastou-se espantada.
— M-Maldição, acho que meus pensamentos estão começando a ficar embaralhados. Desculpe por isso. É a minha beleza que te contagia? — ela riu baixinho, parecendo nem ter pensar direito no que falava. O álcool realmente começava a lhe subir pela cabeça. — Acha que ainda estou em forma para minha idade?
— Mais do que imagina.
Sophie admitiu a derrota para a bebida, não queria chegar na manhã seguinte e trabalhar de ressaca, os os demais membros da guilda ficariam frustrados pelo fato do bar não estar aberto em pleno fim de semana. Ela abraçou-o com mais força, descansando o rosto do homem em seu busto.
— Eu quero cuidar de você.
Al Capone aninhou-se ali, e por um instante ficou feliz em saber que suas mãos inclusive não perderam todos os sentidos do tato, e ainda podiam sentir aquilo. Ele levantou-se e dessa vez mais decidido, segurou nos ombros da mulher como se desejasse nunca perdê-la, contar tudo que estava preso em seu coração até então, todos os desejos. Precisava confessar algo.
— Vivo com a responsabilidade em minhas costas, Sophie, assim como você. Eu achava que meu tempo nesta vida já tinha passado, mas acho que nunca é tarde para tentar de novo.
— Nunca é tarde demais para amar, para viver, para errar bastante — ela respondeu enquanto alisava os cabelos negros do italiano. — Já tive muitas paixões, mas se elas não deram certo... Paciência. Pelo menos continuarei de peito estufado e poderei dizer: Eu fiz tudo que estava ao meu alcance.
Ela abanou a mão e levantou-se. Pediu para que esquecesse aquela conversa. O sol já estava quase aparecendo na janela, e o bar continuava uma zona. Pegou as taças de vinho e as garrafas vazias enquanto Al ainda a seguia com um olhar de pleno interesse.
— Obrigada por ouvir um pouco de minhas bobeiras. É bom saber que tenho um companheiro com quem posso compartilhar tudo isso — disse Sophie. —Mas agora preciso ajeitar o bar, nós fizemos uma verdadeira bagunça.
— Deixe-me ajuda-la com isso.
— Não precisa, já estou terminando.
— Você nunca quer ajuda com suas tarefas domésticas. Deixe-me ajudá-la.
Al Capone foi por trás dela e a abraçou gentilmente, apenas uma forma de demonstrar carinho e que insinuasse: Já que você quer me proteger, permita-me protegê-la também. Sophie relaxou e deixou que ele levasse para a pia as duas taças de vidro. Nunca deixava ninguém fazer seus trabalhos e obrigações, mas pelo visto agora tinha alguém com quem pudesse compartilhar esses momentos.
Na realidade, sempre teve. E sempre terá.

Segunda-feira.
Al Capone estava logo cedo na mesa do bar, completando suas palavras cruzadas com as pernas esticadas e o tronco ereto da mesma maneira de sempre, mas um curioso sorriso no rosto. Era hora do almoço e alguns membros da guilda iam lá almoçar para degustar das habilidades culinárias de Sophie. Aerus puxou uma cadeira e sentou-se nela ao contrário apoiando sua cabeça no encosto, e Mikau ao seu lado. O dragão tentava esboçar um sorriso sacana, mas estava claramente cansado de alguma coisa.
— Opa, diga aí, Al. Podemos almoçar contigo?
— Esteja à vontade — respondeu o homem, retirando a revista de Aerus enrolada do bolso do terno e entregando-a nas mãos do dragão. — E aqui está. Obrigado por me emprestá-la. Não cheguei a abrir, mas obrigado da mesma maneira.
— E decidiu-se pelo estilo de mulher que faz o seu tipo? — indagou Mikau com uma risada. — Sua triste revelação de sexta feira me deixou doente, companheiro.
— Hm — Al Capone grunhiu sem dar-lhe atenção.
Logo Sophie foi até a mesa e trouxe três pratos. Foi em direção de Al Capone e beijou-lhe a bochecha, mas foi um beijo tão casual e natural que nem mesmo Aerus conseguiu notar malícia alguma naquilo. Por fim, o dragão bateu a cabeça na mesa e por lá ficou se lamentando.
— Tentei mandar uma carta para a Tih, mas aí lembrei que não sei escrever. E para piorar, sábado à noite fui para uma baladinha e peguei uma mina horrorosa que agora não sai do meu pé, parecia um Wobbufet de cara amassada quando vi a foto dela no dia seguinte. Mano, minha vida tá uma merda...
— Ah cara, nem me fale, eu tive um fim de semana horrível — continuou Mikau do outro lado. — A Milena está me dando um gelo, dizendo que não está bem para nada e que precisa ficar sozinha por um tempo, coisa de mulher.
O atirador olhou para Al que comia sua macarronada completamente indiferente.
 — Não se preocupe, parceiro, — disse Mikau — se tiver qualquer história triste para compartilhar, é só dizer.
— Não, não é nada. Dormi muito bem. Para falar a verdade, estou até... feliz. 
Eles pararam no mesmo instante
— F-Feliz... Não me fale em felicidade — Mikau murmurou como se aquela palavra não descesse por sua garganta.
Al Capone parou de mastigar.
— Qual o problema com os senhores?
Aerus levantou-se da mesa e foi rastejando ao banheiro.
— Cara... Estou começando a ficar com dor de barriga... Que sensação horrível é essa? Aquela mina da balada me envenenou, sabia que eu não devia ter aceitado o drink! Deve ser uma guilda rival... Acho que estou morrendo, galera... Por favor, levem flores para o meu enterro, e diga pro Watt não chorar. Falous.
Mikau também levantou-se da mesa cobrindo o rosto.
— C-Com licença, vou me jogar da ponte e já volto.
Al Capone viu seus amigos se distanciarem, relaxou em sua cadeira e trocou um rápido olhar com Sophie que continuava a limpar a bancada. Ambos tinham certa malícia agora, e cada vez que Sophie fazia um movimento no balcão parecia querer incitá-lo a ir adiante.
O corvo riu e continuou a terminar seu almoço.
— Esses jovens precisam selecionar melhor seus pares...
Sophie continuava limpando o balcão, tentando alcançar as partes mais altas dos armários onde tinha de esticar o corpo e empinar a bunda. Al riu enquanto folheava o jornal.
— As mais experientes são as melhores...


{ 7 comments... read them below or Comment }

  1. como diria o sábio Sérgio Reis :
    "não me interessa se ela é coroa
    panela velha é que faz comida boa"
    uhehuehuehueeh
    olha, cara, meus parabéns por esse support conversation, não sei por que, mas foi um dos que eu mais gostei até hoje kkkk

    ReplyDelete
  2. Sérgio Reis já manjava dos paranauê desde muito tempo kkkkkkkk Fazia um tempão que eu não te via por aqui. Fico feliz que tenha curtido cara, é divertido começar a trabalhar com alguns personagens que muitas vezes ficam apagados no roteiro, e nesse quesito os supports são a chance perfeita de falar sobre alguns assuntos do dia a dia que passam despercebidos, A Sophie até então só tinha aparições como secundária, mas agora temos a oportunidade de conhecê-la de maneira mais profunda. Ela é encantadora, gosto muito desse estilo de personagem, é um dos grupinhos que mais gosto de escrever sobre. Karl, Lyndis, Al Capone e Sophie. Pode ser um grupinho pequeno e pouco importante, mas adoro eles kkk Abraços ae, parceiro!

    ReplyDelete
  3. lembrei da mesma música do bruno: "não me interessa se ela é coroa! Panela velha é que faz comida boa!"
    essa semana temos novidades de sophie, a menina-mulher mais linda e "experiente" da guild. kkkk! tô adorando o Canas mexer com os personagens que, mesmo sem aparecerem muito, cativaram o povão. E, quando digo isso, me refiro ao fato do Canas mexer com todos os Fire Tails, sendo que todos e cada um são amados. kkk!
    Surgiu uma dúvida: A Sophie, sendo a mais experiente, teria, sei lá, um décimo da idade de sua dona original?
    E adorei o Casal mais novo e moderno que tem. Um casal de paizões que criaram os filhotes catarrentos até eles ficarem fodas e agora tão curtindo um tempo só deles. Sério, muito bonito esse casalzinho novo.
    E agora nos resta saber o que virá no domingo.. Who knows?
    Ah, deixar claro, uma coisa que não falei antes pois tava sem internet a semana toda (oh, the terror!), a Sophie ficou muito linda! kkk!
    Mas, volto hoje ainda. kkk!
    Adios,
    Moacyr

    ReplyDelete
  4. Canas, que SC incrível, isso mesmo, "INCRÍVEL" é a única palavra que faz jus à ele, eu poderia muito bem falar umas trinta páginas sobre este support, mas eu não quero estragar esse clima com o meu terrivel texto. Então saiba apenas que você se superou novamente, Canas.
    De: Firewall
    P.S.: Cara, Aerus, sério, um Wobbufet? É tenso... e Mikau, só uma dica, se você se jogar de uma ponte, provavelmente haverá água em baixo dela e você não morrerá, então seria mais fácil procurar o precipício mais próximo, mas, não se jogue, eu ainda gquero ver você na história, porque você é um dos meus personagens favoritos.

    ReplyDelete
  5. Eu acho engraçado essa reação de vocês, porque nunca sei o que esperar! Quando imagino que o pessoal vai chegar e não curtir muito o resultado, acaba superando suas expectativas, e isso me deixa muito feliz, sempre melhorando ao invés de decair!

    Manolo Moa, ultimamente tenho tentado justamente dar atenção a todos os personagens. Com os Remakes está na hora definitiva de estabelecer como eles irão ficar por um bom tempo. Não digo "para sempre" porque sempre pode mudar, mas essa versão após os Seis Meses virá para definir um caminho para cada um deles. Farei o possível para trazer Supports, especiais, desenhos, afinal, acho que esse será o último ano que trabalharei com eles. Quero criar algumas novas carinhas, pensar em mais personagens e histórias. Eu também quero aproveitar o máximo de cada um, para que todos tenham um espacinho no coração de vocês! S2 kkkkkk Chega dessa melação. Vamos rir um pouco.

    Rapaz, se a Sophie tivesse metade da idade da Fantina, ela teria alguns séculos de vida já kkk Na verdade isso é uma brincadeira que fiz com o fato das Gardevoirs serem as beldades do Mundo Pokémon, enquanto aqui ela é uma das mais velhas. Poooor mim não tem problema kkkkkkkk E Firewall, você não tem ideia de cada bicho esquisito que aparece nas baladas aqui da minha cidade, se o Aerus encontrou-se com metade delas é o suficiente para nunca mais querer voltar kkkk Aí você só percebe os vacilos que deu na manhã seguinte... Crianças, não sigam o exemplo do tio Aerus kkkkkkkkkkk E adorei a lógica da ponte, acho que no fundo no fundo, o Mikau sabia disso. Ou não kkkkk

    Valeu pelos comentários ae galera, hoje trago um Support mais tranquilinho da Sophie. É um de Drama, meio triste, mas relata um pouco da essência dela como Mãe, então é legal para vocês compreenderem mais dos sentimentos de nossa querida Gardevoir. Fiquem de olho!

    ReplyDelete
  6. Cara, você sempre me surpreende! KKKKKKK'

    Esses supports são sempre show de bola, e é tão maneiro quando a gente vê nossas sugestões escritas! Simplesmente comecei a gostar do casal Al e Sophie, e olha, depois disso o carisma deles só cresceu! Sério, de um jeito engraçado eles acabam se completando. O Al, sempre caladão e cheio de ressentimentos do passado, e a Sophie toda determinada, responsável, amável e além de tudo gata! O mafioso e a dona de casa bonitona... Quem diria que daria certo, né? KKKKKK' Os dois são meio que de mundos diferentes, mas já tiveram muitas experiências sofridas (acredito eu) e por isso devem se entender tão bem. Será que rola de terem mais um filho? KKKK

    E esse clima romântico envolvendo só os dois, juntos no bar, a altas horas da noite, bebendo e jogando conversa fora... Hihihihih... Eu sabia que vinha coisa boa por ai -v- Apesar de ter gostado muito da parte em que os dois começam com as saliências, a minha parte preferia do support foi quando a Sophie vê as mãos do Al. Sei lá, mas de algum jeito isso foi tão... Bonitinho! Aaaaah, não sei explicar, mas admita que foi maneiro! KKKKKK'

    E OBRIGADO, CANAS, POR CORTAR O CLIMA NA MELHOR PARTE! CARA, VOCÊ NÃO FICA COM REMORSO DEPOIS NÃO?! AS VÍTIMAS JÁ FORAM: KARL E LYNDIS, SOPHIE E AL... QUEM SERÃO OS PRÓXIMOS, HÃM?! Que maldade... Mas tudo bem. Só ficam os elogios. E, TOMEM NA CARA AERUS E MIKAU, VOCÊS AI SOFRENDO E O AL SE DANDO BEM COM A SOPHIE, A MOLEQUE!

    Fico por aqui, Canas. See ya \õ

    ReplyDelete
  7. Diga ae, Thiagão! Foi mal por não ter seguido à risca sua sugestão de Support, e no fim das contas nem acabou sendo algo tão pesado quanto eu imaginei que ficaria, mas ainda assim, posso dizer que ficou mais bonito. O Al e a Sophie são velhos, não acredito que eles ficariam de pegação e mimimi que nem o Karl e a Lyndis ficam kkkkkkk São pessoas diferentes, personalidades diferentes, jovens e adultos, há toda uma forma de se vivenciar as coisas. Mas o que importa para mim é que você aprovou o Support! kkkkkk

    Vamos admitir que a Sophie não está aqui para ser a mais linda e mais sensual, mas o engraçado é que ela consegue ser linda daquele jeitinho dela. Essa questão que você comentou dos dois terem experiências sofridas no passado remete justamente à idade, todo ser humano tem alguma coisa ruim que não quer se lembrar, mas faz parte de nossa essência ter de superá-las e continuar seguindo em frente. E cara, faça o possível para cultivar esse tipo de cena. Não estou falando para colocar ecchi e muita bobeira entre os personagens, mas aqueles sentimentos que os tornem mais humanos, que os aproximem dos leitores, e até mesmo os coadjuvantes começam a ser mais amados do que os próprios principais. É por isso que tenho orgulho da ideia dos Supports, e está aí um dos especiais que mais adoro fazer, nunca me canso. Usamos um pouquinho de tudo, e você também deveria tentar escrever capítulos curtos assim sem um objetivo ao certo.

    Obrigado pelos elogios Thiagão, adoro as suas sugestões, e estarei no seu aguardo para conferir aquele dos Remarkable Five na praia, porque ficou muito divertido kk Justamente o que eu disse, traz um pouquinho de tudo! Abração!

    ReplyDelete

- Copyright © 2011-2023 Aventuras em Sinnoh - Escrito por Canas Ominous (Nícolas) - Powered by Blogger - Designed by CanasOminous -